Fanfic: Contos: Samurai X | Tema: Contos
- Vamos logo Yahiko se ficar ai nos te deixamos! – gritou Kaoru com impaciência.
Yahiko apareceu dois minutos depois, correndo apressado e com sua espada de bambu nas costas. Ao velo Kaoru suspirou e disse irritada.
- Estamos indo para um festival Yahiko! Não para uma batalha, deixe sua espada no dojo.
Ele a ignorou, mas logo os dois voltaram a discutir. Eles sempre discutiam. Megumi se perguntava como eles poderiam se dar tão bem e tão mal ao mesmo tempo.
Aquela era uma noite especial, iriam para o festival das cerejeiras. Todos haviam se reunido. O grupo era composto por ela, Kaoru, Kenshin e Yahiko. Sanosuke havia preferido sair para beber sozinho, ele não gostava festivais ao menos se servissem comida de graça, o que não era o caso desse.
Kenshin e Yahiko vestiam as roupas de sempre. Kaoru usava um kimono branco com um obi azul escuro e prendia os cabelos como sempre fazia em rabo de cavalo. Megumi estava com seu melhor Kimono, lilás bem claro com desenhos de flores brancas, o obi também era branco e seus cabelos estavam soltos.
- Por sua causa vamos chegar atrasados Yahiko – resmungou Kaoru – nos devíamos mesmo ter deixado você em casa. Quem manda ficar dormindo?
Correspondendo ao amor mutuo que sentiam um pelo outro Yahiko respondeu com a mesma gentileza.
- Eu dormi porque estava cansado de treinar o dia todo – sorriu para ela com malicia e completou – não sou como certas pessoas que se dizem mestras de um dojo, mas ficam o dia todo sem fazer nada alem de ficar pensando no Kenshin...
Kenshin olhou para ela com surpresa e um ar de ingenuidade (que Megumi achava muito fofo), mas antes que pudesse fazer qualquer pergunta Kaoru partiu para cima de Yahiko e os dois começaram a se matar ali mesmo.
Megumi aproveitou a situação e puxou Kenshin andando na frente do grupo com ele. Se recostou em seu ombro abraçando-o pelo braço.
- Então, esta uma linda noite não é Kenshin-kun? – ela se recostou ainda mais.
Ele sorriu evasivo tentando se fazer de desentendido, coçou a cabeça e respondeu de forma vaga.
- É... linda noite, Megumi-san.
- Podemos deixar aqueles dois para trás e aproveitar o festival sozinhos... o que acha? – ela se empinou ainda mais.
- Ah olha só Tsubame-chan e Tae-san estão aqui! – disse ele de forma evasiva se desgrudando dela e indo cumprimentar as duas.
Yahiko esquecera a briga completamente quando ouvira o nome de Tsubame e foi sorrindo como um bobo (mais ainda do que Kenshin) falar com ela.
As duas também estavam arrumadas para o festival. Tae usava um kimono amarelo claro e Tsubami vestia um vermelho, os cabelos curtos estavam presos com alguns hashis. Ela ficou vermelha e olhou para baixo quando Yahiko disse que estava linda.
Jovens... ela tinha inveja daqueles dois, gostavam um do outro mesmo que não tivessem uma idéia concreta do que sentiam. Eu por outro lado amo um homem que nuca terei pensou dando um breve e triste olhar para Kenshin que conversava com Tae.
As vezes ela se sentia uma mulher patética amando alguém que ela sabia jamais ter. Kenshin havia escolhido Kaoru, e querendo ou não Megumi teria que aceitar aquilo e seguir em frente.
O grupo caminhou junto conversando de forma despreocupada. Logo chegaram ao festival, a praça da cidade estava linda. Com luzes em todo o lugar, haviam tendas vendendo yakisoba, sushis e outras especiarias. Kaoru se aproximou de Kenshin e logo os dois se afastaram como dois pombos apaixonados para verem a lua e ficarem a sos. Yahiko não perdeu tempo, meio falando, meio gaguejando ele convidou Tsubami para irem ate uma tenda que servia yakisoba e ela tímida aceitou. Como esperado Megumi e Tae ficaram sós, e o sentimento de que estavam largadas era frustrante e mutuo.
- Ficamos só nos duas... como esperado – suspirou Tae – sem ofensas Megumi-san, mas eu preferia um lindo e galante homem como companhia...
- Tem muitos homens aqui Tae com certeza algum vai querer sair conosco!
As duas riram juntas ate que o riso se tornou um fraco e deprimente. Elas se recostaram uma nas costas da outra percebendo o qual frustrante era sua situação. Corremos atrás de qualquer um que aparece, chegamos a esse ponto?
- Quer dar uma volta por ai...? - perguntou Tae com um riso deprimido – podemos sumir e dizer que estavam com algum homem...
- Ok...
Elas andaram juntas, dando uma olhada pelas barracas, haviam muitas coisas interessantes. Megumi não soube se foi o clima do festival, ou a irônica situação que as duas se encontravam, mas acabaram se divertindo juntas. Compraram alguns bolinhos de arroz e se sentaram juntas em um banco de madeira, comendo-os devagar e observando o movimento, com as pessoas indo de um lado para o outro (a maioria estavam em casais, mas as duas começaram rir da própria desgraça e não se importaram mais com o fato de estarem largadas).
- Então Megumi-san... qual seu tipo de homem? – perguntou Tae enquanto comia um bolinho de arroz – eu sei que gosta do Kenshin, mas tente ver outras possibilidades afinal a Kaoru já fisgou ele. É caso perdido.
Ela ficou pensativa, não sabia ao certo qual era o seu tipo, gostava de Kenshin por sua força e determinação e seu desejo de reparar os erros e de mudar.
- Sanosuke-san? – sugeriu Tae – o que acha dele?
Megumi gargalhou alto. Ele poderia ser o ultimo homem de todo o Japão e mesmo assim eu não ficaria com ele.
- Sano é uma boa pessoa, mas é um vagabundo, vive por ai pensando em beber e bater nas pessoas. Não gosto de homens brutos.
- Verdade – concordou Tae com um riso – e sem falar que ele esta sempre sem dinheiro e quer viver as custas da gente!
Elas ficaram em silencio. Megumi comeu outro bolinho pensando que o assunto já tinha morrido, mas Tae voltou a insistir.
- E aquele seu amigo, Aoshi? Ele é bem bonito se quer saber minha opinião. Se ele me desse uma chance...
Aquilo sim era algo engraçado de se pensar. Aoshi era sim bonito e atraente isso ela não tinha como negar. Mas a idéia de vê-lo apaixonado por uma garota era tão plausível quanto se Sanosuke resolvesse largar as brigas e virar monge.
- Esqueça Tae – disse fazendo um movimento com a mão – Aoshi não é do tipo que se apaixona. Todos sabem disse menos a pobre da Missao que continua a sonhar com ele – pensando bem a situação dela é pior que a minha Megumi se contentou por saber que não estava tão mal assim no final das contas.
Elas ouviram uma explosão e então perceberam que a chuva de fogos de artifício havia começado. Sentadas juntas observaram o espetáculo, sonhando com algum homem que poderia aparecer em suas vidas.
Para Megumi aquela fora uma das melhores chuvas de fogos que presenciara. Ela se recordaria do momento mesmo anos depois.
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