Fanfics Brasil - Torneio Galáctico - Nunca perca a esperança! Saint Seiya - Initiu Legends (Saga Santuário)

Fanfic: Saint Seiya - Initiu Legends (Saga Santuário) | Tema: Saint Seiya


Capítulo: Torneio Galáctico - Nunca perca a esperança!

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Seiya estava na marina, observando a praia ao longe, as gaivotas nos barcos ali próximos e seu pensamento bem distante. Os seus olhos estavam vermelhos pelas lágrimas que derramaram após atravessar os grandes portões da propriedade Kido.


A vontade que teve foi de arrebentar a tudo e a todos por aquilo, mas caminhar poderia ajudá–lo a esfriar a cabeça, refletir melhor, encontrar uma resposta, qualquer algo que o iluminasse naquele momento. Estava tomado por um desespero tão grande que nem ao menos percebeu o quanto caminhou por quase 2h até chegar na marina, e ficou ali, perdido.


"Pouco me interessa onde ela esteja ou deixe de estar". Eram as palavras que se repetiam em sua mente, fazendo–o cerrar os punhos. Saori, as lembranças que despertavam dela eram sempre as piores. Humilhações diversas, descasos e culpas que jogavam sobre os garotos fazendo com que fossem punidos quando não cumpriam seus caprichos e o sorriso de satisfação em suas maldades... Nada havia mudado, apenas havia se tornado mais ardilosa, mas a mesma garotinha mimada e egoísta de sempre.


Porém, não seria ali pensando nela que o ajudaria com alguma coisa. Precisava agir, começar por algum lugar, mas... onde? Foi quando veio à sua mente outras palavras daquela maldita.


"Se vai ao orfanato, vai perder seu tempo (...)  não poderão ajudá–lo", fazendo Seiya saber onde exatamente obter alguma, embora aquelas últimas palavras o deixaram incomodado. Seguiu até à rua, fazendo sinal para dois carros que passaram sem parar, conseguindo com um terceiro somente que aceitou dar carona quando indagado sobre a direção do orfanato e que era caminho. Seiya sentiu que o coração logo arrebentaria seu peito de tão forte que batia.





— Desculpe não poder ajudá–lo. — disse uma mulher frente à Seiya sentada atrás de uma mesa. — Não podemos falar sobre as adoções... 


— A senhora não entendeu! — dizia Seiya piscando nervoso, apoiando–se na mesa cheia mais de coisas inúteis que realmente de algo interessante. Era porta–lápis e um telefone além de pilhas e mais pilhas de papéis que acumulavam poeira e monte de bugigangas que ele sentia vontade de lançar ao chão. — Eu morei aqui por muito tempo antes de ser adotado. Somente EU fui adotado e minha irmã ficou. E–ela... Ela era seis anos mais velha que eu. Éramos apenas nós dois. Eu e minha irmã, a minha irmã e eu... e fomos separados. Por favor, o nome dela é Seika Ogawara. Eu preciso saber onde está minha irmã. Devem ter ainda minha ficha... Seiya Ogawara.


Aquele nome ecoou na sala, e com a porta entreaberta permitiu que seu nome soasse o suficiente alto para uma jovem que trazia um cesto de roupas e fazendo–a estancar próxima à entrada da sala da diretora. Seus olhos estavam arregalados, ficando ali a ouvir a conversa.


— Já disse, não é permitido revelar sobre documentos de adoção... — dizia a mulher, mas percebendo a apreensão dos olhos do rapaz, calando–se. Por fim, ela cedeu. — Quando aconteceu sua adoção? 


Seiya viu uma pequena luz, fazendo–o forçar um sorriso. Confundiu–se um pouco com os anos passado na Grécia, mas havia o tempo que passou na mansão Kido e precisou calcular rápido.


— Ahn, tem 10 anos... Não, 11 anos. Foi há onze anos. — dizia enquanto ela se levantava e pronta para mexer no armário de fichas de registros e pareceu hesitante. — O que foi? 


