Fanfic: O dia de hoje | Tema: sobrenatural
Ele acordou, ou pelo menos esperava que hoje fosse ele, afinal fazia uns três dias que não acordava como homem. Abriu os olhos, essa era a parte mais surpreendente e muitas vezes assustadora do dia. Estava em um quarto comum com paredes brancas, uma mesa com um computador, um armário. Não era um mal começo, uma vez acordara em uma prisão, outra em uma cama de hospital com câncer, e em outra ele não conseguia mover um músculo abaixo do pescoço pois ela paralítico, isso sim era um mal começo, o quarto que ele via era bem razoável e talvez ele tivesse um dia interessante.
Ele se levantou e procurou a primeira coisa que sempre procurava ao acordar: um espelho. Não foi difícil encontrar e felizmente estava no banheiro acoplado ao quarto. Ele se olhou no espelho e viu um garoto magricela de uns doze anos com cabelos pretos despenteados e uma cara de sono.
- Ola - disse para o reflexo - então quem você é?
O reflexo não respondeu, eles nunca respondem, mas isso não o impedia de sempre continuar perguntando todos os dias, talvez um dia eles se cansassem de ignora-lo e resolvessem responder. Ele continuou seu monologo.
- Talvez eu te de um dia divertido, talvez eu ferre o seu dia não sei como o dia de hoje vai terminar... bem, talvez sua vida já seja ferrada e seja você quem me deva desculpas por estar vivendo ela nem que seja só por um dia.
Ele teria continuado seu monologo, que por sinal achava muito divertido, quando a voz de sua mãe, ou pelo menos ele deduziu que fosse sua mãe gritou de algum outro lugar da casa.
- Ricardo você esta atrasado!!
Ah, então me chamo Ricardo pensou, descobrir o nome era uma coisa divertida, como uma piada interna.
- Já estou indo mãe! - gritou em resposta.
- Eu não sou sua mãe, sou sua irmã!!! - respondeu a voz com irritação.
Ricardo, como agora se chamava, percebeu que de fato a voz que ouvvira era de uma adolescente e jamais poderia ser de sua mãe. Ele deu de ombros e tomou banho rapidamente. Procurou sua farda do colégio, pois se era um garoto era obvio que estava indo para o colégio. Correu até o guarda-roupa a procura da roupa e a encontrou em alguns instantes, vestiu-a com pressa e correu para fora do quarto, ele queria analisar melhor aquele quarto, mas poderia fazer aquilo quando voltasse.
Foi até a sala aonde todos tomavam café, sua mãe estava servindo a mesa enquanto seu pai lia um jornal e bebia um gole de suco. Sua irmã, aquela que gritara com ele, estava sentada e comia uma fatia de bolo. Era uma família normal, a irmã parecia meio irritada e ele se perguntou se era porque estava de TPM, já estivera assim algumas vezes e sabia como era.
Ricardo se sentou e aproveitou o café da manha. Seu pai falava de uma noticia que lera no jornal e sua mãe comentava que tinha que resolver uns problemas com seus clientes. Quando acabou de comer Ricardo pediu ao seu pai o jornal.
- Porque? Você não lê nada, só aqueles quadrinhos idiotas - disse a irmã revirando os olhos.
O pai riu e tomou mais um gole de suco.
- Não fale assim como seu irmão, o garoto esta querendo saber das noticias do mundo, se politizar, isso é bom - ele deu o jornal para o filho.
Ricardo não queria se politizar, tudo que ele queria saber era aonde estava. Bem, estava em casa, claro, mas ele queria saber aonde ficava essa casa. Olhou para a parte superior da capa do jornal e então soube que era dezassete de fevereiro de 2018 e que estava na cidade de Fortaleza. Ah, então estava no Brasil, ele se lembrava de ter ouvido algo sobre aquele pais ultimamente, parece que um presidente havia sofrido impeachment, ou haviam dado um golpe de estado e o tirado do poder? Ele não tinha certeza e também não se importava tanto afinal amanha nem estarei mais aqui.
