Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Era uma loucura, mas nunca fui muito coerente.

Era o tipo que agia primeiro e pensava depois.

E me dei conta que estava tão a fim de Anahí que esperaria ela me mandar passear.

Sendo certo ou errado para ela, eu não podia me afastar naquele momento.

Eu só precisava dela.

Parei o carro em uma rua que ficava entre a que eu morava e a entrada da fazenda, deserta àquela hora da noite.

Ainda dentro do carro, peguei o celular e disquei o número dela.

Depois de dois toques, atendeu, um pouco arfante.

— Alfonso?!

— Oi, Anahí.

— Oi... Está em casa? — seu tom era meio distante, desconfiada.

— Não.

— Ah! — pareceu aliviada.

Teria sabido que Letícia ia me procurar? Por isso parecia esquisita?

— Eu estava em casa até agora. Mas resolvi sair. Estou esperando você.

— Me esperando? Onde?

— Perto da entrada da fazenda. Preciso ver você. Pode vir aqui?

Ficou quieta.

Por fim, disse baixo:

— Nate dormiu. Só não posso demorar. Quer conversar comigo?

— Sim.

— O que aconteceu?

— Saudade. Serve? — acabei sorrindo.

— Eu... estou indo. Onde está mesmo?

Expliquei e nos despedimos.

Sozinho dentro do carro, pus uma música para tocar e bati com os dedos no volante, impaciente.

Cada minuto pareceu demorar uma hora.

Por fim seu carro parou atrás do meu e ela saiu.

Estava escuro e acendi os faróis, até que entrou ao meu lado e bateu a porta, olhando-me como se não soubesse o que esperar.

A primeira coisa que fiz foi acariciar seu rosto. Então, tirei o prendedor do seu cabelo e enfiei meus dedos entre os fios sedosos, fitando seus olhos profundamente e dizendo baixinho:

— Sabe o quanto eu senti a sua falta?

Mordeu os lábios, estremecendo de leve.

— Também senti a sua, Alfonso.

Percebi que estava nervosa, tensa.

Indagou logo, como se não pudesse se conter:

— Minha irmã foi procurar você?

— Foi.

— E?

— E nada. Voltou pelo mesmo caminho que veio.

— Vocês não...

— Não. Nunca mais. — sorri, puxando-a para mim, parando com meus lábios a poucos centímetros dos dela. — Só tenho olhos para uma mulher.

— É difícil acreditar nisso...

Mas seu olhar parecia implorar para acreditar.

Tremeu em meus braços.

— Jura? Jura que não caiu em tentação e...

— Se quiser que eu jure, eu juro. Sua irmã não me interessa. Por que não me disse que ela está abandonando o filho e que vai assumir a guarda dele?

— Não quis perturbá-lo com esses problemas.

— Nunca me perturba, Anahí. Isso significa que vai morar aqui?

— Sim.

— Ótima notícia... — sorri e mordisquei de leve seu lábio, acariciando sua nuca, murmurei: — Vamos transar todo dia.

— Alfonso! — acabou sorrindo e me abraçou, inclinando um pouco a cabeça e me beijando na boca, sôfrega, apaixonada.

Eu retribuí na hora e a puxei para o colo, ansioso, louco por tê-la por inteiro.

Foi longo e gostoso.

Uma música romântica do Nigthwiss começou a tocar dentro do carro e embalou nosso beijo, nosso abraço, nosso desejo.

Fiquei perdido quando me dei conta de quanto eu estava apaixonado por ela, de como tudo ganhava cor e vida quando estava perto de mim.

Apertei-a forte e dei tudo de mim naquele beijo esfomeado, cheio de luxúria mas de outros sentimentos também.

Um beijo de amor.

Daqueles que a gente só dá quando está completamente apaixonado.

Segurei seu cabelo na nuca com firmeza e fitei seus olhos pesados, tão entregues como eu me sentia.

— Não vou deixar você escapar, Anahí.

— E quem disse que eu quero? — murmurou.

— Sabe quem sou. Sabe...

— Sei quem é. Por isso gosto cada vez mais de você. — confessou. — Hoje eu nem conseguiria dormir, agoniada, pensando que estivesse com Letícia...

— Nunca. Já falei uma vez e repito: Sou seu.

— Meu como?

Talvez fosse a hora da verdade.

Continuou lá, no meu colo, seu olhar pedindo algo silenciosamente.

Desci as mãos por suas costas até a cintura. Meti ambas sob a barra da blusa, até espalmá-las em sua pele macia e morna.

— Quero que seja minha namorada, Anahí. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas preciso que fique comigo. Sei que tenho meus defeitos e que nunca vou poder dar filhos a você. Que talvez mereça alguém melhor. Mas...

Ela encostou o dedo indicador nos meus lábios, seus olhos se enchendo de lágrimas.

— Não diga isso. Você é o único homem que quero. Até pouco tempo atrás, minha vida era só trabalhar. Eu a passaria sozinha e sem filhos. Agora tenho Nate. E estou... Estou apaixonada por você, Alfonso. Se o que diz é verdade, se me quer, já tenho tudo que posso desejar. Mais nada importa.