— Não temos fichas de registros além dos sete anos. Todos depois disso foram perdidos.  — Seiya sentiu sua euforia esvair, toda sua esperança se perder. — Sofremos um incêndio há alguns anos, muitos de nossos documentos foram perdidos. Fichas de adoção e das crianças que estavam aqui... Qualquer algo sobre sua irmã, não existe mais. Eu lamento.


Não havia mais o que fazer ali. A sua única esperança de ter qualquer pista de Seika fora queimada no incêndio. Não havia mentira nos olhos daquela mulher, apenas pena e pesar de não poder ajudar quando cedeu. Seiya apenas agradeceu e saiu num corredor vazio. Passou por algumas salas de recreação e quartos e se despediu do lugar, seguindo pelo pátio vazio com as mãos no bolso da calça. "Não poderão ajudá–lo", como Saori havia dito. Ela sabia?


Se voltou para trás ao ouvir alguém chamando–o. Ouvira uma vez, mas pensou ser alucinação até ouvir mais perto. Virando às costas, viu uma garota correr em sua direção, acenando. Cerrou os olhos tentando reconhecer. Tinha os cabelos divididos, preso a cada lado sobre os ombros, com uma franja caindo sobre seu rosto. Usava um vestido claro em tom roxo com saia altura do joelho e um avental com nome do orfanato — Filho das Estrelas.


A garota nem mesmo disse qualquer coisa, apenas abraçando-o forte, para a surpresa de Seiya que de nada entendeu daquilo. Ficara tão sem reação que apenas via a garota se afastar, sorrindo para ele, percebendo de imediato o estranhamento do jovem, mas não a intimidando.


— Seiya, há quanto tempo! Não se lembra–se de mim? — dizia ela fitando–o, mas percebia que ele tentava se lembrar e ela não se aborreceu com isso. — Sou eu, Miho! Nós brincávamos aqui... e brigávamos também.


Seiya demorou um pouco a lembrar–se, mas veio à sua mente tantas vezes que implicava puxando aqueles cabelos e do quanto ela queria te bater enquanto que ele fugia para direção de Seika. Sim, era ela mesma. Até que enfim, um alguém conhecido que poderia ajudá–lo, mas, bem mais que isso, uma amiga após tantos anos. Seiya sorriu e a abraçou, chamando por seu nome. A esperança estava de volta.


Caminharam até ao parquinho próximo dali e ambos ficaram no balanço de correntes, indo e vindo levemente com os pés. Miho explicava que ficara ali, mas que chegar aos 13 anos geralmente eram transferidos para outras instituições, mas haviam permitido ficar devido sua ajuda, e comentou dever isso a Saori Kido, o que deixou Seiya um tanto surpreso. Saori e compaixão eram palavras que não combinavam.


— Eu ouvi a sua conversa lá dentro com a diretora. — disse Miho por fim após um breve silêncio. — É verdade que o orfanato sofreu um incêndio e muito foi perdido, foi quando a Fundação Kido comprou isso aqui e fez toda a reforma. Ficou grande, né?


Sim, o lugar tinha se tornado maior do que se lembrava. A fachada principal com a grande torre e seu sino no alto foram mantidos, mas aquele parquinho, as salas ficaram maiores e havia mais crianças que em seu tempo. Se Miho estava ali ainda, certamente também encontraria Seika que também ajudava no que podia com as crianças menores. Pensar no incêndio fez Seiya temer perguntar algo a Miho. Seria capaz de sua irmã...


— Ela não estava mais aqui quando aconteceu o incêndio, Seiya. Se for isso que estava pensando, não pense que ela morreu aqui. — disse Miho olhando–o, parecendo ler seus pensamentos. Ela o viu jogar o corpo para trás e soltar um suspiro de alívio. Ficou feliz por aquilo.


