Fanfic: O Contrato - Camren G!p | Tema: Camren, Romance, Amor, Drama, LaurenJauregui, CamilaCabello
LAUREN
Na manhã seguinte, ambas agimos como se não houvesse nada de diferente. A srta. Cabello me trouxe café e bagel, colocando-os cuidadosamente na mesa. Apresentou minha agenda, confirmando duas reuniões que eu tinha fora do escritório.
— Não voltarei esta tarde.
Ela pareceu confusa, verificando seu caderno.
— Você não tem nada marcado em sua agenda.
— Eu mesma marquei o compromisso. Questão pessoal. Vou direto para meu compromisso das duas depois dele. Na verdade, não voltarei esta tarde. Tire a tarde de folga.
— O que disse?
Suspirei.
— Srta. Cabello, não entende inglês? Tire a tarde de folga.
— Mas...
Encarei-a.
— Tire a tarde de folga. — Baixei a voz. — Na minha casa às sete, ok?
— Ok — ela expirou.
— Se precisar de alguma coisa, relacionada ao trabalho, me mande mensagem. Do contrário, pode esperar.
Ela assentiu.
— Entendi.
Todos sabiam que os e-mails da Anderson Inc. eram monitorados. Para não arriscar, eu tinha meu próprio celular, e só um seleto grupo de pessoas tinha o número. Eu sabia que não havia motivo para perguntar à srta. Cabello se ela tinha um, já que o dinheiro parecia limitado. Planejava corrigir isso hoje, junto com minhas outras incumbências. Não queria arriscar que David monitorasse mensagens e ligações também.
— Pode ir — dispensei-a.
Ela hesitou antes de retirar um envelope de seu bloco de anotações grosso e colocá-lo na mesa. Ela saiu sem dizer nada, fechando a porta. Dei uma mordida em meu bagel, então peguei o envelope e o abri, tirando os papéis dobrados. Era uma lista sobre ela. Coisas que ela pensou que eu deveria saber: datas pertinentes, suas cores favoritas, música, comida, gostos e desgostos em geral. Era uma boa ideia. Economizaria o tempo de conversa monótona daquela noite. Eu escreveria uma para ela depois. Dobrei de novo a lista e a coloquei no bolso de meu terno. Eu ficaria sentada em salas de espera o dia todo, teria algo com que me ocupar.
A srta. Cabello era pontual e chegou às sete horas. Abri minha porta, deixando-a entrar, peguei seu casaco e o pendurei, esse tempo todo em silêncio. Havia uma rigidez, uma formalidade, em nossas interações, que eu sabia que tinha de mudar. O problema era que eu não sabia como fazer isso. Eu a levei ao balcão da cozinha e lhe dei uma taça de vinho.
— Pedi comida chinesa.
— Não precisava.
— Acredite, você não quer que eu cozinhe. Não sobreviveria. — Dei risada. — Não tenho certeza se a cozinha sobreviveria.
— Eu gosto de cozinhar — ela ofereceu, com um sorriso discreto curvando seus lábios.
Era uma boa forma de começar. Sentei-me, colocando uma pasta diante de mim.
— Mandei fazer um contrato esta tarde. Você deveria ler.
— Ok.
— Fiz uma lista como a sua. Pode dar uma olhada e precisamos conversar sobre o que há nela. Certificarmos de que ambas estamos confortáveis com os fatos.
Ela assentiu e pegou o envelope com a oferta. Empurrei outro menor em sua direção.
— Seu primeiro pagamento.
Ela esperou, sem tocar o envelope que parecia inocente.
— Pegue. Está tudo documentado.
Mesmo assim, ela não o tocou.
— Srta. Cabello, se não pegá-lo, não poderemos continuar.
Ela olhou para mim, franzindo o cenho.
Cutuquei o envelope.
— É um emprego, Camila. Esse é seu pagamento. Simples. Pegue.
Finalmente, ela o pegou, sem nem olhar para ele.
— Quero que peça demissão amanhã. Com efeito imediato.
— Por quê?
— Se isso der certo, e acho que dará, quero informar a todos rapidamente. Quero você fora de lá antes da merda bater no ventilador.
Ela mordeu a parte interna de sua bochecha, nervosa e em silêncio.
— O quê? — soltei, ficando impaciente com seu comportamento.
— E se não der certo? Você vai... você vai me dar uma carta de referência? Terei de conseguir outro emprego.
