Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Pov Dulce
Os médicos deveriam conhecer as maravilhas que a ambrósia e o néctar faziam. Tudo bem, eu acordei com uma dor filha da mãe. Mas logo Ally apareceu com aquele líquido milagroso e aos poucos eu fui melhorando até não sentir absolutamente nada. A batalha contra a mulher morcego deixou suas marcas. Eram três linhas muito finas que iam da minha clavícula até o colo, quase imperceptível ao olho humano, mas bastava passar os dedos por aquela região para poder sentir o relevo da cicatriz.
-Você sabia que a Portilla passou a noite inteira com você? – Maite comentou enquanto andávamos em direção ao Chalé 11, depois que recebi alta.
-Eu duvido – disse um tom mais baixo do que eu usava normalmente.
As palavras de Anahí ainda repercutiam em minha mente. Apesar de que, ela havia me salvado. Mais uma vez.
-Mas passou. Expulsou a Ally de lá e disse que ficaria de olho em você – May contou e abriu um sorriso – E aposto que estava acordando e indo direto te ver.
-Não se iluda, por que a Anahí faria uma coisa dessas?
Maite apenas deu de ombros. Eu não queria pensar na Portilla, ela era confusa e irritante. Apesar de incrivelmente estar sempre no lugar certo e na hora certa para me socorrer. Ao chegarmos até o chalé de Hermes pude tomar um longo banho, depois de ser abordada por todos os que estavam ali dentro, inclusive Ucker.
-Hey May– chamei pela minha amiga que estava deitada em sua beliche – Eu vou na Casa Grande pegar algum livro na biblioteca. Ally me livrou das obrigações pelo resto do dia e quero aproveitar para ler lá na clareira.
A clareira era um lugar que Maite havia me mostrado. Ficava próximo da Praia dos Fogos e era um dos lugares mais calmos do acampamento. Ela acenou com a cabeça e virou na cama sonolenta. Segui meu caminho sendo abordada por alguns campistas. Isso era diferente. Ali havia pessoas que se preocupavam o suficiente comigo para chegar e perguntar se eu estava bem. Eram pessoas parecidas comigo, com problemas similares. Apesar da maneira brusca em que eu vim parar ali, eu já sentia um carinho quase incondicional pelo Acampamento Meio-Sangue. Claro, ainda pensava muito em minha mãe e em voltar para casa.
Na biblioteca da Casa Grande, peguei dois livros sobre mitologia grega. Eu tinha reservado meus dias até ali em treinar e cumprir certas obrigações de campista. Mas a falta de conhecimento estava me irritando profundamente. Como aparecer monstros do nada e eu nem ao menos saber o que eles são. Então estava decida a aprender, a estudar e saber um pouco mais.
Passei um bom tempo lá na clareira lendo distraidamente. O lugar era simplesmente perfeito, rodeado pela natureza e repleto de uma paz que eu precisava no momento. As vezes dava até para escutar o mar próximo dali. Estava lendo com grande curiosidade, afinal como eu poderia saber que o Pégaso, aqueles cavalos alados, eram frutos de Medusa e Poseidon, o deus dos mares? Ou que as ninfas poderiam ser divididas entre diversas classes, como as dríades que eram ligadas a árvores e náiades que eram ninfas de água doce? Eram tantas coisas que eu perdi a noção de tempo enquanto estava ali.
-Ficar concentrada assim é perigoso.
O susto foi tão grande que eu praticamente joguei o livro para o alto. Por sorte, Anahí era uma excelente semideusa e o pegou antes que caísse no chão. Ela estava simplesmente sentada a minha frente, com um sorriso divertido e culpado.
-O que faz aqui?! – perguntei mais em choque do que sendo rude.
-Maite disse que você estaria aqui.
Anahí desviou o olhar de mim para o livro, o fechou corretamente já que o pegou aberto, amassando uma folha. Entregou-me e pigarreou. Anahí Portilla estava sem jeito? Como que para comprovar, ela mexeu nervosamente no cabelo castanho claro. Oh sim, a poderosa filha de Zeus estava sem jeito.
-Você é extremamente confusa – acabei falando e soltando um suspiro cansado – Uma hora é a irritante que é normalmente. Outra hora é uma estúpida arrogante e até cruel. Na outra, está me salvando. E agora está aqui, sem falar nada e sem jeito. Eu não consigo te entender, Portilla.
-Não precisa me entender – Anahí estava ficando com os ombros tensos, pronta para assumir a postura orgulhosa de sempre. Mas então encolheu de vez, passando a mão na nuca e desviando o olhar – Só precisa... Bem... – então seus olhos num tom verde claro fitaram-me – Você estava invadindo o meu espaço, não sei lidar com isso porque eu não quero mais ninguém em minha vida. É mais fácil assim, mas ninguém parece querer me deixar viver do jeito fácil. Não quero me magoar de novo, é como um ciclo vicioso ok? Então eu te ataquei para te afastar, eu não queria realmente dizer aquelas coisas – Anahí simplesmente disparou a falar, ficando extremamente nervosa, então começou a olhar pra todos os lados, menos para mim – Então Lauren apareceu, falando coisas idiotas que ficam repetindo em minha mente. Isso é irritante, mas também ela estava certa. Então vem a culpa, se eu não tivesse brigado com você nada daquilo teria acontecido e--
-Anahí! – segurei o rosto dela entre as mãos e a obriguei me fitar. Deus, eu mal conseguia acompanhar o raciocínio dela – Apenas peça desculpas.
