Fanfic: Lembra de mim? | Tema: Trendy; Dulce María; Alfonso Herrera; Vondy
De todas as ruins, péssimas, horrorosas noites que eu já tive em toda a minha vida ruim. Em uma escala de um à dez nós estamos falando... menos seis. E não é como se eu tivesse padrões muito altos.
A chuva respinga pelo meu colarinho enquanto eu mudo de um pé empolado para o outro. Eu estou segurando a minha jaqueta sobre a minha cabeça como se fosse um guarda-chuva, mas não é exatamente a prova d’água. Eu só quero achar um táxi, chegar em casa, tirar essas botas estúpidas e correr par um banho quente. Mas eu estou esperando aqui faz dez minutos e não há nem sinal de um táxi.
Meu dedos estão agonizando. Eu nunca mais vou comprar sapatos da Metade Do Preço Fashion de novo. Eu comprei essas botas semana passada na liquidação (lisa preta; eu só uso lisa). Eles eram meio tamanho menor, mas a garota disse que elas iriam alongar e que elas faziam minhas pernas ficarem compridas. E eu acreditei nela.
Honestamente, eu sou a maior otária do mundo.
Estamos todos parados juntos na esquina de alguma rua no sudoeste de Londres que eu nunca tinha vindo antes, com a música latejando de algum clube abaixo dos nossos pés. A irmã de Maite é uma promoter e nos conseguiu desconto na entrada, então é por isso que nós fomos até lá. Só que agora nós temos que ir para casa e eu sou a única que realmente está procurando por um táxi.
Annie havia confiscado a única soleira por perto e tinha a sua língua enfiada goela abaixo de algum cara que ela tinha conversado antes no bar. Ele era fofo, tirando o seu bigode estranho. Além disso ele era mais baixo que Annie – mas daí vários caras eram, dado ao fato de que ela tinha quase 1,80 m. Ela tinha longos cabelos escuros e uma boca grande, e uma risada escandalosa para combinar. Quando ela está realmente irritada com alguma coisa, ela paralisa o escritório inteiro.
Alguns metros dali, Maite e Zorida estão escondidas em baixo de um jornal de braços dados, gritando estridentemente ‘It’s Raining Men’ como se elas ainda estivessem no palco do karaokê.
“Dul!” Zoraida grita, esticando um braço para eu me juntar a elas. “It’s raining men!” Seu cabelo longo e loiro estava raquítico na chuva, mas seu rosto ainda brilhava.
Os dois hobbys favoritos de Zoraida são karaokê e fazer bijuterias – aliás, eu estou usando um par de brincos que ela fez para mim para o meu aniversário: prata delicada em forma de D com pérolas penduradas.
“Não está chovendo homem bosta nenhuma!” Eu respondi impertinente. “Só está chovendo!”
Eu normalmente adorava karaokê também. Mas eu não estou no humor para cantar hoje a noite. Eu me sinto toda doída por dentro, como se eu quisesse me enrolar e desaparecer. Se apenas o Perdedor Memo tivesse aparecido como ele prometeu. Depois de todas aqueles sms’s amo vc Dul; depois de jurar terminantemente que estaria lá as dez. Eu esperei sentada o tempo todo, olhando a porta, até mesmo quando as outras meninas me falaram para esquecer dele. Agora eu me sinto como uma idiota.
O Perdedor Memo trabalha em venda de carro por telefone e tem sido meu namorado desde que ficamos juntos no churrasco da amiga da Maite verão passado. Eu não chamo ele de Perdedor Memo para insultá-lo – é o seu apelido. Ninguém lembra como ele conseguiu e ele não conta; aliás, ele sempre está tentando fazer as pessoas chamarem ele de alguma outra coisa. Ele começou a se referir como Butch há um tempo atrás, porque ele conta que se parece com o Bruce Willis em Pulp Fiction. Ele tinha o corte de cabelo parecido, eu suponho – mas a semelhança acaba aí.
De qualquer forma, não pegou. Para os seus companheiros de trabalho ele é apenas o Perdedor Memo, da mesma forma que eu sou Dente Torto. Eu sou chamada assim desde que eu tinha onze anos.
E às vezes Cabelo Torto. Para ser justa, o meu cabelo é bem frisado.
E meus dentes são meio tortos. Mas eu sempre digo que eles dão personalidade ao meu rosto (na verdade, isso é uma mentira. É Annie que diz que dá personalidade ao meu rosto. Pessoalmente eu estou planejando arrumá-los logo que eu conseguir dinheiro e me convencer a usar aparelhos na boca – ou seja, provavelmente nunca.).
