Fanfics Brasil - Um Dia No Paraíso Pecados e Desejos *AyA*Ponny*

Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA


Capítulo: Um Dia No Paraíso

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Apesar de não postar no fim de semana, hoje estou BEM feliz então, aqui vai...


Passado do Poncho em 3, 2 , 1...


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— Sabe o que pensei? — perguntou baixinho.


— O quê? — eu apoiei o cotovelo na toalha e a cabeça na mão, observando-a com atenção.


— Você faz jus ao sobrenome que tem.


— Ah, isso não... Não me venha comparar à uma raça de cavalos. — meu sorriso se ampliou, mas fingi fazer cara feia. — Não sabe como já ouvi piadinhas sobre isso.


— Imagino. — acabou rindo. — Mas parece um Herrera mesmo. Quero dizer... — sem querer ficou vermelha e dei uma risada. — É tão grande e fogoso... Como um garanhão.


— Obrigado pela parte que me toca...


— Muitas mulheres já disseram isso?


— Muitas. Garanhão, puro-sangue, vem me galopar, vou cavalgar você... — balancei a cabeça, divertido. — Mas o pior é quando me chamam de cavalão.


Anahí riu. E indagou:


— Mas de onde veio esse sobrenome? Nunca ouvi. É de sua mãe ou seu pai?


— Nenhum dos dois.


Não gostava muito de falar no assunto, mas ela tinha algo que me deixava à vontade, para ser eu mesmo e tirava minhas reservas.


Fiz círculos com o dedo em sua barriga.


Ela esperava, olhando-me atentamente.


— Não sei quem foram meus pais. Fui deixado em um orfanato em Quintino ainda bebê, sem nenhuma informação sobre mim. Lá escolheram meu nome, mas nunca descobri o por quê do Herrera.


Surpreendendo-me, acariciou meu rosto com carinho. Eu a fitei.


Disse baixo:


— Não sabia. Lamento. Chegou a ser adotado?


— Não. Só saí de lá ao completar maior idade.


— Sofreu muito?


— Aprendi a me defender cedo. Mas em comparação com outros lugares de onde ouvi falar, até que me saí bem.


— E nunca pensou em tentar descobrir quem foram seus pais?


— No início, sim. Comecei a investigar, mas não descobri nada. Depois resolvi aceitar e deixar para lá. E refiz minha vida.


Acenou com a cabeça, prestando atenção, séria.


Continuava a passear os dedos em meu rosto e gostei imensamente do toque, da carícia, ter partido dela.


— E se tornou logo escritor?


— Não. — sorri. — Trabalhei em tudo que se possa imaginar. Sempre escrevi, desde pequeno. Era onde eu podia criar meu próprio mundo, ser um rei. Mas era algo íntimo, apenas para meu prazer. Mas tinha contas para pagar e precisava de dinheiro. Comecei a estudar à noite, fazendo faculdade de Direito. Mas nem a terminei. Antes mandei um dos meus livros para um concurso literário em São Paulo.


— Venceu?


— Não. Fiquei em segundo lugar. Mas um dos jurados era editor chefe de uma grande editora, gostou do meu livro e me procurou. Acabei fechando contrato com ele e lançando. No início foi difícil, não vendi muito. Mas acabou indo para fora do país e foi um sucesso nos EUA e na Europa. É engraçado, mas só depois que explodi lá é que vim fazer sucesso aqui. Bom, foi isso. Acabei virando escritor em tempo integral.


— É uma história e tanto... Deu a volta por cima. — Anahí me fitava mais aberta, como se saber de tudo aquilo a tivesse aproximado mais de mim.


E eu sentia aquilo também.


Nunca estivemos tão próximos, tão à vontade um com o outro.


Mordeu o lábio, um pouco indecisa. Mas por fim perguntou o que queria:


— Não precisa responder... Mas, tendo sido privado de uma família, nunca pensou em construir uma para você?


Sem querer, ela tinha metido o dedo fundo na ferida.


Senti-me recuar para um lugar onde não gostava de ir, uma época que eu sempre lembrava, mas que gostaria de esquecer.


O tempo ajudava, amenizava, mas tudo continuava lá e, quando eu menos esperava, me abatia.


Anahí sentiu minha mudança. Falou rapidamente:


— Desculpe, não queria me meter.


— Tudo bem... Entendo sua pergunta, ainda mais sabendo que fiz vasectomia.


— Mas não precisa responder.


— Não gosto muito de falar sobre isso.


— Certo. Sem problema.


Pensei em mudar de assunto, mas encontrei seus olhos.


