Fanfic: Famoso Apaixonado- Triangulo Amoroso (finalizada/adaptada) | Tema: Dulce, Alfonso, Christopher

Os braços de Alfonso, felizmente, se afrouxam ao meu redor e ele me dá um beijo no rosto antes de me deixar ir.

Estico o pescoço para olhar novamente para a porta, mas Jordan não está mais lá. Até agora, não conversamos muito sobre Jordan ter entrado para o elenco, mas eu sei que Alfonso vai aguentar. Ele tem que aguentar.

Wyatt vem caminhando em nossa direção. Ele me olha de um jeito que agora faz sentido para mim: Deixem seus assuntos pessoais nos chalés.

Dou um passo para me afastar de Alfonso, e Wyatt vira para a esquerda, para a mesa do café, assim que Sandy vem voando até nós. “Voando” é a melhor maneira de descrevê-la, porque ela está usando calça e blusa de seda na cor marfim, o que a faz parecer estar flutuando. Não são nem seis da manhã. Fico meio envergonhada, pensando no ninho de rato que está o meu cabelo. Ainda nem tirei o capuz.

— Eu não sabia que você viria — diz Alfonso. Um grande sorriso brota no rosto dele quando os dois se abraçam.

Sandy passou as últimas semanas em Los Angeles.

— Só para esclarecer, eu voltei por causa do sol. — Alfonso balança a cabeça e Sandy pisca para mim. — Como andam as filmagens, DC?

— Muito boas — respondo. — Aprendendo muito.

— Eufemismo do ano. — Ela se vira novamente para Alfonso. — Você está magro demais, garoto. Tem comido direito?

— Ele fica bem sem camisa — brinca Wyatt, entregando uma xícara de café a Sandy.

Ele sorri para ela, um acontecimento incrivelmente raro, e ela retribui.

— Você sabe que eu não tomo esse negócio.

Ela mexe o nariz de um lado para o outro, isso me lembra Demi. Fico me perguntando o que ela estaria fazendo. São oito e meia em Portland. O voo deles saiu às quatro da manhã, eu acho. Ela deve estar na escola. Primeira aula.

No ano passado, eu e Demi tínhamos aula de artes juntas. No início do semestre, nós convencemos a Srta. Delancey de que estávamos trabalhando em uma instalação artística para o nosso projeto final. Levávamos telas enormes para o campo dos fundos e nos deitávamos em cima delas, olhando para o céu. Basicamente tomamos muita chuva, mas nem ligávamos. Ficávamos deitadas, às vezes conversando, às vezes não, até o sinal tocar. No fim do semestre, as telas tinham todo tipo de mancha de grama, terra e água. Eu tinha certeza de que seríamos reprovadas, mas Demi nos fez virá-las ao contrário. Acabamos tirando A menos. A Srta. Delancey chamou nosso trabalho de “inovador e provocativo”.

Wyatt vira os ombros para a entrada.

— Onde está Christopher?

Alfonso bufa tão alto que acho que deve ter sido involuntário, e vejo Sandy olhar séria para ele. Um olhar que parece dizer comporte-se.

Wyatt o ignora e anda até Sandy.

— Venha comigo. Quero passar uma coisa com você.

Sandy concorda e Wyatt pega uma prancheta. Ele sempre tem um caderninho consigo. Lista de filmagem, lista de cenas, lista de chamada etc.

— Vocês têm até o meio-dia para esse negócio da Scene — continua ele, balançando a prancheta. — Depois vamos filmar.

— O sucesso não o deixou mais bonzinho, né? — brinca Sandy.

Ela sorri e eu vejo pequenas linhas em volta de seus olhos, como marcas de lápis em uma folha. Fico me perguntando há quanto tempo eles se conhecem, e como se conheceram. Parece haver uma história entre esses dois.

— Ainda não.

