Fanfic: Maktub ♡ AyA (Mini) | Tema: Anahí e Alfonso

A menina olhava para os dois com lágrima nos olhos, esforçava-se para não cair em prantos. Ela sentou no chão e abraçou os joelhos. Um misto de sentimentos tornava-se difícil definir o que mais pesava. Anahí, a sua ídola e mulher que admirava desde muito pequena era sua a mãe. Olhou para o pai com rancor, trincou os dentes e deixou as lágrimas caírem. Maite tocou em seus cabelos para fazer um carinho, a menina levantou-se e deu dois passos para trás.

- Luna, o que você ouviu? – a tia perguntou preocupada.

- Filha...

- Eu ouvi tudo. - ela sussurrou com a voz embargada, enxugou as lágrimas - Escutei a campainha e vim atender. Porque nunca me contaram a verdade? – encarou o pai, foi até ele e o empurrou. A face de Luna enrijeceu e seus olhos pareciam estar escuros, o moreno assustou-se. Era o mesmo olhar de Anahí quando Sílvia a proibiu de vê-lo - Porque sempre disse que minha mãe morreu? – indagou em um tom de voz alto.

Alfonso a olhou angustiado passou a mão sobre o rosto. Como explicar para a filha que apenas queria protegê-la das maldades daquela família? Maite tocou em seu ombro e o olhou, Alfonso entendeu o que a irmã quis dizer com aquele olhar. Sabia exatamente o que fazer: contar toda a história desde o início, sem esconder nada da filha.

- Fala papai! – a menina gritou e distribuiu socos contra o peito do moreno, dessa vez mais forte – Você mentiu, mentiu pra mim. Logo você que sempre frisou detestar mentiras! – Disse em meio ao choro que novamente se iniciava.

Novamente ele viu Anahí a sua frente. A filha era a cópia perfeita da mãe, dona de uma personalidade forte, doce e amarga na medida certa. Alfonso puxou o ar e o soltou lentamente. Luna o encarava friamente, com a face enrijecida.

- Quando Sílvia apareceu em minha casa com você nos braços, a única coisa que senti pela sua mãe foi rancor, raiva. – ele falou vagarosamente, deu dois passos na direção da menina, ela deu dois para trás, rejeitando-o. Luna estava magoada e Alfonso sabia que a filha era osso duro de roer e teria que rebolar para conseguir seu perdão - Jurei nunca deixar você saber quem era ela, ou chegar perto. – ele tragou saliva – Eu não sabia da verdade, acreditei nas palavras da Sílvia, sem cogitar a hipótese de tudo não passar de uma grande mentira.

- A verdade é que seu pai foi um babaca. – Maite falou tentando dar uma amenizada no clima pesado da sala.

- Grato pela ajuda Maite. – Alfonso resmungou.

- Eu quero morar com minha mãe e você não vai me impedir! - Luna disse raivosa, retirando-se da sala sem deixar o pai continuar falando. Morar com a mãe seria mais agradável do que com aquele homem que sempre teve como herói e que mentiu sobre sua origem, seu passado.

Alfonso observou a filha sumir, como se fosse um borrão. O barulho provocado pela batida da porta o trouxe de volta.

- Eu não sei o que fazer. – confessou apavorado.

- Converse com Anahí, tudo irá se resolver. – Maite encorajou-o - Deixe Luna comigo, vou conversar com ela. Está magoada, com raiva por conta da mentira. Você sempre frisou que detestava mentiras e se tornou um grande mentiroso, decepcionou ela.

- Se perder minha menina eu morro!

- Não vai perdê-la, deixe de pensar besteira! – bronqueou Maite - Vá ao hotel e tente falar com Alex ou Dulce.

- Como vou fazer isso?

- Não faço a mínima ideia, seja criativo, dê um jeito. – a morena disse dando de ombros - Agora vá, antes que seja tarde.

Alfonso pegou a chave do carro e foi até o hotel onde Anahí estava hospedada. Uma multidão de fãs cercava o hotel, impedindo a passagem dos carros. Estacionou assim que encontrou uma vaga e infiltrou-se entre os adolescentes que gritavam o nome dela. Avistou um segurança e aproximou-se.

- Eu preciso falar com a Anahí, é urgente.

- Você e todos esses adolescentes histéricos. – ele falou sem dar muita importância.

- É importante. – insistiu Alfonso e o segurança o olhou bravo e impaciente. Ao longe ele avistou uma ruiva, a qual julgou tratar-se da amiga e assessora Dulce Maria – DULCE MARIA! DULCE MARIA! – ele gritou, dando pulos e acenando com as mãos para cima.

A voz máscula lhe chamou atenção. Girou o corpo e viu aquele homem enorme em uma pequena luta com o segurança para passar pelo cordão de isolamento. Ao ver que a ruiva olhava para ele, levou as mãos sobre a boca em forma de concha.

- Sou Alfonso Herrera, preciso falar com ela!

Dulce não sabia se ria ou chorava. Alex, que estava com ela e havia escutado aproximou-se da multidão e solicitou que o segurança permitisse que Alfonso entrasse.

- Pode falar. – Alex disse sem rodeios, parecia impaciente. Dulce Maria aproximou-se e parou ao lado do namorado.

- Não posso falar sobre isso aqui, é confidencial.

- Venha comigo, vamos até meu quarto. – a ruiva disse, e tocou no peito de Alex com o indicador – E você trate de impedir que Anahí suba ou descubra que ele está aqui. Pelo menos por enquanto.

Alfonso seguiu a ruiva, pensando em como lhe contar tudo. Estava tão concentrado no que deveria falar que não percebeu que havia chego e ela o encarava aguardando que entrasse.

- Terra chamando? – ela disse estalando os dedos. Alfonso entrou e a ruiva trancou a porta. Apontou para a cadeira, ele sentou-se. – Sou toda ouvidos.

O moreno esfregou as mãos sobre as pernas, olhou para a ruiva e estremeceu.

- A Sílvia mentiu, a filha da Anahí está viva. – disse rapidamente.

- Que? – Dulce perguntou aterrorizada. – Como assim? Me explica isso direito.

Alfonso relaxou o corpo na cadeira, puxou o ar e encarou Dulce.

- Eu vou lhe contar como tudo aconteceu, mas antes eu preciso de um copo de água.

Dulce meneou com a cabeça, buscou por uma garrafinha de água no frigobar e entregou ao moreno.

- Agora relaxa e me conta o que a megera aprontou há treze anos.