Nenhuma das mulheres que tive soube muito da minha vida.


Não depois de tudo que passei, de um casamento fracassado e a perda de uma filha. Era uma parte só minha.


No entanto, algo nela me incitava a falar, a desabafar pela primeira vez em muitos anos.


Sem saber por que, confiei em sua honestidade, cheguei a sentir necessidade de extravasar tudo.


E sério, foi o que fiz.


— Conheci uma menina no orfanato da minha idade, como eu abandonada ainda bebê. Nos tornamos unha e carne, com a mesma fome de amor e de uma família. Algumas crianças aprendem a viver sem isso. Para outros, se torna quase uma obsessão. Foi assim para nós. E isso, mais do que tudo, nos ligou.


Anahí ouvia quase sem piscar, muito atenta.


— Saímos na mesma época e tínhamos tudo planejado. Arrumamos emprego e fomos morar juntos. Aos vinte anos estávamos casados. E, irresponsáveis, mesmo morando de aluguel e sem ganhar muito, já tentamos ter um filho. Acho que era nosso maior desejo. Ter logo uma família.


Era como voltar na época, ver a alegria de Vivian, seu desejo quase obsessivo de ser mãe.


— Tentamos, mas por algum motivo ela não engravidou. Dois anos se passaram, até que começamos a fazer vários exames. Parecia tudo bem. Os médicos não descobriam nenhum problema. E mais um ano se passou. Até que fomos em outros especialistas, quando vendi meus livros e fiz sucesso. Nossa situação financeira melhorou muito e podemos pagar médicos bons. Descobriram que eu tinha um baixo número de espermatozoides no esperma. E aí fui medicado para tentar resolver o problema.


Voltei ao presente quando sua mão escorregou em meu pescoço e brincou com uma mecha do meu cabelo úmido.


Suspirei, fitando seus olhos.


— Vivian conseguiu engravidar. E tudo parecia bem demais. Ganhava dinheiro, compramos nossa primeira casa, íamos ter nosso filho. Nunca a vi mais linda e feliz, radiante. E tivemos uma filha. Gabriela.


Os lábios de Anahí tremeram e vi seus olhos se encherem subitamente de lágrimas.


Espalmei a mão em sua barriga.


— Ei... O que foi?


— Você... disse que não tinha filhos. Então...


— Ela morreu há nove anos. — minha voz saiu até fria.


Mas algo absurdamente doloroso me apertava por dentro, algo que pensei ter superado. Mas consegui me controlar, me manter firme.


— Ah, Alfonso... — as lágrimas escorreram pelos cantos dos seus olhos.


Sem que eu esperasse, me abraçou forte, puxando-me para si, beijando meu rosto, meu pescoço, minha orelha.


— Sinto tanto!


— Tudo bem... Já aceitei o fato, Anahí.


— Desculpe por fazer você lembrar tudo isso. — murmurou, mais terna do que já a vi um dia.


Fechei os olhos por um momento de dor, em que realmente precisava de um abraço.


Tinha recebido os pêsames dos amigos, reconstruído minha vida, mas nunca desabafei de verdade.


Acabei dizendo baixinho:


— Eu nunca esqueci. Está sempre comigo. E acho que vai ficar, até eu morrer. Mas aprendi a conviver com isso.


Afastei a cabeça. Ela acariciou meu cabelo, beijou suavemente meus lábios.


Depois apenas nos olhamos, muito ligados.


— Gabriela tinha quantos anos? — indagou num sussurro.


— Quatro. E até que viveu muito. Os médicos não acreditaram.


— Mas... — franziu o cenho.


— Nasceu com problemas. Sem uma parte do cérebro. Mais tarde fomos descobrir que meu problema não era só uma baixa contagem de espermatozoides, mas uma deficiência genética neles. Se eu tivesse filhos, todos nasceriam com problemas físicos. Mas Gabriela já estava lá. Nunca ia andar, falar, crescer. Os médicos diziam que não tinha nem consciência de nada, mas disso sempre discordei. Tenho certeza que em alguns momentos me reconhecia, me olhava, seguia o som da minha voz. Mas seu caso era muito sério. Não respirava nem se alimentava sozinha. Vivia presa em várias máquinas. Não lhe deram nem um ano de vida.


— Ficou no hospital?


— Nessas horas o dinheiro ajuda. Estava fazendo sucesso pelo mundo, vendendo demais. Pude montar um hospital dentro de casa para ela. E assim foi.


— E sua esposa?


— Ela não aguentou a barra.


De maneira distante, até fria, lembrei de Vivian chorando, fazendo suas malas. Seus sonhos pelo chão.


