Fanfic: Famoso Apaixonado- Triangulo Amoroso (finalizada/adaptada) | Tema: Dulce, Alfonso, Christopher

— Não acredito. Tem certeza que ouviu direito? — Alfonso caminha de um lado para o outro em seu chalé, com os punhos cerrados.

Encolho os joelhos de encontro ao peito, sentada no sofá.

— Foi o que ele disse. Christopher Uckermann.

— Por que iriam chamar Christopher? Achei que quisessem um desconhecido. — Alfonso para e olha para mim.

Levanto os ombros e digo:

— Não tenho ideia. Você deveria perguntar ao seu pai. — Penso nas palavras de Wyatt. Alfonso é filho do produtor.

Os olhos de Alfonso ficam vermelhos.

— Você acha que ele sabia sobre isso?

— Digo, ele é o produtor, certo? — Enfio a unha do dedão na boca e mordo a ponta. É um tique nervoso. Lillianna está sempre gritando comigo por causa disso. Tento explicar que, se Roberta estivesse numa ilha deserta com uma possível tribo que quisesse matá-la, com certeza também estaria roendo as unhas, mas ela não cai nessa.

— Ele não iria fazer isso comigo. Ele sabe sobre Christopher.

— O que houve? — pergunto.

Alfonso está desmoronando diante dos meus olhos. Ele me chamou para jantar e eu acabei contando sobre os acontecimentos da manhã, sobre Wyatt aparecendo na minha porta, quando o nome de Christopher escapou.

Nunca vi Alfonso daquele jeito. Geralmente ele é calmo, equilibrado. A simples menção do nome desse cara o tirou completamente do eixo.

Sei que existem boatos sobre Christopher e Anahí, mas o próprio Alfonso me contou que não está mais com ela. Independentemente disso, Alfonso não é o tipo de cara que se deixa levar por fofocas. A menos que não sejam apenas fofocas.

Ele olha para mim, como se tivesse esquecido que eu estava ali.

— Nada — ele diz. — Fazíamos uma série de TV juntos. Não é importante.

— Pelo que vejo, parece muito importante.

— Tomara que ele não detone esse filme com as palhaçadas dele. Só isso.

— Que palhaçadas?

Os olhos de Alfonso piscam e, então, se fecham, como se um fusível tivesse queimado; em seguida, ele se joga no sofá ao meu lado.

— Desculpe — ele diz. — É que eu odeio esse cara.

Ele levanta a cabeça, agora com um pequeno sorriso. De repente, noto que esta é a primeira vez que vejo Alfonso com raiva. A sensação é estranha. Como se ele estivesse se tornando humano ou coisa assim. Não tão perfeito. Não que isso o tenha tornado desagradável — pelo contrário, agora ele se tornou ainda mais atraente. Gostei que ele tivesse me deixado conhecer uma parte sua que outras pessoas não veem. Que ele tenha mostrado que tem seus próprios demônios. E, pelo visto, Christopher Uckermann é um deles.

— Ei — chamo. Estendo o braço e apoio a mão em seu ombro. — Se isso é tão importante para você, por que não fazemos algo a respeito?

Ele me encara, com os olhos semicerrados:

— O que quer dizer?

Mordo o lábio inferior. Não acredito que estou prestes a dizer isso, mas penso em Alfonso me dizendo ontem que estamos nessa juntos. Sentados neste sofá, eu sei que sou capaz de fazer qualquer coisa por ele.

— Eu vou errar na minha leitura com ele — eu digo.

Alfonso abre a boca para dizer alguma coisa, mas a fecha logo em seguida. Ele olha para mim, e o tempo para pôr um intervalo tão grande que eu sinto vontade de gritar. Finalmente, ele balança a cabeça, sua boca formando um sorriso.

— Não posso pedir que faça isso — ele reclama.

— Você não está pedindo.

Ele emite um som misto de risada e suspiro.

— Mas você não vai fazer — ele replica. — Não posso deixá-la fazer uma coisa dessas. Não diante do que você tem passado nas mãos do Wyatt.

Alfonso pousa uma mão em meu ombro e a desliza pelo meu braço. Com certeza ele sente os arrepios que o contato dos seus dedos causa na minha pele. Nós nos tocamos tanto nas gravações, mas tão pouco fora delas. Gerei a expectativa do beijo de Roberta e Miguel desde que pisamos aqui — eu sei que a hora vai chegar. Acho que eles, pelo menos, vão chegar lá. Mesmo que nós dois nunca cheguemos.

— Vou confiar que a babaquice do Christopher fale por si.

— Tudo bem — assinto. Então, mudo de assunto. — Ei, acho que os meus amigos vêm me visitar no próximo fim de semana.

— Nick e Demi? — Alfonso olha para mim e eu sinto alguma coisa subir no meu peito. Nem me lembro de ter falado muito sobre eles. — Que ótimo!

— Você vai estar aqui? — Seguro a ponta de uma almofada.

— Vou — diz Alfonso. Sua voz está mais tranquila. — E eu adoraria conhecê-los.

Ele está sorrindo.

— Mas eu não pedi — retruco.

— Mas você quer — ele brinca, movendo a cabeça para o lado.

Fico chateada comigo mesma. Detesto sentir o sangue esquentando nas veias deste jeito.

— Eles são incríveis — eu digo, porque não sei mais o que dizer. — Eu e Demi somos amigas desde sei lá quando, e Nick...

Alfonso aproveita a pausa e me interrompe:

— Você nunca me deu muitos detalhes dele. É algum ex?

— Não — respondo rapidamente. — Só é estranho estar longe deles. Eles sabiam de tudo sobre mim até pouco tempo atrás.

— É complicado — ele diz. — Não é fácil manter relacionamentos neste mundo.

— Verdade. E Demi ficou... ela viu aquelas fotos estúpidas dos tabloides.

Contei a Alfonso sobre a discussão com Wyatt, mas, antes que pudesse medir sua reação, acabei mencionando o nome de Christopher. Agora eu quero muito saber: como ele se sente quanto àquelas fotografias? O que ele pensa a respeito de o mundo estar achando que nós, realmente, podemos estar juntos?

Alfonso sorri.

— Qualquer divulgação é boa, certo?

— Não é “nem toda divulgação é boa”?

Ele encolhe os ombros:

— Confundi. Ela estava chateada ou algo assim?

Baixo o olhar, sentindo as bochechas queimarem.

— Ela achou que eu não estava sendo totalmente honesta.

Levanto a cabeça e vejo os olhos de Alfonso fixos em mim. Seu sorriso relaxou um pouco, e ele parece compenetrado.

— E você estava?

— Você sabe que aquelas fotos foram tiradas fora de contexto — eu digo. — Quero dizer, Wyatt exagerou. Você só estava sendo gentil quando me emprestou o moletom, e, quando segurou minha mão, foi...

Ele tira a mão do encosto do sofá e a pousa sobre a minha, no meu colo.

— Eu gosto de você — ele diz.

Olho para sua mão e depois para ele. Todos os pelos do meu corpo ficam eriçados ao mesmo tempo. Quando as palavras saem, parecem pequenas, como aqueles fogos de artifício que mal estalam antes de se apagarem.