Um táxi vem à minha vista e eu imediatamente estico a minha mão – mas algumas pessoas à frente sinalizaram para ele primeiro. Ótimo.
Eu coloquei minhas mãos nos bolsos e olhei a chuva miseravelmente por outra luz amarela.
Não é só o Perdedor Memo me dar o cano que está me incomodando: são os bônus. Hoje era o fim do ano financeiro no trabalho. Todos receberam cupons dizendo o quanto tinham conseguido e começavam a pular de excitação, porque no fim as vendas 2003-2004 da companhia tinham sido melhores do que todos esperaram. Era como o Natal dez meses antes. Todos estavam tagarelando sobre onde eles iriam gastar esse dinheiro. Maite começou a fazer planos de feriado para Nova Iorque com o seu namorado, Guido. Zora marcou luzes no Nicky Clarke – ela sempre quis ir lá. Annie ligou para Harvey Nichols e reservou uma bolsa legal chamada Paddington ou qualquer coisa assim. E aí tinha eu. Com nada. Não porque eu não tinha trabalhado duro, não porque eu não alcancei à minha meta, mas porque para conseguir os bônus você tem que ter trabalhando para a empresa por um ano, e eu não me qualifiquei por uma semana. Uma semana. É tão injusto. É tão mesquinho. Eu estou dizendo, se eles me perguntassem o que eu acho sobre isso – De qualquer forma. Como se o Simon Johnson pediria a opinião de uma Sócia Gerente-júnior de vendas (atrapalhada)* Isso é a outra coisa: eu tenho o pior título de trabalho do mundo. É embaraçoso.
Quase nem cabe no meu cartão. Quanto maior o título, eu decidi, pior é o emprego. Eles acham que vão cegar você com palavras e você não vai notar que está estagnada no canto do escritório com contas nojentas que ninguém mais quer.
Um carro passa em cima de uma poça ali perto e eu pulo para trás, mas não antes de tomar um banho de água na cara. Da soleira da porta eu ouço Annie esquentando as coisas, murmurando na orelha do cara fofo. Eu ouvi as palavras familiares e apesar do meu humor eu tive que pressionar meus lábios para não rir. Meses atrás, nós tivemos uma noite de garotas e terminou com a confissão de todos os nossos segredos mais podres. Annie disse que ela usa sempre a mesma fala toda a vez e funciona perfeitamente: “Eu acho que a minha calcinha está derretendo.”
Quero dizer, Algum cara cairia nisso?
Bom, eu acho, pelo que a Annie conta, que sim.
Zora confessou que a única palavra que ela pode usar sem rir durante o sexo é tesão. Então tudo que ela sempre diz é: “Eu estou com tesão.” “Você é um tesão.” “Isso é um tesão.” Quando você é tão linda quanto a Zora, eu não acho que você precisa de um repertório.
Mai está com o Guido por milhões de anos e declarou que ela nunca fala na cama, exceto quando é para dizer “ow” ou “mais pra cima,” ou uma vez, quando ele estava prestes a ter um orgasmo, “Oh bosta, eu deixei a minha prancha (de cabelo) ligada.” Eu não sei se ela falou sério; ela tem um senso de humor esquisito, assim como o Guido. Eles são os dois super inteligentes – quase nerds – mas de boa com isso. Quando nós todos estamos juntos eles dois se insultam tanto é difícil saber se eles estão falando sério. E não sei nem se eles sabem.
Quando chegou a minha vez, e eu contei a verdade, que era que eu elogiava o cara. Como com o Perdedor Memo, eu sempre digo “Você tem ombros lindos” e “Seus olhos são lindos.”
Eu não admiti que eu dizia essas coisa porque eu sempre esperava secretamente ouvir isso de volta de um cara, que eu sou bonita também.
Nem admiti que isso nunca aconteceu.
De qualquer forma. Tanto faz.
“Hey, Dul.” Eu olhei para cima para ver Annie que tinha se separado do cara fofo. Ela entra embaixo da minha jaqueta e tira um batom.
“Oi” eu disse, piscando a água da chuva dos meus cílios. “Onde foi o amante?”
“Dizer para a garota com quem ele veio que ele está indo.”
“Annie!”
