Fanfic: Saint Seiya - Initiu Legends (Saga Santuário) | Tema: Saint Seiya
O Coliseu se mostrou realmente admirável, pois fazia jus ao que era dito pela mídia como uma réplica perfeita da arena italiana situada em Roma. Mais do que uma simples fachada, era seu modelo que lembrava um grande estádio temático.
Seiya soltou um assovio quando desceu do táxi que precisou parar a três quarteirões por conta do engarrafamento. Àquela distância poderia ver o local que seria sua primeira luta fora do Santuário, e conforme se aproximava totalmente anônimo, podia perceber que os investimentos para tudo aquilo não havia sido poupado.
"O Coliseu começa a receber seu público nessa tarde para mais uma luta: Pegasus, o lendário cavalo alado, e Urso. Fiquem com os melhores momentos das últimas lutas."
Ouvia Seiya de uma televisão quando passou próximo de uma barraca e pedindo água. Apresentava flashes da luta de Jabu e a quem Seiya demorou a reconhecer como Ban. Havia visto a foto dos dois nos jornais velhos que conseguiu para saber do que se tratava o Torneio Galáctico. Quando recebeu a água e abriu para tomar um gole, viu Jabu concedendo entrevista.
"Não existem adversários à altura para o Poderoso Jabu!"
Seiya cuspiu a água para rir daquilo, desculpando–se com alguns presentes e se retirando em seguida, rindo enquanto seguia pela rua por aquilo. "Se eles soubessem o que sei...”, pensava Seiya, voltando a rir e recolhendo um pedaço de papel do bolso sobre onde deveria se apresentar.
Não deveria se surpreender com a fila que encontrou nos portões principais, ajudando no engarrafamento da rua e com duas vias do trânsito fechado. A entrada estava repleta, com fila para entrar, com suas bandeirolas e camisas preferenciais — incluindo 'O Poderoso Jabu' com sua imagem estampada na camisa. Seiya meneou negativamente e seguiu para um saguão, com muitas filas para entrar no Arena do Coliseu. Não imaginava que a coisa seria assim, tão complicada.
Olhava ao número das entradas e conferia seu papel, buscando através das placas onde seria sua entrada. Conseguiu chegar até um segurança e tendo sua atenção, este indicando uma entrada mais à frente, próximo ao estacionamento.
— Nem meus dias de treinamento poderia me ajudar a lidar com isso! — dizia, sendo empurrado quase contra uma pilastra e desviando por pouco. Saiu dali o quanto antes contornando o estádio até onde o segurança indicou. Agradeceu de não estar carregando aquela urna com sua armadura meio àquela confusão.
O acesso aonde chegou estava mais tranquilo, apesar de também haver um número de pessoas rodando o local. Era uma espécie de praça de alimentação, muitas TVs ligadas. Os seus olhos, no entanto, estavam nas placas, e localizou onde deveria seguir, sendo preciso escadas... ou elevadores, como encontrou num corredor, mas esse de acesso restrito.
— Cartão de identificação. — indagou o segurança, e Seiya piscou aturdido, lembrando que Saori havia lhe dado um cartão magnético. Passou o cartão e o identificou como Seiya Ogawara, seu nome real, com a catraca liberando sua passagem ao elevador. Recolheu o cartão e tomou o transporte não para nível acima, mas para o subsolo. Quando a porta se abriu, sua surpresa foi ainda maior.
—---------◆◆✧◆◆----------
Saori estava em seu quarto, experimentando o vestido de seda com detalhes em renda na saia sobreposta que cobria suas pernas, exibindo apenas a ponta dos sapatos dourados de tiras estilo grego, exceto com leve salto. Rodava frente ao espelho, arrumando a cinta dourada adornada com desenhos em seu relevo que desenhava sua cintura, descendo até o quadril e subindo até seus seios, estes com uma costura criando um bojo e um detalhe ao centro que dava sustentabilidade à cinta.
