Fanfics Brasil - Torneio Galáctico - O Cavaleiro das Chamas Infernais Saint Seiya - Initiu Legends (Saga Santuário)

Fanfic: Saint Seiya - Initiu Legends (Saga Santuário) | Tema: Saint Seiya


Capítulo: Torneio Galáctico - O Cavaleiro das Chamas Infernais

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“Unicórnio recebe um poderoso golpe das fantásticas correntes de Andrômeda, garantindo-lhe um ponto  nessa nova fase do Torneio Galáctico...”


Shun nem bem ouvia o que dizia o narrador. Por breves instantes havia voltando sua atenção para sua corrente triangular que reagia de modo estranho, sinalizando-o para algum perigo. No entanto, a investida de Jabu fez com que ela e a corrente circular agissem em conjunto simultâneo quando a sombra do oponente projetou-se no chão.


O Cavaleiro de Andrômeda estremeceu ao perceber aquela investida suicida do amigo. Uma loucura, como pensou Shun ao gritar para ele e elevando seu braço quando as correntes já o engoliam no ar para um ataque ainda mais intenso, visando conter o máximo da agressividade no ataque. De todas as partes da Nebulosa, a de cima era a mais protegida, quando ataque e defesa podem agir em mesmo nível de força e não se dividindo como numa contra-investida de frente onde uma bloqueia e a outra ataca.


Ao vê-lo cair, quase que inconsciente, Shun ficou preocupado. “Não fosse sua armadura, haveria grande chance de estar morto”, pensou o rapaz recolhendo as correntes enquanto observava a indumentária de Unicórnio danificada pelos ataques - ombreiras e braçadeiras despedaçadas, além de inúmeras fissuras na armadura. O elmo se encontrava fechado, ajudando a proteger o rosto.


“Será que Jabu se levantará mais uma vez? Ainda persistirá nessa batalha?!! Andrômeda abriu larga vantagem sobre ele…”


“Não podemos continuar com isso. Preciso encerrar essa luta antes que…”, pensava Shun quando a corrente novamente reagiu, com a corrente triangular parecendo uma serpente de pé em seu braço. O jovem acompanhou a direção da ponta triangular, não encontrando nada senão o público que o ovacionava e gritava seu nome e os efeitos de luz sobre a urna da Armadura de Ouro. Jabu continuava caído pouco mais à frente, imóvel.


“E-Eu não entendo… O que a corrente está querendo me dizer?!”, pensou, permitindo leve pulsar de seu Cosmo e a corrente parecendo responder de imediato. A corrente circular desfazia sua Nebulosa, movendo-se novamente sobre a arena sob o olhar atento de seu Cavaleiro, intrigado com a tensão que se concentrava na corrente.


Hyoga cerrou os olhos ao perceber a mudança de expressão de Shun, enquanto que Nachi, Geki e Ban pareciam mais envolvidos em discutir a investida de Jabu e a ação das correntes sobre ele. Sem que o trio percebesse, o Bronze de Cisne se aproximava da arena ao notar a movimentação das correntes na arena e os olhos atentos de Andrômeda, que alternavam entre o Cavaleiro de Unicórnio e suas correntes.


— O que está havendo, Shun? — questionou Hyoga percebendo o serpentear das correntes.


“Isso são… letras?”, concluiu Shun ao observar as formas desenhadas pela corrente. Soavam confusas, mas logo pareciam dar formas, embora não imediatamente compreensível. "A… X… I… A… AXIA. AXIA?!”, e franziu o cenho para aquela palavra, olhando intrigado para aquilo. Hyoga não estava numa posição que permitisse ver o que acontecia na arena, e o show de luzes pouco favorecia a isso.


— AXIA…? — disse ele sem entender o que era aquilo. — O que é... AXIA?!



—---------◆◆✧◆◆----------


 


— O que exatamente viemos fazer aqui, Shiryu? Você mesmo disse que não faz ideia do que esteja havendo. — indagou Seiya enquanto seguiam pelo corredor sob o olhar atônito de alguns poucos funcionários.


— Não sei ainda. — respondeu Dragão estalando os dedos da mão. — Apenas precisamos ir até onde está… — e interrompeu suas palavras, franzindo o cenho. — Sentiu isso?


— Não sei se foi o que sentiu, mas... — dizia Pegasus com os olhos perdidos como se buscasse por algo. — É um Cosmo agressivo... e parece crescer a cada instante.


