Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Enquanto isso, Anahi dirigia rumo à empresa,chorando e se sentindo o mais miserável dos seres. Dulce bateu onde mais doía,justo em seu ponto fraco. Não havia levado muito a sério quando Maite em Cancun,descreveu Dulce,mas naquela manhã pôde perceber claramente que Maite tinha razão, Dulce era capaz de passar por cima dos outros para chegar onde queria. Não tinha o direito de ter lhe dito o que disse sobre seu filho,ele nada mais era que uma criança pequena e indefesa quando o mataram de forma tão perversa.

Pensamento Anahi:  " Você não tinha esse direito Dulce,não tinha o direito de me magoar assim,você me feriu,você me decepcionou muito,você está sendo mesquinha,esgoísta,você só pensa em você mesma,no seu bem estar,nas suas vontades,nos seus desejos,passa por cima das pessoas e está querendo passar por cima de mim,logo de mim,que te amo tanto. Eu te amo tanto que chega a doer,eu me entreguei por inteiro,de corpo e alma, de coração aberto,te entreguei tudo que eu tenho e você me machucou tanto,tanto. Eu apenas gostaria que você fosse mais humilde,mais humana. Queria poder te mostrar que o importante nas pessoas é o coração,o que as pessoas são e não que elas tem. Eu gostaria que você me amasse por mim,pelo que eu sou e não pelo que eu tenho. Eu já nem sei se você gosta de mim,ou da vida que eu poderia te oferecer. Só que mesmo assim eu poderia passar por cima de tudo,menos do que você fez hoje. Você falou do meu Filho,meu filho,um ser pequeno e inocente que jamais fez mal a ninguém,era tão carinhoso,tão amoroso,como me faz falta,como sua falta me dói. Queria poder tê-lo comigo,poder tocar nele outra vez,queria poder ouvi-lo me chamar de mamãe,mas nada disso será possível,tenho que suportar e conviver com essa dor e com essa angustia que não passam. Meu filho era só um anjinho e não vou jamais admitir que ninguém fale mal dele,que ninguém se refira a ele da forma que você se referiu hoje. Você fez o pior que poderia fazer para mim Dulce,você tocou na memória do meu filho, e trouxe de volta tudo que eu tenho soterrado dentro de mim todo esse tempo".

   Pensar em Matheus,seu filho de 4 anos,lhe trazia dor,muita dor,uma dor tão grande e tão profunda que lhe dilacerava a alma,fazendo com que todo seu corpo também doesse. Sentia a boca amarga e teve a ligeira impressão de estar enjoada,respirou fundo várias vezes,passando a mão pelo rosto,na tentativa de tirar as lágrimas que lhe embaçava a visão. E foi em uma fração de segundos enquanto tirava a mão direita do volante para secar o rosto,que um caminhão em alta velocidade surgiu de uma das ruas transversais,ultrapassando o sinal fechado e atingiu seu carro em cheio,fazendo o mesmo,capotar várias vezes até colidir com força total em um poste onde parou.