- Então filho o que procura no jornal de hoje? - perguntou sua mãe com um sorriso no rosto. Ele poderia responder que estava apenas olhando a data, mas sabia que seria uma resposta idiota então disse a primeira coisa que veio a sua cabeça.
- Queria ver a pagina de esportes - e então, como na primeira pagina do jornal tinha uma foto grande de um jogador chutando uma bola em meio a um campo de futebol respondeu - parece que o São Paulo ganhou de três a um do Palmeiras - disse casualmente após ler a manchete da noticia.
O pai, que Ricardo percebeu ser palmerense, não estava nem um pouco feliz em ouvir isso.
- Você sabe mesmo como fazer com que o dia de seu pai começe animado - disse ele ironicamente.
Ora, isso não é nada comparado a acordar com câncer em um hospital penou. Seu pai ainda tinha muito a aprender sobre acordar com o pé esquerdo.
- Ei, pelo menos não foi um sete a um - disse a irmã rindo. Ricardo não entendeu a piada, mas também havia caído de para-quedas naquela família então seria surpresa se ele tivesse entendido.
Eles foram para a escola. O pai de Ricardo levou os dois filhos para o colegio enquanto a mãe saiu em outro carro para trabalhar. Chegando lá ele se despediu dos filhos e se foi.
A irmã foi apressada para sua sala, mas Ricardo segurou a mão dela antes que ela sumisse.
- Eu esqueci aonde fica minha sala - disse tentando fazer com que aquele esquecimento fosse algo completamente justificável e natural.
- E você acha que eu sei? - perguntou ela irritada e se foi.
Então Ricardo ficou sozinho, parado em frente ao colegio. Ele pensou em como o começo dos dias eram sempre assim, complicados. Essa era sua sina, todo dia acordava em um corpo diferente, em uma vida diferente. Não havia um padrão, embora ele já tentasse por muito tempo encontrar-lo, nem mesmo uma explicação (ao menos que ele atribui-se a deus, se bem que mais parecia uma piada do diabo). Ele não sabia ao certo se sempre fora assim ou se era uma pessoa normal que em determinado momento da vida começou a acordar em outros corpos. Se essa teoria fosse verdade ele teria um corpo verdadeiro, e se isso fosse verdade ele acreditava que este corpo estava morto e, por alguma razão inexplicável, sua consciência ou sua alma, ou como se preferisse chamar, ficava pulando de corpo em corpo em um loop infinito.
Mais isso era algo que ele pensava todos os dias e nunca achava uma resposta, sabia que nunca acharia. Achou mais pratico se preocupar com os problemas mais imediatos e no momento ele estava tinha que descobrir aonde ficava a sua maldita sala de aula.
- E ai Ricardo vai ficar ai parado que nem uma estátua?
Era um garoto gordinho que havia perguntado isso, com certeza amigo de Ricardo. Ok, vou apelida-lo mentalmente de Bob, todos os gordinhos tem nome de Bob não, aquele não era um nome brasileiro e sim um americano, o garoto não deveria se chamar Bob, mas e dai? Ele não estava tentando adivinhar o nome do garoto só queria encontrar um nome que combinasse com ele, e, americano ou não, aquele garoto tinha cara, ou melhor, barriga, de Bob.
- Não, eu já estou indo.
Os dois foram para sua sala que estava, como era de se esperar, cheia de crianças barulhentas. Ricardo se sentou ao lado de Bob. Os garotos conversavam sobre desenhos, video-games jogos de futebol e outras coisas, as meninas em geral ficavam falando de novelas, maquiagem, atores aos quais elas eram apaixonadas e outras coisas. Bob ficava falando sobre uma menina chamada Aline e de como ele gostava dela, mas nunca seria notado. Todas as conversas se encerraram quando o professor chegou e mandou que todos sentassem e Ricardo agradeceu por isso, não aguentava ficar ouvindo crianças conversando aquelas bobagens.
- Certo meninos e meninas, hora de fazer a chamada - disse o professor, um homem bem-humorado. Ele pegou uma papel aonde tinha anotado os nomes de todos da turma e começou a chamar os alunos um por um.
