Fanfic: Pecados e Desejos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

O garoto ergueu os olhos, mas continuou a comer do mesmo jeito.

— Sua peste! Já avisei que não vou tolerar isso! Coma direito ou vou te colocar para se alimentar no chiqueiro, junto com os porcos! Está me ouvindo?!

Devagar ele tirou os braços da mesa e começou a comer mais comedidamente.

Seus olhos estavam cheios de raiva.

Minha irmã não tirava os olhos dele, tomando todo seu vinho de uma vez, encolerizada.

Foi um jantar horrível.

Depois de comer toda a comida e a sobremesa, Nate saiu da sala sem dizer nada.

Letícia chamou-o para se despedir da tia com educação, mas ele fingiu não ouvir e se mandou.

Furiosa, fez menção de ir atrás dele, mas segurei seu braço.

— Acalme-se, Letícia.

— Tenho vontade de socar esse garoto! — ia pegar mais vinho, mas tirei o copo de sua mão. — Ei, o que pensa que está fazendo?!

— Você bebeu a noite toda e mal comeu. Está muito descontrolada.

— Anahí, quer deixar de ser chata?!

— Vai descontar sua raiva agora em mim?

— Você se mete em tudo... — reclamou.

— Já que estou levando a fama, vou fazer jus a ela. — estava bem séria, mas calma. — Se você e Nate continuarem desse jeito, o relacionamento de vocês vai se deteriorar cada vez mais.

— E o que quer que eu faça?! Que ache bonito ele comer daquele jeito?! Você não sabe de nada!

— Sei que é um problema difícil, e que ele faz de tudo para irritá-la. E você cai no jogo dele. Já entrou na sala toda armada. Não quero dar uma de chata ou de psicóloga, mas ele tem só sete anos... Por mais que seja irritante, não pode vê-lo como inimigo.

— Ele me vê como inimiga! Tem ódio de mim!

— Tenho certeza de que a ama. Já tentou ser mais paciente com ele, conversar, fazer companhia e...

— Isso é ridículo! — Letícia se levantou e fitou o relógio de pulso. — Não vou me rebaixar para ele.

— Você não está entendendo...

— Quem não entende é você, Anahí. Chegou aqui hoje a acha que já sabe de tudo?!

— Queria que eu ficasse quieta assistindo seu cabo de guerra com um menino de sete anos?

— Quero!

— Você é quem sabe... — falei friamente.

— Olha, preciso sair um pouco. Estou sufocada aqui dentro e conheci alguém hoje, antes de você chegar. — olhou para mim, um pouco mais calma. — Se acha que pode ajudar Nate, vá em frente. Eu agradeço. Mas não espere que eu vá aturar o que ele faz e ser boazinha! Tenho muito mais com o que me preocupar.

— Claro. Seus amantes, por exemplo. — completei, muito séria.

— Pois é. Infelizmente não sou perfeita como você, querida irmãzinha... — e com um sorriso sarcástico, saiu da sala.

— Deus... — passei os dedos entre meus cabelos castanhos, arrependida por estar ali.

O que eu não daria pela paz do meu apartamento...

Sozinha na sala de jantar, levantei muito cansada e praticamente me arrastei até meu quarto.

Nem tive coragem de colocar meu pijama. Só tirei as sapatilhas e caí na cama, quase que imediatamente caindo em sono profundo.

"A rua era escura, deserta, molhada de chuva.

A madrugada estava fria, e somente eu caminhava sob as sombras dos prédios, escondendo-me em minha capa preta.

Mas tinha a nítida sensação de que estava sendo seguida.

Olhei para trás ao ouvir passos. Subitamente vi o contorno do corpo de um homem alto, o que me apavorou.

Saí correndo, sabendo que viria em meu encalço.

E ele veio.

— Anahí... — chamou-me com voz rouca.

Desesperada, parei no fim de uma rua sem saída e olhei em volta, procurando por onde escapar.

Vi uma escada de incêndio num dos prédios e corri até ela. Puxei-a para baixo e segurei um degrau de ferro.

Antes que eu pudesse subir, o homem me abraçou por trás.

— Não! — tentei me soltar, com medo.

Mas ele era alto, forte... E me imobilizou.

Não podia vê-lo, mas senti seu corpo musculoso e suas mãos grandes.

E tive certeza que era Alfonso Herrera.

— Quero você. — ele sussurrou em minha orelha, arrepiando-me, deixando-me alucinada, com o coração a disparar.

— Não, me solte... — pedi, sem forças.

Estava muito excitada e fechei os olhos.

Podia sentir sua respiração pesada contra o pescoço e seus dedos abrindo minha capa, tocando meu corpo nu.

Uma fina garoa caía sobre nós.

— Diga que é minha. — suas mãos se fecharam sobre meus seios.

Agarrei-me à escada para não cair, enquanto seus lábios macios desciam por minha nuca.

— Vou fazer amor com você. Agora.

Estremeci, fora de mim.

Sim, eu queria.

Ansiava por ele como pelo ar para respirar. Desejava desesperadamente aquele homem.

Ia dizer isso, quando ouvi a voz da minha mãe.

Abri os olhos pesados de desejo e a vi ali perto, ao final da rua, nos olhando com reprovação.

Ela dizia:

— Você não pode ser suja como seu pai, Anahí! Esse é Alfonso Herrera, o amante da sua irmã! Não me envergonhe!

— Mamãe... — murmurei, envergonhada, dividida...

— Esqueça-a, Anahí. — murmurou Alfonso atrás de mim, sem que eu pudesse vê-lo.

Sua voz era sedutora, seus dedos apertaram meus mamilos.

— Não me envergonhe! — gritou minha mãe."

Acordei assustada e ofegante de madrugada.

Sentei de supetão, reconhecendo o quarto na penumbra, a casa da minha irmã.

Meu coração disparava e lembrei do sonho, percebendo que meus mamilos estavam duros e todo meu corpo ainda guardava o toque dele, como se fosse real.

Caí na cama de novo, gemendo de frustração e vergonha.

Meu Deus, quando aquilo ia acabar?!

Por que aquele homem entrava assim nos meus sonhos?

O que eu poderia fazer?

Não tinha respostas e me encolhi, agoniada, com medo de mim mesma, das loucuras que aconteciam comigo, de todo aquele desejo por um homem sem rosto, alguém que nunca vi e que desprezava.

Tive ódio dele e de mim.

Quis desesperadamente fugir dali. Mas para onde se ele me perseguia?

Tentei dormir de novo, espantar aqueles pensamentos, o toque e o corpo de Alfonso no sonho, a voz cheia de condenação da minha mãe.

Mas rolei de um lado para outro, desesperada.