Fanfic: WOLF BLOOD MC - A Perdição do Anjo | Tema: Lobisomens, Motoqueiros, Sobrenatural

  20 anos depois...

  Acordei com o som incessante do meu celular tocando. Me estiquei para pegá-lo na escrivaninha ao meu lado e algo me impediu. Tinha um braço rodeando a minha cintura. Que diabos? Tentei tirar a porra do braço de volta de mim e peguei meu celular com o nome Victor piscando na tela.

-Bom dia para a mãe mais linda do mundo. – O tom dele era animado demais.

-Bom dia de cu é rola, Victor. O que você quer?

-Meu Deus, pelo visto a reunião com o Senador não foi boa, certo?

-A reunião foi ótima. Mas depois eu me estressei e arranjei um cara qualquer no bar do hotel que o Senador estava. – Olhei para o cara dormindo ao meu lado. – Bonito, mas transa mal. Estou mal-humorada. Mal vejo a hora de voltar para os meus queridos Betas.

-Credo. – Ele fez um sono de nojo. – Eu sei da sua reputação, mas mesmo assim. Eu sou seu filho, não preciso saber dessas coisas que você faz não.

-Ah tá bom, e você é o inocente? Me poupe, Victor. Onde está a sua irmã?

-Provavelmente dando para alguém. Enquanto essa garota não achar o elsker dela não vai aquietar.

-Duvido que ela aquiete mesmo assim. Provavelmente vai ser o mesmo fogo, porém com um cara só.

  Ele riu no telefone.

-Você volta hoje, certo? Estou com saudades.

  Eu me derreti. Se algum dos meus Betas me visse agora, eu seria zoada pelo resto da vida. Mas não adiantava, mesmo com quase 20 anos, meus filhos ainda eram bem carinhosos comigo. Claro que só quando estávamos sozinhos. Eles não seriam loucos de ficarem fofos em frente ao clube, até por que eles mesmos têm suas próprias reputações a zelar.

-Sim, vou me arrumar para pegar a estrada. Chego aí na sede lá pela hora do almoço. Mande Cooker deixar meu almoço pronto. – Senti o cara se mexer ao meu lado. – Tenho que ir, meu amor. Eu te amo, certo?

-Também te amo, mãe. Beijos.

  Ele desligou. Tinha alguma coisa errada com ele. Eu senti. Vou conversar com ele quando chegar. Provavelmente é apenas a pressão de estar chegando o dia do Ritual da Imortalidade, que para um Misto como ele, era bem importante. Não tinha dúvidas com Lily, sabia que ela escolheria ser uma lobisomem, ela sempre explorou essa parte dela e... enfim.

  Um Misto era a mistura de lobisomem e feiticeiro. Eles eram extremamente raros, quase extintos. O problema é que após o ritual, eles teriam que escolher uma parte deles. Lily tem o poder da cura, apesar de não usar muito pois suga muito de sua energia com apenas uma cura simples e Victor tinha o controle dos quatro elementos. Ele gostava desse lado dele.

-Bom dia. – O cara me interrompeu e sorriu para mim. Eu revirei os olhos mentalmente. – Dormiu bem?

  Teria, se eu tivesse uma boa noite de sexo, o que não aconteceu.

-Claro, e você?

  Como era mesmo o nome dele?

-Dormi ótimo.

-Que bom, mas você tem que ir agora.

-Mas...

-Tchau. – Levantei e fui em direção ao chuveiro. – E a propósito, você não é bom de cama, e eu espero que esteja fora do meu quarto assim que eu sair do banho.

  Não esperei por uma resposta e entrei no banheiro. Sim, eu sou uma vaca. Eu mudei muito depois que saí de Los Angeles há 20 anos.

  Para resumir, me tornei Alfa de um clube de motoqueiro. Sim, não foi fácil, mas essa é a minha vida e eu fodidamente amo. Comandar, torturar os inimigos e mata-los? Eu fui feita para isso.

  Para me arrumar, coloquei Highway to Hell para tocar e eu sorri com a ironia. Coloquei minha calça de couro que deixa a minha bunda mil vezes maior, como se fosse possível, minha bunda é a maior do planeta Terra. Mentira, mas eu tenho uma bunda cheia e coxas grossas e definidas, o que deixa os homens todos babando por mim.