Durante a chamada Ricardo descobriu algumas coisas interessantes. Primeiramente que a tal Aline era uma menina muito bonita com longos cabelos cacheados. Ele sentiu pena de Bob porque percebeu que jamais aquela menina iria namorar com ele. Falando em Bob Ricardo descobriu o verdadeiro nome do menino, era Paulo. Droga, eu gostava de chamar ele de Bob.
A aula começou e foi um saco. Ricardo não tinha certeza quantos anos tinha de verdade, mas possuía a idade mental de uma adulto, ou seja, passar uma manha inteira ouvindo um professor explicando coisas para crianças era tedioso. O pior é que tinha um menino metido a inteligente que fazia questão de responder tudo o que o professor perguntava e se sentia muito orgulhoso cm isso. Era o típico genio-da-classe toda turma tem um, assim como sempre tem a garota-mais-bonita-da-classe (que era Aline) e o nerd-da-classe (que ele suspeitava ser Bob, ou Paulo como se preferisso chamar). Isso era uma regra do universo, todas as turmas tem essas entidades. É uma regra tão certa e inquestionavel quanto as leis de Newton.
Ricardo aguentou o menino inteligente durante quatro aulas, mas na quinta e ultima aula do dia, a de matemática, perdeu a paciência e respondeu uma pergunta ao qual a professora havia feito, fizera isso antes do genio-da-classe responder e ele ficara muito irritado com isso.
- Parabens Ricardo, você esta certo! - elogiou a professora.
- Eu sabia a resposta - disse o genio-da-classe que era um péssimo perdedor e não aceitava que havia alguém, além do professor, mais inteligente que ele ali.
- Ah e sabe também qual é a forma de bascara? - perguntou irónico. O garoto olhou para ele como se ele tivesse perguntando qual era a soma de quinta-feira mais dor de barriga.
- O que? - perguntou o genio-da-classe confuso.
- Ricardo, vocês só vão aprender isso daqui a dois anos - disse a professora confusa, parecendo estar se perguntando de onde Ricardo ouvira isso.
- Aposto que nem você sabe o que é essa formula - retrucou o genio-da-classe empinando o nariz - deve ter visto escrito em alguns dos livros da sua irmã!
- A forma de bascara é utilizada para se encontrar o valor de uma variavel X. Essa variavel é encontrada seguindo essa formula pela seguinte equação - B mais ou menos a raiz quadrada de B² menos quatro A vezes C tudo isso dividido por 2A.
A turma toda olhou para Ricardo, depois para a professora, e depois para Ricardo de novo. Ninguem tocou mais no assunto e a aula prosseguiu com todos querendo saber como ele sabia disso. Ricardo se sentiu muito infantil por ter feito aquilo, mas como naquele dia estava no corpo de um garoto então talvez não fosse tão errado assim ser infantil. Uma coisa ao menos ficou clara para ele, pelo menos naquele dia seria ele o genio-da-classe e isso o deixou feliz de uma forma travessa, ele só sentia pena do Ricardo no dia seguinte caso alguém lhe perguntasse sobre o que era a forma de bascara.
Ao meio-dia a mãe de Ricardo foi até o colegio e pegou ele e a irmã. A família almoçou junta e depois Ricardo foi para o seu quarto e se trancou lá, queria iniciar sua exploração no quarto. Um lado dele dizia que ele deveria fazer o dever de casa, era algo simples para ele e evitaria que o Ricardo do dia seguinte tivesse dever de casa acumulado, ele porem ignorou esse lado desculpe Ricardo já te dei um dia de destaque na escola, é uma troca sabe?
O quarto não tinha nada de especial, mas Ricardo observou uma estante que não tinha visto pela manha quando saira apressado para o colégio. Era uma estante com inúmeras revistas de quadrinhos, revistas de herois famosos como Batman, X-men e o Homem-aranha.
