Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 10 - Uma Felicidade Conquistada

Anahí

Aquele foi um dia triste.

Era horrível ver Nate calado, pelos cantos, sem ânimo para nada.

Fiz o que pude por ele. Fiquei em sua companhia, conversei, tentei distrai-lo.

Mas ele também não parecia querer que eu ficasse muito por perto. E pensei se não seria por saber de Alfonso.

Por fim, no final da tarde, consegui convencê-lo a dar uma volta na fazenda. Andamos calados, lado a lado e sentamos perto do riacho, onde o observei jogar pedras na água.

Tentei não forçar a barra, mas meu coração doía por vê-lo daquele jeito.

— Vou ter que ir ao Rio, fechar meu apartamento, talvez colocá-lo para alugar. E pedir demissão do hospital. Tenho que ver minhas coisas, resolver outras. — falei. — Quer ir comigo?

— Não sei...

— Seria bom. Você se distrairia. O que acha? Podemos passear um pouco lá.

— Quando?

— Poderíamos ir na quinta-feira. Eu teria quinta e sexta para resolver tudo e no final de semana aproveitaríamos.

— Tá bom, eu vou.

— Ótimo! — sorri com aquela oportunidade.

Voltamos para casa e Nate foi tomar banho. Aproveitei para tomar o meu também.

Estava descendo para ir até a sala, quando vi Nate no sofá com dois bonecos e Letícia parada ao lado dele, toda arrumada para sair.

Peguei a última frase dela:

—... e estarei viajando.

— Já vai tarde. — ele disse entredentes.

Terminei de descer as escadas, olhando-a ameaçadoramente.

Minha irmã me viu e sorriu.

— Calma, protetora dos gordinhos ofendidos... Só estava dizendo que logo ele vai ter a casa toda para ele. Afinal, até a casa o Joaquim deixou só para Nate.

— E você nunca mais vai pisar aqui! A casa é minha! — Nate agarrava seus bonecos com força.

— Quem disse que preciso disso?! O Shawn é bilionário, muito mais rico que o Joaquim. Aposto que logo me pede em casamento.

— Por que não para de provocar seu filho e vai logo, Letícia? Que prazer é esse em irritá-lo?

— Mas irmãzinha, só fui dar tchau... Vocês estão muito nervosos por aqui. Que posso fazer se tenho lugares melhores para ir? Companhias melhores a conhecer?

— Tá. Então vai. — olhei-a com frieza.

— Nossa, que mau humor... Pelo visto seu namorado não está tendo muito sucesso em derreter esse gelo.

— O Alfonso não é namorado dela. É amigo. — corrigiu Nate.

Letícia empalideceu. Na mesma hora, olhou-me.

Eu mantive-me firme, embora tivesse preferido mil vezes que ela não soubesse. Mas não recuei.

— Alfonso?! — franziu o cenho, como se não pudesse crer. — Você só pode estar brincando!

— Nate, por que não vai para seu quarto? — sorri para ele. — Já vou lá ficar com você.

— Não. Se ela brigar com você, eu estou aqui. Não vou deixar! — disse ameaçador para a mãe.

Que o ignorou e exigiu de mim:

— Explique isso!

— Não devo satisfações a você.

— Ah, mas deve sim...

— Vamos, Nate. — aproximei-me dele, mas Letícia segurou meu braço para impedir.

Com ela já extrapolando minha paciência, puxei o braço com força e dei um passo na direção dela, dizendo furiosa:

— Não toque em mim!

— Meu Deus, nunca ouvi um absurdo tão grande! Seu namorado é Alfonso? — deu uma gargalhada, passando os olhos por mim com desprezo. — Aquele deus com você? O quê? Agora ele faz caridade?

Velhas culpas e complexos retornaram, mas os engoli de volta.

Ela não me rebaixaria nem sujaria o que eu tinha com Alfonso!

— Bem, pense o que quiser... Estamos nos dando muito bem. E afinal, ele está comigo, não com você. — eu a fitava de perto, bem dentro dos olhos.

Senti que não gostou, mas permaneceu com seu ar de escárnio.

— Vamos ver por quanto tempo...

Um fio de medo passou por minha espinha.

Nate levantou e veio para o meu lado. Segurou minha mão.

— Vamos, tia.

— Olha os seus encantos e olha os meus... E agora estou viúva! Se eu quiser, mudo o rumo desse jogo. Confesso que, se tivesse desconfiado antes que minha irmã era tão invejosa e queria o que é meu, teria tomado mais cuidado com o que falo. — seu olhar e sua voz eram venenosos.