Fanfics Brasil - Capítulo 4 Completamente Opostos - Ponny

Fanfic: Completamente Opostos - Ponny | Tema: Rebelde, Ponny


Capítulo: Capítulo 4

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“Hã… Cadê a Dulce?” Tento parecer confiante, mas minha voz sai em uma espécie de guincho agudo.


Minhas mãos estão agarradas ao tecido macio da toalha, e meus olhos ficam desviam-se o tempo todo para baixo, para me certificar de que meu corpo está coberto.


O garoto olha para mim e abre um sorrisinho com o canto da boca, mas não diz uma palavra.


“Você me ouviu? Perguntei onde está a Dulce”, repito, tentando ser um pouquinho mais articulada.


A expressão em seu rosto se intensifica, e ele finalmente resmunga um “Não sei” e liga a televisãozinha que fica sobre a cômoda de Dulce.


O que ele está fazendo aqui? Não tem um quarto para ficar? Mordo a língua para não soltar um comentário malcriado.


“Você poderia… hã… sair daqui enquanto me visto?”


Ele nem notou que estou só de toalha. Ou então não deu bola para isso.


“Quem vê pensa que quero ficar olhando pra você”, ele resmunga, então vira de lado e cobre o rosto com as mãos.


Tem um sotaque carregado no qual eu não tinha reparado antes. Talvez porque ele não tivesse se dignado a falar comigo até então.


Sem saber como rebater aquela resposta mal-educada, dou uma bufada e vou até minha cômoda. Talvez ele seja gay, e por isso disse que não queria ficar olhando para mim. Ou ele me acha muito feia.


Com gestos apressados, visto a calcinha e o sutiã, e em seguida uma camiseta branca e um short cáqui.


“Já terminou?”, ele pergunta, fazendo minha paciência se esgotar de vez.


“Que tal mostrar um pouquinho de respeito por mim? Não fiz nada pra você. Qual é a sua?”, berro, muito mais alto do que gostaria, mas, pela expressão de surpresa em seu rosto, percebo que minhas palavras tiveram o efeito esperado sobre aquele intrometido.


Ele fica me encarando em silêncio por um instante. E, quando penso que vai se desculpar… cai na risada.


É uma gargalhada sincera, que seria quase agradável se não viesse de alguém tão detestável. As covinhas ficam visíveis em seu rosto quando ele ri, e eu me sinto uma idiota, sem saber o que fazer nem o que falar. Não estou acostumada com esse tipo de afronta, e esse garoto parece ser a última pessoa com quem deveria arrumar uma briga.


A porta se abre e Dulce entra apressada.


“Desculpa o atraso. Estou com uma ressaca infernal”, ela diz de forma dramática, e em seguida olha para nós dois. “Foi mal, Annie, eu me esqueci de avisar que Poncho ia passar aqui.”


Eu gostaria de achar que morar com Dulce poderia dar certo, que nós duas até poderíamos ser amigas, mas, com suas amizades e seus hábitos noturnos, sinceramente não parece possível.


“Seu namorado é bem grosso.” As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse fazer alguma coisa para impedir.


Dulce olha para o garoto. E então os dois começam a rir. Qual é a deles, rindo da minha cara desse jeito? Está começando a ficar bem irritante.


“Alfonso Herrera não é meu namorado!”, ela consegue responder, quase sem fôlego. Depois de se acalmar um pouco, ela se vira e olha feio para o tal Poncho.


“O que você falou pra ela?” E, então, olhando para mim, ela diz: “Poncho tem um… um jeito todo especial de se comunicar”.


Que beleza. Então o que ela está dizendo é que esse Poncho é um babaca incorrigível. Ele dá de ombros e muda de canal.


“Tem uma festa hoje à noite, você devia vir com a gente, Anahí”, Dulce convida.


É minha vez de dar risada.


“Não sou muito chegada em festas. Além disso, tenho que sair e comprar algumas coisas pra pôr na minha mesa e nas paredes.”


Olho mais uma vez para Poncho, que, para variar, age como se estivesse sozinho e fosse o dono do quarto.


“É só uma baladinha! Você é uma universitária agora, uma festa não vai fazer mal”, Dulce insiste. “E como você vai sair pra fazer compras? Não sabia que tinha carro.”


“Vou de ônibus. E não posso ir a essa festa… não conheço ninguém”, argumento, e Poncho dá risada outra vez — um sutil reconhecimento de que está prestando atenção em mim, nem que seja só para tirar sarro da minha cara. “Eu ia ficar lendo e conversando pelo Skype com o Nico.”


“Não dá para andar de ônibus de sábado! Fica tudo lotado. Poncho pode dar uma carona quando for para casa… certo, Poncho? E você me conhece, e eu vou estar na festa. Vamos lá, vai… Por favor?”, ela pede, juntando as duas mãos em um apelo dramático.


Faz um dia que a conheço; será que posso confiar nela? As recomendações da minha mãe a respeito de festas voltam à minha cabeça.


Dulce parece ser bem legal, pelo pouco que pudemos conviver. Mas uma festa?


“Não sei… E não quero carona nenhuma do Poncho”, respondo.


O garoto se vira na cama de Dulce com uma expressão de divertimento no rosto.


“Ah, não! Eu estava tão a fim de passar mais tempo com você”, ele diz, em um tom tão carregado de sarcasmo que me dá vontade de atirar um livro em sua cabeça. “Dulce, você sabe que essa garota não vai topar ir à festa”, ele diz, aos risos, com seu sotaque indisfarçável.


Meu lado curioso, que admito ser bem grande, está louco para perguntar de onde ele é. Já meu lado competitivo quer provar que o sorrisinho pretensioso em seu rosto é injustificado.


“Pensando bem, eu vou, sim”, anuncio com o sorriso mais doce de que sou capaz. “Acho que pode ser divertido.”


Poncho balança a cabeça, incrédulo, e Dulce solta um gritinho antes de me abraçar com força pela cintura.


“Eba! A gente vai se divertir muito!”, ela grita, e uma enorme parte de mim começa a rezar para que ela esteja certa.



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Autor(a): ponnyyvondy

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Fico contente quando Poncho finalmente vai embora, porque eu e Dulce podemos conversar melhor sobre a festa. Preciso de mais detalhes para acalmar meus nervos, e a presença dele não ajuda em nada nesse sentido. “Onde é essa festa? Dá pra ir a pé?”, pergunto, tentando parecer tranquila enquanto arrumo minhas botas na prateleira. ...


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