Fanfic: Famoso Apaixonado- Triangulo Amoroso (finalizada/adaptada) | Tema: Dulce, Alfonso, Christopher

Lá pelas três da tarde, estamos prontos para nos dirigirmos ao “TCL Chinese Theatre”. Já participei de uma rodada de entrevistas solo, e foram muito boas. Consigo não abrir a matraca para ninguém. Correu tudo às mil maravilhas.

Estou usando um vestido preto e um sapato de salto alto nude com pequenas fivelas laranja. Meu cabelo está alisado, e minha maquiagem tem tons neutros, mas adultos. Eu me sinto alinhada e sofisticada. Pelo menos por fora.

Tawny me conduz pelo corredor, e, lá no fim, para dentro de um elevador. Vamos ao primeiro andar e eu a sigo até a sala de conferências.

Meu coração bate num ritmo constante, junto com meus saltos no mármore: tum-tum, tum-tum.

Atuar é uma coisa; ter que responder todas aquelas perguntas na frente de centenas de pessoas é aterrorizante. Meu rosto deve ter ficado verde. Não consegui comer nada além de uma maçã o dia todo, e meu estômago está, ao mesmo tempo, enjoado e com fome. Não é uma combinação muito boa, mas ao menos pude entender como as estrelas de Hollywood conseguem ficar tão magras. Não é dieta. É medo.

Alfonso está parado perto das portas duplas de uma suíte. Ele está usando calça e camisa pretas, e seu cabelo está mais curto do que da última vez que o vi, aparado meticulosamente nas laterais. Ele sorri quando me avista, mostrando suas covinhas.

— Oi, linda — ele diz. Meu pulso acelera. Não consigo saber se é empolgação por vê-lo ou terror pelo que eu tenho que fazer, e, por um instante, me pergunto se estou prestes a tomar a decisão certa. Eu quero me jogar no sorriso largo de Alfonso e em seus braços acolhedores.

Caminho até ele e lhe dou um abraço. Seu cheiro é exatamente como eu me lembrava, e eu fecho os olhos ao encostar nele. Quente. Seguro. Respiro fundo. Vou me concentrar no que tenho que fazer.

Tawny para do meu lado.

— Prazer, Alfonso — ele diz, mantendo uma mão na minha cintura e estendendo a outra para Tawny. — Você poderia me trazer um refrigerante, por favor?

Sua testa e boca se contraem ao mesmo tempo, mas ela sai andando pelo corredor, deixando-nos mais ou menos sozinhos. Ele sorri para mim.

— Enfim, sós — ele diz, mas não muito galanteador. Acho que deve estar tão nervoso quanto eu.

— Oi — cumprimento. Eu me desvencilho dele para nos olharmos de frente.

— Tudo bem? — ele pergunta.

— Tudo — respondo. — Eu acho. E você?

Alfobso sorri.

— Mais ou menos igual. Como foi na sua casa?

Aceno com a cabeça.

— Foi muito bom voltar para casa, na verdade. Minha irmã vai se casar.

O rosto dele abre um sorriso largo. Suas covinhas ficam bem à mostra.

— É mesmo? Que ótimo!

— É verdade.

Ele olha para mim por um instante. Nenhum de nós pisca, e, de repente, a pergunta está ali, bem entre nós.

— Senti sua falta — ele admite.

— Eu sei — falo, sugando o lábio inferior. — Também senti a sua.

É verdade, eu senti. Senti muito a falta dele. O jeito como ele me fazia sentir, como se tudo fosse dar certo. Que, contanto que ele estivesse ao meu lado, tudo ficaria bem.

Ele põe um dedo sob meu queixo e inclina meu rosto para cima. Seus olhos procuram os meus. Estão brilhantes, com tanta esperança que fazem meu coração doer.

— É isso o que você quer? — ele pergunta.

