Fanfics Brasil - Capítulo 9 Completamente Opostos - Ponny

Fanfic: Completamente Opostos - Ponny | Tema: Rebelde, Ponny


Capítulo: Capítulo 9

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Finalmente, depois de eu ficar apontando e gritando “Dulce” umas dez vezes para Rocco, a música é trocada por uma mais tranquila, e ele balança a cabeça e começa a rir. Ele ergue a mão e aponta para a sala ao lado.


Rocco é um cara muito legal, por que será que anda com Alfonso?


Quando me viro para o local que indicou, tudo o que consigo ouvir é meu próprio suspiro de surpresa.


Dulce está dançando em cima de uma mesa com outras duas garotas. Um cara bêbado se junta a elas, pegando-a pelos quadris. Fico esperando para vê-la afastar as mãos dele, mas em vez disso Dulce sorri e esfrega a bunda nele.


Pois é.


“Eles estão só dançando, Anahí”, diz Rocco, dando uma risadinha ao notar minha expressão de desconforto.


Mas eles não estão só dançando; estão se pegando e se esfregando.


“É… eu sei.”


Dou de ombros, apesar de não considerar aquilo nem um pouco normal. Jamais dançaria dessa maneira, nem mesmo com Nico, e namoramos há dois anos.


Nico!


Pego o celular na bolsa para ler as mensagens:


Você está aí, Annie?


Oi?


Está tudo bem?


Anahí?


Quer que eu ligue para sua mãe?


Estou começando a ficar preocupado.


Digito seu número o mais rápido possível, rezando para que ele não tenha ligado para minha mãe. Ele não atende, e eu mando uma mensagem dizendo que está tudo bem, que ele não precisa ligar para minha mãe.


Ela vai surtar se achar que aconteceu alguma coisa comigo no meu primeiro fim de semana na faculdade.


“Oiiii… Anahí!”, Dulce grita e apoia a cabeça no meu ombro. “Está se divertindo, amiga?” Ela dá risada, obviamente bêbada. “Acho que… preciso… a sala está começando a vibrar, Annie… quer dizer, girar”, ela diz aos risos, e seu corpo tomba para a frente.


“Ela está passando mal”, digo a Rocco, que balança a cabeça e a pega nos braços, jogando seu corpo por cima dos ombros.


“Vem comigo”, ele diz, subindo a escada.


Ele abre uma porta na metade do corredor, encontrando um banheiro sem a menor dificuldade. Assim que Rocco a põe no chão perto do vaso, Dulce começa a vomitar.


Olho para o outro lado, mas seguro seus cabelos vermelhos e os afasto do rosto. Finalmente, depois de vomitar muito mais do que suportei ver, ela para, e Rocco me passa uma toalha.


“Vamos levá-la para o quarto do outro lado do corredor e deitá-la na cama. Ela precisa dormir para se sentir melhor”, ele sugere.


Faço que sim com a cabeça, mas só consigo pensar que não posso deixá-la sozinha, desmaiada.


“Você também pode ficar”, ele completa, como se tivesse lido meus pensamentos.


Juntos, nós a erguemos do chão e a ajudamos a atravessar o corredor até um quarto escuro. Com movimentos cuidadosos, deitamos Dulce, que resmunga, na cama. Rocco sai logo em seguida, dizendo que volta mais tarde para ver como estamos. Eu me acomodo na cama ao lado dela e ajeito sua cabeça para que fique confortável.


Sóbria, com uma menina bêbada deitada ao meu lado e uma festa barulhenta acontecendo ao redor, sinto que atingi o fundo do poço.


Acendo um abajur para observar melhor o quarto, e meu olhar é imediatamente atraído para as prateleiras de livros que cobrem uma das paredes. Essa visão melhora meu humor, e chego mais perto para dar uma olhada nos títulos.


É uma coleção digna de respeito, com vários clássicos e cobrindo muitos temas. Tem todos os meus livros favoritos. Quando vejo O morro dos ventos uivantes, puxo o livro da prateleira. Está em bom estado, e a dobra na lombada indica que já foi aberto várias vezes.


