Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA
Suspirei, me sentindo muito cansada, sentei na cama.
Primeiro devia observar o comportamento do meu sobrinho, e depois ver se poderia ajudar em alguma coisa.
Seria mais fácil para ambos se eles se entendessem e amparassem um ao outro.
A estafa parecia desabar sobre mim naquele momento e deitei na cama, exausta.
Acabei cochilando.
Quando acordei, forcei-me a levantar e desfazer a mala.
Somente depois de tomar um banho senti-me um pouco melhor.
Saí do quarto um pouco depois das seis horas.
Levei um susto ao ver Nate sentado no sofá da sala, brincando com uns bonecos.
Em nada ele lembrava o garoto esguio que tinha ido me visitar no Rio de Janeiro.
Se Letícia não tivesse falado de seu problema de obesidade, eu nunca desconfiaria que aquele menino, muito gordo, com enormes bochechas e rosto redondo pela gordura, fosse mesmo meu sobrinho sorridente e magrinho de antes.
Estava também bem maior, alto para sua idade.
Ele parou de brincar ao me ver.
Seus olhos castanhos pareciam enterrados nas carnes rosadas de suas faces. Os ombros eram roliços, dando em braços pequenos e largos, e um abdômen protuberante.
Os cabelos tinham escurecido e precisavam de um corte, caindo lisos pelo pescoço e pela testa.
Eu me aproximei, tentando esconder a surpresa e a preocupação.
Era muito obeso para uma criança de sete anos. Muito propenso a ter doenças.
— Oi, Nate. Lembra-se de mim?
O olhar frio dele foi tudo que recebi ao me abaixar para abraçá-lo.
Afastei-me um pouco, constrangida.
Sem se mover, ele disse em uma voz infantil, mas gelada:
— Não me lembro de você. Mas deve ser a irmã da minha mãe.
— Sim, sou sua tia Anahí. — sentei na poltrona em frente, tentando parecer natural. — Estou feliz em estar aqui e...
— Por que você veio? — Nate segurava os bonecos com força pois os nós dos seus dedos estavam brancos, seu olhar era agressivo.
— Vim ver vocês. Saber de seu pai, visitá-los...
— Nunca apareceu por aqui.
— Já, sim. Duas vezes. E você já foi em meu apartamento no Rio há três anos. Lembra que fomos ao parque e à praia?
— Já disse que não lembro de você. — encerrando o assunto, voltou a brincar com seus bonecos e me ignorou.
Eu fiquei impressionada com sua agressividade. Mas procurei me manter serena.
— E como você está? Anda estudando bastante?
— Estou de férias. E fiquei reprovado na escola.
— Ah, que pena...
— Você é mais chata que a minha mãe... — fitou meus olhos, emburrado. — E mais feia também.
Eu pisquei, perplexa.
Senti-me humilhada como há muito tempo não acontecia, desde as comparações de minha mãe e de outras pessoas sobre mim e Letícia.
Sempre ficara claro que eu era a irmã feia, gigante, magrela, e ela a irmã bonita e graciosa.
E agora uma criança de sete anos jogava aquilo em minha cara.
— É, Letícia sempre foi a mais bonita da família. — consegui murmurar.
— Por isso você nunca se casou? — continuou com o ataque. — Ninguém te quis?
Eu me senti acuada e, por um momento, tive raiva daquele garoto. Mas me controlei.
— Nunca pensei em me casar. Passei minha vida inteira estudando muito e depois trabalhando.
Nate deu de ombros, pouco interessado. Voltou a brincar.
Eu me recostei na poltrona.
Parecia ter acabado de sair de uma luta, tão cansada e nocauteada eu me sentia.
Observei aquele menino gordo e agressivo, pensando o quanto causava má impressão em uma pessoa.
Eu até entendia por que minha irmã estava tão irritada com ele.
Mas eu era médica e adulta. Uma criança de sete anos não podia enganar alguém que a olhasse com mais atenção, não tinha malícia para isso.
E o que eu vi foi que ele usava a comida para escapar de seus problemas, e a agressividade para se proteger do sofrimento.
É claro que ele sabia perfeitamente que eu era sua tia, e devia até se lembrar como nos divertimos juntos no Rio.
No entanto, eu estava ali só de passagem, e não merecia nada além de sua repulsa.
Olhando-o atentamente, podia ver a dor em seus olhos, a solidão, a carência afetiva.
Quantas vezes eu mesma não me sentira assim?
Eu podia não ter filhos, ser solitária e só viver para o trabalho, mas entendi naquele momento Nate, e não me senti mais agredida ou acuada.
Sua agressividade era só uma arma de um menino desesperado.
— Por que está parada aí me olhando? — ele me encarou, de cara feia. — Não esperava me ver tão gordo?
Tentei não dar tanta importância ao fato.
— É, Nate, você engordou desde a última vez que nos vimos, mas isso não me preocupa. É normal. As pessoas engordam e emagrecem o tempo todo, principalmente quando crianças. É muito difícil resistir a doces e chocolates.
Ele pareceu desconfiado.
— Minha mãe diz que pareço um porco...
— Não, com certeza falou isso da boca para fora.
Naquele momento Letícia entrou na sala, fresca e linda numa saia comprida azul e uma camiseta coladinha branca.
Parecia arrumada para ir à uma festa, até mesmo maquiada.
— Vejo que já se reencontraram. Se ele for malcriado com você, é só me avisar. — lançou um olhar cheio de censura ao filho, que a olhou desafiadoramente.
— Eu e Nate estávamos apenas conversando. — falei.
