Fanfics Brasil - Capítulo 06 O Contrato - Camren G!p

Fanfic: O Contrato - Camren G!p | Tema: Camren, Romance, Amor, Drama, LaurenJauregui, CamilaCabello


Capítulo: Capítulo 06

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CAMILA 


— Não entendo — murmurei no telefone, tentando permanecer calma. — Não recebi nenhum recado sobre esse aumento. 


— Eu sei, srta. Cabello. Só recebemos as instruções há dois dias, e é por isso que estou ligando para informar da mudança. 


Engoli o nó em minha garganta. Quatrocentos dólares a mais por mês. Eu precisava pagar quatrocentos dólares a mais. 


— Você me ouviu, srta. Cabello? 


— Desculpe... Poderia repetir? 


— Eu disse que a nova taxa começará a ser cobrada no dia primeiro. 


Olhei para o calendário. Era daqui a duas semanas. 


— Isso é legal? 


A mulher no telefone suspirou, compreendendo. 


— É uma instituição privada, srta. Cabello. Uma das melhores da cidade, mas têm suas próprias regras. Há outros lugares onde você pode procurar para mudar sua tia, uns que são administrados pelo governo com taxas fixas. 


— Não — insisti. — Não quero fazer isso. Ela está muito bem cuidada e adaptada. 


— Os funcionários são os melhores. Há outros quartos, semi-particulares, nos quais você poderia colocá-la. 


Esfreguei minha cabeça com frustração. Aqueles quartos não tinham uma vista do jardim, ou um espaço para os cavaletes e os livros de arte de Penny. Ela ficaria muito infeliz e perdida. Eu precisava mantê-la no quarto particular, independentemente do quanto custasse. 


A Sra. Jauregui entrou no escritório, olhando para mim. Hesitei antes de dizer alguma coisa, incerta se ela iria parar, mas ela continuou andando e entrou em sua sala, fechando a porta com um clique discreto. Ela não me vira, não que o fizesse normalmente, a menos que fosse para gritar ou xingar, então eu só poderia presumir que a ligação estranha que ela fez tivesse sido aceitável. 


— Srta. Cabello? 


— Desculpe. Estou no trabalho, e minha chefe chegou. 


— Você tem mais alguma pergunta? 


Eu queria gritar para ela e dizer: Sim! De onde acha que posso tirar mais quatrocentos dólares para dar a você? Mas eu sabia que seria inútil. Ela trabalhava no departamento de contabilidade; não participava das decisões. 


— No momento, não. 


— Você tem nosso número. 


— Sim, obrigada. — Desliguei. Eles certamente tinham o meu número. 


Olhei para minha mesa e minha mente foi longe por um instante. Eles me pagavam bem na Anderson Inc., eu era uma das assistentes pessoais mais bem pagas porque trabalhava para a Sra. Jauregui. Era horrível trabalhar com ela, seu desgosto por mim era óbvio. No entanto, eu o fazia porque me dava dinheiro extra, o que ia tudo para Penny Johnson. 


Passei o dedo na beirada do mata-borrão que eu mantinha na minha mesa. Já morava no lugar mais barato que pude encontrar. Cortava meu próprio cabelo, comprava minhas roupas em lojas de segunda mão, e minha dieta consistia em miojo e muita pasta de amendoim barata e geleia. Não reclamava de nada, usando toda oportunidade para economizar um pouco. Café era grátis no 
escritório, e sempre havia muffins e cookies. A empresa pagava meu celular e, quando estava calor, eu ia e voltava andando do trabalho, para economizar a tarifa do ônibus. 


De vez em quando, usava a cozinha em casa para assar cookies com os moradores e trazia um pouco para o trabalho para dividir. Era minha forma silenciosa de recompensar pelas comidas que eu roubava. Se houvesse uma despesa inesperada, havia dias em que eu só podia comer aqueles cookies e muffins. Verificava se tinha algum na sala de descanso antes de eu sair à noite que pudesse colocar no freezer do meu apartamento. 