— Isso está vindo da arena... — comentou Shiryu com um olhar assustado.


— Não é como o seu ou de Geki com que lutei, com qualquer um... — comentou Seiya, voltando-se para o outro, ambos correndo pelo corredor. — Parece que seu seus temores estavam certos.


— Gostaria que estivesse errado! — replicou Shiryu quando pressentiu algo, assim como Seiya.


Uma rajada de energia seguiu em direção de ambos, fazendo Seiya saltar para o alto enquanto Shiryu jogou o corpo para frente num mortal  que o fez dar cambalhota no chão, esquivando-se do ataque às cegas. O que o Dragão viu foi apenas uma sombra mesclar-se ao do corredor e desaparecer, tal como o Cavaleiro de Pegasus que nem bem teve tempo de revidar um ataque. A sua ação acabou por deixá-lo ainda atordoado e amparado pelo amigo.


— Tudo bem, Seiya? — questionou Shiryu preocupado.


— Vamos! — impôs Seiya se colocando de pé e avançando pelo corredor com destino à arena.



—---------◆◆✧◆◆----------


 


"AXIA. Já ouvi isso antes, mas... por que a corrente está me dizendo isso?", questionava-se Shun olhando para  aquilo quando a viu ser desfeita, como se as correntes estivessem sendo puxadas e acompanhou, percebendo Jabu a tomando para si para o assombro do Cavaleiro de Andrômeda.


— JABU! NÃO FAÇA ISSO! LARGUE ESSA CORRENTE, AGORA! — exclamou Shun temeroso.


O Cavaleiro de Unicórnio estava bem ferido, cuspindo o sangue na arena enquanto mantinha firme as correntes em sua mão e se levantando com certa dificuldade. Partes de sua armadura se desprendiam. Havia um sorriso em seu rosto escoriado devido ao ataque da corrente, ainda que arfasse.


— As suas correntes... estão presas...! — disse ele com um tom arrastado, como se engasgado com algo. — V-Veremos... do que é capaz... sem ela...


— Espere, Jabu! A corrente... ela está querendo me dizer alguma coisa... Solte-a! — Andrômeda pediu, enquanto segurava firme as correntes, buscando puxá-la, mas sentia a resistência por parte de Jabu que parecia rir com aquilo.


— O que foi... Shun...? De repente me pareceu... com medo...! — o outro riu ainda mais, enrolando as correntes em seu braço sem tirar os olhos sob seu oponente.


— Não é nada disso! A Corrente está me avisando de uma ameaça... — o Cavaleiro de Andrômeda pediu, quando percebeu o que ele fazia, estremecendo. — Jabu, não faça isso! Solte a corrente, agora ou...


— NÃO VEM COM ESSA! — Jabu alterou-se, puxando a corrente mais para si e objetivando uma ação mais ríspida. — Essa é a minha chance e não vou desperdiçá-la!


— NÃO FAÇA ISSO, JABU! — implorou Shun sentindo o puxão pela corrente, percebendo a reação da mesma.


Pequenas fagulhas eram vistas se propagar na corrente, o que foi perceptível a todos que assistiam à luta, com muitos do público apontando para o telão. Mesmo Hyoga se afastou da arena ao ver a proporção que aquilo alcançava e gritando para o Cavaleiro de Unicórnio largar a corrente, mas era tarde demais.


A descarga elétrica seguiu como uma onda pela corrente até Jabu, eletrecutando-o e destruindo suas braçadeiras. Shun recolheu imediatamente as correntes, conseguindo com que se soltasse do Cavaleiro rival, desencadeando, então, uma explosão que lançou-o contra as correntes e depois, novamente, ao chão. Houve um silêncio momentâneo em todo o teatro antes de uma nova ovação pelo espetáculo presenciado.


"MINHA NOSSA! A Corrente de Andrômeda registrou 179000V!!! Como isso é possível?!!"


Hyoga pulou em direção da arena num único salto, indo de encontro ao Jabu. Sinalizou para Shun de que ele estava vivo e consciente, apesar do choque que fora submetido. Andrômeda, por outro lado, ainda assistia a corrente fortemente eletrificada, com a ponta triangular alerta.


— A Corrente pressente algum perigo, e como Jabu a tomou de modo hostil, ela agiu agressivamente, mas não era ele quem ela queria atacar. — explicava Shun buscando entender o que estava acontecendo. — A ponta triangular... ela continua alerta contra algo, mas não entendo com o quê e pelo quê. Ela está desorientada, como se captasse inúmeros perigos espalhados por aqui.