Abriu seu porta-joias e retirou braceletes e, por último, arrumando o arranjo no alto de sua cabeça com plumas numa tiara dourada. Contemplou–se orgulhosa diante do espelho, olhando os dois detalhes que prendiam mechas de seus cabelos que caía sobre os seios mais uma vez, antes de pegar um batom e pintar os lábios, quando seus olhos recaíram sobre um objeto em seu quarto.
O báculo estava num suporte num canto de seu quarto. Era feito em ouro, ao menos assim pensava, e parecia uma ave com asas abertas num grande círculo, em um traçado em relevo, como se feito artesanal. Foi um presente de seu avô em seu último aniversário, já muito doente, e da qual deveria estar sempre junto dela. Ela usara, pela primeira vez, na inauguração daquele evento, no primeiro dia de luta na arena do grande coliseu.
Saori ficou a contemplar aquilo e tomando o báculo de maneira delicada, olhando–o com mais atenção. Ela tivera a impressão que vira aquilo reluzir em suas mãos. Imaginou que fosse luz, mas ela estava contra os holofotes naquele momento, e na imagem que viu depois na TV, não viu o brilho que aquilo emanou, deixando–a ainda mais intrigada. Tocava com a ponta do dedo quando escutou um assovio distante ecoando em sua mente, no mesmo instante que deixou cair sobre a cama e ouviu batidas na porta.
— Srta. Kido, o carro a espera.
Ouviu–se a voz de Tatsumi do outro lado da porta. Saori recuperou–se do susto e tomou o báculo em mãos, reduzindo sua base e seguindo para o carro acompanhado de Tatsumi e Jabu.
— Aconteceu alguma coisa, Srta. Kido? — indagou Tatsumi. Ele e Jabu a olhavam antes dela entrar no carro. Ela piscou aturdida, mas logo se mostrando segura novamente.
— Não é nada. Vamos logo. — disse, entrando no carro, tocando o báculo com a ponta dos dedos.
—---------◆◆✧◆◆----------
Seiya soltou novamente um assovio, perplexo com o que estava vendo. Havia equipes circulando de um lado para outro informando preparativos e cronometrando ‘tempo de entrada’ que seria em 30 minutos. Ninguém parecia percebê–lo ali, parado diante do elevador que fechou suas portas e subindo. O seu sinal o acordou de um transe temporário e arrumando a bolsa que trazia sobre os ombros.
Não avistou nenhum rosto, mesmo porque estava concentrado naquelas instalações. Estava longe de serem aqueles vestuários que via pela TV com bancos e armários formando corredores. Contudo, aquilo apenas parecia ser uma concentração somente, com uma sala mediana com cadeiras e poltronas mais ao canto alguns aparelhos de ginástica como lembrava na Fundação.
A sua mente logo voltou aquele momento, quando ele e tantos outros ficavam a fazer exercícios numa grande quadra, e alguns rostos conhecidos veio à sua mente, além do próprio Jabu e Ban que viu na TV e sorriu. Foi quando ouviu alguém chamá–lo.
— Seiya? Então, é você mesmo! É o Seiya! — disse alguém, e Seiya deu–se de frente a um rapaz de cabelos cheios e ondulados castanhos que caía por cima dos ombros em pequenas ondas. Tinha um corpo esguio, usava calça, um jeans surrada quase branca desfiada e um blusa tipo pólo verde de manga curta e tênis branco.. — Não está... me reconhecendo?
Seiya piscou aturdido, cerrando os olhos e observando–o bem. Tinha as expressões delicadas, bem andróginas, olhos profundos e carismáticos. Demorou a lembrar, até que uma imagem veio à sua mente.
— Shun? Você é... o Shun? — o garoto assentiu, abrindo um largo sorriso. — Nossa, Shun! E–Eu... Eu não imaginei que o encontraria aqui...
Dizia, deixando a bolsa numa cadeira e abraçando o antigo amigo da fundação. Seiya era pouco mais alto que ele somente. Segurou em seguida seus ombros, ainda olhando–o surpreso por estar naquele lugar, e não estava trabalhando na equipe do estádio, estava como ele ali. Havia Shun...
