Fanfic: O Contrato - Camren G!p | Tema: Camren, Romance, Amor, Drama, LaurenJauregui, CamilaCabello
LAUREN
Eu me debrucei sobre a mesa, o burburinho do restaurante lotado ficou de fundo conforme eu me esforçava para conter minha raiva. Reprimindo a vontade de gritar, mantive a voz baixa, mas a fúria foi refletida nas palavras.
— O que você disse? Tenho certeza de que não ouvi direito.
David relaxou, recostando-se na cadeira, nada preocupado com minha ira.
— Eu disse que Tyler será promovido a sócio.
Minha mão apertou o copo tão forte, que fiquei surpresa por não tê-lo quebrado.
— Era para ser a minha promoção.
Ele deu de ombros.
— As coisas mudaram.
— Eu trabalhei igual a uma retardada. Trouxe mais de nove milhões. Você me disse que, se eu superasse o ano passado, eu me tornaria sócia.
Ele acenou.
— E Tyler trouxe doze milhões.
Bati a mão na mesa, sem me importar se isso chamaria atenção para nós.
— Isso é porque o desgraçado me trapaceou e roubou meu cliente. A ideia da campanha foi minha. Ele puxou meu tapete!
— É sua palavra contra a dele, Lauren.
— Mentira. Isso é tudo mentira.
— A decisão está tomada, e a oferta foi estendida. Esforce-se mais e, quem sabe, será você no ano que vem.
— É isso?
— É isso. Vai receber um bônus generoso.
Um bônus.
Eu não queria outra merda de bônus. Queria aquela promoção. Deveria ter sido minha. Eu me levantei tão rápido que minha cadeira caiu para trás, batendo no chão e fazendo um estrondo alto. Fiquei ereta e fiz uma careta para ele.
David ergueu uma sobrancelha.
— Cuidado, Lauren. Lembre-se de que, na Anderson Inc., somos a favor do trabalho em equipe. Você ainda faz parte do time... e é uma parte importante.
Fiquei olhando para ele parado, amenizando o desejo de mandá-lo se foder.
— O time. Certo.
Balançando a cabeça, segui meu caminho. Entrei em meu escritório e bati a porta com força. Minha assistente olhou para cima, assustada, com um sanduíche pela metade na mão.
— O que foi que eu te disse sobre comer na sua mesa? — gritei.
Ela se levantou, cambaleando.
— Vo-você estava fora — ela gaguejou. — Eu estava trabalhando em algumas despesas. Pensei...
— Bom, o que quer que tenha pensado estava totalmente enganada — esticando o braço por cima de sua mesa, peguei o sanduíche ofensivo da mão dela, sorrindo com a conclusão. — Pasta de amendoim e geleia? Isso é o melhor que pode fazer com o que eles te pagam? — xinguei quando a geleia escorreu e caiu em meu terno. — Merda!
O rosto já pálido dela ficou mais branco ainda quando ela olhou para a mancha vermelha no meu terno cinza.
— Sra. Jauregui, me desculpe. Vou levar à lavanderia imediatamente.
— Pode ter certeza de que vai. Compre um sanduíche para mim enquanto estiver fora.
Ela piscou.
— E-eu pensei que a senhora tivesse almoçado...
— Mais uma vez, pensou errado. Compre um sanduíche e um café com leite desnatado, com espuma extra. Quero Dinah Jane no telefone... agora! — de forma impaciente, arranquei meu terno, esvaziando os bolsos. — Leve à lavanderia... quero-o de volta esta tarde.
Ela ficou paralisada, com a boca aberta, olhando para mim.
— Você é surda?
— Do que você gostaria primeiro?
Joguei meu terno para ela.
— Isso é seu trabalho. Descubra e faça!
Bati a porta da minha sala. Quinze minutos depois, eu estava com meu sanduíche e meu café com leite. Meu interfone tocou.
— A sra. Hansei está na linha dois.
— Tudo bem — atendi o telefone. — Dinah. Preciso me encontrar com você. Hoje.
— Eu estou bem. Obrigado por perguntar, Lauren.
— Não estou no clima. Quando está disponível?
— Tenho compromisso a tarde toda.
— Cancele.
— Nem estou na cidade. O mais cedo que consigo chegar é às sete.
— Beleza. Me encontre no Finlay’s. Minha mesa de sempre — desliguei, socando o interfone. — Venha aqui.
