Fanfic: Atraves do portal | Tema: Avatar Korra
As duas andaram por muito tempo pelo mundo espiritual. Conversavam sobre muitas coisas, sobre os amigos que tinham e sobre suas expectativas para o mundo agora que Korvira havia sido detida e o reino da terra teria que se reorganizar. A cidade da republica também passaria por mudanças agora que havia em seu coração um portal para o mundo espiritual. Todos seus amigos estavam tomando seus rumos na vida. Tenzin restaurara os nômades do ar, Jinora se tornara uma mestra de dobra de ar e uma das maiores manipuladoras do espírito do mundo. Opal e Bolin namoravam, Varrick se casara com Zhu Li, enfim, todos tomavam seus rumos. Asami e Korra também tomavam o seu, iniciaram o namoro e começavam a aprofundar o sentimento que tinham uma pela outra.
Quando ficaram muito cansadas pararam para um descanso. Korra estalou os dedos das mãos enquanto encarava a vasta planície a frente de ambas.
- Uma das coisas boas de se ir ao mundo espiritual com meu corpo físico é que aqui minha dobradura funciona.
- Ira usar a dobradura para que finalidade? – perguntou Asami curiosa.
Korra sorriu de forma confiante, Asami não entendeu bem aquele sorriso, ficou fitando-a com duvida e ate certo receio que Korra acabasse fazendo algo perigoso.
- Vou construir uma casa, não podemos dormir ao relento – explicou.
Korra assumiu uma postura rígida com o corpo, típica dos dobradores de terra. Com movimentos firmes e diretos com os braços e pernas fez que grandes blocos de terra emergissem do chão. Asami afastou-se diante da nuvem de poeira erguida pelas pedras. Em poucos minutos uma pequena casa do tamanho apenas de um quarto espaçoso fora erguida. As paredes eram construídas de pedras bruscas, não talhadas, mas era um cômodo aconchegante o suficiente para as duas. Quando terminou Korra cruzou os braços orgulhosa de sua obra.
- E então? Uma bela casa hein?
- Hmm... faltam as janelas Korra – disse Asami coçando o cenho, analisando atentamente a casa – sem elas vamos ficar sufocadas ai dentro.
Três ou quatro movimentos foram suficientes para criar as janelas. Então a casa estava perfeita. As duas olharam satisfeitas para o seu novo lar.
- Maravilhoso Korra, agora vamos entrar e desfazer as malas.
Entraram na casa, abriram as malas e começaram a tirar as coisas de dentro. Korra havia trazido pouca bagagem, além de algumas frutas como as maças que comera com Asami antes, os objetos que trouxera para o mundo espiritual se resumiam a um saco de dormir, que ela tivera que lutar para dobrar e caber em sua mochila, mais algumas frutas, algumas mudas de roupa e um álbum de fotos que já tinha a alguns anos. Ela começara a ilustrar esse album um pouco antes de ir a cidade da republica pela primeira vez.
Asami por seu lado trouxera muitas mais coisas, o que explicava sua mochila muito maior. Para começar trouxera três peças de roupa para cada uma de Korra. Em sua mochila haviam também meia dúzia de livros, o saco de dormir, um espelho de tamanho médio, um estojo de maquiagem, e alguns aparelhos tecnológicos.
Korra pouco conhecia de tecnologia, embora tivesse lutado contra o meca-traje gigante de Korvira isso não a tornava uma especialista no assunto. Mesmo assim ela não tinha como não reconhecer o bracelete eletrônico que Asami tirara de sua bolsa. O equipamento havia sido inventado pelo pai de Asami, Hiroshi Saito, e cobria todo o antebraço do usuário tendo uma esfera de vidro verde na palma de onde se podia descarregar uma rajada elétrica.
Korra estava sentada no chão de um lado da casa. Ela se aproximou de Asami achando estranho que a namorada tivesse levado aquele item ate ali. Estavam de férias, e ate onde elas soubessem não havia nenhum inimigo no mundo espiritual.
- Asami porque você trouxe isso para cá? – perguntou. Asami estava sentada de joelhos e virou-se para ela quando ouviu a pergunta.