— Já cuidei disso. Conversei com alguns contatos, só por cima e, se não der certo e eu sair de Victoria, tenho duas empresas que sei que lhe oferecerão uma vaga. Não precisa se preocupar em procurar, se não quiser. Respondendo à sua pergunta, no entanto, vou te dar uma carta brilhante de recomendação.
— Mesmo eu sendo uma assistente nojenta?
— Nunca disse que você era uma assistente nojenta. Na verdade, você é boa no que faz.
— Você poderia ter me enganado.
Uma batida na porta me salvou de responder. Levantei-me.
— O jantar chegou. Leia o contrato, está muito simples. Poderemos discuti-lo junto com as outras coisas depois de comermos.
Quando ela abriu a boca para protestar, bati a mão no balcão.
— Pare de discutir comigo, Camila. Vamos jantar e você vai comer. Depois conversaremos. — eu me virei e segui para a porta, irritada. Por que ela era tão contra aceitar uma simples refeição? Ela teria de se acostumar a aceitar muitas coisas para isso funcionar. Coloquei a mão no bolso, encontrando a caixinha que eu havia escondido. Se ela estava incerta em jantar, iria odiar o que eu tinha guardado para depois.
O jantar foi silencioso. Ela leu o contrato e fez algumas perguntas, às quais eu respondi. Ela vacilou quando lhe entreguei uma caneta, mas assinou os documentos, observando enquanto eu fazia o mesmo.
— Tenho duas cópias. Uma para cada uma. Vou guardá-las no cofre do apartamento, do qual lhe darei a senha.
— Seu advogado tem uma cópia?
— Não. Este acordo é entre nós duas. O advogado sabe sobre ele, mas está limitado por confidencialidade de cliente. Nós temos as duas únicas cópias. Quando isso acabar, poderemos destruí-las. Mandei fazê-las para seu benefício.
— Tudo bem.
Eu lhe entreguei uma caixa.
— Este é seu novo celular. Você terá de devolver o seu quando se demitir, então agora já tem um. Gravei meu número pessoal nele caso você precise falar comigo. Pode mandar mensagem o quanto quiser.
Ela mordeu o lábio, aceitando a caixa.
— Obrigada.
— Quanta coisa você tem para se mudar?
— Não muito.
— E a multa do seu aluguel?
— É mês a mês. Acho que vou perder o último.
Acenei.
— Vou cobri-lo. Devo contratar uma empresa de mudança para você?
Ela balançou a cabeça olhando para baixo.
— São só algumas caixas.
Franzi o cenho.
— Não tem móveis?
— Não. Alguns livros, artigos pessoais e minhas roupas.
Falei sem pensar:
— Você pode doar suas roupas já que presumo que a maioria delas foram doadas a você também. Vou renovar seu guarda-roupa.
Suas faces ficaram rosadas, seus olhos brilhavam, escuros e com raiva, mas ela não disse nada.
— Vou pegar suas caixas e trazê-las para cá quando seguirmos em frente.
Entreguei a ela outro envelope.
— Esta é sua nova conta bancária e seu cartão de débito. Vou me certificar de ter crédito nela sempre.
Ela aceitou o envelope com a mão trêmula.
— Preciso de você aqui o máximo que der para nos acostumarmos uma com a outra e conversarmos. Amanhã podemos falar sobre as listas e fazer perguntas, completar os espaços.
— Ok.
— Sábado de manhã, quero você aqui cedo. Marquei um compromisso para você se preparar para o churrasco. Fazer seu cabelo e maquiagem. Na verdade, você pode querer dormir aqui na sexta à noite, para não precisar ir e voltar.
Seu olhar voou para o meu.
— Dormir aqui? — ela repetiu, um leve tremor na voz.
Eu me levantei.
— Deixe eu mostrar o lugar para você.
Ela não disse uma palavra durante o tour. Mostrei a ela os quartos de hóspedes, o escritório e a academia privativa do outro lado do prédio no andar principal. No andar de cima, ela ficou decididamente nervosa quando lhe mostrei a suíte máster.
Indiquei o quarto de hóspedes do outro lado do corredor.
— Aquele tem uma suíte. Presumo que gostará daquele quarto.
Seus ombros pareceram cair.
— Você não, ahn...
— Eu não o quê?
— Você não espera que eu durma no seu quarto — ela afirmou, soando aliviada.
Sorri para sua dúvida.