Letícia foi ao bar, servindo-se de uísque.
— Quer um drinque?
— Não, obrigada.
O clima estava visivelmente tenso.
Tentei puxar conversa, mas Nate brincou com seus bonecos e me ignorou, enquanto minha irmã parecia irritada e impaciente.
Sentamos para comer na sala de jantar e nem teve conversa.
Nate encheu seu prato de comida e depois, literalmente, atacou-o.
Não ergueu os olhos, cercando o prato com os braços, devorando a comida como se temesse que fosse arrancada de si.
Letícia bebeu mais do que comeu, olhando para o filho com nojo.
Eu não soube o que fazer.
De repente, minha irmã explodiu.
— Tenha educação, seu esfomeado! Já disse que não quero que coma desse jeito! Tire os cotovelos da mesa e sente-se direito!
Seus gritos reverberaram pela sala.
Eu fiquei imóvel.
Autor(a): Mila Puente Herrera ®
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O garoto ergueu os olhos, mas continuou a comer do mesmo jeito. — Sua peste! Já avisei que não vou tolerar isso! Coma direito ou vou te colocar para se alimentar no chiqueiro, junto com os porcos! Está me ouvindo?! Devagar ele tirou os braços da mesa e começou a comer mais comedidamente. Seus olhos estavam cheios de raiva. Minha i ...
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Comentários da Fanfic 156
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ponnyforever10 Postado em 25/07/2018 - 19:01:50
A Letícia não tinha limites e no fim teve o que mereceu :))). 5 filhos <333 aii que família mais lindaaaaa <333333. Ameii a história vamos pra próxima :)
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sahprado_ Postado em 25/07/2018 - 17:26:41
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa que final lindo!!!! Letícia colheu o que plantou, mas bem que eu queria ver ela de volta no Brasil com uma mão na frente e outra atrás pedindo socorro pra Any e pro Alfonso. Ia ter sido legal. Amei a história!
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ponnyforever10 Postado em 24/07/2018 - 12:05:49
Ai o Nate amou o katfa *----*, ótima ideia levar ele ganhou pontos com Nate kkkk.Eu to é rindo da Letícia mulher amargurada :)))
Mila Puente Herrera ® Postado em 25/07/2018 - 15:54:56
Quem não se derrete por um doguinho? *--* Letícia teve oq merece :3
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sahprado_ Postado em 24/07/2018 - 09:42:39
Gente meu coração tá explodindo de amor com o Poncho e o Nate e a Kafka aaaaaaaaaaaaaa <3 que lindeza! Acho que o que incomodava mais o Nate sobre o Alfonso era o fato de a Letícia ainda ser casada. A Any é livre e desimpedida, então...
Mila Puente Herrera ® Postado em 25/07/2018 - 15:54:25
Vontade de colocar num pote né? :3 Sim, ainda mais com o pai dele, graças a Deus Any não tem nada a ver com o pai dele KKKKKKKKKK
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ponnyyvida Postado em 23/07/2018 - 22:54:14
Aí meu coração *_* Esse dois são muito perfeitos <3 Graças a Letícia vai embora e nunca mais vai voltar (pelo jeito). Continuaaa <3 <3
Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:06:45
São sim *---* Pode ficar tranquila que ela não volta :3
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ponnyforever10 Postado em 23/07/2018 - 11:35:11
Sabia que Poncho não ia decepcionar :)), como o Poncho disse até os bichos tem mais sentimentos que ela !!. Aaaaaa ele pediu ela em namoro e ja sabe que ta apaixonado *------*
Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:05:32
Claro que não u.u SIM!!! SIMMMMM <3
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sahprado_ Postado em 23/07/2018 - 11:00:11
"Não havia mais nada sensual nela. Era uma mulher amarga, rancorosa, feia. Tão feia por dentro que isso se espelhava agora, refletindo-a." Ponchito, você nunca decepciona, tão lindinhos ele e a Any <3 reta final já :( quero maaiisss poxa hahahaha
Mila Puente Herrera ® Postado em 24/07/2018 - 03:04:35
KKKKKKKKK SIM, ele finalmente viu a Letícia como a gnt vê :3 Um casal bolinho *--* Sim :/ Calma que tem um epílogo MARAVILHOSO :3
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ponnyyvida Postado em 22/07/2018 - 23:57:17
Aí senhor, que perfeição o Poncho dando um fora bemmm bonito na Letícia :) Isso mesmo Poncho, tem que ser fiel <3 Continuaaaa
Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:18:38
Maravilhoso não? Anahí era pra ver isso u.u Ele é, já tá arriado os 4 pneus pela Narrí :3
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sintiyomemuero_anahi Postado em 22/07/2018 - 16:07:28
continuuuuuuuuuua
Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:17:45
Continuandooooo :3
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sahprado_ Postado em 21/07/2018 - 01:12:50
Vai lá, Poncho. Tenho fé em você. Coloca essa cretina no lugar dela - com educação, porque você é um cavalheiro. Os medos da Any são tão familiares que doem, mas com o Poncho vai ser diferente! A Any ainda vai ter a oportunidade de sentar a mão na orelha dessa infeliz? Por favorrr nunca te pedi nada
Mila Puente Herrera ® Postado em 23/07/2018 - 03:17:23
MORTA COM O *com educação, porque você é um cavalheiro* KKKKKKKKKKKK Sim, a bichinha... :/ OHHH SE VAI :3 KKKKKKKK Não mais, essa bruxa já vai embora, mas calma que ela vai ter o dela...