Wyatt olha para ela, e pela primeira vez me dou conta do quão pouco o conheço. Eu sei que ele não é casado nem tinha filhos, mas será que tem namorada? Será que mora em Los Angeles quando não está filmando? Como era a sua vida antes daqui? Eu sempre soube que ele tinha a reputação de ser daquele jeito — durão. Mas será que ele é sempre desse mesmo jeito? É difícil imaginá-lo de outra forma, mas vi algo diferente nele no teste de química com Jordan. Vi o quanto ele ama o que faz. Que ele faria o que fosse preciso para dar certo.

Um grupo de pessoas que não reconheço se junta no canto da tenda. A equipe da Scene. Ouço alguma coisa sobre eles quererem fazer uma visita aos bastidores antes da nossa sessão de fotos. Christopher está ao lado deles. Ele diz alguma coisa, e uma das mulheres acena atentamente com a cabeça. Ela deixa as pontas dos dedos tocarem brevemente o braço de Christopher.

Wyatt e Sandy desaparecem, e Alfonso está conversando com Jessica, que acabou de chegar, com um suco de laranja nas mãos.

— A Urth Caffé faz entregas? — Eu o ouço perguntar a ela.

Ela sorri e Alfonso dá um beijo em seu rosto. Ele é uma graça.

Logo em seguida, Lillianna chega. Ela me olha de cima a baixo e declara em voz alta:

— Ah, meu anjo. Se eu visse você desse jeito, não a vestiria como uma lata de sopa.

Eu nunca admitiria isso em público, mas meu filme preferido não é Casablanca. Também não é Laranja Mecânica. É, na verdade, Ela é Demais. Sabe aquele em que o Freddie Prinze Jr. se apaixona pela nerd da escola? Não é nenhum Hitchcock, mas eu amo. Minha cena predileta é aquela em que o personagem principal está esperando na frente da casa dela, pouco antes do baile da escola, e ela desce as escadas totalmente transformada. De repente, ela fica linda.

Não são oito da manhã quando entro pela porta do estúdio. Porém, ao fazê-lo, sinto como se estivesse em um filme. Não atuando em um, mas dentro de um. As cabeças das pessoas se viram quando entro. Alfonso e Christopher olham para mim como se nenhum dos dois me conhecesse.

Alfonso é o primeiro a se virar, e eu vejo seu sorriso largo, quase rindo. Sua boca, na verdade, está aberta. Ele está boquiaberto por minha causa. Algo me agita por dentro. É ótimo ser observada dessa maneira, desejada até. Sinto seu olhar. A forma como ele me encara — pesadamente, intensamente. O jeito como seus olhos percorrem meus ombros e sobem até meus olhos, como se estivesse procurando alguma coisa. Como se eu tivesse algo que ele quisesse. Então ele assobia, e Christopher se vira.

Sabe como, quando você está tirando uma foto, o obturador trava e a imagem fica congelada? Minha imagem de Christopher fica retida no visor. Eu o vejo engolir em seco, seu pomo de Adão se movendo. Olho para suas mãos ao longo do corpo. Seus punhos se abrindo e fechando. Logo seus olhos se encontram com os meus, e eu reconheço a expressão que ele me lançou lá na praia. Seus olhos negros parecem feitos de vidro. Parece que, se ele olhar com intensidade o bastante, por tempo suficiente, ele pode me cortar em duas.

— Está quente aqui — murmuro.

Ninguém me ouve.

Normalmente as celebridades trazem seus próprios cabeleireiros e maquiadores para as sessões de fotos, mas, já que eu ainda sou nova nesse meio e estamos no set de filmagens, Lillianna os substituiu. E meu look não pode estar mais distante dos cachos suaves e ondulados e da maquiagem rosada de Roberta. Agora meus olhos estão levemente esfumaçados, destacados por delineador preto e por uma sombra dourada que cuja poeira fina desce até as bochechas. Ela, de alguma maneira, deixou meu cabelo com o ondulado perfeito. Os cachos balançam conforme eu ando. Como se estivessem dançando.

