Fanfic: Famoso Apaixonado- Triangulo Amoroso (finalizada/adaptada) | Tema: Dulce, Alfonso, Christopher

Christopher volta correndo para Los Angeles, a tempo de Demi e Nick chegarem. Na loucura daquela semana, quase esqueci que, na manhã de sábado, eu teria que ir buscá-los no aeroporto.

Convenço Alfonso a me emprestar seu carro azul-neon.

— Achei que você não quisesse ser notada... — provoca ele.

Ele vem lidando incrivelmente bem com a escolha de Christopher para o elenco. Não que eu esteja tão surpresa. Se Alfonso tivesse um lema, provavelmente seria Fique Calmo e Seja Supergostoso.

— Preciso buscar Demi e Nick.

— Se quiser que eu vá com você, é só pedir.

Estamos na porta do chalé de Alfonso. Ele está sem camisa, só com uma calça de pijama de cintura baixa, e eu tentando com todas as minhas forças desviar a atenção das linhas do seu abdômen ou o “V” perto dos quadris. O cabelo dele ainda está bagunçado, amassado pelo travesseiro. Ainda não são seis da manhã.

Infelizmente, nós dois temos que trabalhar hoje. Alfonso tem que estar no set, mas eu só estou escalada para a parte da tarde. O voo de Demi e Nick chega em uma hora.

— Você não pode — eu digo. — Você tem que trabalhar.

Ele se curva contra o batente da porta e olha para mim por entre seus cílios longos.

— Anda me vigiando, é?

— Você é o segundo na lista de chamada — disparo. — É meio difícil não ver.

Ele boceja, e eu tento não prestar atenção à maneira como os músculos de sua mandíbula se contraem. Penso na semana que passou. Todos os nossos pequenos momentos. Talvez eu esteja com muitas histórias na cabeça sobre paixões entre colegas de elenco. Colocadas lá pela Demi, é claro.

Balanço os cabelos enquanto digo:

— Então, posso pegar emprestado ou não?

Alfonso sorri.

— Claro — ele responde. — Só se você me deixar levar seus amigos para jantar hoje.

Ele olha para mim, dentro dos meus olhos, e eu sinto o sangue subindo para o rosto.

— Se isso for necessário... — respondo, com o coração batendo na garganta.

— Vejo você no set — ele se despede, antes de abrir os dedos, revelando as chaves.

Já faz tempo desde a última vez que peguei no volante, mas, assim que entro no carro neon ridículo, percebo o quanto senti falta de dirigir. Meu pai não saía muito nos fins de semana, e sempre me emprestava o carro — mesmo quando Joanna precisava dele. Eu pegava Demi e Nick, e nós ouvíamos música no volume máximo. Às vezes só passeávamos, se eu não tivesse que trabalhar ou Demi não precisasse ir à casa de alguém. Nick, de vez em quando, reclamava por causa da gasolina, mas não sempre. Acho que ele também adorava os passeios. Fico me perguntando por que ele gostava de passar tanto tempo conosco. Ele tinha outros amigos. Amigos homens. Demi dizia que era porque ele queria ficar comigo, mas nunca achei que isso fosse verdade.

Mal posso esperar para vê-los. Preciso conversar com Demi sobre Alfonso, sobre o que está acontecendo, e toda aquela história de Christopher. Há muita coisa a ser dita, e eu, sem dúvida, preciso dos conselhos dela, já que eu não sei direito o que está se passando na cabeça de Alfonso. Antes mesmo de eles chegarem, já me sinto triste, pois eles só vão ficar dois dias.

Pedi a uma das mulheres da recepção para reservar para mim alguns daqueles colares de flores típicos; enrosco-os no braço após estacionar no aeroporto. São feitos de jasmim, e instantaneamente sou transportada de volta àquele jantar com Alfonso. Mas prefiro evitar esses pensamentos. Este fim de semana era só de Demi e Nick.

Espero por eles no andar de baixo, perto da esteira de bagagens. O aeroporto de Maui é pequeno, e todos se enfileiram para pegar o mesmo lance de escadas.

Primeiro vejo Demi. Sapatilhas de balé de couro vermelho, short jeans, uma blusinha florida de manga longa e, finalmente, seus cabelos loiros angelicais.

— Dulce! — ela grita.

Ela acena, empolgada, e dá um cutucão em Nick, que está ao lado dela; ele se vira e sorri.

Demi desce correndo as escadas e pula nos meus braços. Eu a seguro e a abraço com força.

— Você está magrinha demais — ela diz, embaixo do meu cabelo.

— Todo mundo come sushi por aqui — explico.

Afasto-me dela, e Nick acaba de se aproximar de nós. Por um instante, ficamos na dúvida sobre o que fazer, mas Demi revira os olhos e o puxa até estarmos os três juntos — rostos pressionados, braços entrelaçados. Como sempre fizemos.

— Você está de brincadeira — diz Demi, jogando os sapatos para longe no corredor do meu chalé. — Isto é tudo seu?

Nick está em uma luta desigual contra as malas. Demi confessou no carro que foi difícil convencê-lo a entrar no avião, mas ela o lembrou de que o voo ocorreria, estando ele lá dentro ou não, então ele cedeu.

— Aqui é incrível — diz Nick.

Ele coloca as malas no chão e segue Demi até a sala. Ela abre rapidamente a porta deslizante de vidro e caminha para a varanda.

— É verdade — respondo. — É bem legal.

— Uma piña colada, por favor — diz Demi.

Eu a vejo se debruçar sobre a balaustrada, sentindo no rosto a brisa do mar.

Eu rio e Nick se vira para mim.

— É bom ver você — ele admite.

Olho para ele; seu traje é o de sempre: camiseta azul e jeans. Aqui na minha frente, parece que estou vendo um garotinho — toda a nossa história juntos. Ando até ele e passo os braços em volta de seu pescoço. Seus braços se fecham ao meu redor. Ele é tão menor que Alfonso(Rainer), e minha cabeça se encaixa direitinho no seu ombro.

— Também senti sua falta — ele continua.

Eu me afasto e vejo alguma coisa em seu rosto. Hesitação, talvez.

— Está tudo bem?

Nick acena com a cabeça.

— Está, sim. Olha só, eu queria conversar com você sobre uma coisa.

Ele olha para onde Demi ainda está tomando sol no rosto, com a cabeça tombada para trás.

— O que houve? — pergunto. Sento-me em um dos bancos próximos ao balcão e gesticulo para que ele faça o mesmo, mas ele continua de pé, com as mãos nos bolsos.

— Desde que você foi embora... — Ele olha para mim e eu percebo seu olho direito tremelicando. Isso sempre acontece quando ele fica nervoso.

— Ei, sou eu — eu digo. — Nick, você pode me falar o que quiser.

Tenho o pressentimento de que ele vai me contar o que eu suspeitava — que, desde que eu saí de casa, ele não vê muito mais a Demi. Que as coisas não são mais como antes, e eu sinto a culpa começar a brotar em meu estômago.

Ele assente com a cabeça.

— Eu sei. É que...

De repente, a campainha do chalé toca. Solto o ar pelos lábios.

— Desculpe — eu digo. — Espere um segundo.

Vou até a entrada e lá está Jessica. Ela está exaltadíssima. Começa a falar antes mesmo de eu abrir a porta.

— Você está atrasada — ela diz.

Olho para o relógio: onze da manhã.

— Só tenho que estar no set às duas.

Ela enfia um papel na minha cara.

— Mudança de agenda. Você provavelmente não viu. Vamos andando. Agora.