— Então sabe o que pode ter acontecido, Miho? Qualquer informação seria bem–vinda para saber onde começar a procurá–la. — indagou Seiya fitando–a.


— Não sei muito. Lembra–se que sou mais nova que você. — disse sorrindo —  Lembro que quando o levaram, ela correu atrás do carro, mas o perdeu quando cruzou a avenida. Ela chorou por muitos dias, queria saber onde foi... E de repente, sumiu! — disse ela observando a reação de Seiya que se mostrava atento ao que ela dizia, perguntando daquele sumiço. — Ninguém sabe como aconteceu. Um dia de manhã, ela sumiu. Buscaram por ela, mas nunca ninguém soube. Disseram na época que ela foi adotada, mas trabalhando aqui, descobri isso há pouco tempo até.


Seiya assentiu, mordendo os lábios e respirando fundo. Se sua irmã fugiu, deixava as coisas ainda mais complicadas. Uma adoção seria mais fácil ir atrás da família, mas fuga tornava as coisas por demais complexas. Mesmo sem o incêndio, chegaria à nada.


— Se eu tivesse voltado antes...  — pensava alto. — Maldito treino para Cavaleiro! 


— Cavaleiro? — questionou Miho piscando aturdida. — Você é um dos campeões do Torneio Galáctico? — Seiya agora se virou para Miho. — Não sabia que era um dos cavaleiros. 


— Sabe do Torneio Galáctico?  — perguntou um Seiya surpreso franzindo o cenho. — Como sabe... 


— Todo mundo sabe, Seiya. Não há quem não fale do Torneio Galáctico. Não sabia que fosse competir. Quando é sua luta?


"Um evento criado pelas Organizações Kido da qual vocês lutarão na grande arena do Coliseu", foi o que disse Tatsumi naquela manhã, algo que Seiya não deixou que comentasse mais sobre. Sabia agora através de Miho que era um evento que estava sendo transmitido para todo o mundo, sendo manchete nos jornais. Aquilo fez a mente de Seiya borbulhar de ideias. Talvez houvesse uma possibilidade.


— Miho, disse que esse torneio está sendo transmitido para todo o mundo, não é mesmo? — ela concordou. — O que deixa os ditos campeões em evidência da mídia internacional, certo? — Miho compreendia onde Seiya queria chegar, assentindo. — Então, se eu participar do Torneio Galáctico... 


— De onde quer que Seika esteja...  — completou ela seguindo o raciocínio dele.


— Poderá me ver pela TV! — completou ele saltando do balando com um sorriso no rosto e Miho concordando.


Era uma ideia que soava sensacional pela simplicidade. Sem por onde começar a procurar sua irmã, seria um recurso mais prático. No entanto, havia outras questões a serem resolvidas. Ainda que Miho tivesse falado sobre o Torneio Galáctico, precisava saber mais sobre o que era tudo aquilo e...


— Só prometa tomar cuidado, Seiya. — disse Miho tomando sua mão, sem que ele percebesse ela se levantar do balanço e ir ao seu encontro. — Prometa!


— Eu prometo. — e a puxou para um abraço, sendo correspondido, agradecendo por aquele fim de tarde e dar–lhe aquilo que precisava. — Obrigado Miho. Já havia perdido qualquer esperança


Seiya havia tomado uma decisão, mas não poderia ser imprudente, não com ela. Precisava ter algo quando encontrasse novamente com Saori e arrancaria aquele sorriso de sua cara. Aquilo realmente o faria muito feliz. Antes, precisaria fazer uma 'lição de casa'.



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Autor(a): katrinnae Aesgarius

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Saori estava na varanda dos fundos da mansão, um espaço aberto de frente para o gramado. Estava numa cadeira artesanal em palha que lembrava uma poltrona confortável e almofadada em cetim branco no assento e no encosto. Tomava seu desjejum distraidamente quando ouviu alguém se aproximar. — Srta. Kido...? — anunciou Tatsumi traz ...


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