Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 8 - Um Dia No Paraíso

Anahí

No domingo, eu e Nate saímos para explorar uma praia perto da fazenda, de manhã.

Ele foi de bermuda e blusa de malha e não quis tirar de jeito nenhum a roupa para tomar banho. Entendi que era com vergonha de sua obesidade.

Não insisti e fiquei de maiô e short também.

Jogamos bola na praia e acabamos morrendo de rir com a dificuldade em colocar uma pipa no alto. Tivemos que desistir.

Foi um dia tranquilo e em paz.

No final da tarde, ele estava cansado e acabou declinando de ir à festa na cidade, preferindo ver televisão no quarto.

Tinha se tornado um costume eu colocá-lo na cama, cobri-lo e me despedir com um beijo. Percebi que sorria, todo satisfeito com isso.

Depois fui para a varanda, que tinha se tornado meu lugar preferido da casa.

Fiquei no balanço, olhando a noite, pensando em tudo que teria que fazer quando voltasse ao Rio, se era melhor já começar a me informar se precisavam de médicos no hospital da Ilha.

Então resolvi ir com calma, deixar as coisas acontecerem. Já tinha muito com que me preocupar.

Como Alfonso, por exemplo.

Estava com uma dúvida cruel. Tínhamos combinado de sair na manhã seguinte, explorar a ilha. Mas não falamos mais nada e me sentia insegura, sem saber se deveria ou não aparecer na casa dele.

E se tivesse mudado de ideia? E se estivesse com outra pessoa?

Talvez o melhor fosse me afastar enquanto ainda era tempo, enquanto podia controlar uma parte de mim mesma.

Ao mesmo tempo, me preocupava em ficar a manhã fora de casa. Podiam precisar de mim ali.

E nem tive coragem de dizer a Nate que sairia. Só tinha comentado por alto que talvez precisasse resolver algumas coisas na cidade no dia seguinte.

Estava lá, pensativa, quando o celular em meu bolso tocou.

Eu o atendi, curiosa. Vi um número desconhecido.

— Alô?

— Oi, Anahí.

A voz dele me arrastou para uma sensação inebriante de prazer e nervosismo.

— Oi, Alfonso...

— Pronta para amanhã?

— Eu acho que...

— Sim?

— Bem, acontece que não sei... Fiquei pensando...

— Não pense. Diga sim.

— Talvez seja melhor a gente não se ver mais.

— De novo essa história? — ele suspirou.

— Não entendo o que pode querer comigo. Com certeza tem outras mulheres que ficariam felizes com o seu convite.

Ele ficou quieto um pouco.

Eu também, lembrando das mulheres que o cercavam de atenção na noite anterior, na verdade com aquilo me perturbando mais do que eu gostaria.

— Anahí, eu convidei você. O que quero saber é, vai ou não?

Senti-me acuada.

No fundo sabia que queria ir, mas tinha medo.

Ao mesmo tempo, temi que desistisse e não me procurasse mais. E eu não sabia se estava preparada para aquilo. Ainda não.

— Eu vou. — tive que dizer, embora tudo ainda fosse estranho para mim. — Mas não posso ficar o dia todo.

— Tudo bem.

Parecia haver algo divertido na voz dele. Não soube do que achava graça.

— Chegue cedo aqui. Saímos com meu carro.

— Cedo que horas?

— Seis, sete da manhã. Para aproveitarmos bem.

— Preciso levar alguma coisa?

— Traga só você.

Acabei sorrindo sozinha. Alfonso tinha um jeito charmoso próprio, natural.

Queria falar mais com ele, percebendo que sem querer tinha sentido a sua falta. Mas não sabia mais o que dizer para mantê-lo na linha.

— Estarei aí então.

— Certo. Bem, vou voltar para essa minha vida terrível de escritor. As ideias estão aqui, me sacudindo para sair. Parei só para falar com você.

— Está bem. Boa noite.

— Boa noite, Anahí. Tenha bons sonhos.

"Com você", pensei.

Não disse mais nada e desliguei.

Recostei-me no balanço e fechei os olhos um momento, sendo bombardeada por imagens de Alfonso, por sensações que me deixaram quente, excitada.

E ansiosa, rezei para que o dia seguinte não demorasse a chegar.

Acordei bem cedo. Tomei banho, pus um maiô preto inteiriço e comportado e uma bermuda.

Odiava usar biquíni por causa da minha magreza. Embora sentisse que havia engordado um pouco naqueles dias que passei ali.

Pus uma camiseta azul por cima, trancei os cabelos, calcei sandálias rasteiras e preparei uma bolsa com pente, protetor solar, carteira, celular, óculos escuros, uma canga e um chapéu.

Saí rapidamente do quarto.

Dirigi-me ao quarto de Joaquim e a enfermeira já estava acordada, tomando seu café em uma mesinha de canto.

Joaquim dormia profundamente.

— Bom dia, Solange.

— Bom dia, Anahí.

— Olha, vou precisar sair. Se tiver qualquer problema por aqui, ligue para mim.

— Pode deixar.

— Certo. Obrigada.

Nos despedimos e saí.

Fui dizer o mesmo a Elisa, que já estava de pé, na cozinha.

— Bom dia, Elisa. Você trabalha demais... — falei, ao entrar. — Qualquer hora que entro aqui, está trabalhando.

— É assim que gosto. Seu Joaquim queria contratar uma moça para me ajudar, mas prefiro assim. — sorriu para mim. — Vai sair?

— Sim. Mas se Nate precisar de mim ou acontecer alguma coisa, você me avisa? Tem o meu número, não é?

— Tenho, sim. Pode ir tranquila.

— Tá.

Mesmo sabendo que tudo estava sob controle, eu ainda me sentia estranha, culpada por sair. Principalmente por causa de Nate.

Mas acabei me despedindo de Elisa e fui.