— Tudo bem. Não ligo que esteja surpreso. Não é o primeiro a se surpreender, acredite. Todos ficaram, inclusive a Saori quando surgi na sua porta com a minha urna... — disse de maneira bem descontraída, sempre sorrindo. — Quando chegou?
— Há dois dias, deixei minha urna na mansão e... Cara, isso aqui é enorme! — dizia Seiya ainda admirado. — Não é que aquela princesinha gastou milhões nesse circo? Quem são os outros palhaços além de nós? Ainda não acredito que aceitei participar disso... Tsc!
— E nem deveríamos. — disse Shun chamando para acompanhá–lo. — Afinal, não deveríamos usar isso para um espetáculo como esses. Não sei qual a intenção da Srta. Saori, mas... devemos muito a ela e...
— O de sempre, Shun... Sermos seus palhaços, seus brinquedinhos e agora, em rede nacional, internacional pelo que vi. — disse Seiya com raiva na voz, olhando à sua volta e vendo que sua garrafa de água estava vazia e jogando no lixo próximo. — E não, não devemos nada àquela patricinha irritante!
Shun nada comentou sobre aquilo, voltando a falar apenas quando Seiya repetiu sobre quem seriam os outros que retornaram, e Shun explicava que muitos ainda estariam para chegar, embora fosse especulação dele. Buscaram se sentar junto às poltronas de modo conversarem. Comentou-se sobre alguns deles e onde estavam hospedados: nos antigos quartos da fundação. Seiya lembrou que Saori ofereceu o quarto, mas negou com veemência, e lembraria de agradecer a Marin por privá–lo disso.
— E quanto ao Ikki?— aquelas palavras pegaram Shun de surpresa, fazendo seu sorriso desaparecer. Fechou a mão sobre os joelhos quando baixou a cabeça, nublando seu rosto com seus cabelos. — Shun, desculpe, eu não queria...
— Tudo bem. Nem todos... Nem todos chegaram ainda e... — dizia ele levantando a cabeça, buscando ser forte, forçando um sorriso. — Ele ainda pode chegar. Você chegou há dois dias, então...
Seiya assentiu, forçando um sorriso para o amigo. Ao que parecia, ele não era o único com boas razões para voltar. De todos que lembrava, ele e Shun eram os que tinham alguém próximo, e ambos privados disso.
Um segundo sinal era dado, avisando que em 10 min. ‘entrariam no ar’. Seiya parecia bem despreocupado, apenas vendo as equipes correrem de um lado para o outro, principalmente após confirmarem a chegada da ‘Srta. Kido’ que se encontrava a postos para início da transmissão.
— Isso aqui deve ser uma loucura! Você já... — diz se referindo ao Shun que confirmou.
— Não foi uma luta, foi mais apresentação. Como eu e alguns outros chegamos cedo, fomos meio que ‘capa’ do Torneio Galáctico. — disse apontando alguns cartazes que tinha na sala. — Jabu quem mais tem atraído a atenção por conta de sua luta.
Sim, Seiya tinha visto isso pela TV e não pode deixar de rir ao ouvir aquilo, para a surpresa de Shun. Porém, antes mesmo de falar qualquer coisa, o próprio Jabu surgia no elevador e caminhando em direção deles com aquele seu sorriso sarcástico.
— Que bom vê–lo rindo, Seiya. Pensei que fosse fugir com rabo entre as pernas no último instante... — disse cruzando os braços frente ao peito. Alguns membros de equipe próximo pararam e falando ao rádio, enquanto outros colegas assistiam de longe. — Bom, ainda pode fugir se quiser. Ainda tem tempo.
— Não, muito obrigado, Jabu. Deve estar me confundindo porque... — Seiya se levantou com a cara mais cínica do mundo e com as mãos no bolso da calça. — Não sou eu o cachorrinho que abana o rabo para a Saori.
Shun se levantou encarando os dois, apreensivo.
— Dobre a língua para se dirigir a mim, Seiya! — disse Jabu trincando os dentes por aquilo. — Veja bem com quem está falando. Eu já sou um campeão, enquanto você apenas fica a fazer pose aqui quando deveria estar se aprontando. — E Jabu abriu um sorriso. — Ou está pensando em desistir?