Hyoga se voltou para o Cavaleiro de Andrômeda intrigado, olhando para a corrente inquieta. Nachi e outros, envolvidos no debate até então, perceberam algo além do embate que acontecia e se aproximavam quando as luzes começaram a se apagar. No entanto, Unicórnio continuava caído no chão, enfraquecido junto do Cisne que também observava aquilo sem entender o que acontecia.


"Parece que alguma coisa está acontecend..."


Dizia o narrador quando o som foi cortado. A equipe nada entendeu de sua cabine, pedindo verificação dos sinais, incluindo da TV que havia sido cortada no momento em que houve oscilação na energia.


Saori assistia tudo de sua sala, apreensiva quando aconteceu a explosão elétrica. Com as luzes falhando, o seu painel apresentava falha de dados, mesmo com ela mexendo nos controles. Tatsumi assumiu, mas nada parecia responder e a tela se apagou. Todo o teatro pareceu mergulhar, momentaneamente às escuras, com alguns fracos feixes de luzes 'dançando' como se buscasse por alguém. As luzes de emergência logo foram acionadas, permitindo que todos pudessem se localizar em seus lugares, e ver novamente a arena.


— As correntes... voltaram a se mover...! — murmurou Hyoga vendo-as se movimentarem, mais uma vez. — Mas, elas estão...


Shun atendia aos movimento das correntes, voltando-se para a direção contrária de onde estava Jabu quem, nesse momento, levantava a cabeça, ainda atordoado pelo golpe. Naquele momento compreendia que as palavras de seu oponente não eram mero blefe, mas que algo estava realmente acontecendo ao notar as correntes ignorá-lo naquele momento.


— S-Se-Senhorita... Saori...! — sussurrou Jabu, inaudível mediante o barulho que se instaurava pela perplexidade de todos.


Questionamentos eram levantados pelo público, com muitos apontando para a arena, já que o telão estava com perda de sinal.


—­ O que diabos está acontecendo? — questionou Seiya percebendo a oscilação na energia quando chegaram, tendo a atenção de Geki, Ban e Nachi.


— O que estão fazendo aqui? Não deveriam estar no hospital? — questionou Ban para Nachi e Geki que deram de ombros.


— A Corrente de Andrômeda está pressentindo algo, e ela está... — e os olhos de Shiryu se arregalaram ao acompanhar o brilho das correntes do centro da arena.


Hyoga se levantava, apoiando Jabu que buscava desvencilhar, ambos às costas de Shun. Ambos percebiam as correntes mais agitadas que de há poucos instantes.


— Shun, o que está acontecendo? Não é você quem deveria estar controlando as correntes...? — indagava o Cavaleiro de Cisne quando olhou para as mãos do Bronze e vendo-as livres, com as correntes agindo sozinhas, sem sua intervenção naquele momento como em todos momento até agora.


"O que isso significa?", perguntava-se Saori com o olhar parado e fixos para as Correntes de Andrômeda, levantando-se de sua cadeira e caminhando até a sacada após desativar o painel cristalino sem sinal de transmissão. Às suas costas, seu báculo reluzia um brilho, não perceptível pela jovem Kido nem por seu mordomo que estava ao seu lado.


Naquele momento, o corpo de Shun parecia responder à corrente, com seu Cosmo emanando por seu corpo e ligando ao da corrente. Tanto Jabu como Hyoga se entreolharam intrigados com aquilo, mas o Andrômeda parecia centrado na corrente e percebendo-a posicionar-se de maneira defensiva, mas não do modo circular de antes, mas apontar numa única direção.


— Está aqui! — disse Shun seguindo a direção da ponta triangular, esta para a direção de onde estava a urna Dourada. — O que quer que seja, a ameaça vem daquela direção!


— O QUÊ? — indagou Hyoga olhando a urna de Ouro. — Fala... da Armadura de Ouro?!


— Sim. — disse Shun segurando, agora, as correntes. — A Corrente falou 'AXIA'. Não havia entendido de imediato, mas agora... — olha em direção das luzes apontando sobre a urna. — Faz todo sentido. Do grego, diz de algo de valor inestimável, divino. A Corrente avisava de algo sobre a Armadura de Ouro!


