Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Observei-a um pouco.

Era realmente bonita. Mas só a casca.

Como pude me relacionar com alguém tão sem sentimentos e gelada?

— Agora entendi... Sabe de Anahí. Por isso veio aqui.

— Juro que não pude acreditar que está comendo a minha irmã! Pelo amor de Deus, Alfonso! Ela é feia, seca, um bloco de gelo! O que faz na cama?! Fica imóvel enquanto você a fode?!

— Isso não é da sua conta. E para mim, Anahí é linda.

— Ah, faça-me rir!

— Muito mais bonita e quente do que você. — por um motivo que não entendi bem, fiquei furioso com aquela mulher. — E posso falar com conhecimento de causa.

Letícia ficou vermelha e cerrou os lábios.

Não havia mais nada sensual nela. Era uma mulher amarga, rancorosa, feia.

Tão feia por dentro que isso se espelhava agora, refletindo-a.

— Bom, já vi que alguém andou se fazendo de boazinha aqui, virando você contra mim. O que é que Anahí falou de mim?

— Nada. Ela nem cita seu nome.

— É mesmo? Isso é estranho. Pois eu contava tudo de nós dois para ela, e a invejosa só esperou desembarcar na ilha para vir atrás de você, conferir se era tudo verdade! E para me envenenar diante dos seus olhos!

— Repito, Anahí não fala nada de você.

— Mas então por que...

— Quantas vezes preciso dizer que acabou, Letícia?! E quantas vezes tivemos a mesma conversa?!

Ela se acalmou um pouco. Então tentou mudar de tática.

— Você não pode ter esquecido os dias maravilhosos que passamos na cama. Não havia limites para nós, Alfonso. Eu deixava fazer tudo comigo, lembra disso? E agora, estou sozinha... Tenho certeza que seria até melhor. — sorriu um pouco, charmosa. — Se me der uma chance, faço você mudar de ideia.

— Não. Desculpe, mas eu não quero.

— Alfonso...

— Aproveite sua nova vida, Letícia. Mas não deixe Nate de lado. Conheço muita gente que gostaria de ter um filho e não pode. Dê valor ao seu.

— Em que momento você ficou chato assim?! Sabe de uma coisa, gastei meu tempo vindo aqui! Para dizer a verdade, tenho encontro hoje com outra pessoa. Um alemão bilionário! No final do mês estou indo embora com ele!

Eu a observei.

— E seu filho?

— Passei a guarda dele para a sua querida. Talvez vocês possam se unir e criar aquele balofo sozinho! Graças a Deus estarei longe daqui.

Eu me irritava cada vez mais.

Indaguei friamente:

— Vai viajar e deixar seu filho?

— Ah, chega de conversa! Já basta Anahí me enchendo o saco com isso! — deu um passo para trás, ajeitando a bolsa no ombro, erguendo o queixo. — Não preciso de nenhum de vocês! — e então saiu, pisando duro.

Eu voltei para dentro de casa, sem poder acreditar naquilo.

Não tinha imaginado que ela era tão sem sentimentos assim. Largar o menino logo após a morte do pai.

Kafka entrou, balançando o rabo, deitando-se num canto.

Lembrei de quando eu o peguei, filhote de uma cadela de uns amigos meus.

A cachorra tinha sentido a maior falta dele e, quando estava no Rio, sempre levava Kafka para eles matarem a saudade.

Até bicho sabia amar mais do que Letícia.

E mais do que Vivian.

Eu não conseguia acreditar em pessoas assim.

Ao mesmo tempo, admirei ainda mais Anahí.

Ela tinha largado tudo no Rio e agora assumia o filho e os problemas da irmã.

Nenhuma vez, desde que ficamos juntos, desabafou ou reclamou.

Percebi seu carinho com o sobrinho na quermesse. Tinha certeza que cuidaria dele com zelo e amor.

Pensar nela, me encheu de saudade, de vontade de vê-la.

A cada dia eu me importava mais com Anahí e queria sua companhia.

Desde que transamos pela primeira vez, não pude mais olhar para outra mulher.

Até que percebi o óbvio.

Estava apaixonado por ela.

Era estranho para mim admitir aquilo. Depois de perder minha filha, de saber que não podia ser pai, descartei a ideia de casamento da minha vida.

Relacionamentos sérios eram para os outros. Eu transaria, me divertiria, escreveria meus livros, passaria o resto da minha existência naquele paraíso.

Tinha parecido uma vida boa.

Mas agora, sem Anahí, tudo se tornava oco, insosso.

Eu não era homem para ela. Merecia alguém que lhe desse filhos, já que cuidava de Nate como um.

Devia ser uma ótima tia. Daria uma mãe excelente. E eu só a privaria daquilo.

Olhei para o telefone, louco para ligar para seu celular. Mesmo sabendo que não devia me envolver mais do que o possível, a vontade de vê-la e ouvir sua voz era maior do que tudo.

Fui em direção à mesa, mas não peguei o telefone.

Peguei as chaves do meu carro.

— Volto logo, camarada. — avisei a Kafka e saí.

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PS: Reta finaaaaal