- Ah isso? Apenas por precaução Korra. Uma garota precisa se defender. Eu me sinto mais confortável tendo isso comigo. Se você pudesse abandonar sua dobradura na cidade da republica a teria deixado lá?
- Não, não mesmo... mas e essas outras maquinas que trouxe são para o que?
Além do bracelete elétrico havia um aparelho semelhante a um controle remoto, com alguns botões um vidro e um ponteiro medidor. Outro dos equipamentos, o ultimo deles, era um cinto com pequenos recipientes cilíndricos de metal.
- O cinto contem um conjunto de doze pequenos explosivos. A tecnologia é usada para demolição, mas eu adaptei em explosivos portáteis. Espero não precisar usar, mas... o mundo espiritual é desconhecido, se tiver perigo quero estar preparada.
- E esse controle é um... termômetro? – arriscou Korra, não entendia muito de tecnologia, e algo lhe dizia que aquilo não era um termômetro, mas era seu melhor chute.
- Um medidor de energia espiritual – disse Asami com orgulho – quando eu avisei a Varrick e Zhu li que viria ao mundo espiritual eles me deram. É um medidor avançado, mais preciso do os usados por Korvira. A verdade é que se tratando de energia espiritual eles são os maiores especialistas do mundo.
Korra se aproximou mais, apoiando as mãos nos ombros de Asami. Depois de todo o problema que tivera por causa de energia espiritual acabara sentindo curiosidade no assunto.
- E o que tem de tão especial nesse medidor?
- É fantástico – Asami sempre se empolgava quando o assunto era tecnologia – esse aparelho não só mede a intensidade da energia espiritual, mas também grava as frequências de energia. Cada espírito emite uma frequência de energia única...
- Como uma assinatura? – perguntou Korra achando esse chute muito mais preciso que o anterior.
Asami concordou com um aceno positivo. Com uma mão segurava o aparelho enquanto com a outra apontava em cada botão dele.
- Exato. Eu posso armazenar nesse medidor as diferentes frequências de energia que cada espírito emana. Por ser um aparelho pequeno é possível armazenar apenas oito tipos de frequências diferentes. Esse aparelho pode então rastrear cada uma dessas frequências em um raio de ate dois quilômetros.
- Incrível!
- Sim, mas Zhi Li me disse que no laboratório de Varrick tem uma versão maior desse aparelho, um grande computador. Essa maquina pode armazenar um numero muito maior de frequências e é capaz de localiza-las a distancias muito maiores que dois quilômetros.
Asami guardou o aparelho e virou-se para Korra. Ela adorava falar sobre seus equipamentos, mas também gostava de ouvir os outros falarem, e Korra sempre lhe contava historias interessantes. Korra tinha o dom de fazê-la rir com suas historias, mesmo quando não eram tão engraçadas assim.
- E você trouxe algo interessante para me mostrar? Vi que estava com um livro, me pergunto que tipo de coisa você ler... hmm... historia dos avatares? - arriscou.
- Ei, eu não sou a Jinora! O que eu trouxe não foi um livro, mas um álbum de fotos.
Asami ficou mais interessada com o álbum do que com seu medidor de energia espiritual, e eram raras as coisas não tecnológicas que a fascinavam mais que as tecnológicas. Korra então sentou-se com a namorada no lado de fora da casa. Estava de noite e ela precisou fazer uma fogueira com sua dobradura de fogo para que elas tivessem alguma luz. Elas abriram o album de fotos e passaram as paginas relembrando-se de muitos momentos memoráveis de suas vidas.
Havia uma foto de Korra com sua família tribo da água do sul tirada uma semana antes dela ir para a cidade da republica. Em outra foto Korra estava ao lado de um idoso muito vigoroso em uma cidade que Asami deduziu ser do reino da terra. Quando ela perguntou sobre a foto Korra respondeu com um sorriso de carinho no rosto.
- Sou eu e Haru, meu mestre em dobra de terra. Ele vive em Omashu agora, faz tempo que não tenho noticias dele, mas espero que ainda esteja vivo.