Leitura era uma das coisas que ele mais gostava, mas também uma das coisas que mais o deixava triste por essa sua existencia turbulenta entre varias identidades. O motivo era simples, era praticamente impossível continuar uma leitura que se havia começado no dia anterior, porque, obviamente, o livro não estaria mais disponível. A vezes ele conseguia ler algum texto em dias seguidos se o mesmo estivesse na Internet, mas mesmo isso era difícil, pois havia uma peculiaridade quanto a sua troca de corpos. Ele não adquiria os conhecimentos da identidade que assumia a cada novo dia, mas havia um conhecimento que sempre vinha junto com o corpo novo, quase como um bonus, era a habilidade de falar o idioma, ou os idiomas, que aquele individuo sabia. Assim ele até poderia começar a ler um texto na internet escrito em ingles em um dia, mas a não ser que acordasse em algum outro individuo que soubesse ingles nos outros dias não teria como continuar a história.
Felizmente as histórias em quadrinhos eram curtas, é claro que ele não poderia ler todos os volumes (deviam ser mais de cem), mas Ricardo se distraiu lendo algumas bem divertidas, gostou principalmente das do Batman. Depois que se cansou de ler foi até o computador para tentar saber quais as coisas que Ricardo gostava (ele tentara o celular, mas esse tinha uma senha de numero que ele obviamente não tinha como saber qual era). A área de trabalho de Ricardo no computador era totalmente bagunçada, cheia de imagens salvas as quais ele esquecia de deletar.
- Ricardo, Ricardo... não arrumar o quarto é uma coisa, mas você pelo menos devia ajeitar essa maldita área de trabalho - disse para si mesmo, e só por maldade deletou todas as imagens que estavam na área de trabalho. Tinha sido outra infantilidade ele sabia, mas talvez Ricardo ficasse agradecido por isso no dia seguinte, embora provavelmente fosse culpar sua irmã por ter feito uma coisa dessas.
Ele deu também uma olhada no histórico do computador para descobrir mais sobre a personalidade do garoto. Ele usava muito as redes sociais e também alguns blogs sobre quadrinhos. Não ficou surpreso, embora decepcionado pela burrice de Ricardo, quando descobriu que ele visitava vários sites pornos. Todo garoto devia saber que era importante deletar o histórico quando se ia a esses sites, mas Ricardo não parecia muito esperto.
Quando passou um pouco das seis horas da tarde ele se cansou do computador e o desligou, olhou para a janela e viu que o sol já estava se pondo, era o crepusculo. Logo esse dia vai se acabar pensou com um certo pesar. Lembrou-se que ainda não sabia o nome completo de Ricardo e vasculhando o quarto a procura de algo que pudesse responder a sua duvida. Encontrou uma prova do garoto ao qual ele tinha tirado um cinco e nela estava o seu nome completo: Ricardo de Almeida Tavares. Era irónico a prova que encontrara era de matemática, e ele imaginou como seria surpreendente um garoto que tirava uma nota daquela numa prova soubesse a forma de bascara.
Ele se deitou e começou a pensar na suas inumeras vidas. Normalmente gostava mais de descobrir sobre a vida do individuo a qual estava vivendo naquele dia, mas a vida de Ricardo era muito normal e não tinha muito o que descobrir, então começou a pensar nos dias que tivera.
Uma vez estava na pele de um jogador de tennis profissional e tinha um jogo importante, a semi-final de um campeonato. Não lembrava o nome daquela pessoa, mas fora um dos dias mais constrangedores e engraçados de sua vida. Ele não simplesmente perdera o jogo, ele fora humilhado. Todos ficaram irritados com sua performace inclusive o seu adversario que achou que ele estava debochando dele por jogar tão perfeitamente ruim.
Outra vez, e esse havia sido um de seus dias mais memoraveis, ele acordara no corpo de um cara de uns trinta anos, acordara com a namorada do cara chupando-o e aquela fora a melhor forma de acordar de todos. Passara o resto do dia transando com a moça e torrando o dinheiro do cara (afinal não seria ele a ter dividas no da seguinte). Era com certeza uma memoria que ele nunca iria esquecer.