O público se levantou sem compreender o que acontecia, enquanto a equipe responsável buscava, desesperadamente, restabelecer o sinal quando pararam para assistir ao que ocorria na arena e das luzes ganhando a urna dourada. Sem que ninguém mais percebesse, Shiryu e Seiya foram os primeiros a notar movimentos nas sombras por todo o coliseu, seguido de Hyoga que buscava acompanhá-los. Jabu apenas olhava em direção da cabine de Saori, preocupado.


A corrente circular, embora estivesse inquieta, mantinha-se firme no braço de Shun, reagindo somente quando algo partiu em direção do trio que estava ao centro da arena e bloqueando o ataque proveniente de onde, exatamente, apontava a corrente triangular. Um riso ecoou por toda a arena, acompanhada de uma Cosmo-energia que se espalhava e intimidava a todos.


A corrente reagiu à atmosfera que se instalava no local, como se uma grande tempestade se concentrasse acima de todos. O painel que apresentava a galáxia se transformava dando lugar a uma nebulosa envolta em chamas, assustando muito o público tamanha realidade, como se tudo estivesse a queimar.


De repente, uma espiral de fogo desceu do teto até em direção da urna, gerando gritos e espanto. Seguranças próximos se afastaram quando aquele fenômeno caiu sobre a caixa e espalhou um tapete de chamas que logo se dissipou. A forma de uma silhueta humana surgiu, notoriamente vestido com uma Armadura devido ombreiras e ornamento na cabeça, além de três segmentos que serpenteavam no ar.


— Quem é aquele? — indagou Nachi junto dos outros que o olharam, depois para a figura que se apresentava.


Os holofotes localizados nas arquibancadas se acenderam, cada um em seu bloco, seguida das luzes centrais que permitia a restauração da iluminação do teatro tal como antes da grande explosão promovida pela corrente. Os sinais do telão voltavam exibindo a imagem imponente de um homem diante da urna dourada num porte ereto e imponente que hipnotizou a todos por alguns instantes.


Saori nada respondeu, senão ficar observando a figura bem mais adiante com sua imponência enquanto observava todos do alto com sua imponência arrogante. “Essa aura que sinto vir dele…”, pensava a jovem com olhar trêmulo. “A energia que ele emana… é pesada… agressiva…!”, e engoliu a seco, sentindo um frio repetindo percorrer-lhe a espinha.


Shun mantinha os olhos intrigados sobre as correntes, ainda agitadas enquanto todo o coliseu parecia despertar de um transe silencioso e ovacionar com a presença de um novo Cavaleiro surgindo diante do público, bem sobre a urna dourada onde, ainda, se mantinha parado e observador. Os seus olhos estavam cobertos por uma viseira de proteção do próprio elmo, mas era perceptível sua seriedade e respiração pesada, indiferente a tudo à sua volta.


— Jamais vi as correntes tão tensas...! — comentou Andrômeda olhando as correntes tão ou mais agitada que antes. — E-Elas... Elas estão sobrecarregadas, como se estivesse prestes a atacar!


— Por que isso, Shun? — questionou Hyoga, fitando-o.


Jabu apenas estava ao lado, alternando seu olhar para a cabine onde estava Saori e para as correntes, seguida para o homem que os observava do alto.


— E-Eu não sei! — respondeu Shun, umedecendo os lábios. — A tensão delas responde a hostilidade de uma ameaça... — e se voltou para a figura à frente deles. — E quem quer seja ele... Não somente é hostil. O seu Cosmo... é de ódio!


Um sorriso desenhou-se no rosto do homem misterioso, deixando o seu Cosmo que parecia chamas, desenhar uma sinistra figura às suas costas que levou a corrente triangular levantar-se como uma serpente pronta para o bote, mas contida por Andrômeda.


Percebendo o efeito que havia feito, o homem apenas virou as costas para o público, caminhando alguns passos, somente para levantar sua perna direita e apoiar-se na urna. Jogou o corpo para frente e apoiou os braços sobre a perna levantada.


Aquela ação confundia a todos, inclusive o público, que nada ouvia falar de sua apresentação, criando um grande burburinho enquanto a imagem do misterioso Cavaleiros tomava o telão.


"Voltamos com a transmissão do Torneio Galáctico... e com um novo Cavaleiros que nos prestigia com sua surpreendente chegada! O último Cavaleiro... Cavaleiro de Fênix! A ave mitológica..."


Dizia o Narrador sobre a lendária ave de fogo da mitologia. No entanto, enquanto o público aplaudia e ovacionava, outros olhares se dirigiam para o último Cavaleiro a apresentar-se. Shiryu o observava com um misto de preocupação e surpresa.


