Fanfics Brasil - "Há perigos envolvidos que nunca se encontram no olhar." Nicotine

Fanfic: Nicotine | Tema: Panic! At The Disco


Capítulo: "Há perigos envolvidos que nunca se encontram no olhar."

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Brendon’s POV


Meu plano era bem simples. Eu faria amizade com Erin de uma forma que eu passasse a frequentar sua casa. Eu precisava de algo para saber a rotina de Jeff, precisava saber quando eu poderia encontra-lo desprevenido e sozinho, sem qualquer possibilidade de defesa da parte dele ou de qualquer pessoa que pudesse atrapalhar no plano caso eu fosse visto, fato que eu não poderia deixar acontecer, ou teria que matar não só Jeff. Eu não poderia levantar suspeita pro meu lado, teria que ser discreto, descobrir por Erin tudo sobre seu pai sem parecer ter algum interesse verdadeiro por trás de todas as perguntas. Era isso que as pessoas faziam ao se conhecer, certo? Perguntas, historinhas sobre suas vidinhas medíocres contando tudo o que se passava nelas antes de virarem amigos. De verdade? Eu não fazia ideia de como realmente era conhecer alguém e tornar-se amigo da pessoa, mas acho que eu levava jeito com os falsos amigos que eu já havia conhecido antes, com algum interesse por trás das minhas curiosidades. Mas fora dos meus vínculos falsos e rápidos demais, visto que eu sempre sumia do mapa, eu não sabia como era ter amigos de verdade. Sempre fui muito solitário desde pequeno. Não eram apenas minhas amizades que eram falsas. Eu era falso. Meu nome nem sequer era verdadeiro. Usava um falso para me proteger. Tudo era falso. Meu nome, minha história, meus documentos, minha vida... Uma vida totalmente solitária, mas por minha escolha. Brendon Urie foi uma escolha. Eu me tornei uma pessoa nova.


Eu não queria ter que marcar sessões novas no consultório de Erin, eu estava perdendo tempo, e isso era uma coisa que eu não tinha de sobra. Scott havia me dado um mês, e já haviam se passado três semanas. Meu tempo estava acabando e eu ainda estava de mãos praticamente atadas. Eu precisava de uma medida meio desesperada.


−Preciso saber os horários de Erin Tooley, por favor. – eu pedi de uma forma seca, droga, eu não sabia pedir nada a ninguém, nunca soube. – Sou paciente e preciso saber seus horários para marcar sessões no meu horário livre.


− Só um momento. – um silêncio tomou conta da chamada durante uns minutos até eu ouvir satisfeito a informação que precisava. – Ela atende das sete as doze durante as segundas e terças e das duas as dezesseis durante as quartas, quintas e sextas. Qual o melhor horário pra você, senhor?


Não respondi mais nada e desliguei o telefone ainda ouvindo que a mulher do outro lado da linha chamava por mim. Coisinha chata. Único senhor está no céu e eu estou bem distante disso.


***


Sexta feira, quem resiste à alegria de sexta? Principalmente quando se trabalha a semana inteira e a única coisa que você deseja ao final do dia é se livrar pelo menos por um tempo de tudo o que te deixa cansado?


Cheguei à clínica faltando cerca de uns quinze minutos para o final do turno de Erin. Caminhei até o balcão de informação e pude ver uma mulher ruiva cheia de sardinhas pelo rosto, ela possuía uma expressão de tédio que não dava para ser disfarçada mesmo com aqueles óculos enormes que ocupavam quase todo o seu rosto. Ela cochilava sentada atrás do computador. Talvez fosse a moça com quem falei ao telefone dias atrás. Não tinha importância.


− Com licença. – falei um pouco alto demais e ela despertou do cochilo parecendo um pouco assustada. – Você pode avisar à Erin Tooley que o cara que ela marcou de sair hoje já está esperando ela?


A moça me encarou de cima a baixo como se me analisasse e soltou um risinho baixo, mais parecendo àqueles barulhinhos estranhos que os ratos fazem, tão irritante quanto. Revirei os olhos e a vi praticamente correr para o escritório de Erin. Depois de uns instantes pude finalmente vê-la trazendo Erin consigo.


