Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Está apaixonada por mim? — sorri.

— Até parece que não tinha percebido... — sorriu também.

— E você? Percebeu que estou apaixonado?

— Não. Pensei que fosse só sexo.

— Isso também. — provoquei, mas então fiquei sério. — Mas tudo o que disse é verdade, Anahí. Um dia vai desejar ter seus filhos.

— Eu já tenho. Nate. Tudo o que desejo além disso é você.

Havia uma emoção palpável entre nós.

Ela acariciou meu rosto, sem se esconder.

Confessou:

— Acho que já tinha me apaixonado antes de te conhecer. Letícia falava de você e eu tinha raiva de mim mesma, pois sonhava com seus olhos verdes, sonhava que era meu. Quando o vi a primeira vez, fiquei surpresa. Pois parecia demais com o homem que imaginei.

— É sério?! — fiquei surpreso.

— Muito sério. Por isso sentia tanta raiva. Tinha sido amante da minha irmã e eu o desejava. Muito. E agora, nem consigo acreditar que estamos aqui, juntos. Parece que meu sonho se realizou.

A emoção verdadeira nas palavras dela, e o modo como me olhava, me deram a certeza de que me amava.

E mesmo ainda achando que merecia um homem completo, eu não pude resistir aquilo.

— Agora é realidade. — e a beijei de novo na boca.

O desejo veio voraz, permeado pela saudade, pela vontade de ficar junto, pelo amor que só crescia e se fortalecia.

Eu a despi sem pressa, beijando cada parte do seu corpo, adorando-a como era.

E Anahí me despiu, retribuindo da mesma maneira. Me aceitando como eu também era.

Quando a penetrei, montada em cima de mim com as pernas abertas, eu me senti no paraíso.

Eu soube que não a deixaria escapar nunca.

Eu seria o homem da sua vida. E ela a minha mulher.

Anahí

Foi um custo ficar longe de Alfonso por quatro dias.

Mas viajei na quinta com Nate para o Rio.

E o menino ainda estava muito triste e cabisbaixo para aceitar outro homem assim entrando na sua vida, principalmente um que já tinha sido amante da sua mãe no passado.

Conversei com Alfonso e ele concordou que deveríamos ir com calma mesmo, em consideração ao meu sobrinho.

Foram dias maravilhosos, onde vi Nate desabrochar longe do sofrimento que tinha vivido vendo o pai definhar e morrer.

Ficamos em meu apartamento enquanto eu ia em uma imobiliária e o colocava para alugar mobiliado.

Separamos meus objetos e roupas, tudo que eu mandaria para a fazenda.

Fomos ao hospital, me despedi de colegas e amigos, pedi demissão.

E saímos, passeamos, conhecemos pontos turísticos.

Ele também concordou em cortar o cabelo e se consultar com uma endocrinologista infantil amiga minha, que o orientou sobre saúde, alimentação e exercícios físicos.

A saudade que eu sentia de Alfonso era absurda.

Ligava para ele e passávamos horas ao telefone à noite. Ou ligava para mim, dizendo o quanto sentia a minha falta.

Era como andar nas nuvens, maravilhoso, com a sensação de que vivia um sonho.

Também aproveitei aqueles dias para preparar Nate para a vida que teríamos pela frente.

Ele estava bem consciente de que ficaria sob a minha tutela e que logo a mãe ia embora.

Assim como expliquei que o queria na escola e que seria uma tia chata, cobrando suas obrigações.

Também falei de Alfonso, metendo-o nos nossos assuntos hora ou outra, fazendo-o se acostumar com a presença dele em nossas vidas.

Voltamos à Ilha no domingo, ao final da tarde. Estávamos cansados após a viagem longa e eu ainda ligaria para Matias vir nos buscar.

Mas qual não foi o meu susto ao ver Alfonso encostado em seu carro, com a cabeça de Kafka do lado de fora da janela de trás.

Fui engolfada por uma onda de amor e saudade, enquanto fitava seus olhos verdes e me enaltecia com a sua beleza máscula.

Minha vontade foi a de correr e me jogar nos braços dele, abraçá-lo com força, beijá-lo por inteiro.

Mas me contive por Nate estar ao meu lado.

Ele percebeu Alfonso e olhou dele para mim, um pouco incomodado.

— Oi. — Alfonso desencostou do carro ao chegarmos perto, seus olhos fitando-me com intensidade e carinho, com sentimentos que ele não disfarçava e que faziam com que mil borboletas voassem juntas em meu estômago.

Meu coração batia forte, o sangue corria mais rápido nas veias e eu me sentia completa.

— Oi. — paramos à sua frente.

Era óbvio a nossa vontade de se abraçar e beijar.

Mas ele me olhou como se garantisse que logo faria aquilo.

E então fitou Nate. Estendeu a mão à ele.

— Olá, Nate. Como vai?

— Bem. — o menino apertou a mão.

— Foi uma boa viagem?

— Muito boa. — olhou para Kafka, com interesse.

O cachorro estava com a língua para fora, olhando-nos animadamente.

— É seu? Como se chama?

— Kafka.

— Que nome engraçado.

— É de um escritor.

— Ah, igual ao senhor. Ele morde?

— Não, é muito manso. — Alfonso acariciou a cabeça do cachorro, que latiu, feliz da vida.