Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Todos saíram do quarto deixando nele uma Anahi arrasada,  indignada e totalmente decepcionada. Não podia acreditar que aquelas pessoas que ela amava e que ela julgava conhecer haviam se comportado de maneira tão triste e tão sem humanidade. Mas o pior que sentia era a angustia e o desespero de não saber onde estaria Dulce. Isso á estava adoecendo.

Do lado de fora Christian tinha uma irritação aparente e sua mãe tentava a todo custo que ele entendesse que agiu de maneira errada, independente da razão que o levou a agir de tal forma. Maria estava abalada, decepcionada consigo mesma e com medo de sua menina não depositar mais nela sua confiança. Mas o que mais doía na mulher, era perceber que aquelas palavras que Anahi lhe direcionou faziam total sentindo e mais que isso, que Anahi tinha total razão. Ela realmente havia feito isso. Ignorou, desprezou e cruzou os braços diante da situação de Dulce,porque julgou assim conseguir se livrar da ruiva com mais facilidade e rápidez. Porque no fundo do seu coração era isso que ela queria. Que Dulce não fizesse mais parte de suas vidas.

Saíram do hospital á procura de Dulce, passaram mais de quatro horas procurando, pórem nada. Nada da ruiva aparecer. Christian levou Maria e sua mãe para suas casas e partiu rumo á casa de Liz. Tentou tirar da mesma tudo que sabia sobre Dulce e suas amizades, afinal, poderia existir mais alguém e Dulce poderia ter ido em busca da ajuda dessa pessoa. Liz de imediato lembrou de Silvia, porém nada comentou, não acreditava que Dulce estivesse com ela e então achou melhor não comentar. 

Christian deixou a casa de Liz  e voltou a procurar por Dulce. Pórem nada! Já eram três da manhã quando chegou em sua própria casa e então se jogou na cama após um breve banho,foi nesse momento que percebeu que não seria fácil encontrar a ruiva, talvez nem conseguisse isso  e os problemas com Anahi á partir daí seriam inevitáveis. Não demorou a dormir, precisa acordar cedo e voltar para sua busca.

Dois dias se passaram e Christian não havia encontrado Dulce, já estava irritado, cansado e nem ao menos tinha uma vontade real de encontrá-la. Anahi estava furiosa, nesses dois dias não teve nenhuma noticia e isso a deixava a beira de um ataque de ansiedade.  Dulce por sua vez sofria nas ruas, sentia fome, frio, cansaço e ainda para sua tristeza, as chuvas não davam um descanso e caíam incansavelmente. Ela não tinha mais força, não tinha mais vontade, só vazio.

Faltava apenas um dia para Anahi receber alta daquele hospital. Era um sábado muito chuvoso e frio, já eram 14h e ninguém havia aparecido alí, e isso significava algo que ela sabia muito bem;  não haviam encontrado a ruiva. Ela estava nervosa e já pensava em  uma forma mais rápida de como encontrar sua namorada quando ouviu duas batidas na porta e viu logo em seguida a mesma abrir, mostrando Maite alí parada com um buquê de rosas vermelhas nas mãos e com um grande sorriso. 

Anahi não sabia ao certo o porque, mas a cena lhe embrulhou o estômago, alterou seu batimento cardíaco  e seu corpo foi invadido por uma enorme onda de raiva. Ela viu Maite entrar, enquanto falava algo que ela não conseguia entender, ouvia,porém não entendia! Piscou algumas vezes, respirou fundo tentando controlar sua irritação e mesmo diante da boa expressão de sua assistente pessoal á sua frente, que lhe estendia o buquê enquanto ainda sorria, Anahi não foi capaz de esboçar nem ao menos uma amarelo e sem graça sorriso.

Maite falava rapidamente, de como havia se assustado, como se preocupou todo o tempo, em como estava feliz por sua recuperação e em como sentia não poder ter tido a chance de estar alí antes, pois com tanto trabalho e confusão na empresa não conseguia sair a tempo de passar alí. Anahi a olhava e só conseguia pensar em Dulce, como Maite sendo alguém tão amável e aparentemente tão madura, conseguia ser capaz de virar as costas para própria irmã e ainda se sentir bem com isso.

Anahi quando falou pela primeira vez não pareceu nada feliz e nem satisfeita com aquela visita e isso não passou despercebido pela morena que imediatamente mudou sua expressão. Já a segunda coisa que Anahi fez, foi perguntar se já haviam encontrado Dulce, ao receber a negativa por parte de sua assistente, bufou e se recostou impacientemente. Em seguida ao abordar o assunto " Dulce " com a morena, depois de tudo que ouviu e depois de todos os gestos e expressões que viu. Anahi só tinha três certezas: A primeira era que Maite não estava nem um pouco preocupada com a irmã, inclusive notou claramente que Maite por várias vezes demonstrava raiva de Dulce e tentava por todo custo mudar o assunto. A segunda coisa que Anahi teve absoluta certeza, era que Maite ao contrário do que Dulce havia lhe dito, estava sim com interesses pessoais e amorosos por ela.  E a terceira coisa que ela tinha total certeza, era que perceber isso lhe incomodava violentamente, embora a loira não soubesse ao certo o porque!

Maite passou mais alguns minutos falando, até que Anahi soltou que precisa ficar sozinha pois  tinha que agilizar as coisas para que Dulce fosse encontrada. Ao notar a irritaçao e a raiva no rosto da morena, Anahi afirmou que "Alguém afinal tinha que se preocupar em encontrá-la" o que deixou Maite ainda mais irritada. Passando por cima de tudo que havia escutado, Maite recomeçou a dizer sobre a enorme preocupação que sentiu todos aquelas dias em que ela esteve dormindo, mas que tinha certeza que ela iria se recuperar logo. Afirmando ainda que apesar disso sentia um medo e uma preocupação muito grande, mesmo que isso ela não fosse capaz de entender por completo.

Anahi retrucou dizendo que achava isso natural, alegando que isso tinha uma razão muito evidente e usou para esclarecer o que havia acabado de dizer, frases como: "Afinal sou sua cunhada"  "Os cunhados sempre se preocupam uns com os outros" " Um cunhado é como parte de sua familia" e a frase  "" Como sua cunhada, se algo de ruim chegasse a me passar, certamente sua irmã ( dando total ênfase a palavra irmã ) iria sofrer muito, e ninguém é capaz de ver o sofrimento real de um irmão e não se sentir mal com isso. Porque os irmãos independente de qualquer coisa se ajudam e nunca se viram as costas. Não é verdade!? Porque isso além de laços de amor entre parentes, também se chama HUMANIDADE ( disse a palavra com tanta força e raiva que parecia estar sendo cuspida e não falada ) Você não concorda Maite!?""

Maite nada respondeu, apenas a olhava seriamente enquanto tentava controlar suas emoções. Anahi em seguida repetiu que precisava ficar só para começar a procurar Dulce. Maite deixou o quarto sob o olhar atento e furioso de Anahi, que tinha uma enorme vontade de gritar em alto e bom som, que tinha horror de atitudes assim, como as que eles estavam tendo.

Anahi passou a ligar para algumas pessoas e nenhum resultado parecia ter. Estava novamente pegando o telefone para ligar para empresa quando mais uma vez foi interrompida por batidas na porta. Anahi suspirou e mandou que a pessoa entrasse, já pronta para explodir.

Para sua surpresa,  a pessoa que entrava ao quarto, era justamente a pessoa para quem Anahi iria ligar

Quem quem quem? Pra quem será ela iria ligar hein

                                                                                                                                                                                      Continua...