Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Christian: O que vai fazer Anahi? (perguntou ele aos prantos. Anahi nada respondeu, continuou paralisada, como se não tivesse forças para fazer qualquer movimento. Notando a ausência de resposta, Christian a encarou, perguntando novamente) O que pretende fazer agora?

Anahi: Não sei, eu não sei nem ao menos que pensar, estou completamente perdida e sinto tanta dor que tenho a impressão que posso morrer a qualquer momento. Meu Deus, eu fiz tudo por ela, dei tudo de mim para essa mulher, a amei com tudo que tinha, passei por cima de tanta coisa, coisa que eu jamais faria por qualquer outra pessoa, ao menos nunca fiz. Como ela pôde fazer algo assim? Eu não entendo, jamais irei entender (disse ela em tom baixo, quase sussurrando) Eu não consigo me ver sem ela Christian, mas também não me vejo passando por cima de algo assim, não posso...

Christian: Eu entendo, se eu estou me sentindo como estou, faço uma boa idéia do que você esteja sentindo nesse momento.

Anahi: O que quero te pedir, pedir não, exigir. È que ao contrário da outra vez, você não se meta nisso, aconteça o que acontecer isso é algo que tem que ser conversado e resolvido entre nós duas, não faça todo aquele horror novamente (disse séria).

Christian: Não irei me meter, é a sua vida, sua relação (disse ele fechando os olhos, não podia acreditar que Dulce havia chegado a tanto) Sei que saberá fazer o que for melhor para você e sei também que fará tudo de forma que ela não sofra mais que o necessário, apesar de tudo que ela fez eu sei que será assim (Anahi o olhou nesse momento e ele levantou a mão pedindo que o deixasse continuar) E apesar de tudo, e de não concordar, eu irei aceitar tudo o que fizer, irei respeitar sua decisão. Inclusive se está for perdoa-la. Eu jamais a perdoaria, jamais e você sabe bem disso. Mas sei que você é capaz de algo assim e prometo passar por cima de tudo que penso e sinto e respeitar sua decisão.

Anahi: Imagino que sim (disse com tanto pesar que o estômago de Christian embrulhou. Sua irmã estava sofrendo, sofria tanto que nem ao menos conseguia reagir. Após passar um tempo a observando ele resolveu dizer).

Christian: Eu pensei que estivesse pronto para começar a trabalhar hoje, mas a verdade é que o único que consegui aqui hoje foi me decepcionar, me frustrar e me senti o pior lixo dessa terra (disse ele chorando e nitidamente machucado) E o pior, consegui que você tivesse motivos para se sentir exatamente como eu e sei que é assim que você está se sentindo agora. Mas a verdade é que eu mereço tudo isso por ser um grande idiota. Mas você... Você não merecia algo assim de jeito nenhum... Uma verdade maior ainda é que não estou sabendo lidar com nada disso, estou completamente destruído e não sei como fazer para sair disso e te ajudar a sair disso também.

Anahi: Christian...

Christian: Por dinheiro Anahi, por dinheiro? Você pode imaginar isso? (disse desabando).

         Anahi abraçou seu irmão e deixou que desabafasse tudo que queria, ao mesmo tempo em que ele desabafava, Anahi sentia seus pulmões arderem pelo choro que ela prendia. Não queria chorar, não queria demonstrar a dor que sentia, não queria estar alí, não queria estar vivendo aquilo,não queria que nada daquilo estivesse acontecendo...

         Anahi pensava em toda sua vida e pensava em como tudo havia acontecido desde que Dulce havia entrado nela. A verdade é que sempre esteve muito claro que aquela história não acabaria bem, ela é quem havia todo o tempo se feito de cega, de surda e de burra.

          Apaixonou-se por Dulce de tal maneira, que fazia vistas grossas para tudo de errado e ruim que a ruiva fazia, fingia se importar e repreende-la por suas más atitudes, mas a verdade é que jamais a havia colocado em seu lugar, apenas reclamava e tentava pôr algum controle para que ela não saísse pela vida apenas fazendo idiotices e passando por cima de todos.

