Fanfic: Tão errado, mas tão certo... | Tema: Rebelde, Vondy

Eu sou uma pessoa que faz planos na vida. Eu quero terminar a escola, entrar para uma boa universidade e depois me tornar uma escritora de sucesso. E não, não estou nem ai de perder festinhas de adolescentes bêbados, e nem me importo também de estudar o dia inteiro se no final eu chegar aonde quero.

Eu sou muito esperta e inteligente, de verdade mesmo. Mas parte disso é completamente desestruturado quando o assunto é Christopher Uckermann.

Como eu posso definir Ucker? Ele é O cara que veste a jaqueta do time de futebol americano e tem o sorriso mais lindo que já vi em toda a minha vida. Ele é dois anos mais velho que eu, mas só um ano acima no colégio, pois reprovou na escola antiga.

Ele e Alfonso — meu irmão um ano mais velho — ficaram amigos no primeiro dia de aula, seis meses atrás, e ficaram grudados. Desde aquele dia, Ucker não sai mais de minha casa. Seja nos jantares, almoços, durante a tarde, jogando vídeo game com Poncho, até dormir no quarto do meu irmão.

O que tem de errado nisso? Pessoa normais diriam que nada. Mas eu digo que tem muita coisa errada.

Primeiro, que desde que eu o vi, pela primeira vez, entrando pela porta da minha casa, e na mesa de jantar, eu não paro de imaginar como seria tê-lo comigo em um quarto sozinhos. Ou melhor, na cama.

A pior parte de tudo isso, é que pra ele eu sou completamente invisível. Mas garotas como Anahí Portilla, são visíveis para ele.

E não. Eu não canso de fantasiar esse momento — que provavelmente nunca vai acontecer — na minha cabeça, pois, se eu posso admira-lo todos os dias tão de pertinho, o que custa sonhar, não é mesmo?

Ele estudava na escola pública daqui de Charleston, mas seis meses atrás, entrou no meu colégio particular, que é a Charleston High e imediatamente fez um teste, e se tornou o capitão do time de futebol americano. Assim, sem mais nem menos. Pra você ver que eu não exagero quando digo que ele é imensamente incrível.

E desde aquele primeiro dia de aula, em setembro seis meses atrás, Anahí Portilla vive escorada nele na hora do almoço (sentada no colo dele e dando comida na boca. Ewww.) e pelos corredores da escola.

Mas, particularmente não acho que ela esteja tão errada neste quesito. Afinal, Ucker é simplesmente perfeito, e se eu tivesse a chance, faria tudo isso que ela faz.

Ele tem olhos castanhos incríveis e boca carnuda. Ai, ai. Se eu pudesse, ficaria o dia inteiro dando mordiscadas no lábio inferior dele. E o cabelo, ai, o cabelo... é castanho claro e parece ser sedoso e macio. Não que eu já tenha tocado. Mas imagino que seja.

E o melhor de tudo. Ele tem uma covinha na bochecha esquerda.

E o corpo? O corpo parece ser um parque de diversões que eu compraria diversos ingressos só para poder ir muitas vezes em cada atração.

Mas aí, caio na real. Por que sei que minhas chances com ele, estão por volta de: nenhuma.

E além de tudo, sei que ele é o melhor amigo do meu irmão. E que parece que entre os meninos é errado ficar com a irmã do amigo. Ainda mais transar, que é o que eu mais quero com ele.

Minha calcinha fica úmida só de imaginar essa cena. Eu e ele, numa cama. Aiii, como eu queria.

Não que eu seja essas santinhas, que saem por aí ficando com qualquer cara que dê o mínimo de atenção.

Na verdade só beijei um cara na minha vida inteira, e bom... eu sou virgem.

Mas isso não me impede de imaginar, não é? Só porque sou virgem, não significa que eu não possa ter pensamentos pervertidos.

E, além de tudo, eu não tenho essa visão romantizada da primeira vez. Se Ucker me desse só um pouquinho de atenção e quisesse me levar pra cama — mesmo não sendo meu namorado — eu iria com o maior prazer.

Mas aqui estou eu, fracassada pra caramba, deitada na minha cama, no meu quarto, tendo os pensamentos mais libertinos que uma garota pode ter, com um cara que malmente me cumprimenta, e bate na minha porta pra me chamar pro jantar — às vezes.

Esse garoto provoca isso em todo mundo, ou eu que sou doida?

Fico assustada com três batidinhas na minha porta.

Dou um pulo da cama. Imagino que seja o Poncho, mas a essa altura, ele já teria entrado.

— Dulce? — a voz de Ucker ecoa pelo meu quarto.

E é nesse momento, que sinto minhas pernas bambearem e meu coração vira uma escola de samba.

— Posso entrar? — ele pergunta.

E antes que você pergunte, não, ele nunca entrou no meu quarto antes.

E é aí que eu quase desmaio.