“O que?” Annie falou sem arrependimento. “Eles não estão juntos.” Ela cuidadosamente refez a sua boca de vermelho. “Eu vou comprar muita maquiagem nova,” ela disse franzindo para o fim do batom “Christian Dior, um monte. Eu posso pagar agora!”
“Você deveria!” eu concordei tentando parecer entusiasmada. Um momento depois Annie olhou para cima entendendo.
“Oh, merda. Desculpe Dul.” Ela coloca um braço ao redor do meu ombro e aperta. “Você deveria ter conseguido um bônus. Não é justo.”
“Tudo bem.” Eu tentei sorrir. “Ano que vem.”
“Você está bem?” Annie estreitou seus olhos para mim. “Você quer tomar um drink ou alguma coisa?”
“Não, eu preciso ir para a cama. Eu tenho que acordar cedo amanhã.”
O rosto da Annie clareia de repente e ela morde o lábio.
“Jesus. Eu esqueci totalmente sobre isso também. Com os bônus e tudo... Dul eu sinto muito. É realmente uma hora horrível para você.”
“Tudo bem!” eu disse finalmente. “É... Eu estou tentando não fazer tudo tomar grandes proporçãos.”
Ninguém gosta de um chorão. Então de alguma forma eu me fiz sorrir brilhantemente, apenas para mostrar que eu estou tudo bem em ser uma garota com os dentes tortos, levado um cano, sem bônus e cujo pai tinha acabado de morrer.
Annie ficou quieta por um momento, seus olhos azuis brilhando com os faróis que passavam.
“As coisas vão melhorar para você,” ela disse.
“Você acha?”
“Uh-hum.” Ela acenou, com mais energia. “Você só tem que acreditar. Vem aqui.” Ela me abraçou. “Você é uma mulher ou um cavalo-marinho?” Annie tem usado essa expressão desde que nós duas tínhamos quinze anos, e me faz sorrir toda a vez. “E você sabe o que?” ela acrescentou. “Eu acho que seu pai iria querer que você aparecesse de ressaca no funeral dele.”
Ela encontrou meu pai algumas vezes. Ela estava provavelmente certa.
“Hey Dul.” A voz de Annie se tornou mais suave e eu me abracei. Eu estou em um humor delicado e se ela dissesse alguma coisa sobre meu pai, eu poderia chorar. Eu quero dizer, eu não conhecia ele tão bem ou qualquer coisa, mas você só tem um pai. “Você tem uma camisinha reserva?” Sua voz perfurou meus pensamentos.
Certo. Então eu não precisava me preocupar com excesso de simpatia.
“Só de precaução,” ela adicionou com um sorriso. “Eu quero dizer, nós provavelmente vamos conversar sobre política ou qualquer coisa assim.”
“É tenho certeza.” Eu procurei dentro da minha bolsa verde que eu tinha ganhado de aniversário para o porta-níquel da mesma cor e tirei uma Durex, que eu discretamente entreguei para ela.”
“Valeu querida.” Ela me beijou na bochecha. “Escuta, você quer ir na minha casa amanhã a noite? Depois que tudo acabar? Eu faço spaghetti à la carbonara.”
“É,” eu sorri agradecida. “Isso seria ótimo. Eu ligo para você.” Eu já estava ansiosa. Um prato de macarrão delicioso, uma taça de vinho e eu contando a ela sobre o funeral. Annie consegue fazer as coisas mais macabras ficarem engraçadas... Eu sei que terminaremos em risos.
“Hey, ali tem um táxi. Táxiii!” Eu me apressei para a ponta da calçada enquanto o táxi parava e acenava para Zora e Mai que estavam gritando “Dancing Queen.”
Os óculos da Mai estavam molhados com as gotas de chuva, e sua voz estava umas cinco notas acima da de Zora.
“Oi!” eu me inclinei através da janela para o motorista, meu cabelo pingando no meu rosto. “Você poderia nos levar até Balham, e daí –..”
“Desculpe querida, sem karaokê.” O motorista me interrompeu com um olhar cruel para Zora e Mai.
Eu encarei ele, confusa. “Como assim, sem karaokê?”
“Eu não vou levar essas garotas aqui, me irritando com a sua maldita cantoria.”
Ele tinha que estar brincando. Você não pode banir pessoas por cantarem.
“Mas-...”
“Meu táxi, minhas regras. Sem bêbados, sem drogas, sem karaokê.”
Antes que eu pudesse responder, ele colocou o táxi na marcha e desceu rua abaixo.
