Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Se eu fosse mais experiente, saberia como lidar com todas aquelas emoções e com ele. Mas apesar de já ter trinta anos, era como uma garota ainda, aprendendo o que havia para saber sobre sexo e envolvimento. Se não tomasse cuidado, seria presa fácil daquele homem vivido e sensual.

Lembrei da nossa conversa sobre vasectomia e continuei curiosa, sem entender aquela história.

Seria Alfonso tão egoísta que não tinha vontade de ter filhos, não tinha nenhum desejo de ser pai no futuro?

Percebi que não sabia quase nada sobre Alfonso. Letícia não dissera muita coisa pessoal sobre ele, além de sua idade e profissão.

Teria família? De onde era? Tinha sido casado? Ao menos eu sabia que não tinha filhos.

Era solitário? Por opção? Para poder ser mulherengo à vontade?

Abri os olhos e me levantei, tentando tirá-lo da mente.

Não devia me incomodar com ele. Já tinha muita coisa para pensar naquela casa, muita preocupação. A começar com Nate.

E fui procurá-lo.

Naquele dia, saímos para cavalgar. Fiquei impressionada como ele se saía bem em cima de um cavalo e como aquilo o deixava feliz.

Passeamos pelos arredores da fazenda, fui apresentada a alguns empregados, paramos perto da plantação e o administrador fez questão de nos mostrar como funcionava tudo e a adega.

Era um senhor agradável e muito simpático.

Almoçamos mais tarde naquele dia, quando chegamos.

E Nate me surpreendeu ao sugerir:

— Vamos começar hoje aquilo que você falou?

— O quê? Sobre comermos a mesma coisa?

Fez que sim com a cabeça, disfarçando enquanto sentava.

Elisa sorriu para mim, toda satisfeita. Retribuí da mesma maneira.

— Ótimo! Preciso forrar meus ossos com um pouco mais de carne.

Nate sorriu devagar.

Nos servimos de feijão, arroz, salada, carne assada e uma porção de legumes. Um copo de suco. Tudo sem exagero, no ponto certo.

Comecei a comer com calma e ele me imitou.

Elisa começou a cantarolar, recusando quando a chamamos para comer com a gente. Disse que já tinha almoçado há muito tempo. E foi cuidar de suas coisas.

— Vai ter sobremesa? — ele perguntou, quando acabamos tudo.

— Que tal uma maçã?

— Maçã? — olhou-me desanimado.

— Olha como está vermelhinha. Podemos comer na varanda, o que acha? — já me erguia e pegava duas para lavar.

No final, Nate concordou e sentamos em poltronas na varanda, comendo nossas maçãs em um silêncio amigável.

Pensei que gostaria de levá-lo comigo na quermesse naquela noite, mas ele estranharia ao me ver pegar o celular com Alfonso.

Assim, falei:

— Que tal a gente ir na festa da cidade amanhã? Soube que vai ter três dias de quermesse.

— É, começa hoje e vai até domingo. Vai ter até parque. E música ao vivo. — olhou-me, e era clara sua vontade de ir. — Podemos mesmo ir amanhã?

— Claro. E se quiser, voltamos no domingo.

— Está certo. — concordou, muito mais à vontade comigo agora.

Eu sentia que passava a confiar em mim. Não era mais agressivo, às vezes só um pouco ainda desconfiado. Mas dava para entender, levando-se tudo em conta.

Naquele momento, o carro de Letícia parou em frente à casa e ela desceu, elegante e linda.

Tinha saído na noite anterior e só voltava agora.

Subiu os degraus da varanda e me olhou com frieza. Eu a encarei do mesmo modo.

Nate tinha se fechado ao vê-la.

— Comendo maçã? O que aconteceu com os chocolates? — seu tom era irônico, fitando o filho. — Nossa, como a presença de Anahí está te fazendo bem! Daqui a pouco vai querer ficar de vez com ela!

Nate não disse nada. Olhou para fora.

Ela sorriu para mim.

— Bom saber que estão se dando tão bem juntos. Minha irmã é um ser iluminado, sem defeitos.

— Bem diferente de você, não é? — usei da mesma ironia.

— Pois é, querida. Infelizmente, eu fiquei com a outra parte boa. A beleza. — jogou o longo cabelo para trás do ombro. — O que não se pode dizer de você.

— Anahí é mais bonita que você. — disse Nate de imediato, olhando-a com cara feia.

Surpreendi-me com sua defesa.

Letícia deu uma gargalhada e se encaminhou para a porta da casa.

— Ah! Essa foi boa! Que engraçado, Nate! — entrou.

Eu olhei para meu sobrinho e sorri.

— Obrigada. Mesmo não sendo verdade.

— Para mim, é.

Não me fitou, mas disse de coração, o que só me emocionou mais.