— Pelo jeito, meus temores se confirmaram, Seiya. — disse o Cavaleiro de Dragão para Seiya, que o fitou igualmente aturdido. — Fênix! Pensei que era apenas uma lenda, mas ela realmente existe!


— Shiryu, o que está querendo dizer? — Pegasus questionou.


— Fênix é uma das lendárias armaduras, mas jamais soube de um Cavaleiro que a trajou. Conta-se que ela foi forjada pela própria ave mitológica, mas que jamais houve alguém digno dela, e agora... Ela está bem diante de nós! — explicou Shiryu. — Mas essas chamas...


— E-Elas emanam puro ódio! — completou Seiya levemente assustado com aquilo. — Jamais senti tanta energia hostil emanando de uma só pessoa como sinto agora.


— As correntes...! — alertou Shiryu percebendo a reação das correntes de Andrômeda.


Shun as segurava, mas a carga elétrica se espalhavam pela arena e estavam a assustar a todos. Hyoga, sem sua armadura, recuava para até próximo das correntes que cercavam a arena, enquanto Jabu mantinha-se em seu lugar e observando a tudo, perplexo.


— É o limite! — dizia Andrômeda segurando firme as correntes, tentando-a impedir de qualquer ação, mas a mesma 'puxando-o'. — N-Não... Não posso mais contê-las... Elas... E-Elas querem atacar! O ódio dele... é forte demais!


A ponta triangular reluziu, como os olhos de uma serpente pronta para dar o bote.


— E-EU NÃO POSSO CONTROLÁ-LAS!! — exclamou Andrômeda vendo a corrente avançar, em linha reta, até o alvo, o Cavaleiro de Fênix.


O público assustou-se, com muitos se levantando e gritando com aquela investida. O próprio Narrador exclamou surpresa, juntamente com os Cavaleiros que assistiam a tudo da arena. Em contrapartida, o Cavaleiro misterioso mantinha-se calmo e imóvel, percebendo a ponta triangular da corrente aproximando-se. Não havia intenção alguma de reação, senão um sorriso mais aberto.


Quem respondeu à investida da corrente foram os três segmentos às suas costas  que ganharam à frente de seu corpo e unindo-se num ponto onde a bloqueou. Somente então o Cavaleiro moveu seu braço e envolvendo-a com a corrente, como se a prendesse, e puxando-a para junto dele. A descarga elétrica que se seguiu, explodiu, mas aparente anulada pelos segmentos que manteve-se na posição de bloqueio e criando um escudo de chamas.


Shun estava ofegante. Todos próximos pareciam ter prendido a respiração naquele segundo.


— E-Ele... Ele conseguiu resistir à tensão da corrente...?! — surpreendeu-se Jabu atônito, tanto quanto Hyoga e todos os outros mais atrás.


O sorriso do homem se desfez, e uma agressividade foi sentida com pulsar de seu Cosmo quando o mesmo puxou forte a corrente que estava presa em seu braço. Isso fez Andrômeda desequilibrar-se e cair ajoelhado no chão, ainda segurando firme as correntes.


— Hunf! Por que não me surpreende... — disse o homem mantendo a perna, até então, mesmo sob o ataque da corrente, da urna dourada, e ergueu o corpo. Seu tom era de total desprezo. — Mesmo após todos esses anos, ainda se deixa cair humilhado e pesaroso, Shun?


"O quê?", indagou-se Andrômeda levantando a cabeça, observando aquele homem falar diretamente com seu Cosmo. Seu tom não fora baixo, não tinha sido audível o suficiente para todos do coliseu pudessem ouvi-lo. Conhecia aquele tom, e aquilo fez seu coração bater forte.


— I-Ikki...? — murmurou Andrômeda, olhando para o Cavaleiro de Fênix. — Ikki... é você? É você, meu irmão?


Jabu piscou aturdido, olhando para Hyoga que também ouviu o que Shun dizia.


— Ele disse... Ikki? — questionou Jabu.


— Ikki... é o Cavaleiro de Fênix?! — indagou Hyoga de modo retórico.


— S-Sim! — Shun se levantava, ainda aturdido com tudo aquilo, as lágrimas ganhando sua face. — É o meu irmão Ikki. Ele tá vivo...! O meu irmão...  O MEU IRMÃO ESTÁ VIVO!


"Ele me prometeu que voltaria! Ele cumpriu sua promessa!", pensava Shun comovido, o olhar parado sobre a imagem do homem diante dele.