  Vesti minha jaqueta com o símbolo do Wolf Blood, que era uma cabeça de lobo com um coração sangrento na boca, e bem embaixo do símbolo havia a palavra Angel. A visão disso fazia as pessoas quererem vomitar, mas elas não tinham ideia do que nós lobisomens somos. Peguei minhas bandanas que dizia LA Alfa e Prez as coloquei em volta do braço. Calcei minhas botas pretas de salto alto e joguei minha bolsa nos ombros.

  Desci as escadas do clube e encarei o bar. Quando vinha para Phoenix, sempre ficava por aqui. Eu gostava de chamar esse lugar de Burlesque, por que era exatamente igual ao bar do filme. Vi Vale sentado em um sofá no canto do bar e uma de suas Vadias em seu colo. Esse aí não tem jeito.

-Angel! – Ele gritou, já bêbado a essa hora da manhã. – Ouvi que você quebrou um coração de um cara hoje.

-Não mandei ele ser tão ruim no sexo. – Eu pisquei para ele e entrei na cozinha. – Bom dia Maggie.

  Ela era uma senhora de idade quando foi transformada, e era mãe de Vale, alfa do clã de Phoenix e presidente do clube. Ela sorriu ao me ver e colocou um prato cheio de comida em minha frente.

-Vai ficar para o almoço?

-Nah! Eu tenho meus filhos para rever, esqueceu? O clube também não sobrevive por mais de dois dias sem mim. É capaz dele estar pegando fogo quando eu chegar.

-Coloca tão pouca fé em seus Betas? – Ela se sentou ao meu lado.

-Falo isso por que os conheço, Maggie. Meus Betas tem um bom coração, porém os cérebros deles são meio podres. E não me entenda mal, não estou falando que eles são burros, por que eles não são.

-Entendi. Coma! Vai ajudar na viagem.

 Quinze minutos depois eu estava saindo do clube, e avistei minha Harley parada na frente. Minha moto era a minha vida, e eu me sentia tão livre quando estava pilotando. Talvez fosse meu sangue de motoqueira.

  Cheguei a Las Vegas no começo da tarde e eu via os olhares de todos quando eu passava com a minha moto. Eu era a dona dessa cidade. Cada cassino, hotel e loja dessa porra de cidade pertenciam a mim. As pessoas curvavam a cabeça quando eu passava por elas e se eu pedisse, elas beijariam meus pés. Claro que eu não sou tão má assim.

  Estacionei minha moto na entrada do meu clube, onde Wolf Blood MC brilhava em cima por causa do sol. Franzi o cenho ao ver quatro motos diferentes ao lado. Tinha alguém no clube.

  Quando eu entrei, o cheiro de couro, sexo e alegria me encheu. Era sempre assim. Meus Betas se aproximaram e trocaram o aperto de mão do Wolf Blood.

-Angel! – Ralph bateu em minhas costas. – Senti saudades.

-Sai para lá, seu bêbado. Vai foder que é o melhor que você faz.

  Ele deu de ombros e chamou uma Vadia. Caminhei até o bar e vi Pain me jogar uma dose de tequila. Eu engoli e sorri para ele.

-Obrigada. Aconteceu alguma coisa enquanto eu estava fora?

-Não, mas vai acontecer. Você tem convidados.

-Imaginei, já que eu vi motos desconhecidas lá fora.

  Eu olhei para o vidro escuro do meu escritório. Ela no primeiro andar, porém, era visível para todos que estão no bar. Eu podia vê-los do meu escritório muito bem, mas eles não podiam me ver. Me voltei para Pain e sorri sedutoramente.

-Sabe, me decepcionei com os homens de Phoenix, quando eu sair de meu escritório, pode avisar aos outros que eu estou procurando por... Companhia?

  Ele sorriu maliciosamente e assentiu. Eu caminhei até a porta que levava a entrada de meu escritório. À medida que eu ia subindo, meu coração acelerou e minhas mãos começaram a ficar suadas. O que estava acontecendo comigo? Abri a porta e quando olhei para meus convidados, meu coração parou.

  Eles estavam ali.