— Desistir? Não mesmo! Ainda quero ter a chance de enfrentar o Poderoso Jabu. Aliás, eu vi sua entrevista na TV... — Shun parecia imaginar o que estava por vir, pois sabia que os dois jamais se deram bem desde os tempos da fundação. — Mas na próxima vez, seria legal dizer como é sua relação com a Saori, eu soube que ela adora uma montaria. Ainda brincam de cavalinho, ou será que de unicórnio?
Por pouco Jabu não avançou em Seiya, mas Shun o puxou, enquanto outro dois que foi reconhecido como Nachi o puxou o Cavaleiro de Unicórnio para outro lado. A equipe do evento também se envolveu chamando Seiya, avisando que deveria se aprontar, e ele saiu rindo, para a irritação de Jabu que desvencilhou–se com violência.
— Vou adorar ver o Urso arrancando a cabeça desse pangaré irritante. — e saiu, entrando novamente no elevador.
Após as portas se fecharem, Nachi e Shun trocaram olhares e se colocaram a rir.
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“Sejam bem–vindos a mais um Torneio Galáctico! Chegou o momento da luta de Seiya de Pegasus e Geki de Urso. Enquanto os heróis se preparam, vamos explicar as regras do torneio. Esta é uma série eliminatória, sem empates. O torneio acontece em três rodadas, das quais será preciso vencer duas para ser o vencedor. Aquele que for derrubado e não levantar em 10s, o computador declara como perdedor. Aos heróis estão permitidos todos os golpes, lembrando que estão cientes dos riscos de suas vidas. O vencedor será premiado com a Armadura de Ouro!”
Seiya avistou a urna dourada, embora não identificasse bem qual seria até ver no telão. Estava num nível mais alto e reservado dos outros Bronze, onde poderia ver a urna de Pegasus. Ouvia ainda o locutor fazendo sua apresentação e teve vontade, realmente, de dar as costas, mas tinha um propósito e não fugiria. Olhando para as câmeras de TV, imaginou se Seika estava assistindo.
“Farei o meu melhor, Seika. De onde estiver, espero que possa estar me vendo.”, pensou Seiya segurando em seu relicário no pescoço quando ouviu seu nome. Correu em direção à grande arena e saltou, com sua urna respondendo ao seu chamado e se iluminando. Aquilo causou grande euforia do público quando viu uma grande luz tomar o corpo do jovem e vesti–lo com uma armadura reluzente antes de cair em pé na arena.
Geki de Urso foi o primeiro chamado e já se encontrava ali, diante de Seiya. Era um homem robusto e musculoso, bem distribuído em seus 1,90m contra 1,67m de Seiya. Tinha a pele bronzeada e um maxilar quadrado, além das expressões duras. Ele batia com seu punho fechado contra a outra aberta, estalando os nós do dedo. Quando chamado, ergueu os braços para receber a ovação do público. Em seguida, era a vez de Seiya, com uma ovação menor.
Embora não fosse permitido Seiya ouvir, alguns comentários surgiam sobre ‘um baixinho contra um gigante’. Outros riam, outros ainda pediam para o ‘urso esmagar o cavalinho’, causando ainda mais risos. Aquilo soou nostálgico ao Seiya, pois há menos de duas semanas foi a mesma recepção no anfiteatro. Porém, diferente do que aconteceu no Santuário, estava bem mais tranquilo e confiante, e o bastante para acenar de volta ao público e dar às costas a Geki de Urso.
— Estou desapontado com esse sorteio... — dizia ele se voltando para Seiya e com um largo sorriso no rosto enquanto o estudava por um todo. — Em minha primeira luta me colocam junto com Seiya? Só pode ter sido alguma brincadeira. Mas, que seja! Vamos logo com isso.
E Geki piscou aturdido. Aquelas suas palavras não pareceram ser suficientes para que fizesse o Cavaleiro se voltar para ele, mas continuar de costas. O público observava curioso, assim como Saori em seu camarote. Ao seu lado, havia uma tela de TV sensível ao toque que permitia manipular as câmeras próximas à arena e captar os lutadores mais de perto. Seiya se mostrava muito tranquilo, com um sorriso confiante no rosto e ignorando a aproximação de Geki.