Pisquei para evitar as lágrimas que estavam se formando. Como eu iria conseguir mais quatrocentos dólares por mês? Eu já vivia de salário em salário. Sabia que não podia pedir aumento. Eu teria de conseguir um segundo emprego, o que significava menos tempo para gastar com Penny. A porta para o lado de fora se abriu e David entrou, sua expressão estava raivosa. 


— Ela já chegou? 


— Sim. 


— Está com alguém? 


— Não, senhor. — Peguei o telefone, surpresa quando a Sra. Jauregui não atendeu. 


— Onde ela estava? — ele perguntou. 


— Como eu disse esta manhã, ela não me contou. Disse que era pessoal, então não era minha função perguntar. 


Ele olhou bravo para mim, seus olhos estreitos quase desaparecendo. 


— É a minha empresa, mocinha. Tudo que acontece aqui é da minha conta. Da próxima vez, pergunte. Entendeu? 


Mordi a língua para não mandá-lo se foder. Em vez disso, assenti, aliviada quando ele marchou e passou por mim, batendo a porta do escritório da Sra. Jauregui. Suspirei. Aquela porta batia tanto que eu tinha de fazer manutenção nela quase todo mês. Alguns minutos depois, David bateu de novo, saindo xingando baixinho. Eu o observei sair, uma sensação ansiosa se formou em meu estômago. Se ele estava de mau humor, significava que a Sra. Jauregui estava de mau humor. E isso significava apenas uma coisa: logo ela estaria gritando comigo por algum erro que ela pensava que eu cometera hoje. 


Baixei a cabeça. Eu detestava minha vida. Detestava ser uma assistente pessoal. Principalmente a assistente pessoal da Sra. Jauregui. Eu nunca havia conhecido ninguém tão cruel. Nada que eu fazia era suficiente, certamente insuficiente para receber um agradecimento ou um sorriso forçado. Na verdade, eu tinha certeza de que ela nunca sorrira para mim no ano todo em que trabalhava para ela. Eu conseguia me lembrar do dia em que David me convocou para seu escritório. 


— Mila — ele olhou firme para mim — como você sabe, Lee Stevens está saindo. Vou realocá-la a outro representante, Lauren Jauregui. 


— Oh. — Eu ouvira histórias terríveis sobre Lauren Jauregui e seu temperamento, e estava nervosa. Ela demitia as assistentes pessoais rapidamente. No entanto, realocação era melhor do que nenhum emprego. Eu tinha, finalmente, encontrado um lugar para Penny em que ela era feliz, e não queria tirar isso dela. 


— O salário é maior do que ganha agora e do que o das outras assistentes pessoais. — Ele se referia a mim como se parecesse um ótimo aumento, mas aquela quantia significava que eu podia dar a Penny seu próprio quarto. 


Certamente, a Sra. Jauregui não poderia ser tão ruim assim. Como eu estava enganada. Ela tornava minha vida um inferno, e eu aguentava, porque não tinha outra opção. Ainda não. 


Meu interfone tocou, e estabilizei meus nervos. 


— Sra. Jauregui? 


— Preciso de um café, srta. Cabello. 


— Mais alguma coisa, senhora? 


— Alguns minutos de seu tempo. 


Fechei os olhos, pensando no que iria acontecer. 


— Agora mesmo. 


Carregando seu café, aproximei-me de seu escritório tremendo. Bati, entrei só quando ela me autorizou a entrar. Seus comentários grosseiros foram falados por dias por causa daquela infração. Certifiquei-me de que minha mão tremia conforme eu colocava o café diante dela e preparava meu caderno, esperando as instruções dela. 


— Sente-se, srta. Cabello. 


Meu coração martelava. Ela finalmente convenceu David a deixá-la me demitir? Eu sabia que ela estava tentando fazer isso desde a primeira semana em que trabalhei para ela. Tentei manter minha respiração regular. Eu não podia perder aquele emprego. Precisava dele. Sentei-me antes de minhas pernas cederem e limpei minha garganta. 


— Há algum problema, Sra. Jauregui? 


Ela mexeu o dedo no espaço entre nós. 


— O que discutirmos neste escritório, confio que permanecerá confidencial. 


— Sim, senhora. 


Ela assentiu e pegou sua caneca, tomando a bebida em silêncio. 


