Fanfic: Ainda Há Tempo? | Tema: Portiñon

Anahi sinceramente não esperava pela visita dessa pessoa, mas não podia deixar de admitir que a visita lhe agradava! Ver a imagem daquela pessoa parada na porta havia lhe caído muito bem. A tensão dos últimos dias foram brevemente esquecidas e uma sensação de conforto,estranhamente pouco a pouco á estava invadindo.

Nesse momento percebeu que essa presença lhe fazia bem. E ver aquela expressão tão serena, acompanhada de um olhar  interrogativo, que claramente perguntavam se realmente poderia entrar, acompanhado também daquele tão belo,sincero e reconfortante sorriso lhe trouxe a clara sensação de que tudo naquela mulher fazia justiça ao nome que carregava: Ángel

Nesse momento Anahi se colocou a pensar em quanto tempo já se conheciam, e isso fazia muito tempo. Não sabia exatamente quanto e nem parou para contar. Mas lembrava muito bem de quando havia sido. Havia entrado para trabalhar na empresa de seu pai ainda muito jovem, ainda uma menina. E apenas duas semanas depois, Ángel também havia sido contratada juntamente com mais duas pessoas. Ángel havia entrado como uma jovem aprendiz, uma boa e esforçada aprendiz assumia Anahi para si mesma.

De imediato começaram a trabalhar juntas. Não demorou muito para que ficassem bem próximas e todo o tempo que estiveram alí, eram muito boas companheiras de trabalho.
Anos mais tarde com o falecimento de seu pai e tomando então posse da presidência da empresa, Anahi não teve nenhuna dúvida, promoveu Ángel e a transformou em sua secretária. E desde então conta com seu competente e ágil trabalho, sem dúvidas ela é de uma ajuda indispensavel.

Anahi então começou a pensar e percebeu que apesar de se conhecerem a tantos anos, não sabia muito da vida de sua secretária, e nem sabia ao certo porque não chegaram a criar uma boa amizade fora da empresa, e sim apenas dentro dela. Percebeu que conhecia tão pouco a vida de Ángel que até onde lembrava, basicamente sabia apenas que a secretária era somente um ano mais velha que ela mesma e que nutria uma gigantesca paixão  por flores e por sorvete de amora. E nada mais sabia!

O sorriso de Ángel se alargou ainda mais quando Anahi gentilmente pediu que entrasse e se sentisse á vontade. A mulher então se aproximou e em um gesto que Anahi não esperava, lhe estendeu duas rosas. Uma de cor amarela e outra de cor vermelha. Anahi recebeu as rosas e após passar um curto tempo as encarando. Começou a ouvir Ángel dizer que lhe ensinaram que quando se visita alguém em um hospital é de muita gentileza lhes presentear com flores, e também a ouviu pedir que não reparasse no estado tristes das rosas, pois as mesmas haviam sido arrancadas do minúsculo jardim de sua madrinha pela manhã e foram obrigadas a sobreviverem até aquele momento, porém estavam sendo dadas de todo coração.

Anahi riu ao ouvir o comentário de sua secretária e agradeceu o gesto se sentindo verdadeiramente agradecida. E voltou a pensar como foi que em tantos anos não chegaram a criar uma grande amizade fora da empresa, porque Ángel era verdadeiramente como um anjo. Mas isso sim ela sempre havia notado,talvez por isso sempre nutriu sincero carinho e respeito pela mesma e sabia que isso era correspondido.

Anahi baixou o olhar para as rosas e após alguns segundos, ao levantar o olhar se encontrou com aquela imensidão azul a encarando. E para sua total surpresa, Anahi sentiu paz, sentiu uma paz que fazia muito não lembrava nem qual era a sensação em ter. Havia sinceridade naquele olhar, havia bondade neles, havia um brilho diferente dos demais olhos que já havia visto, naqueles olhos havia Luz!
Achou impressionante como um simples olhar podia dizer tanto sobre uma pessoa, ainda não conhecia nenhuma outra pessoa que conseguisse tal feito. E muito consternada constatou que aqueles mesmos olhos a faziam esquecer mesmo que por instantes até mesmo seus mais angustiantes problemas. Aquele olhar lhe dava força, coragem, lhe dava incentivo de continuar lutando. Como um "simples" olhar poderia causar assim tantas coisas? Isso Anahi não sabia, mas sabia sim, que aquele olhar em tudo se parecia ao mar; Na cor, na profundidade e na imensidão.

Anahi sorriu gentilmente para a mulher, se perguntando se ela tinha pelo menos a minima noção de tudo isso, mas ela podia apostar tudo que tinha, que não!