— Está me ouvindo, Seiya? Será que está com tanto medo que não consegue me encarar...? — dizia Geki se aproximando e tocando na ombreira metálica de sua armadura. O que sentiu foi como uma quente corrente elétrica chamuscar sua mão, fazendo–o recuar perplexo com aquilo. — MAS O QUE É ISSO?
— Esse é meu cosmo, pronto a explodir a qualquer momento! — respondeu Seiya abrindo os olhos e se voltando de frente para Geki que olhava a marca de queimadura em sua mão. — Acha mesmo que após quase 10 anos em intenso treinamento eu chegaria aqui com medo... e de você? Sempre o valentão de sempre, Geki.
“Os oponentes se encaram. A luta de Geki de Urso e Seiya de Pegasus começa agora!”, anunciou o locutor dando o sinal, atiçando o público para a luta. Seiya colocou–se em posição, mantendo a perna direita à frente e os braços elevados. Geki, por outro lado, apenas riu daquilo.
— O que disse? O seu cosmo o quê? — e riu, baixando a cabeça e meneando negativamente com aquelas palavras. — Agora fiquei ainda mais ansioso para ver esse seu... cosmo, ou seja lá o que seja isso. Portanto, vamos logo com isso!
"Como diabos ele se tornou um Cavaleiro sem o conhecimento do Cosmo?", questionou-se Seiya com aquilo, estranhando aquelas palavras quando, massivamente, Marin tanto lhe falava sobre a essência de um Cavaleiro.
— Quanta pressa... — disse Seiya com seu olhar fixo em Geki, fazendo o cavaleiro de Urso sentir–se levemente incomodado com aquela confiança dele. — Se for esse problema, posso encerrar essa batalha te vencendo mais rápido que imagina.
Geki arqueou o semblante, surpreso, por aquelas palavras um tanto ousadas. Outros cavaleiros assistiam na sala de espera. Todos estavam muitíssimo curiosos, principalmente Jabu que riu ao ouvir aquilo vir de Seiya. Ao contrário do grande público, ali tinham maior acesso ao que era dito na arena, assim como na sala onde estava Saori.
— Quero ver dizer isso quando o Urso arrancar sua cabeça, seu convencido de merda! — comentou Jabu entre dentes, excitado com aquilo. Shun olhou-o de canto para Jabu e depois para Nachi que também o olhou silencioso.
A primeira investida no combate partiu de Seiya, causando ovação do público ainda que não soubesse o que tentaria fazer. Geki apenas sorriu quando o viu empunhando as mãos no que acreditou que seria um golpe direto, mas se surpreendeu ao vê–lo saltar quando ele tentou golpeá–lo primeiro, e quando percebeu seu intento, era tarde demais. Seiya o golpeou com um chute em seu rosto numa cruzada com a perna, quase um balé aéreo. Geki rodou, caindo no chão e cuspindo sangue.
"O Urso acaba de receber um golpe voador de Pegasus. Qual a força... Uau! Isso é incrível! A força foi de 1375Kw. Isso é incrível! Uma força consideravelmente forte, suficiente para arrancar a cabeça de uma pessoa comum"
Seiya caiu de pé, flexionando as suas pernas e mantendo a posição de luta. Ouvia a aclamação do público e buscou alguma câmera de TV mais próximo e buscando meio que o filmasse o suficientemente bem para ser ver no telão do outro lado do estádio, e sorriu. Seika, aonde quer que estivesse, deveria estar vendo–o lutar.
"Seika, aonde quer que esteja, espero que esteja me vendo...", pensava ele quando sentiu ser jogado para junto das correntes com tamanha força e voltando, indo de encontro ao chão. "Maldito...!", pensou Seiya se levantando.
— Para quem veio do berço dos cavaleiros, esperava bem mais de você, Seiya. 1375Kw? Era com essa força que achou que poderia me derrotar? Tsc! — disse Geki de maneira provocativa e fechando seu punho, pronto para golpeá–lo.