A última lembrança do irmão foi de quando se despediram, com o mais velho pedindo para que o mais jovem fosse forte até que regressassem e pudessem, enfim, trilhar seus caminhos longe do 'inferno' que era a instituição onde foi sua moradia nos últimos dois anos. Lembrou-se de como ele, dias antes de serem separados, tentou fugir com o irmão mais novo, mas foi impedido pelos seguranças, ainda que tivesse lutado. Terminou por ser rendido e ferido no processo, resultando em um corte nos lábios e escoriações no rosto.


"Eu prometi que seria forte, e fui, meu irmão. Hoje sou um Cavaleiro, assim como você. Somos Cavaleiros, Ikki. Você e eu!", comemorava o rapaz, deixando as lágrimas denotarem sua emoção e cegá-lo pela ameaça que surgia bem diante dele.


— SHUN, CUIDADO! — gritou Shiryu.


Andrômeda piscou, despertando para a realidade. A última coisa que viu foi uma ave de fogo voar sobre sua corrente, que se encontrou em chamas naquele breve momento, seguida de um violento golpe na altura do ombro, destruindo sua proteção e jogando-o para trás com a força do ataque. Tudo aconteceu numa fração de segundos, quando os olhos do Cavaleiro de Fênix reluziram e impulsionou sua força pela própria corrente de Andrômeda, atingindo o mesmo braço que segurava a ponta triangular.


— C-Como isso é possível?!! — surpreendeu-se Seiya ao ver o ocorrido.


— Mesmo a essa distância ele conseguiu destruir a ombreira da armadura. Poderia ter estraçalhado o ombro do Shun! — comentou Shiryu ainda fitando Ikki.


Hyoga e Jabu foram de encontro a ele, percebendo-o confuso e se levantar o suficiente para ver a imagem do homem que ainda segurava suas correntes, mas agora com uma postura tão agressiva quanto aquela que emanava seu Cosmo.


— N-Não... Não é o Ikki. Queria acreditar que fosse ele, mas... — dizia Shun, sentindo o gosto ferroso na boca pelo corte nos lábios de quando caiu. — Ikki jamais me atacaria assim... — e puxou a mão com a corrente, sentindo-a ainda firme no braço daquele homem, apesar de manter a mesma tensão de antes. — Quem é esse Cavaleiro...? Seria uma ilusão...?


— Você não mudou nada! — disse o homem com um tom mais imponente, elevando a mão até a viseira e recolhendo-a, deixando seus olhos incisivos e intimidadores recaírem sobre todos. — Você continua o mesmo fraco e chorão de antes, Shun. Que decepção...!


Saori observava aquilo surpresa, olhando para Tatsumi que a olhava igualmente perplexo. Segundo os arquivos que tinha recuperado, a embarcação onde estava Ikki e outros jovens que seguiriam para a Ilha de Canon, havia naufragado e ninguém havia sido resgatado. A embarcação teria sido atacada por piratas e desaparecido. Nem mesmo a tripulação foi encontrada ou mesmo os destroços. A presença de Ikki no torneio era uma incógnita sobre como ele teria sobrevivido e onde esteve ao longo daqueles anos.


— Emita o alerta de segurança nível três. — alertou Saori para Tatsumi que se retirou de imediato.


"O que está acontecendo?"


"Isso não faz parte do evento?"


"Ele é irmão do Andrômeda?!"


"Por que ele está fazendo isso?"


Eram questionamentos levantados pelo público, perdido nos acontecimentos que presenciavam. A segurança estava a seguir de encontro onde estava Ikki, mas paralisaram temerosos mediante sua cosmo-energia que crescia, envolvendo seu corpo como se tivessem em chamas e asas serem abertas às suas costas.


Fênix segurava a corrente em seu braço esquerdo, impedindo que a ponta triangular agisse ainda que sob forte tensão. Shun sentia o poder propagar-se por ela, mas seus olhos estavam atônitos olhando para o homem que reconhecia verdadeiramente como seu irmão. Era um olhar incrédulo, temeroso, pesaroso.


— Estou farto de pessoas fracas, e você, Shun, mesmo após todos esses anos continua a chorar e se lamentar...? Você é digno de pena! — pontuou Ikki com um olhar de desprezo voltado ao irmão que o fitava aturdido com aquelas palavras. — Farei um favor a você acabando com essa mediocridade que chama de vida!



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Autor(a): katrinnae Aesgarius

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