Haviam ainda muitos dias interessantes, como na vez em que seu namorado lhe pediu em casamento, ele disse sim obviamente, mas ficou com pena da moça ao qual estava no corpo porque quando o namorado lhe perguntasse sobre aquele dia marcante dos dois ela responderia que não lembrava de nada. Houve também o dia em que ele acordara no corpo de um contador, e pensava que iria ser mais um daqueles dias normais e sem graça e talvez fosse mesmo, até ele acabar sendo atropelado por um carro e morrendo no hospital. Foi a vez em que sentiu mais medo em sua vida, pensou que morreria junto com o contador e uma parte dele desejava isso, ter centenas de vida é o mesmo que não ter nenhuma. Para sua felicidade, ou infelicidade, acordara no dia seguinte no corpo de um velhinho em um abrigo de idosos. Era apenas mais um dia e ele descobriu que viveria sua sina de mil vidas para sempre.
Mas nem todos os dias eram memoraveis, alguns eram dias comuns e não tinham nada de especial, mesmo assim ele tentava manter sua sanidade e tentar organizar sua vida, sim, sua vida, no singular. Ele utilizava um e-mail na internet ao qual sempre mandava e-mail para si mesmo e aonde anotava o que acontecia naquele dia. Assim tinha um catalogo de suas varias vidas.
Por muito tempo tentou encontrar um padrão para a ordem dos corpos ao qual despertava toda manha, algumas semelhança de idade, etnia, data de nascimento, nome, qualquer coisa, mas não havia semelhança, não havia um padrão. Descobrir isso o havia deixado muito deprimido, embora ele ainda mantivesse as anotações sobre as vidas que tinha e ainda continuasse a procurar um padrão, mas a cada dia que passava acreditava menos que houvesse um e que a ordem dos corpos ao qual acordava era totalmente aleatória.
A troca sempre acontecia quando ele dormia, com isso em mente ele já tentara virar a noite e permanecer acordado o maior tempo possível, funcionou por um tempo, ele viva a base de café e tomava remédios para mantê-lo acordado, mas depois de quatro dias seu corpo protestou as horas de sono perdidas e ele foi vencido pelo sono só para descobrir que acordava em outro corpo no dia seguinte.
Ele estava perdido em pensamentos quando foi arrancado deles por uma batida na porta. Ricardo se levantou e disse que a pessoa podia entrar.
- Oi filho - ela sua mãe, ela já estava com roupa de dormir e trazia um jornal nas mãos - como você esta?
- Bem, tudo normal - ele se lembrou que não sabia o nome de sua mãe ainda, nem de seu pai e muito menos da irmã.
- Você estava falando que estava querendo ler o caderno de esportes hoje de manha, mas lembrei que mal o leu por causa da pressa em ir pro colégio - ela disse sorrindo. Sua mãe tinha cabelos pretos longos era gordinha e parecia do tipo de pessoa bem atenciosa - eu lembro que quando eu era pequena comecei meu gosto por leitura nos jornais também e agora leio de tudo desde Shakespeare a Homero - ela riu - o que eu quero dizer é... tente manter esse habito ok? Vai fazer bem para você.
Ela deu o jornal, era a parte do caderno de esportes, Ricardo pegou e agradeceu a mãe. Ela se foi e então ele resolveu ler o tal caderno, embora não sentisse nenhum prazer especial nisso. Leu sem muito interesse algumas paginas, até que encontrou algo que o fez prender a atenção, era uma materia curtinha sobre um tennista chamado Marco Ohera e ele o reconheceu na mesma hora, era o tennista ao qual ele havia vivido e tido aquela partida vergonhosa das semi-finais.
O tennista havia morrido devido a uma doença e mesmo sem saber porque ele havia ficado triste com isso, era como se tivesse perdido um parente distante que a muito tempo não via.
Deitou-se na cama um tanto deprimido. Mas porque estou assim? Ele não era eu, ou melhor era, mas apenas por um dia. Talvez a razão por ter ficado triste era porque tinha uma ligação com Marco, uma ligação curta, mas mesmo assim uma ligação. Ele tentou afastar esses pensamentos depressivos. Deitou-se na cama e fechou os olhos, logo iria dormir, logo deixaria Ricardo e aquela família para trás.
Ele pegou no sono e apenas desejou que o dia seguinte acordasse em uma vida que lhe desse algum prazer...
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