— Preciso falar com você sobre uma questão pessoal. 


Fiquei confusa. Ela nunca falava comigo sobre nada a não ser gritar suas ordens. 


— Tudo bem? 


Ela olhou em volta, parecendo incomumente nervosa. Fiquei analisando-a enquanto ela organizava seus pensamentos. Ela era ridiculamente bonita. Alta, seios lindos, cintura fina, ela era o modelo de como fazer um terno cair bem. Estava maquiada na maior parte do tempo; apesar de às vezes, como hoje, sua maquiagem ser bem simples, o que enfatizava seus traços fortes. Ela mantinha seu cabelo escuro de lado, e comprido, fazendo com que uma parte caísse em sua testa. Uma imperfeição que só a tornava mais perfeita. Ela a colocava para trás quando estava agitada, que era a forma como agia naquele momento. Sua boca era maravilhosa, seus dentes, brancos, e seus lábios eram lindos que eu sabia que muitas mulheres os invejavam. Seus olhos verdes olharam para mim, e ela endireitou os ombros, mais uma vez no controle. 


— Preciso pedir uma coisa a você. Ao fazer isso, colocarei muita confiança em sua discrição. Preciso saber se vai honrar minha confiança. 


Pisquei para ela. Ela queria me pedir algo? Não iria me demitir? Um leve tremor de alívio passou por meu corpo, que relaxou um pouco. 


— É claro, senhora. O que eu puder fazer. 


Seus olhos travaram os meus. Eu nunca reparara como as cores de seus olhos se alternavam com a luz, uma mistura de cinza, verde e azul. Normalmente, eles estavam tão escuros com raiva, que nunca a encarei por mais de um ou dois segundos. Ela pareceu me analisar por um instante, depois assentiu. Ela pegou um de seus cartões e escreveu algo atrás, entregando a mim. 


— Preciso que vá neste endereço esta noite. Pode estar lá às sete? 


Olhei para o cartão, notando que o endereço não era longe de onde eu visitaria Penny após o trabalho. Para chegar lá às sete, no entanto, teria de ficar pouco com ela. 


— Há algum problema? — ela perguntou, sua voz sem a hostilidade comum. 


Ergui meu olhar e decidi ser honesta. 


— Tenho um compromisso depois do trabalho. Não sei se consigo chegar à sete. 


Esperei sua ira. Aguardei ela balançar a mão no ar e exigir que eu cancelasse qualquer plano e estivesse onde ela precisava que eu estivesse às sete. Fiquei surpresa quando ela só deu de ombros. 


— Sete e meia? Oito? Assim você consegue? 


— Conseguiria às sete e meia. 


— Tudo bem. Te vejo às sete e meia. — Ela se levantou, indicando que essa reunião esquisita havia acabado. — Vou me certificar de que meu porteiro saiba que você está chegando. Ele vai mandá-la direto para cima. 


Tudo o que eu podia fazer era não engasgar. Seu porteiro? Ela estava pedindo para eu ir à casa dela? 
Levantei-me, desconcertada. 


— Sra. Jauregui, está tudo bem? 


Ela me olhou com um olhar estranho. 


— Com sua colaboração, ficará, srta. Cabello. — Ela olhou para o relógio. — Agora, com licença, tenho uma reunião à uma hora. 


Ela pegou sua caneca. 


— Obrigado pelo café e por seu tempo. 


Ela me deixou olhando para ela, imaginando se eu tinha entrado em um universo alternativo. 
Nunca, em um ano que eu trabalhava para ela, ela havia agradecido. 


O que estava acontecendo? 



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Autor(a): Asukamaia

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

CAMILA  Fiquei do outro lado da rua do prédio da Sra. Jauregui, olhando para a estrutura alta. Era intimidador e emanava riqueza, todo vidro e concreto pintado agigantavam-se sobre a cidade, lembrando-me da mulher que morava lá. Fria, distante, inalcançável. Estremeci um pouco ao olhar para ele, imaginando ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • Paula Portiñon Postado em 09/05/2018 - 22:51:14

    Excelente história. Aguardando os próximos capítulos


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