Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Nate sorriu e se arriscou a acariciá-lo também. Na mesma hora tomou uma lambida na mão e riu.

Eu e Alfonso trocamos um olhar e um sorriso.

Tive vontade de dizer que tinha sido uma ótima ideia trazer Kafka. Isso tinha quebrado o gelo inicial.

Enquanto Nate se aproximava mais do animal e falava com ele, Alfonso segurou disfarçadamente a minha mão e murmurou:

— Preciso te beijar...

Fui engolfada pelo desejo e pelo amor, pela saudade, pela vontade latente de agarrá-lo.

Murmurei, movendo os lábios:

— Eu também! — e apertei de volta a sua mão, ambos cheios de promessas.

— Ele é muito mansinho mesmo... — Nate voltou para perto de nós e soltamos nossas mãos.

— Então não vai ficar com medo de viajar atrás com ele. Vim dar uma carona a vocês. Aceitam?

Sorri para Nate, que parecia um pouco sem graça.

— Aceitamos, não é? — incentivei.

— Sim. — concordou.

— Que bom.

Alfonso pôs nossa bagagem no porta-malas e abriu a porta de trás para meu sobrinho, que entrou e riu quando foi recebido com latidos e com a animação do animal.

Depois abriu a porta para mim, apoiando as mãos em minhas costas, aproveitando para dar um leve beijo em minha orelha antes que eu entrasse.

Estremeci e o fitei, feliz.

Ele pôs o carro em movimento.

Pelo espelho retrovisor vi Nate se divertindo com Kafka e relaxei, tendo certeza que tudo daria certo.

Que provas mais eu precisava dos sentimentos de Alfonso, depois dessa surpresa em vir nos buscar, e do modo que me olhou?

— E então, ficou tudo bem por aqui? — virei um pouco para olhá-lo.

— Mais ou menos...

— Por quê?

— Você não estava. — sorriu meio de lado para mim. — Mas de resto, escrevi como um condenado. Estou quase acabando o livro.

— Vai me deixar ler quando estiver pronto?

— Você vai ser a primeira pessoa que vou mostrar, Anahí.

Sorri, toda satisfeita.

— Resolveu tudo que tinha para fazer no Rio?

— Sim, felizmente.

Começamos a conversar.

Foi uma viagem tranquila e em paz, e Nate se divertiu, muito mais à vontade.

Chegamos à fazenda e fiquei sem graça, sabendo que não poderia convidá-lo para entrar.

Letícia ainda estava morando lá e tudo ainda era muito recente para Nate. Mas Alfonso entendia.

Tanto que falou:

— Vou deixar vocês na porta, mas nem vou sair do carro. Estou com um pouco de pressa.

Meu sobrinho tinha ouvido. E surpreendeu a nós dois ao dizer:

— O senhor está convidado a entrar.

— Obrigado, Nate. Fica para outra vez. — e sorriu para ele pelo espelho retrovisor.

Quando o carro parou em frente à varanda, foi no exato momento que Letícia saía de casa, toda arrumada como sempre.

Quando viu que era Alfonso e nós dentro do automóvel, ela parou fechando a cara, obviamente com muita raiva.

— Obrigada por nos trazer aqui. — virei para ele.

— De nada. Depois a gente se fala. — não parecia incomodado com a presença de Letícia. — Vou pegar a bagagem de vocês.

— Tudo bem.

— Tchau, Kafka. — Nate abraçou o cachorro, e saiu do carro seguido por mim e por Alfonso.

Letícia estampou um sorriso falso no rosto e terminou de descer os degraus aproximando-se de nós.

— Quem diria... Todos nós reunidos aqui! Que ironia essa vida! — lançou um olhar superior para mim e para o filho, e outro, com charme, para Alfonso. — Olá, querido. Bom demais ter você aqui.

— Letícia. — ele acenou com a cabeça, indo tirar as bagagens do porta-malas.

— Pode me chamar de Letícia, como sempre fez. Minha irmã sabe o quanto fomos... íntimos.

Se queria me irritar, conseguiu. Por tentar provocar Alfonso, e por ignorar Nate depois de quatro dias sem vê-lo.

Mas eu não devia mais me surpreender com as ações dela.

Alfonso não lhe deu atenção. Pôs nossas malas na varanda e voltou para perto do carro.

Estendeu a mão para Nate.

— Obrigado por me deixar dar carona a vocês.

— Eu que agradeço. — apertou de volta.

— Peça para Anahí levar você um dia desses na minha casa. Kafka vai gostar de brincar com você. — sorriu para o menino, que relaxou e concordou com a cabeça.

Letícia os olhava, um sorriso no rosto, mas um olhar de raiva.

Que só aumentou quando Alfonso parou à minha frente e, sem que ninguém esperasse, puxou-me para si pela nuca e me deu um beijo na boca.

Eu não esperava e foi rápido. Mas sorriu e murmurou ao me soltar:

— Queria fazer isso desde que chegou. Não demore. — e então acenou friamente com a cabeça para minha irmã e entrou em seu carro.

Fiquei corada, coração disparando, feliz da vida enquanto o via se afastar.

Letícia murmurou, cheia de veneno:

— Que ridículo!

Nate a ignorou e entrou em casa. Eu fiz o mesmo, pegando nossa bagagem.

E ela ficou lá, sozinha com seu veneno.