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— O que Seiya acha que está fazendo se distraindo olhando para as câmeras e baixando a guarda daquele jeito? — comentou Nachi ainda surpreso com Seiya ser golpeado. — Que mole que ele deu!
— Bancar a estrela que ele sempre achou ser. Estranhando, Nachi? — respondeu Jabu de modo zombeteiro. — Que idiota...
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Seiya se virou pra cima tempo suficiente para bloquear com as duas pernas o punho de Geki. A pressão que sentia exercer dele era esmagadora, mas Seiya conseguiu sobrepujar aquilo empurrando–o para trás com a perna e conseguindo se jogar para frente de modo a se levantar novamente, virando de imediato e percebendo mais uma investida do Urso contra ele.
"O urso investe contra Seiya e consegue atingi–lo mais uma vez e... Não! Pegasus consegue conter o avanço do seu oponente, conseguiu bloquear o golpe do Urso"
Seiya segurava com força os ombros de Geki que o empurravam para trás, ainda que ele exercesse uma força contrária para impedi–lo de empurrá–lo contra as correntes. A força que ele empregava ali era tão forte como de há pouco, arriscando olhar no painel quando ouviu o locutor afirmar a pressão que estava sendo calculada, e riu de modo provocativo.
— Agora... sou eu a dizer... como alguém... de seu tamanho... pode exercer apenas... 1407Kw...! — dizia empregando mais força em seus punhos para empurrá–lo de volta, e foi quando percebeu algo que o calou e o alarmou momentaneamente. Seiya viu um sorriso nascer no rosto de Geki.
— Posso mudar isso, Seiya. — disse somente, elevando o cavaleiro com suas duas mãos fechadas em sua jugular. Foi o momento de Seiya cuspir sangue. Geki não se importou nem um pouco com isso, pelo contrário. Aquilo pareceu excitá–lo ainda mais.
"E-Eu... e minha... maldita boca!", praguejou seiya mentalmente.
Seiya tentou segurar nos braços do Cavaleiro de Urso, mas era em vão. Os seus braços eram consideravelmente fortes e grandes, em contraste para com de Seiya pouco mais finos, apesar da musculatura. Sentia sua garganta ser pressionada cada vez mais forte. Debatia–se na tentativa de chutá–lo, mas nem ao menos conseguia se mover pela falta de ar. Olhava para Geki e seu sorriso iluminando seu rosto, vitorioso.
"A força exercida por Urso é inimaginável, chegando a 1900Kw... Seiya está prestes a ser esmagado! Pode isso, produção?"
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Saori assistia impassível em sua sala, mantendo as pernas cruzadas e balançando–os em sinal de tédio. Olhava para a tela de TV à sua frente e para a arena. Os seus olhos azuis estavam fixos nos dois cavaleiros enquanto tomava uma uva de um cacho e comendo–o, com tamanha leveza e sutileza. Ouviu Tatsumi chamá–la às suas costas, mas ela apenas fez um gesto com a mão fazendo–o se calar. Ela não queria qualquer outra atenção senão para a luta que acontecia na arena.
Na antessala dos cavaleiros, Jabu ria olhando aquela cena enquanto os outros assistiam aquilo como meros observadores, apreensivos sobre o que resultaria naquilo. Shun era o mais incomodado naquele momento, chegando a se levantar tamanha sua ansiedade.
— E de pensar que chegou aqui cheio de banca, se sentindo o tal por ter treinado na Grécia... pra isso? Não passa de um idiota que está recebendo o que merece! — dizia Jabu se servindo de um isotônico.
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Os olhos de Seiya estavam lacrimejando naquele momento, abrindo a boca em busca de ar enquanto ouvia o som do público entre assovios e pedidos. Era como se sua mente retornasse à Grécia naquele momento, quando todos torciam contra, depois a favor, divididos.
"S-Seika...!", clamava Seiya silenciosamente enquanto sua mão apenas tateava sobre o braço de Geki até aos dedos que se fechavam cada vez mais com força em sua garganta.
Seria esse o fim de Pegasus?
Autor(a): katrinnae Aesgarius
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