Meu vestido é preto e de renda, com alças finas e um cinto. Está tão apertado e curto que estou com medo de mexer os braços.

Salto plataforma de doze centímetros.

Batom vermelho.

Eu me sinto... linda. Gostosa, até. Do jeito que eu sempre imaginei que as animadoras de torcida da Portland High se sentiam quando elas abriam os jogos de futebol americano. Como se valesse a pena vê-las ali. Como se valesse a pena que Alfonso Herrera e Christopher Uckermann me vissem.

— Caramba — exclama Alfonso.

Caminho até ele, a equipe da Scene separando-o de Christopher. Enquanto eu estava me arrumando, um imenso estúdio foi armado lá dentro. Papéis com pontos grandes e pretos estão por toda parte — colados no chão e nas paredes. Bexigas vermelhas flutuam em volta de máquinas antigas de fliperama, e doces gigantes de alcaçuz estão dispostos em grandes barris cor-de-rosa. Sinto como se estivesse na fábrica de chocolate de Willy Wonka. Tenho que admitir: é maravilhoso.

— Isso é comestível? — pergunto a Sandy, apontando para os doces de alcaçuz.

— Mais ou menos — ela responde. — Eu não recomendaria.

Alfonso coloca a mão nas minhas costas de novo. Eu me viro para encará-lo.

— É sério — sussurra ele. — Você está absurdamente sexy. — Ele baixa os lábios até meu ouvido. — Está me deixando louco aqui.

— É mesmo? — provoco.

As pontas dos meus dedos estão formigando e dormentes ao mesmo tempo. Não tenho ideia do que está acontecendo entre nós, mas tenho certeza de que estamos flertando. Sei que não é coisa de amigos. Também não é uma relação profissional. Não mais, pelo menos.

— Sim — ele diz, acenando com a cabeça perto da minha. — Você está incrível.

Não sei se é a maquiagem, ou o cabelo, ou o fato de eu estar me sentindo, de fato, uma estrela de cinema, no set do que a People havia acabado de chamar de “a produção mais atraente desde o verão”, mas eu quero me enroscar no pescoço dele. Quero beijá-lo ali mesmo.

Alfonso está usando uma camisa quadriculada vermelha e branca aberta na gola, e uma calça jeans escura. Está atraente demais. Ao dar um passo para trás, aproveito para apreciar a vista.

Ele sorri para mim.

— Como está se sentindo?

— Bem — respondo, gesticulando com a cabeça. Não deixa de ser verdade.

— Primeira matéria oficial de revista — ele diz.

— Não a sua.

Deixo minha mão passear por sua gola. Finjo tirar um pedaço de fio solto, mas não há nada lá. Eu só queria estar mais perto dele.

Alfonso cobre minha mão com a sua. Está quente. Isso faz o resto do estúdio ficar um pouco confuso.

— Somos apenas coadjuvantes — ele diz. — Toda essa parafernália é para você.

Abro a boca, mas as palavras não saem. Ele não tira os olhos de mim, e sua expressão me faz sentir nervosa, excitada e totalmente protegida, tudo de uma só vez. Como se ele não fosse deixar nada acontecer comigo. Nesta sessão de fotos, neste set ou em qualquer outro lugar.

A equipe da Scene se separa, então Christopher aparece. Ele está usando calça e camisa pretas, com uma gravata roxa afrouxada. Um vestígio de barba por fazer.

Meu coração acelera, como se estivesse pulando uma batida, e aquele nervosismo familiar começa a voltar com tudo. Esforço-me para não me concentrar em Christopher. Toda vez que o faço, meu estômago se contorce. Ele me faz sentir instável. Esta é a segunda vez que nos encontramos e sua presença já me perturba. Não quero ficar distraída agora. Quero continuar perto de Alfonso. Quero que ele continue a falar o que acha de mim.