A porta se abriu, e ela tropeçou para dentro, literalmente. Nem me preocupei em esconder o fato de ter revirado os olhos em sinal de desprezo. Nunca havia conhecido alguém tão desastrado como ela, ela tropeçava no ar. Juro que ela passava mais tempo ajoelhada do que a maioria das mulheres com quem eu saía. Esperei até ela conseguir se levantar, pegar seu caderno e achar sua caneta. Seu rosto estava ruborizado, e sua mão tremia.
— Sim, sra. Jauregui?
— Minha mesa no Finlay’s. Sete horas. Reserve. É bom meu terno estar de volta a tempo.
— Pedi urgência. E, ahn, teve uma taxa extra.
Ergui as sobrancelhas.
— Tenho certeza de que você ficou feliz em pagá-la, considerando que foi sua culpa.
Seu rosto se escureceu ainda mais, porém ela não discutiu comigo.
— Vou pegá-lo em uma hora.
Acenei; não me importava quando ela ia reavê-lo, contanto que estivesse em meu poder antes de sair.
— Sra. Jauregui?
— O quê?
— Preciso sair às quatro hoje. Tenho um compromisso. Enviei um e-mail a senhora na semana passada sobre isso.
Tamborilei os dedos na mesa enquanto a observava. Minha assistente, Camila Cabello, o fim da minha existência. Fiz de tudo para me livrar dela, mas nunca tive sorte. Não importava que tarefa eu lhe dava, ela a realizava. Lidava sem reclamar com toda função degradante.
Pegar minha roupa limpa? Feito. Certificar-se de que meu banheiro particular estava abastecido com meus artigos de higiene pessoal favoritos e minhas camisinhas? Sem falhas. Limpar e colocar em ordem alfabética minha enorme coleção de CDs depois que decidi trazê-la para o escritório? Feito, ela até encaixotou todos os CDs quando eu “mudei de ideia” e os levei de volta para casa, sem manchas e em ordem. Não saiu uma reclamação de seus lábios. Enviar flores e um cartão com mensagem para quem quer que eu tivesse dado o fora naquele mês ou semana? Sim.
Ela estava no escritório todos os dias sem falta, nunca chegara atrasada. Raramente saía do escritório a não ser que fosse para realizar uma tarefa para mim ou ir rapidamente à sala de descanso para comer um de seus lanches ridículos trazidos de casa, já que eu a proibi de comer em sua mesa. Ela mantinha meu calendário e meus contatos perfeitamente organizados, meus arquivos arrumados na cor exata de que eu gostava e selecionava minhas ligações, certificando-se de que minhas muitas ex não me incomodassem. Parecia que todos gostavam dela, que ela nunca esquecia o aniversário de ninguém e fazia os cookies mais deliciosos do mundo, os quais compartilhava de vez em quando. Ela era perfeita.
Eu não a suportava.
Ela era tudo que eu detestava em uma mulher. Pequena e delicada, com cabelos e olhos castanhos, vestia-se com terninhos e saias simples, elegantes, limpos e nada atraentes. Seu cabelo estava sempre preso em um coque, ela não usava joias e, pelo que eu via, nem maquiagem. Não era nem um pouco sexy e não tinha autoestima suficiente para fazer algo a fim de mudar isso. Dócil e tímida, era fácil de passar por cima dela. Nunca retrucava, aguentava qualquer coisa que eu falasse para ela e nunca respondia de forma negativa. Eu gostava de mulheres fortes e com atitude, não um capacho como a srta. Cabello.
No entanto, eu continuava com ela.
— Tudo bem. Não se acostume, srta. Cabello.
Por um segundo, pensei ver seus olhos se arregalarem, mas ela simplesmente assentiu.
— Vou pegar seu terno e deixá-lo em seu armário. Sua teleconferência das duas horas está preparada e a senhora tem uma reunião às três e meia — ela indicou os arquivos na beirada de sua mesa. — Suas anotações estão todas aqui.
— Minhas despesas?
— Vou terminá-las e levar para a senhora assinar.
— Tudo bem. Pode ir.
Ela parou na porta.
— Tenha uma boa noite, sra. Jauregui.
Não me incomodei em responder.
Autor(a): Asukamaia
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
LAUREN Dinah bebeu seu uísque, olhando para mim por cima do copo. — Concordo que deve ser ruim, Lauren. Mas o que quer que eu faça em relação a isso? — Quero outro emprego. É isso que você faz. Arranje um emprego para mim. Ela riu de forma seca, colocando o copo na mesa. &md ...
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