Fanfic: Maktub ♡ AyA (Mini) | Tema: Anahí e Alfonso

Maite chegou em casa meia hora depois que saiu do hotel, era tarde, por volta das nove horas da noite. Durante o caminho tentou criar um diálogo para que Alfonso a escutasse, que permitisse tocar no assunto Anahí. Antes de enfrentar o irmão tomaria um banho para relaxar e pensar nas palavras certas para dizer.

- Posso saber onde a senhorita estava? – ele indagou assim que a morena abriu a porta. Maite lhe sorriu cinicamente para o irmão que estava sentado sobre o sofá, com as pernas cruzadas e a face carrancuda.

- Trabalhando. – ela disse rapidamente.

- Até essa hora?

- Ocorreu um imprevisto. – Maite sorriu, foi até o irmão e parou em frente dele. Sabia que ele a faria dar muitas explicações, então porque adiar? - Eu fiquei presa em um dos quartos mais ou menos uma hora. E depois fiz amizade com minha cunhada, digo, com a pessoa que estava no quarto.

- Maite você não precisa disso. – ele meio que rosnou. Alfonso era um machista e parecia acreditar que era o único que deveria sustentar a casa.

- Mas eu quero! – ela resmungou batendo com o pé no chão e cruzou os braços fazendo birra - Preciso aprender a ser independente. Não quero depender do seu dinheiro para comprar calcinhas e afins. – a morena falou rolando os olhos - Estou farta de ficar pedindo dinheiro e ter de passar um relatório do que preciso comprar.

Ding Dong. Salvos de uma discussão pela campainha. Maite apressou-se e foi atender a porta e deu de cara com uma visita inesperada. A mulher passou esbarrando pela morena, olhou ao seu redor e deu um sorriso sarcástico.

- Sua situação financeira melhorou bastante.

- O que faz aqui? – ele perguntou dando um pulo do sofá, segurando a ira. Cerrou os punhos e encarou friamente a mulher.

- Preciso de dinheiro. – ela falou descaradamente. Caminhou até o sofá para verificar se estava limpo, sentou-se fazendo cara de nojo. Maite levou as mãos até a cintura e rolou os olhos.

- Acredito que dinheiro não seja um problema para Anahí. – ele falou sem delongas.

- Anahí está completamente louca, me expulsou de casa.

Maite gargalhou alto batendo palmas ao ouvi-la, Alfonso e a mulher a olharam sem entender.

- Quero todo seu dinheiro. – a mulher falou de repente, querendo intimidar o moreno.

- Ficou louca Sílvia? Eu tenho uma filha pra sustentar. – ele falou incrédulo – Já não basta todo o mal que nos causou?

- E pode ficar sem ela num estalar de dedos.

- Você vai falar a verdade pra Anahí? - Maite indagou interrompendo a conversa, com a mão no queixo e Sílvia ficou pálida de repente. - O gato comeu sua língua?

- De que verdade está falando Mai? – Alfonso questionou confuso. A irmã havia chego um tanto misteriosa.

- Conte a ele Sílvia! – a morena incentivou e sentou-se em outro sofá - Eu vou amar assistir tudo de camarote. – estalou o dedo e pegou o celular da bolsa - E se quiser eu gravo para mostrar pra Anahí, assim você poupa veneno, digo, saliva.

- Não sei do que está falando. – Silvia falou fingindo desconhecer o assunto, mas estava com medo do que poderia ter de enfrentar caso caísse na boca da mídia.

- Vou refrescar a sua memória. – Maite falou, levantou-se e a encarou - Há treze anos atrás dois adolescentes se apaixonaram, mas os pais da menina proibiram o namoro e a levaram para fora do país. Ela engravidou e a querida mamãe deu um sumiço na criança.

- Cala a boca! – Sílvia gritou levantando e indo para cima de Maite – Você é uma oportunista!

- Você disse pra Anahí que a menina morreu! – Maite gritou mais alto do que ela, sem deixar-se intimidar, empinou o nariz a encarando. Alfonso sentiu como se cravassem um punhal em suas costas. – Como pode fazer sua filha sofrer tanto? Você é um monstro, falsa, mentirosa e manipuladora.

- Essa menina só atrapalharia os meus planos! – Sílvia gritou novamente – Você – ela girou e apontou o dedo para Alfonso – E ela eram completamente irresponsáveis e eu lhe avisei que se não se afastasse de minha filha, teria consequências.

- Você não tinha esse direito. – o moreno disse ainda digerindo o que acabara de ouvir, a segurou pelo braço e empurrou-a para fora de casa – Nunca mais volte aqui ou quem sofrerá as consequências será você.

- Eu tenho poder Alfonso, não sabe com quem está se metendo. – ameaçou.

- Eu não tenho medo, agora você? – ele riu debochadamente – Já imaginou o que os fãs da Anahí irão fazer quando souberem da verdade?

Silvia engoliu em seco e sentiu o chão lhe faltar. Os fãs da filha a matariam, com certeza. E agora?

O moreno fechou a porta, encostou-se ali e deixou o corpo cair. Apoiou a cabeça entre os joelhos e chorou. Não sabia se era de raiva, de saudade, de pena, ou felicidade. Sua Anahí não era o monstro que julgou por anos. Ela era apenas mais uma vítima do egoísmo de Sílvia. Maite sentou-se ao lado do irmão e lhe afagou o cabelo. Riu sozinha ao recordar que há pouco havia feito o mesmo com Anahí.

- Eu não sei o que fazer Mai.

- Contar a verdade a Anahí. – Maite falou encorajando-o - Ela está na cidade, posso te colocar dentro do quarto dela.

- É impossível chegar perto dela.

- Não é não. – Maite sorriu e retirou o bilhete do bolso – Fiquei trancada no quarto dela, quase a matei do coração quando fui descoberta.

Alfonso riu e reparou na caligrafia do pedaço de papel. Era a mesma de anos atrás. Instintivamente ele levou o papel até as narinas a fim de sentir seu perfume.

- Anahí sempre aparecia com hematomas. – ele falou em um sussurro - Quando tivemos nossa primeira vez ela estava... - ele pausou e fechou os olhos.

Um barulho de algo caindo o chão lhes chamou atenção. Alfonso correu em direção ao ruído e deparou-se com alguém assustada, perplexa.

- Filha?