Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 6 - Dança Comigo?

Anahí

No dia seguinte, sexta-feira, o tempo tinha voltado a firmar. Mas eu mal tinha percebido.

Andava de um lado para outro pela casa, sem saber o que fazer. Por fim, percebi que não havia como escapar.

Fui até a biblioteca, fechei a porta e me sentei ao lado do telefone, em uma poltrona.

Desde a noite anterior tinha dado falta do meu celular e entendido que tinha deixado na casa de Alfonso, junto com minha roupa molhada. Sem contar o tênis da primeira vez.
Daqui a pouco ele teria uma coleção de coisas minhas.

Estava nervosa. Tinha jurado a mim mesma que não ia mais falar com Alfonso nem procurá-lo. Mas agora não tinha jeito.

Respirei fundo, peguei o telefone e disquei para meu número. Tocou, tocou, tocou.

Por fim, aquela voz rouca, grave, masculina, que fez um arrepio percorrer minha coluna e todo meu corpo reagir ardendo, disse:

— Oi, Anahí.

Engoli em seco, sua voz trazendo uma enxurrada de sensações luxuriosas e lembranças que me deixaram fervendo de desejo.

Tentei soar bem natural, embora tremesse.

— Oi. Acabei esquecendo meu celular aí.

— Pois é. Percebi. — havia algo de bem humorado em suas palavras.

— Eu... Como faço para pegar?

— Conhece o caminho. É só vir buscar.

— Preciso marcar hora?

Alfonso deu uma risada.

— Bem, deixa eu ver minha agenda aqui. Hum... Estou livre nos próximos dias.

Fiquei um pouco indecisa por que estava sendo agradável, divertido.

Ainda mais depois da tensão em nossa última conversa.

Não sabia como lidar ainda com aquele homem. Ele me desconcertava, tirava meu chão. Por isso, tentei ser o mais fria possível.

— Como falei, não tenho intenção de voltar aí. Tem outra maneira de pegar meu celular?

— Outra maneira? Quer que eu vá aí entregar?

— Não! — falei rapidamente.

— Imaginei. Então faça a sua sugestão.

— Pensei que... Poderíamos nos encontrar em um lugar neutro. Na cidade, quem sabe. Só para entregar meu telefone.

— É poderia... — parou um pouco e então voltou, ainda tranquilo. — Mas não estou pensando em ir na cidade esses dias.

— Alfonso...

— Infelizmente, terá que vir aqui.

— Eu não quero.

— Tudo bem. Fico com seu celular. Afinal, você também está com as minhas roupas.

Fiquei vermelha ao lembrar da blusa de malha que peguei dele e da calça de moletom que tive que amarrar na cintura.

Retruquei na hora:

— Você também está com minhas roupas e meu tênis!

— É verdade... — parecia se divertir.

— Alfonso, vamos parar de brincadeira... Preciso do meu celular.

— E quem a está impedindo de vir pegar?

— Acho melhor a gente não se ver mais. Quero dizer, só mais uma vez. Pego meu telefone, minhas coisas, devolvo suas roupas e ficamos quites.

Esperei que retrucasse, até desejei que insistisse.

Tive que admitir que seria a desculpa perfeita para ir de novo na casa dele.

Mas me decepcionou quando aceitou.

— Certo. Hoje começa a quermesse na cidade. À noite vou encontrar com uns amigos lá. Não vou levar sacola com suas coisas, mas posso te entregar o celular, se quiser.

— Está bem. Onde... Onde posso te encontrar?

— Vou estar por lá. A praça, onde vai ocorrer a festa, não é grande.

— Então, eu procuro. Acho que é só isso...

— Você está bem?

— Ótima.

— Nenhuma gripe?

— Não...

— Hum... Teve bons sonhos? — estava sendo cínico, mas sua voz me despertava desejos.

Fechei os olhos, visualizando-o, sentindo-o, ansiando por vê-lo e tocá-lo novamente.

— Dormi como uma pedra.

— Fico feliz em saber.

— Bom, então a gente se vê mais tarde. Quero dizer, para pegar meu telefone.

— Até mais, Anahí.

— Tchau. — desliguei, trêmula, abalada.

Continuei na poltrona e recostei a cabeça, sem poder resistir a me deliciar com as lembranças da noite anterior.

Era tudo muito novo para mim. Tinha passado a vida desconfiando dos homens, sendo fria, achando que nunca despertaria o interesse de um homem como Alfonso. Ainda mais por ter sido amante da minha irmã.

No entanto, lá estava eu ardendo, querendo de novo me resfolegar na cama com ele.