— Ela foi embora?! — indagou, horrorizada.


 


 



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Autor(a): Mila Puente Herrera ®

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— Foi. Nos divorciamos e acabou se casando de novo, realizando seu sonho. Teve três filhos saudáveis. E só voltou a ver nossa filha no dia do enterro. — Você... Você cuidou dela sozinho? — Contratei enfermeiras para me ajudar, quando precisava escrever. — passei o dedo pela pele suave de seu rosto, estranhamente alivi ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 156



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  • ponnyforever10 Postado em 25/07/2018 - 19:01:50

    A Letícia não tinha limites e no fim teve o que mereceu :))). 5 filhos <333 aii que família mais lindaaaaa <333333. Ameii a história vamos pra próxima :)

  • sahprado_ Postado em 25/07/2018 - 17:26:41

    Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa que final lindo!!!! Letícia colheu o que plantou, mas bem que eu queria ver ela de volta no Brasil com uma mão na frente e outra atrás pedindo socorro pra Any e pro Alfonso. Ia ter sido legal. Amei a história!

  • ponnyforever10 Postado em 24/07/2018 - 12:05:49

    Ai o Nate amou o katfa *----*, ótima ideia levar ele ganhou pontos com Nate kkkk.Eu to é rindo da Letícia mulher amargurada :)))

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 25/07/2018 - 15:54:56

      Quem não se derrete por um doguinho? *--* Letícia teve oq merece :3

  • sahprado_ Postado em 24/07/2018 - 09:42:39

    Gente meu coração tá explodindo de amor com o Poncho e o Nate e a Kafka aaaaaaaaaaaaaa <3 que lindeza! Acho que o que incomodava mais o Nate sobre o Alfonso era o fato de a Letícia ainda ser casada. A Any é livre e desimpedida, então...

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 25/07/2018 - 15:54:25

      Vontade de colocar num pote né? :3 Sim, ainda mais com o pai dele, graças a Deus Any não tem nada a ver com o pai dele KKKKKKKKKK

  • ponnyyvida Postado em 23/07/2018 - 22:54:14

    Aí meu coração *_* Esse dois são muito perfeitos <3 Graças a Letícia vai embora e nunca mais vai voltar (pelo jeito). Continuaaa <3 <3

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:06:45

      São sim *---* Pode ficar tranquila que ela não volta :3

  • ponnyforever10 Postado em 23/07/2018 - 11:35:11

    Sabia que Poncho não ia decepcionar :)), como o Poncho disse até os bichos tem mais sentimentos que ela !!. Aaaaaa ele pediu ela em namoro e ja sabe que ta apaixonado *------*

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:05:32

      Claro que não u.u SIM!!! SIMMMMM <3

  • sahprado_ Postado em 23/07/2018 - 11:00:11

    "Não havia mais nada sensual nela. Era uma mulher amarga, rancorosa, feia. Tão feia por dentro que isso se espelhava agora, refletindo-a." Ponchito, você nunca decepciona, tão lindinhos ele e a Any <3 reta final já :( quero maaiisss poxa hahahaha

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:04:35

      KKKKKKKKK SIM, ele finalmente viu a Letícia como a gnt vê :3 Um casal bolinho *--* Sim :/ Calma que tem um epílogo MARAVILHOSO :3

  • ponnyyvida Postado em 22/07/2018 - 23:57:17

    Aí senhor, que perfeição o Poncho dando um fora bemmm bonito na Letícia :) Isso mesmo Poncho, tem que ser fiel <3 Continuaaaa

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:18:38

      Maravilhoso não? Anahí era pra ver isso u.u Ele é, já tá arriado os 4 pneus pela Narrí :3

  • sintiyomemuero_anahi Postado em 22/07/2018 - 16:07:28

    continuuuuuuuuuua

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:17:45

      Continuandooooo :3

  • sahprado_ Postado em 21/07/2018 - 01:12:50

    Vai lá, Poncho. Tenho fé em você. Coloca essa cretina no lugar dela - com educação, porque você é um cavalheiro. Os medos da Any são tão familiares que doem, mas com o Poncho vai ser diferente! A Any ainda vai ter a oportunidade de sentar a mão na orelha dessa infeliz? Por favorrr nunca te pedi nada

    • Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:17:23

      MORTA COM O *com educação, porque você é um cavalheiro* KKKKKKKKKKKK Sim, a bichinha... :/ OHHH SE VAI :3 KKKKKKKK Não mais, essa bruxa já vai embora, mas calma que ela vai ter o dela...


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