Antes que eu tenha tempo de responder, algumas vozes começam a surgir do outro lado da porta que está ao nosso lado. Tão altas que nos fazem pular.

— Não ouse colocá-la no meio disso — grita uma voz. É Christopher.

— Fale baixo. Isto aqui é um negócio.

— Porra nenhuma — responde Christopher.

Alfonso e eu nos entreolhamos. Pela maneira como seus olhos se voltam para a porta e se arregalam, dá para perceber que eu estava certa. A outra pessoa na sala ao lado é o pai dele, Greg Herrera.

— Isso não diz respeito a você.

— Ela diz respeito a mim, sim — diz Christopher.

— Ah, eu sei bem disso.

De quem eles estão falando? Anahí? Foi quando eu ouvi. Nós dois ouvimos.

Greg continua:

— Quem Alfonso namora é problema dele. Eu vou ficar de fora dessa vez.

Posso ver os punhos de Alfonso se fechando. Ele fez um movimento em direção à porta, e eu ponho a mão em seu braço para impedi-lo.

— Como você fez? Não me diga que não está animadíssimo para vê-los de mãos dadas na capa de todas as revistas. Você me dá nojo.

Ouço Greg rir. Sinto como se cada uma de minhas vértebras fosse um cubo de gelo.

— Ah, voltamos àquele assunto, não é? Você acha que eu sempre tenho segundas intenções.

Christopher grita:

— Eu sei que tem.

— E você não? Você aceitou o papel, Christopher. Ninguém o forçou. Você sabia de tudo o que tinha acontecido com Anahí, você me odiou por aquilo, e mesmo assim aceitou o papel que eu lhe dei. — Há um silêncio, e então: — Todos nós jogamos o mesmo jogo, Uckermann.

Ouço um pouco de agitação, uma gaveta se abrindo e fechando. Observo o rosto de Alfonso, uma mistura de raiva e confusão.

— Então é isso? Você só me deu aquele papel para calar a minha boca?

— Você é um bom ator — diz Greg. — Seria sábio da sua parte se parasse de fazer tantas perguntas.

Sinto o corpo de Alfonso pender para frente, e, no segundo seguinte, a porta se abre. Greg entra caminhando lentamente, olhando de maneira calma e centrada. Até ver Alfonso. Imediatamente, seu rosto desaba, como um paraquedista à beira de um penhasco.

— O que está fazendo aqui? — ele se exalta. — Vocês deveriam estar respondendo perguntas.

Alfonso inspira fundo.

— O que você quis dizer sobre Anahí — ele diz. Mas não foi uma pergunta. Nem perto disso.

Greg sorri.

— Do que está falando?

— Ela estava falando a verdade, não estava? — A voz de Alfonso fica alta, com raiva. — Ela estava certa sobre você.

Christopher se aproxima da entrada da porta. Tento manter os olhos voltados para Alfonso. Eu não posso olhar para Christopher, não agora. Tenho muito medo do que estou prestes a fazer.

A bochecha de Greg treme, e eu vejo seu olho vibrar levemente.

— Vamos conversar sobre isso em particular — ele propõe.

Percebo, com o canto do olho, a presença de um repórter sensacionalista. Alfonso também percebe, mas não hesita. Ele continua.

— Não, pai. Quero conversar sobre isso agora. Você me disse que ela estava maluca. — A voz dele fica grossa, seca. — Eu acreditei em você. Acreditei em tudo o que você me disse, e foi tudo mentira.

Posso sentir o olhar de Christopher em mim, depois em Alfonso. Alfonso olha para Christopher.

— Pode falar — Alfonso pede a ele. Seus olhos estão descontrolados. Parece quase um monstro. — Diga que meu pai tentou dormir com Anahí, minha namorada de dezoito anos.

Christopher assente lentamente.

— É verdade — ele diz.

O repórter sai rabiscando freneticamente. Os olhos de Greg estão tão ferventes que parecem que vão entrar em combustão.