         Mas havia passado, havia passado por cima dela e havia lhe destroçado, como se fosse um trator. Não havia uma única parte dela que não doesse naquele momento, sentia-se ferida, magoada, decepcionada. Sentia-se apunhalada pelas costas por aquela pessoa por quem mais bateu de frente com todos a sua volta. Mas a sensação mais forte que tinha naquele momento era de infelicidade. Sentia-se profundamente infeliz...

         Dulce descia as escadas da casa de Anahi, havia tido a impressão de ter escutado o telefone tocar, mas o havia esquecido no andar de baixo e se encontrava vestindo a roupa quando o mesmo soou. Naquele momento ouvia a voz de Maria e surpreendeu-se, não era dia dela estar trabalhando e ela não estava alí até o momento em que subiu para banhar-se.

          Ao aproximar-se mais e ouvir o teor da conversa, Dulce alterou-se, não podia acreditar que Maria tivesse atendido seu telefone e descoberto o que não devia. Com raiva e gritando, dirigiu-se até a mulher mais velha enquanto violentamente arrancava o telefone das mãos dela o desligando.

Dulce: Quem pensa que é para atender meu telefone sem minha autorização? (gritava ela).

Maria: Pensei ser o telefone de Anahi (disse calma)

Dulce: Mentira! Sabia bem que não era (disse ainda muito alterada).

Maria: Não sabia, o telefone está sem capa e é idêntico ao dela, não tinha como saber.

Dulce: Se não tinha certeza de quem era, não atendesse. Era isso que deveria ter feito.

Maria: Talvez (disse respirando fundo) Mas como essa é a casa dela, o mais lógico é que fosse dela, até porque hoje é sábado e você nunca está aqui nesse dias, some e não aparece até a semana seguinte, não teria como saber (as palavras e o tom da mulher irritou Dulce ainda mais).

Dulce: E você o que tem  a ver se estou ou não? Isso só diz respeito a ela e a mim. E você o que faz aqui? Hoje não é dia de trabalho (perguntou sustentando o olhar da mulher a sua frente).

Maria: Preciso resolver algumas coisas, mas para isso precisei vir buscar minhas economias,já que as guardo aqui (disse serena) E no momento em que saía ouvi o telefone tocar, procurei pela Anahi, mas como não a vi e o telefone não parava de tocar, julguei ser importante e resolvi atender, ela nunca se importou que eu o fizesse.

Dulce: Claro, ela é muito compreensiva, até com o que não deve (disse irônica).

Maria: È a primeira vez que concordamos em algo, penso exatamente o mesmo. Ela compreende coisas demais (alfinetou ela) Aliás ela releva tudo que não deveria, até ao ponto de chegar na situação atual em que está.

Dulce: Já chega! Não me interessa sua opinião. Não volte a atender meu telefone, não te dou essa liberdade (disse ela virando-se para se retirar) Não há nada sobre mim que seja de sua conta ou que precise saber...

Maria: Aí é que você se engana (disse a mulher rápidamente, tentando impedir que Dulce deixasse a sala) O que ouvi nesse telefone é sim de minha conta e foi muito bom tomar conhecimento (isso fez Dulce parar onde estava) O que pensa que está fazendo?

Dulce: Qual é o seu problema Maria? (disse em tom alto).

Maria: O meu problema é você e a mania horrivel e desrespeitosa que você tem de passar por cima da minha menina.

Dulce: Sua menina, é minha mulher e só a nós cabe o que passa em nossa relação.

Maria: Anahi sabe o que você está fazendo? (perguntou sem se importar com o que a ruiva dizia) Certamente não sabe, jamais estaria de acordo com isso.

Dulce: Não se meta em meu caminho (ameaçou).

Maria: Não se meta com minha menina, sou capaz de qualquer coisa por ela (devolveu ela) Não vou admitir que a faça sofrer mais do que já vem sofrendo por toda sua vida e principalmente por tudo que vem sofrendo desde que teve a infeliz idéia de deixa-la entrar em sua vida.

Dulce: Você não tem que admitir na...

Maria: Quieta (falou rude) Eu ainda não terminei. Não vai fazer minha menina sofrer mais por seus caprichos e sua falta de responsábilidade. Acaso já conversou com ela sobre isso? Claro que não,mas é inaceitável que não o tenha feito, portanto o faça.