Fico tão perdida nas palavras de Emily Brontë que nem percebo a mudança na luminosidade do quarto quando a porta se abre, nem a presença de uma terceira pessoa no lugar.


“O que você está fazendo no meu quarto?”, uma voz furiosa ruge atrás de mim.


A essa altura já conheço aquele sotaque.


Poncho.


“Perguntei o que você está fazendo no meu quarto”, ele repete, com o mesmo tom ríspido da primeira vez.


Eu me viro a tempo de vê-lo se aproximando com passadas largas. Ele arranca o livro da minha mão e o põe de volta na prateleira. Minha mente está a mil.


Pensei que a festa não podia ficar pior, mas aqui estou eu, pega em flagrante no quarto de Alfonso.


Ele limpa a garganta ruidosamente e coloca o dedo na minha cara.


“Rocco me disse para trazer Dulce aqui…” Minha voz sai baixa, quase inaudível.


Ele chega mais perto e solta um suspiro profundo. Aponto para a cama, e ele segue minha mão com o olhar.


“Ela bebeu demais, e Rocco disse…”


“Eu ouvi da primeira vez.” Ele passa as mãos pelos cabelos despenteados, claramente aborrecido.


E daí que estamos no quarto dele? Aliás…


“Você faz parte dessa fraternidade?”, pergunto, incapaz de esconder a surpresa no meu tom de voz.


Poncho é muito diferente do que eu imaginava ser um garoto de fraternidade.


“Sim, e daí?”, ele responde e dá mais um passo à frente.


Estamos a menos de meio metro de distância, e quando tento me afastar acabo batendo com as costas na prateleira.


“Está surpresa, Anahí Portilla?”


“Para de me chamar assim.”


Ele me encurralou.


“É seu nome, não?” Poncho dá uma risadinha, aparentemente já menos irritado.


Suspiro e dou as costas para ele, ficando de frente para uma parede cheia de livros. Não tenho ideia do que fazer, mas preciso sair de perto de Alfonso antes que dê um tapa na cara dele.


Ou caia no choro.


Estou exausta depois de um dia bem longo, então o mais provável é que comece a chorar e só depois meta a mão nele.


Seria um vexame.


Eu me viro e passo por ele com um empurrão.


“Ela não pode ficar aqui”, Alfonso diz.


Quando me viro para encará-lo, vejo que está mordendo a argola que usa no lábio. O que o teria feito decidir abrir um buraco na boca e outro na sobrancelha?


Deve ter doído… mas, olhando bem, o piercing ajuda a acentuar o formato de sua boca e de seus lábios carnudos.


“Por que não? Pensei que fossem amigos.”


“Somos”, ele responde, “mas ninguém pode ficar no meu quarto.” Poncho cruza os braços e, pela primeira vez, consigo distinguir o desenho de uma de suas tatuagens.


É uma flor, bem no meio do antebraço.


Alfonso, com uma tatuagem de flor? O desenho em preto e branco parece de uma rosa, mas alguma coisa ao redor dela tira sua beleza, acrescentando um caráter sombrio ao formato delicado.


Sentindo-me irritada e corajosa, dou uma risadinha.


“Ah… entendi. Então só as garotas que topam beijar você podem ir ao seu quarto?”


Ao ouvir minhas palavras, ele abre um sorriso ainda mais largo.


“Aquele não era meu quarto. Mas, se está falando isso porque está a fim de me beijar, fique sabendo que você não faz meu tipo”, ele responde.


Não sei por quê, porém essas palavras me deixam abalada.


Alfonso está longe de ser meu tipo, mas eu jamais diria isso a ele.


“Você é… você é…” Não consigo encontrar palavras que expressem o quanto estou irritada.


A música que atravessa a parede parece me deixar ainda mais aflita.


Estou envergonhada, chateada e cansada daquela festa. Discutir com ele não vale a pena.


“Bom… então arranje você outro quarto para ela, enquanto arrumo um jeito de voltar para o campus”, limito-me a dizer, e me viro para a porta.


Quando a fecho atrás de mim, mesmo em meio ao barulho da festa, escuto o comentário irônico de Alfonso:


“Boa noite, Anahí Portilla”.



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Autor(a): ponnyyvondy

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