Asami admirou o homem. Sempre soubera como os dobradores de terra eram fortes e vigorosos. Tão resistentes e fortes quanto o elemento que controlavam. Haru tinha cerca de um metro e oitenta e uma longa barba branca. Não tinha cabelos na cabeça. Seu corpo era muito musculoso e ele tinha um físico de quarenta.
- Deve ter sido um grande mestre – observou Asami.
- Ele era bem rígido e nossa! Quase me matava nos treinamentos jogando aquelas pedras enormes em cima de mim! – a verdade é que com poucas exceções todos os dobradores de terra eram mais ou menos desse jeito – Haru lutou na guerra ao lado de Aang. Soube que ate ficou preso em uma das prisões da nação do fogo por algum tempo. O pai dele ficou preso durante quase toda a vida e Haru sempre dizia que nunca se comparara ao seu velho, como assim ele chamava o pai.
Passaram mais algumas fotos e viram uma do time de dobradura, os furões de fogo, ao qual Korra, Mako e Bolin participaram. Fora uma época boa na vida deles, mas o destino reservara a eles coisas muito mais grandiosas do que torneio de dobradura. E cada um seguiu seu caminho embora todos lembrassem com carinho daquela época.
Em outras das fotos estava Korra com Tenzin, Pemma e seus três filhos. Mesmo muito jovem Jinora já tinha aquele ar de madura, estava a direita do pai. A foto havia sido tirada um pouco depois de Korra ter ido morar com eles na ilha do templo do ar.
Quando Asami virou a pagina se depararam com uma foto de toda a família Beifong. Su e seu marido estavam no centro, ao lado dela e grudada a mãe estava a tímida Opal com um sorriso delicado no rosto. Baattar Jr. estava ao lado do pai, com seu olhar serio de sempre. Os gêmeos estavam lado-a-lado. Nem Korra nem Asami sabiam dizer qual era qual. Asami achava que Su saberia a diferença, mas não tinha certeza.
- Su é linda – disse Korra acariciando a foto. Ela simpatizara com a moça desde a primeira vez que a vira. Su era bondosa e compreensiva, uma mulher delicada, paciente e inteligente. Criara uma grande família, era um exemplo de mãe e uma das maiores lideres do reino da terra. Depois da morte da rainha do reino da terra todos foram unanimes em achar que Su era a líder ideal a assumir o trono, mas ela sabiamente recusara a oferta. Era a governante de Zaofu e não almejava mais que isso.
- É sim – concordou Asami com carinho – para mim ela é mais ou menos como uma mãe.
Korra ficou surpresa ao ouvir aquilo. Não sabia que as duas eram tão próximas, mas sabia sim que Su tinha um senso maternal muito forte. Era engraçado como ela diferia de sua meia-irmã Lin e de sua mãe Toph, as duas eram diretas e grossas. Korra achava que toda a docilidade dela só podia vir do lado paterno, mas também não conseguia imaginar Toph se relacionando com um homem dócil.
- Minha mãe morreu quando eu era pequena você sabe – disse Asami com tristeza. Recentemente seu pai também morrera. Hiroshi fora um herói para a cidade da republica e para todo o mundo. Sem sua ajuda Korvira jamais teria sido detida.
- Eu sinto muito Asami... ela devia ser uma pessoa maravilhosa – disse Korra abraçando a namorada de lado. Não era boa em consolar pessoas, mas se esforçava ao máximo para ser. Asami fechou os olhos aproveitando o abraço. Ficaram assim por alguns minutos ate que ela continuasse a falar.
- Ela era – disse sorrindo para Korra – mas eu cresci carente de uma proteção materna, acho que por isso me forcei a ser tão forte, porque não a tinha para me consolar. Meu pai sempre fora bondoso comigo, mas em certos aspectos uma mãe é insubstituível.
Korra crescera com o amor de seu pai e sua mãe, mas podia entender pelo que Asami passara. Korvira também se tornara órfã muito cedo, e talvez se tivesse seus pais ao seu lado nunca se tornaria a ditadura que se tornou.