Dulce: Não tenho que te explicar nada e nem acatar o que diz, minha relação é com Anahi e não aceito que se meta nela.

Maria: O que você aceita ou não pouco me importa. Não vai fazer o que quiser e depois obrigar Anahi a aceitar isso. Você não tem vergonha? Passar por cima dos sentimentos e das razões dela para satisfazer seu ego? Não tem vergonha de tirar dinheiro dela em um momento em que ela não tem nem mesmo para coisas básicas e pessoais? Sendo que foi você mesma a principal responsável por ela estar nessa situação.

Dulce: Eu? Eu por... (começou nervosamente)

Maria: Você, você sim, não se faça de inocente, você não é santa e nem boa pessoa e eu sei bem disso. Você é a principal responsável pela situação terrivel que ela vem passando e por todo esse transtorno financeiro.

Dulce: Você está louca, só pode estar (berrou a ruiva em estado de histeria) Não tenho nada com isso, eu não...

Maria: Você sim, você a roubou, roubou todo seu trabalho e entregou para sua pior inimiga (gritou Maria na cara da outra, fazendo com que se calasse imediatamente) Quer dizer, para sua segunda pior inimiga, a primeira é você.

Dulce: Você está passando dos...

Maria: Não adianta mentir Dulce (gritou) Eu sei que foi você, sei que você pegou o trabalho dela no escritório. No dia em que discutiram e você falou sobre Matheus. Ela te deu uma bofetada, muito merecida aliás e te disse várias verdades, coisa com o qual você não está acostumada. Você ficou com ódio e se vingou dela, se vingou a apunhalando pelas costas, dando aos lobos tudo que eles queriam (Maria fez uma pausa) Eu estive no escritório antes de você chegar em casa e ela sair. O trabalho dela estava lá, como em todos os dias. Após tudo o que aconteceu, você voltou a sair e quando fui limpar percebi que já não estava. Depois ela procurou por ele e não o achou. Não é preciso ser um gênio para saber o que aconteceu não é? Ela não o viu aquele dia por isso não percebeu o obvio, mas eu sim o tinha visto e sei que foi você.

Dulce: Não, eu...

Maria: Não adianta negar, eu sei que foi você e no dia em que encontei Liz e comentei sobre isso ela não negou, apenas mudou de assunto, me dando a total certeza que ela também sabia (Maria encarou Dulce) Um dia Anahi vai saber disso, ela vai descobrir, a verdade sempre aparece e isso é sim muito grave. Mas a questão aqui é outra, você está fazendo tudo isso pelas costas dela e isso é algo muito delicado, muito sério. Ela não estará de acordo com isso e isso é algo que dói muito nela, você vai mexer em feridas abertas, vai faze-la sofrer mesmo sabendo que ela não quer algo assim, ela já te disse e eu sei disso, ela veio me perguntar se estava sendo egoista em relação a isso e é claro que não está.

Dulce: Maria, isso é entre Anahi e eu, não acho que você...

Maria: Fale para ela, não faça as coisas pelas costas, não a engane mais. Você não fala pois sabe que ela dirá não, sabe que não irá aceitar.

Dulce: Eu tenho o direito de colocar minha vida no lugar, tenho o direito de refazer minha vida e realizar um sonho...

Maria: Tem, claro que tem, mas não passando por cima dela, dos sentimentos dela, dos sofrimentos dela. Conte a ela, seja franca e dê a ela o direito de aceitar ou recusar essa situação. Não se pode fazer o que quiser sem pensar no outro, uma relação é a dois e não apenas um. Você tem que leva-la em consideração quando decidir algo que você queira para sua vida, é assim que funciona um relacionamento. Então você mente para ela, inventa que está em vários lugares, fazendo sei lá que coisas, pede dinheiro sabendo que ela não tem, para isso? Você esconde dela isso como se fosse um crime e a faz sentir mal, pensando no que você está fazendo e com quem. Ela pensa várias coisas e no fim é "apenas isso". Isso não é motivo suficiente para que você a faça sofrer dessa maneira. Conte e ela sabendo e concordando você poderá fazer tudo as claras, sem que ela precise sofrer por não saber onde você está, com quem e fazendo o que. Caso ela concorde inclusive irá te ajudar, tenho certeza, Anahi é maravilhosa e você sabe disso.

