Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Segurei a mão de Nate, olhando-a. Era muito bonita e sensual.

Lembrei de nossa infância e adolescência, todo mundo impressionado com a beleza de Letícia, minha mãe mesmo sempre nos comparando, deixando claro que eu não era bonita.

Tive medo que ela se empenhasse e tentasse Alfonso. Que ele a preferisse.

Velhas inseguranças me bombardearam, mas resolvi não cair em seu jogo. E afinal, Nate estava ali, presenciando aquela cena desagradável.

Se ele não estivesse, eu gostaria de saber se minha irmã desistiria de seu alemão rico e sua viagem para fisgar Alfonso, mas é claro que não. Era ambiciosa.

Ela tentaria de tudo para tê-lo antes de viajar, só para afastá-lo de mim e provar que podia.

Assim, respirei fundo e acenei com a cabeça.

— Faça como quiser, Letícia. Não me interessa. Boa noite. Vamos, Nate.

— Isso, vai, irmã invejosa! — cuspiu as palavras, tentando me provocar ainda mais.

Subi as escadas com meu sobrinho.

Ela ainda debochou.

— Acho até que vou fazer uma visitinha para ele agora, querida. Depois te conto o que aconteceu. Em detalhes.

Eu me sentia tremer por dentro ao entrarmos no quarto de Nate.

O ciúme e a raiva de Letícia me dava vontade de dobrar-me em duas e chorar.

Não conseguia parar de pensar nela indo até a casa dele, tentando seduzi-lo e Alfonso...

Alfonso caindo em tentação.

O medo veio violento, mas lutei contra, tentando fingir que estava tudo bem por causa de Nate.

— Desculpe, tia... Eu falei sem querer.

— Não se preocupe. Não foi culpa sua. — sentei na beira da cama. — Quer jogar um pouco?

— Não. Por que ela é assim tão má?

Nós nos olhamos. Estendi a mão e ele aceitou, vindo sentar ao meu lado.

Suspirei.

— Não sei. Tem gente que não sabe viver sem magoar os outros.

— Meu pai acabou de morrer e ela já vai atrás dele de novo... De Alfonso. Só por que você gosta dele.

— Quem disse que gosto dele?

— E não gosta? Disse que é seu amigo... E ficou chateada. Ainda está.

— Não com você. Mas não vamos nos preocupar com isso.

— Por que não vai atrás dele também? Se eu fosse Alfonso, escolhia você.

— Ah, é? — acabei sorrindo, passei meu braço em volta do ombro dele. — É tudo muito complicado, Nate. Gente grande só arruma confusão.

— Vai lá. Eu estou bem. Já vou dormir daqui a pouco.

— Não, vou ficar aqui com você.

— Mas e se...

— Se Alfonso preferir Letícia, eu é que não vou querer saber dele. Agora vamos mudar de assunto.

E procurei distraí-lo, embora eu mesma não conseguisse pensar em mais nada que não fosse Alfonso e o medo que ele ficasse com minha irmã.

Uma angústia horrível se revolveu dentro de mim. Mas lutei bravamente para não demonstrar e me manter firme.

Embora estivesse em frangalhos.

Alfonso

Quando a campainha tocou, eu sorri para mim mesmo.

Anahí.

Já ia ligar para ela, saber como estavam as coisas. Mas tê-la em casa seria muito melhor.

Assim, terminei de abotoar minha camisa vermelha e fui abrir a porta.

Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com Letícia.

— Oi... Precisava ver você.

— Letícia. — amparei a mão no batente, observando-a atentamente. — O que a traz aqui?

— Você. Sentiu minha falta?

Ela não parecia nenhum pouco triste com a recente morte do marido.

Por mais que ele estivesse doente há anos, deveria sentir algo. Ou estar ao menos cuidando do filho.

Não procurando um ex-amante com um sorriso estampado no rosto e um olhar de fêmea no cio.

— Não, não senti a sua falta. É só isso? — fiz menção de entrar em casa.

Seu sorriso sumiu na hora.

— O que houve? Por que está me tratando assim, Alfonso?

— Tratando como?

— Com essa... frieza.

— Frieza? Sabe o que é frieza para mim? Não se importar em largar um filho sofrendo em casa para buscar sexo. — falei secamente.

— Até você resolveu me julgar agora?! Ninguém pensa em mim, sufocada naquela casa?! — respirou fundo, com raiva. — Com quem está aprendendo a ser tão certinho assim? Com a boa samaritana?