- Quando eu conheci a Su ela notou essa brecha que havia no meu coração e se aproximou de mim. Sempre foi atenciosa e gentil comigo – Asami sorria com meiguice enquanto falava, tinha um grande respeito por Su – ela sempre foi muito mais atenciosa comigo do que o necessário. Antes de eu vir para cá com você fui conversar com ela e me despedir. Ficamos conversando por muito tempo, ela falou que também sempre tivera curiosidade em conhecer o mundo espiritual, disse para eu ser cuidadosa e para aproveitar e... – Asami hesitou ficando levemente corada.
- E...? – Korra estava louca para saber o que viria depois.
- E ela falou que sabia que nós duas nos gostávamos – disse finalmente – disse que não tinha preconceitos e esperava do fundo do coração que tudo desse certo entre nós.
Korra ficou pálida, nunca passara por sua cabeça que alguém sequer suspeitava do romance das duas. Pensava que para todos elas eram apenas melhores amigas, nada mais. Como Su poderia saber? Elas haviam dado algum sinal sem perceber? Por mais que pensasse Korra não encontrava uma resposta.
- Espera! Como ela sabe? Quem mais sabe?! – perguntou desesperada.
- Calma Korra – Asami segurou com carinho seu ombro – acho que ninguém mais sabe, Su é muito observadora só isso. Ela criou cinco filhos. É boa para perceber essas coisas.
Korra suspirou. Estava feliz que alguém soubesse, pelo menos se tivesse que conversar sobre seu relacionamento teria Su para desabafar. Por outro lado porem temia que outras pessoas descobrissem e não fossem tão compressíveis quanto Su. Tenzin era uma pessoa muito bondosa, mas era também muito tradicional. Como os nômades do ar estava sempre glorificando o passado e não era muito aberto a novas ideias. Korra achava que sua mãe iria entender, e, mesmo com dificuldades seu pai também. Havia uma pessoa porem que ela não sabia como falar no assunto.
- Como você acha que Mako ira reagir quando souber? – perguntou temerosa. Ambas já haviam namorado Mako, e Korra sabia que ele ainda gostava dela, sabia também que seria um choque para ele quando descobrisse que suas duas ex-namoradas agora estavam namorando. Ate a forma como aquilo soava era estranho.
- Não sei... eu não queria magoa-lo, mas isso com certeza o deixara arrasado – confessou Asami que também já havia pensado muito a respeito.
Depois daquilo nenhuma das duas estava com animo para continuar a ver as fotos. Elas voltaram para a casa e trocaram de roupa. Korra ficou muito sem jeito em vestir sua camisola na frente de Asami que também trocava-se com um certa timidez. Já haviam se trocado muitas vezes antes, mas quando eram apenas amigas, naquela época era muito mais fácil e natural fazer aquilo. Agora que namoravam a situação mudava completamente. Korra não conseguia deixar de olhar para o lindo corpo de Asami. A garota vestia uma camisola branca de um tecido fino que deixava a mostra ate a metade de suas coxas. Seus longos cabelos negros estavam soltos e o contorno de seus seios estava muito mais evidente.
Korra sentia-se diminuída diante de tanta beleza. Sempre fora desleixada com seu corpo, não gostava de se maquiar tanto como Asami e nem cuidava de seu corpo e cabelo com o mesmo zelo que a namorada. Korra tinha uma constituição física mais rígida e consistente, adquirida com anos de treinamento intenso. Para muitos aquele corpo não fazia parte do padrão de beleza, ela sabia que Asami não pensava desse jeito. A namorada já havia elogiado sua beleza algumas vezes, e Korra sabia que estava sendo sincera.
Quando terminaram de se trocar Asami se deitou e Korra fez o mesmo, tentando não pensar tanto na beleza da namorada. Ver Asami só de camisola a fazia respirar acelerado e começar a ter pensamentos eróticos.
Elas se desejaram boa noite, fecharam os olhos, e em pouco tempo caíram no sono.
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Os dias se passaram no mundo espiritual e a cada dia que passava Korra e Asami ficavam mais próximas. Não haviam se beijado mais, mas Korra frequentemente se lembrava do primeiro e único beijo das duas. As vezes, a noite, ela ficava acordada ate tarde pensando naquilo. Tocava seus lábios tentando sentir novamente o gosto dos lábios de Asami ...
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