“Você não pode ter uma regra de ‘sem karaokê’!” Eu gritei depois, ultrajada. “É discriminação! É contra a lei! É…”
Eu me arrastei e olhei para a calçada. Annie tinha desaparecido de volta nos braços do Sr. Fofo. Zora e Mai estavam fazendo a pior performance da “Dancing Queen” que eu já tinha visto; de fato eu não culpo o motorista do táxi. O trânsito estava intenso, nos molhando inteiras; a chuva caia sem parar através da minha jaqueta para o meu cabelo; pensamentos rodavam pela minha cabeça como meias em uma secadora.
Nós nunca iríamos achar um táxi. Nós vamos ficar aqui na chuva a noite toda. Aqueles coquetéis de banana eram nocivos – eu devia ter parado depois do quarto. Eu tinha o funeral do meu pai amanhã. Eu nunca tinha ido em um funeral antes. E se eu começasse a chorar e todo mundo olhasse para mim? Perdedor Memo estava provavelmente na cama com alguma outra garota neste segundo, dizendo a ela que era ela linda enquanto ela gemia “Butch! Butch!” Meus pés estavam empolados e estavam congelando – “Táxi!” eu gritei instintivamente a palavra, depois de ter registrado a luz amarela distante. Estava subindo a rua, sinalizando para virar para a esquerda.
“Não vire!” eu acenava frenéticamente. “Aqui! Aqui!"
Eu tinha que conseguir esse táxi. Eu tinha. Apertando a minha jaqueta sobre a minha cabeça eu corri pela caçada, derrapando levemente, gritando até eu ficar rouca. “Táxi! Táxi!” E quando eu alcancei a esquina, a calçada estava lotada de pessoas e eu dei a volta delas e subi os degraus de algum edifício municipal.
Havia uma plataforma de balaustra com degraus indo para a direita e para a esquerda. Eu acenei para o táxi dali de cima e então corri para baixo e pulei. “TÁXI! TÁÁÁ-XII!” Yes! Estava parando. Graças a Deus!
Pelo menos eu poderia chegar em casa, tomar um banho e esquecer sobre o dia.
“Aqui!” eu chamei. “Eu estou indo, só um seg-..”
Para a minha consternação eu notei um cara em um terno no pavimento abaixo indo em direção ao táxi.
“É nosso!” eu rugi, e me joguei pelos degraus opostos. “É nosso! Eu acenei para esse táxi! Não ouse – Argh! Aaaaaaaaaargh!”
Até mesmo quando meu pé deslizou no degrau molhado eu não tinha certeza do que estava acontecendo. Então quando eu comecei a cair, meus pensamentos se apressaram em descrença: Eu deslizei nas minhas botas estúpidas, baratas de solado liso. Eu estava caindo, degraus abaixo, como se tivesse três anos de idade. Eu lutei desesperadamente na pedra de balaustre, arranhando minha pele, machucado minha mão, derrubando minha bolsa, agarrando qualquer coisa, mas eu não consegui parar-
Oh merda.
O chão está vindo na minha direção – não há nada que eu possa fazer – isso realmente, realmente vai doer...
Autor(a): nathilimarbd
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Quanto tempo eu estive acordada? Já é manhã? Sinto-me tão dura. O que aconteceu na noite passada? Deus, minha cabeça dói. Ok, eu nunca mais vou beber, nunca.   ...
Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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Dulce Coleções Postado em 06/06/2018 - 11:53:48
Ownt Christopher aparaceu*-*
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Dulce Coleções Postado em 06/06/2018 - 00:35:33
Continua
Dulce Coleções Postado em 06/06/2018 - 11:54:34
Eitaaa, qual fanfic? Fique sem perder o sono não kkkkk
nathilimarbd Postado em 06/06/2018 - 01:49:54
Tá aí mais um capítulo gata. Agora vou ali ler sua fic que me fez perder 4 horas de sono porque ela é tão maravilhosa que eu comecei a ler e não consegui parar mais. Beijo e espero que você goste
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Dulce Coleções Postado em 03/06/2018 - 13:44:44
Já pode continuar*-*, se a bolsa não é sua Dul pode entregar para mim, cuidarei muito dela kkkkk
nathilimarbd Postado em 04/06/2018 - 00:28:00
Né não? Ela deveria estar agradecida. Se fosse eu no lugar dela nem bolsa eu tinha porque teriam me assaltado. Kkkkkkkkk Continuando... Beijos ​