Dulce: Você sabe tão bem quanto eu que ela não vai aceitar isso (disse rispida) Não vou dizer nada, apenas irei seguir com o planejado. E você não vai dizer nada, você não tem nada com isso, não tem o direito de se envolver nisso.

Maria: Tenho, pois todas as vezes em que ela está la no fundo do poço, sofrendo e precisando de apoio, sou eu a que estou ao seu lado (disse ela com voz embargada) Dando força, fazendo de tudo para que ela levante e consiga seguir em frente, sou eu a que seco suas lágrimas e a abraço quando ela está desesperada. Sou eu a que vê a maneira como ela se acaba de trabalhar até a exaustão para tentar se manter viva. Então sim, eu tenho o direito, pois quando você se for a deixando destruída, serei eu a estar aqui para ajuda-la a se reconstruir (Maria respirou fundo) Diga a ela ou eu irei dizer. Não está certo o que está fazendo... Vou embora, mas voltarei segunda, espero que já tenha contado o que vem fazendo as escondidas, se não tiver feito farei eu.

Dulce: Você é apenas uma empregada, não tem direito algum em se meter na minha vida (disse Dulce aos berros e a agarrando pelo braço) Eu não direi a Anahi a verdade e você também não dirá, não permito que se meta na minha vida Maria, você não é ninguém para me forçar a nada, você não é ninguém para me expôr e...

Maria: Escute Dulce (gritou Maria) Não tem conversa e nem argumentos que me farão mudar de idéia. Irá contar a verdade para Anahi ou contarei eu.

Dulce: Não irei contar (gritou ela em meio a aquela cena caótica ) Não irei...

Maria: Pois eu irei... (berrou ela de volta fazendo tudo parecer ainda pior).

Anahi: O que está acontecendo aqui? (gritou Anahi mais alto do que as duas mulheres) O que está acontecendo? Anda respondam...

Dulce: Any, eu... achei que iria demorar ainda... eu... (Anahi a encarou de uma maneira que Dulce achou estranha).

Maria: Anahi. (disse desconcertada, se sentia mesmo envergonhada naquele momento, não havia tido a intenção de perder o controle, mas não aceitaria que uma menina mimada, mentirosa e egoista a tratasse daquela maneira sem reagir e nem deixaria que Dulce continuasse a fazer Anahi de idiota).

Anahi: Respondam, o que de tão importante eu tenho que saber para chegarem a esse ponto? Solte ela Dulce (disse em um tom totalmente rispido) Seja o que for, ninguém te dá o direito de machuca-la ou trata-la assim. Pode não gostar dela, mas tem a obrigação de respeita-la, é um ser humano e tem idade para ser sua mãe. Respeito é o minimo que você pode ter.

Dulce: Anahi. escute...

Anahi: Quero saber o que de tão importante deve me contar, mas não quer (disse séria) Falem logo o que está acontecendo para que cheguem a isso, gritando dessa maneira, a segurando dessa maneira. Fale Maria, o que aconteceu aqui?

          Dulce e Maria se olharam com uma raiva muito aparente, isso não passou despercebido por Anahi, que acompanhava o duelo de olhares diante dela. Não suportando mais e precisando colocar para fora, Maria voltou-se para sua menina e encarando-a disse:

Maria: Anahi, o que passa aqui...

Dulce: Chega! Chega disso (disparou Dulce irritada).

                                                                                                      Continua...

leandroportinon: Você é muito ansioso kkkkkkk se acalme, tá aí mais um cap e espere o próximo.

tryciarg89: As coisas vão péssimas, mas estou tentando não desesperar, obrigada, mesmo...O aniversário da Any sempre vem com uma bomba... Christian está aprendendo uma lição, agora ele aprende ou aprende... Any ainda vai sofrer um pouco né... Dulce tbm... Obrigada uma otima semana pra vc tbm, mais um cap aí, curto e sem muita coisa, mas no próximo tem outra revelação, vcs não queriam tanto saber o que Dulce esconde kkkkkkkk