Fanfics Brasil - Anji Contos: Samurai X

Fanfic: Contos: Samurai X | Tema: Contos


Capítulo: Anji

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A prisão nunca fora algo ruim para Anji. Não que ele não sofresse com o isolamento, a solidão e a total privação da liberdade. Ele sofria, mas, aceitara aquele destino. Era o seu karma, e como um budista Anji o aceitaria aquilo para expiar seus pecados.


Naquela manha o dia havia começado como todos os outros, silencioso e calmo, tudo que ouvia era o cantar distante dos pássaros lhe torturando com o sentimento de liberdade. Já fazia um ano desde que se entregara para a policia japonesa e estava trancado em uma das varias celas da prisão de Ogawa.


Sentado na posição de lótus o monge meditava sobre tudo que havia acontecido durante aquele ano de sua nova vida. O juiz havia decretado uma pena de cinquenta anos de prisão, mas por ter se entregado voluntariamente ela fora reduzida pela metade.


Na prisão era sempre tudo igual, a mesma rotina, as mesmas pessoas, a mesma comida. No céu o sol e a lua dançavam sua interminável dança e nesse bailado de luz e trevas passaram-se doze luas cheias fechando o ciclo de anual. O novo ciclo começara a poucos dias.


Nos primeiros messes ele se ocupara apenas em meditar. Os soldados da policia o temiam, as lendas sobre Anji conseguir reduzir uma arvore a pó com apenas um soco era o suficiente para causar terror a qualquer um. Ele não culpava que os policiais, e ate mesmo os outros presos, o temessem. Todo ser com grande poder era temido.


Mas as lendas se reduziram a meros boatos, Anji nunca provara ter o poder que acreditavam que tinha, e porque faria isso? Havia se entregado por vontade própria, a prisão fora o seu desejo.


Quanto mais o tempo foi passando todos acabaram percebendo que Anji, apesar de toda sua força, era inofensivo. Ele conseguira conquistar o respeito dos guardas e, ate, a amizade de alguns.


Refletiu sobre aquilo longamente um ano, ainda terei mais tantos. A liberdade estava tão distante e ele já tão acostumado com aquela prisão que era ate estranho pensar no que faria ao sair dali. Para onde irei? Não tinha mais família, nem amigos. Sabia algo sobre os membros do Juppongatana que sobreviveram a batalha de Kyoto. A maioria fizera acordos com a policia e assim conseguiram sua liberdade.  Chou, o colecionador de espadas estava trabalhando com Hajime Saito. Era fácil ter noticias dele pois muitos dos guardas conheciam Saito.


Henya havia se tornado especialmente útil por suas habilidades aéreas, Kamatari havia sido mandada para o exterior e trabalhava como espia e Soujirou... pouco se sabia sobre Soujirou, ele ainda era procurado pela policia, mas Anji tinha certeza que o garoto jamais seria pegue. Era rápido demais para isso.


Mas os Juppongatanas não eram as únicas pessoas que Anji pensava. Sanosuke, seu primeiro e único discípulo, também estava sempre presente nos pensamentos de Anji. Sano era impulsivo e teimoso, mas tinha um forte senso de justiça e uma força de vontade mais resistente que o aço. Quando lutaram Anji o derrotara, mas a vitoria havia tido o gosto de uma derrota. Sano abrira seus olhos e o fizera perceber que, em seu caminho de fazer a justiça, ele havia se tornado injusto. Matara inúmeras pessoas pois acreditara em Shishio e em seus ideias de derrubar o governo japonês para cirar um governo melhor, livre da corrupção dos políticos. Anji ainda acreditava nos ideais de Shishio, mas não mais podia aceitar os seus meios. A violência nunca era a resposta. Não importava se o Juppongatana almejasse um bem maior, causar a morte de inúmeros fazia daquele grupo um grupo de tiranos e assassinos.


As vezes ele recebia visitas. Sanosuke o havia visitado algumas vezes, mas por um problema com a policia ele também e tornara um foragido. Anji não sabia da historia completa, mas duvidava de que o discípulo tivesse feito algo de errado como todos diziam. Sua convicção se mostrou correta quando Kenshin em uma de suas visitas afirmara a inocência do amigo.


Kenshin também o visitava com frequência e juntamente com ele Yahiko e Kaoru e alguns outros, amigos do espadachim que Anji conhecera apenas depois de ter sido preso.


Por uma única vez Aoshi o havia visitado. Os dois pouco falaram. Aoshi apenas se sentou ao seu lado e os dois meditaram, cada um absorto em seus próprios pensamentos, trocando poucas palavras. Ironicamente apesar das palavras escassas Anji conhecera muito do espadachim. Aprendera muito mais com seu silencio, observando-o, do que com suas palavras.


Os pensamentos de Anji foram interrompidos quando um dos soldados da policia se aproximou de sua cela e anunciou uma visita.