− Sério! Ana, eu não marquei encontro com ninguém, deve ser engano. – ri baixo e levantei uma sobrancelha assim que ela levantou o olhar na minha direção.


− Você? – ela me olhou como se não acreditasse que eu estivesse ali. Qual foi? Sou tão irresistível ao ponto das pessoas não acreditarem na minha existência? – O cara que praticamente correu do meu escritório, bom te ver, mas você tem que marcar uma sessão se quiser ser atendido, e de preferência no horário disponível, meu turno acabou de terminar. – ela apontou para o relógio e logo depois se virou para a Ana (agora eu já sabia o nome da ruiva dorminhoca). – Onde ele está Ana? O tal cara bonitão que disse que marcou encontro comigo?


Ok, essa machucou meu inexistente coração. Pigarrerei tentando chamar sua atenção para mim. O bonitão sou eu, sua burra, tá mais do que na cara. Assim que ela olhou pra mim eu levantei a mão e apontei o indicador na minha direção fazendo uma cara que não sei definir ao certo, mas eu esperava que ela entendesse o recado meio “Dã... Eu sou o bonitão que você vai ter a sorte de acompanhar”.


− Você? – ela me olhou confusa ao receber a confirmação de Ana. Balançou a cabeça e virou para a ruiva novamente. – Pode ir, Ana, eu fecho a clínica.


Uns minutos depois, Ana finalmente terminou de arrumar suas coisas e sair do local nos deixando a sós. Que mulher lerda. Eu já estava prestes a pegá-la nos braços e jogar porta a fora daquele lugar.


− Não marquei nada com você, Urie. Deixei bem claro que nossa relação ficará limitada aquele consultório. – era visível o cansaço dela, dava de notar pela sua voz.


− Isso pode ser divertido, Érica. – sim, o erro foi proposital. – Pensa só: você, eu, uma garrafa de um bom vinho e aquele divã. É, acho que eu vou ter que aceitar me contentar com aquele consultório. – me aproximei e sussurrei as últimas palavras próximas ao seu ouvido e sorri satisfeito ao perceber que sua pele se arrepiou com a minha ação.


− Ai meu Deus, você é um pervertido. Você é um maníaco sexual né? Eu sabia que uma hora ou outra você ia revelar seu motivo pra procurar um psicólogo. – senti sua mão em meu peito me empurrando de leve para longe de si, mas mesmo assim não tive como não soltar uma risada alta demais, e até exagerada quando ouvi tudo aquilo. A expressão assustada em seu rosto era perfeita. Era bom demais ver que as pessoas tinham medo de mim. Mas aquela situação? Era engraçada de uma forma gigantesca.


− Não sou um maníaco, Erin. – não desse tipo que ela havia descrito. − O que custa sair comigo? Não faz desperdiçar as ligações que fiz pra conseguir sua agenda.


− Você fez isso? – assenti com a cabeça e ela me olhou como se não acreditasse. − E de quantas ligações precisou?


− Só de uma. – pude vê-la revirar os olhos e soltar uma gargalhada, pela primeira vez ela mostrou estar confortável com a minha presença. Isso. Parecia que eu estava ganhando confiança.


− Ah, Ana sempre muito maleável. – ela se aproximou de mim e segurou minhas mãos. Bingo, finalmente eu havia conseguido. – Brendon, de novo, eu agradeço o convite, mas eu vou pra minha casa. Eu estou cansada e preciso descansar. Te aconselho a fazer o mesmo, ou sei lá, arruma uma garota que não seja sua psicóloga, ok? – ela andou até a porta de entrada e abriu a mesma indicando com a mão para que eu fosse embora. E depois desse balde de água fria que ela fez que eu sentisse como se tivesse jogado em cima de mim, a única coisa que eu fiz foi suspirar e sair quieto sem nem ao menos olhar em seu rosto.


 


 


 


 



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Autor(a): annenogueira

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