Fanfic: Maktub ♡ AyA (Mini) | Tema: Anahí e Alfonso

Uma hora e meia depois, Anahí adentrava o camarim. Havia muitas flores e uma em especial lhe chamou atenção: violetas brancas, só poderia ser dele. Instintivamente foi até ela, procurou pelo cartão.

É difícil colocar em palavras tudo o que você me faz sentir, tudo o que você proporciona para a minha vida, tudo o que você desperta em mim, mas te amar é fácil, não exige nenhum sacrifício. Te amo, sempre seu, Poncho.

Anahí levou o pedaço de papel até o nariz para sentir o perfume dele.

- O figurino está na arara. – Dulce disse chamando sua atenção.

Alfonso convencera Anahí a reconsiderar a demissão da ruiva e ela o fez. Assim como ela estava uma pilha de nervos, fragilizada emocionalmente, considerou que todos a sua volta estavam da mesma forma. A loira pegou o figurino da arara e entrou no banheiro para vesti-lo. Logo subiria ao palco e tinha de estar preparada, concentrada, manter seu foco no show e nos fãs. A banda iniciou a abertura do show e Anahí segurou firme o microfone. Dois minutos após a banda aquecer os instrumentos com a pequena abertura, a música Estan Ahí começou a tocar, em meio a gritos do público. Após, Anahí fez um sinal para a banda para que esperasse para tocar a próxima música.

- Antes de seguir o show, eu gostaria de esclarecer algumas coisas. – ela apertou o microfone, puxou o ar e olhou para a multidão que imediatamente fez silêncio, aguardando alguma revelação bombástica - Hoje noticiaram algumas coisas sobre mim e posso garantir que eu não tive um surto psicótico. Apenas agi por instinto quando me dei conta do mal que haviam me causado anos atrás arrancando uma parte de mim, do meu coração. No momento não posso contar o porquê disso tudo, pois há outra pessoa envolvida e quero poupar a privacidade dela. Peço que tenham paciência e muito em breve entenderão.

Em um dos camarotes, Maite, Luna e mais duas amigas da menina, Beatriz e Júlia, ouviam com atenção a declaração da popstar.

- Que mistério! O que será que ela esconde? – Beatriz perguntou com a mão sobre o queixo.

Luna observava a mãe com os olhos mareados, imóvel. As lágrimas começaram a cair lentamente sobre sua bochecha. A menina deu um passo para trás, girou o corpo e saiu correndo. Maite assustou-se e impediu que as amigas fossem atrás de Luna. Se conhecesse a sobrinha, sabia exatamente onde estava indo.

- Eu quero entrar. – ela disse, chorando. O segurança a olhou friamente, barrando sua entrada.

- Sinto muito, mas a passagem de fãs está proibida.

Luna cerrou os punhos e deu um passo a frente. O segurança cruzou os braços e encarou a menina. Não seria nada fácil passar por ele. 

- Volte para o seu lugar e curta o show. Por aqui você não passa.

- Você não faz ideia de quem eu sou não é mesmo? – a menina indagou levando as mãos até a cintura, o segurança achou graça.

- Uma adolescente fanática pela Anahí.

- Luna! – Maite disse parando ao lado dela, respirando ofegante por ter corrido – Vamos voltar para o camarote.

- Não! Eu quero estar lá quando ela sair do palco! – Luna reclamou batendo o pé e cruzando os braços, fazendo bico.

- Leve sua filha daqui e evite transtornos. – o segurança falou impaciente.

Luna lançou um olhar feral ao homem. Estava com raiva, foi até ele e lhe deu um pisão no pé e ergueu o joelho atingindo-o entre as pernas. O homem gemeu de dor e a menina sorriu vitoriosa. Passou por ele e caminhou até a porta do camarim, porém dois homens, maiores que o anterior pararam a sua frente, com os braços cruzados. Um deles a pegou pelo braço, apertando.

 - ME SOLTA! ME SOLTA! – ela gritou, tentando se soltar - Vai se arrepender disso!

Dentro do camarim Dulce, Christian e Alex assistiam o show pelo telão. Ao ouvir gritos, Dulce rolou os olhos e bufou.

- Eu vou lá resolver isso. Porque esses adolescentes gostam de invadir os lugares?

 Abriu a porta com a cara fechada e ao ver a menina que discutia com os seguranças, sentiu seus olhos marearem. Era ela, tinha de ser. Apressou o passo até eles, a fim de evitar que machucassem aquela menina.

- Deixe a garota passar, ela tem todo o direito de estar aqui. – Dulce falou e o segurança a olhou sem entender.

Luna sorriu vitoriosa e deu língua para os dois. Acompanhadas da ruiva, Luna e Maite foram ao camarim. Christian e Alex olhavam boquiabertos para a menina.

- Estou me sentindo um animal em extinção com vocês me observando dessa forma. – ela murmurou.

- É difícil acreditar que há outra Anahí nesse mundo. – Christian comentou alto. A menina estreitou os olhos o observando, gesto que o fez rir. Anahí o olhava da mesma forma quando queria instigá-lo.

- Eu sei que quer falar com sua mãe, mas ela não espera te encontrar aqui agora. – Dulce disse, temendo no que podia resultar se a imprensa descobrisse a verdade antes de Anahí contar - Não posso te impedir de ficar aqui, ou te expulsar. Só quero que entenda que Anahí foi bombardeada com notícias que a abalaram emocionalmente. E eu temo que fazer uma surpresa dessas possa ser prejudicial. Sugiro que vá para sua casa e aguarde, ela vai te procurar.

Luna concordou que a surpresa que pretendia fazer poderia causar algo inesperado na mãe. E o que menos queria naquele momento é deixá-la pior. Tudo aconteceria no seu tempo, e ela teria paciência.

- Posso escrever algo para ela pelo menos?

- Pode, eu mesmo estregarei. – Christian falou, olhando em desaprovação para Dulce. A ruiva estaria encrencada no momento em que Anahí tomasse conhecimento daquilo, e Dulce tinha consciência de tudo. Mas havia pensado no emocional de Anahí, qualquer fagulha poderia acarretar em algo grave, e ela queria a todo custo evitar que a loira adoecesse. Anahí apareceu no camarim para trocar de roupa algumas vezes, e a cada vez que a via, o coração de Dulce apertava. Teria feito a coisa certa? Realmente seria o melhor para ela? Uma coisa ela tinha certeza: Anahí não a perdoaria.

O show chegou ao fim e Dulce tratou de livrar-se de fãs. Anahí agradeceu a ruiva, pois não estava disposta a atendê-los.

- Pediram para te entregar isso. – Christian falou estendendo um pedaço de papel para a loira que estreitou os olhos, da mesma forma que Luna havia feito um pouco antes.

“Você é um ser humano maravilhoso, é única, especial. A imprensa foi maldosa, completamente ridícula noticiando tanta besteira. Eu, melhor do que ninguém sei da verdade, e como é dilacerante a dor de estar longe de quem se ama. Toda essa dor em nossos corações sanará quando estivermos juntas. Eu amo você, incondicionalmente. Luna” 

Ao terminar de ler o pequeno pedaço de papel suas mãos tremiam como gelatina e por seus olhos jorravam lágrimas.

- Ela esteve aqui? – Anahí indagou com a voz embargada. O trio se olhou temeroso, Dulce assentiu minimamente.

- Eu pedi que ela fosse embora.

- Você não tinha esse direito! – Anahí esbravejou. Encarou a ruiva que ao ver os olhos cinza da loira, temeu. – Está demitida! – disse e saiu do camarim, sem trocar de roupa.