- O senhor Kenshin veio velo – disse de uma forma breve. Anji acenou positivamente e então o homem saiu. Logo em seguida Kenshin apareceu.


Como estavam fora do horário de visitas não foi permitido a ele entrar na cela. Kenshin se sentou então no chão, os dois se encararam rapidamente, separados apenas por um metro de distancia e uma grade de ferro, que, se qualquer dos dois quisesse, teria sido levada abaixo em menos de um segundo.


Algo bom havia acontecido. Kenshin sempre era sorridente, mas naquele dia estava mais animado que o normal. Vestia as roupas de sempre, os cabelos ruivos estavam presos da forma tão comum aos samurais, a cicatriz em forma de X não estava tão marcante quanto antes, mas mesmo assim ainda chamava atenção e era impossível não nota-la, Quando comentara sobre isso em uma visita anterior Kenshin apenas sorrira e dissera que ela fora feita por uma pessoa muito especial e representava os sentimentos que essa pessoa tinha por ele, e, por isso jamais sumiria. Anji preferiu não perguntar mais sobre o assunto, mas acreditou que apesar de ser a marca de um ferimento Kenshin a carregava com orgulho e carinho.


- Como você esta Anji? – perguntou sorrindo oferecendo um embrulho. Anji o abriu e encontrou meia dúzia de bolinhos de arroz.


- Bem – respondeu calmamente – e quanto a você Himura? Esta diferente hoje.


- Kaoru-chan esta grávida. Mandamos uma carta para Megumi pedindo que viesse nos visitar e acompanhar a gravidez de perto. Ela esta em Aizu, ainda procurando saber o que aconteceu com sua família. O pai morreu, mas ainda a alguns parentes vivos em algum lugar... ela os esta procurando.


Takani Megumi Anji nunca a vira pessoalmente, mas a conhecia apenas pelos relatos de Kenshin, Kaoru e Yahiko quando o visitavam com uma certa frequência. Ficou sinceramente feliz por Kenshin, não havia milagre maior do que o da vida ele causou muitas mordes, não seria criando uma nova vida uma forma também de redenção?


- É muito bom ouvir isso Kenshin. Lutamos por um mundo melhor, eu e você. Estávamos de lados opostos em Kyoto, mas ambos desejávamos o bem. O que você fez durante o Bakumatsu... lutando e matando incontáveis vidas ao ponto de ganhar o titulo de batousai o retalhador - fez uma longa pausa e então prosseguiu - toda essa guerra foi para criar um mundo melhor para as próximas gerações. A geração do seu filho...


Kenshin sorriu. Para Anji ele emanava paz de espírito e felicidade pura e simples. Havia um ditado deixado por um mestre espadachim que vivera a muitos anos atrás que dizia o seguinte: o melhor espadachim é aquele que não carrega sua espada nem nas suas mãos nem na sua mente, pois ele é um homem em paz e não precisa de armas. Kenshin já havia distanciado a espada de suas mãos a muito tempo, depois de enfrentar sua ultima batalha contra um conhecido do passado, um homem chamado Enishi. Pelo que parecia Kenshin estava distanciado a espada de sua mente também, pois ele não precisava pensar mais em lutas, apenas em uma vida tranquila agora ele terá um filho para criar.


- Obrigado Anji. Quando ele nascer eu prometo que o levarei aqui para visita-lo.


- Será bom. Ficarei feliz em conhece-lo.


Ficaram juntos conversando por um bom tempo, comendo os bolinhos de arroz e falando de variados assuntos: política, coisas comuns do cotidiano, o destino dos antigos membros do Juppongatana...


Depois de quase duas horas Kenshin se foi prometendo voltar quando tivesse oportunidade. Anji lhe desejou boa sorte e disse que rezaria para que o filho dele e de Kaoru nascesse forte e saudável e em um mundo pacifico, sem precisar, jamais, empunhar uma espada.


Quando ficou novamente sozinho, Anji voltou a sua longa meditação.. Pensou em seu futuro mais uma vez Talvez eu deva me isolar nas montanhas muitos eruditas já haviam feito isso, outra opção seria viajar pelo mundo ajudando as pessoas, como Kenshin havia feito, mas talvez estivesse velho demais para isso. Aquele era um futuro muito distante, ele não precisava ter pressa em pensar nele agora. Ainda teria vinte e quatro anos para isso...



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Suspirou mais uma vez antes de abrir a porta. Yumi não se sentia bem em estar ali, sem Shishio ao seu lado. O Juppongatana poderia ser, na teoria, um grupo de pessoas que desejavam derrubar o governo japonês, mas, na pratica era um grupo de guerreiros que pretendiam derrubar o governo japonês. Era por isso que Yumi nunca se sentia de fato um membro do Jup ...


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