— Srta. Cabello, este é um acordo profissional. Fora destas paredes, vamos parecer um casal. Vamos dar as mãos, ficar perto, fazer tudo o que outros casais fazem quando estão apaixonados. — Balancei a mão no ar. — Aqui, somos verdadeiras. Você tem seu espaço; eu tenho o meu. Não vou incomodá-la. Não espero nada de você. — Não consegui evitar a risada seca que saiu. — Você não pensou mesmo que eu iria querer dormir com você, pensou?
Ela ergueu a cabeça de repente e me encarou.
— Não mais do que eu iria querer dormir com você, Sra. Jauregui. — Virando-se, ela marchou pelo corredor, seus passos fazendo barulho no chão de madeira.
Eu a segui, ainda sorrindo. Quando ela chegou à sala, virou-se com os olhos brilhando.
— Você me pediu para fazer isso, Sra. Jauregui. Não o contrário.
— Você concordou.
Ela cruzou os braços, enquanto seu corpo emanava raiva.
— Vou fazer isso, porque, no momento, não tenho outra opção. Suas decisões afetam diretamente minha vida e estou tentando me sustentar. Detesto mentir e não sou uma boa atriz.
— O que está dizendo?
— Se não vai nem tentar ser educada, ou pelo menos um ser humano decente, isso não vai dar certo. Não consigo desligar meus sentimentos tão rápido.
Coloquei minha franja teimosa para trás, contrariada.
— O que quer de mim, srta. Cabello?
— Poderíamos pelo menos tentar nos dar bem? Com certeza podemos encontrar algo que temos em comum e conversar sem seus insultos irônicos e sua atitude arrogante.
Um sorriso se formou em meus lábios. Eu estava tendo outra visão da personalidade da srta. Cabello. Inclinei minha cabeça.
— Peço perdão. Tentarei mais. Há mais alguma coisa que você queira já que estamos colocando tudo na mesa?
Ela hesitou, retorcendo os dedos na camiseta feia que vestia.
— Fale logo.
— Você não pode sair por aí enquanto estivermos... enquanto estivermos juntas.
— Sair por aí?
Ela olhava para todo lado menos para mim.
— Não pode dormir com outra mulher. Não serei humilhada a esse ponto.
— Então está dizendo que não posso foder ninguém?
Suas bochechas ficaram tão vermelhas que pensei que sua cabeça fosse explodir; no entanto, ela endireitou os ombros e olhou diretamente para mim.
— Isso.
Aquilo estava muito divertido para mim.
— Sim, posso foder por aí?
— Não!
— Porra nenhuma — enfatizei a primeira palavra.
— Não.
— Você quer que eu permaneça em celibato o tempo todo? — perguntei, agora desacreditada.
— Eu ficarei, então espero a mesma coisa de você.
Bufei.
— Duvido que isso seja novidade para você.
Ela jogou as mãos no ar.
— Chega. Você quer foder alguém? Vá se foder, Jauregui.
Fiquei boquiaberta com a imagem de ela se retirando enquanto pegava seu casaco e seguia em direção à porta. Como a idiota que eu era, corri atrás dela, pela segunda vez.
— Camila! — Consegui alcançá-la antes de poder abrir a porta. — Sinto muito. Meu comentário foi desnecessário.
Ela se virou, com os olhos brilhantes de lágrimas.
— Foi, sim. Assim como muitas das coisas que diz.
— Sinto muito — repeti. — É quase instintivo com você.
— Isso não torna nada melhor.
— Eu sei — cedi, depois mudei de tática. — Não vou.
— Não vai o quê?
— Não vou foder ninguém. Vou fazer como deseja. — Empurrei mais forte a porta, porque, se ela fosse embora, eu estaria realmente fodida. — Tentarei não ser tão babaca também.
— Não sei se consegue mudar seu DNA, mas boa sorte ao tentar — ela murmurou.
Relaxei — crise resolvida.
— Vou te levar para casa.
Ela começou a balançar a cabeça, mas lhe lancei um olhar firme.
— Camila, concordamos que eu seria menos babaca. Vou te levar para casa. Amanhã será uma porra de dia longo.
— Certo.
Peguei meu casaco e abri a porta para ela, sabendo que minha vida estava prestes a mudar de forma que nunca planejei.
Só esperava que valesse a pena.
Autor(a): Asukamaia
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
LAUREN Além das instruções de Camila, o caminho todo foi silencioso. Quanto mais nos afastávamos de meu bairro, mais mudava meu humor. Quando paramos em frente a uma casa em mau estado, me virei para Camila. — Essa é sua casa? Ela balançou a cabeça. — Não. Alugo um e ...
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