Soltei o rosto dela e a vi respirar fundo duas vezes. Ela parecia estar em batalha, seus olhos afiados, a respiração ofegante apesar dela tentar controla-la. Mas ao mesmo tempo aparentava ficar mais sem jeito ainda, como se não soubesse simplesmente pedir desculpas. O que eu disse sobre aquela garota ser confusa? Eis a prova viva.
-Saviñon eu... Bem eu... – Anahí tentou, resmungou, fechou as mãos em punhos e falou como se estivesse comunicando alguma missão – Eu sinto muito, peço desculpas pelo meu comportamento inapropriado e pelas palavras que disse.
A fitei incrédula pelo jeito de pedir desculpas. Perguntava-me se ela já tinha usado a palavra desculpa ou perdão alguma vez em sua vida. Então eu comecei a rir.
-Você fica mais assustada em pedir desculpas do que enfrentar um monstro – falei começando a rir ainda mais.
-É mais fácil. O monstro você simplesmente vai lá e enfrenta, pedir desculpas... Tem de assumir que está errada – Anahí disse soltando o ar que parecia segurar – E eu não posso errar, quando eu erro, alguma coisa muito ruim acontece.
Ela me fitou daquele jeito culpado. Sim, se ela não tivesse tido aquelas atitudes desprezíveis comigo, eu não teria me afastado. Mas ali eu via uma Anahí que eu nunca tinha encontrado antes. Uma que pedia desculpas, uma que se importava.
-Viu, eu estava certa – disse com um ar convencido – Você sabe ser legal. Mas só um pouquinho.
-Eu sou incrível, Saviñon. Nada de diminutivo comigo – ela ficou com aquele jeito pomposo de quem se achava superior.
-Mas diminutivos combinam com você. Faisquinha.
-Retire esse apelido agora.
-Princesinha faisquinha.
-DULCE MARÍA!
-O que Pikachu?!
-Corra.
Obviamente que eu girei o corpo me pondo de pé prontamente e comecei a correr. Aquela era a Anahí que eu sabia lidar. Uma que franzia o cenho facilmente, que resmungava e rosnava parecendo um cachorro raivoso. Ela me perseguiu de perto, mas incrivelmente não conseguia me alcançar. Eu ria, me divertindo e indo em direção à praia. Uma raiz maior apareceu em meu caminho, eu pulei quase girando no ar em uma pirueta e não cai, foi tão natural que eu nem dei importância. Continuei correndo com tudo o que eu tinha, pois podia escutar Anahí ainda atrás de mim.
Alcancei as areias da praia e sentia meus pés afundando. Mas nada me impediu de correr, porém a areia fofa abafava os sons que Anahí fazia. Olhei por sobre o ombro bem a tempo de ver Anahí voando. Era incrível quando ela fazia aquela coisa com os ventos e parecia voar literalmente. Mas quando dei por mim, Anahí estava pousando bem a minha frente. Tentei “frear”, mas nada impediu que meu corpo colidisse com o dela. A filha de Zeus em um movimento rápido, me desequilibrou e derrubou ao chão arenoso, ficando sobre mim sentando sobre minha barriga.
-Retire o que disse! Admita que eu sou a melhor! – Anahí ordenou seriamente.
-Nunca! – gritei – Você é só uma convencida que... – minha fala foi interrompida, Anahí pousou dois dedos em meu ombro e me deu um choque – PORTILLA! – bati com tudo no ombro dela, ganhando outro choque no braço – Pare com isso!
-Admita!
-Eu admito, que você é irritante, prepotente, idiota, desprezível! Princesinha do papai! – disse com raiva dos choques que estava levando, dando uma sequência de tapas no braço dela.
Anahí parecia se divertir, lutou para me segurar agarrando meus pulsos e os colocando sobre minha cabeça. Seu corpo tinha de inclinar um pouco para frente para me manter prisioneira.
-Então diga que me desculpa.
Aquilo me pegou desprevenida. Anahí me fitava seriamente, ansiosa, como se necessitasse de minha resposta. Os olhos estavam em um lindo tom de Azul esverdeado, travados nos meus enquanto aguardava. O cenho levemente franzido deixava claro a seriedade de suas palavras, a expectativa que ela tinha. O cabelo castanho caia como cascata pelo lado de seu rosto, roçando as vezes em minha pele.
-Apesar de você ser idiota...
-Você já disse isso – ela interrompeu meu pequeno discurso.
-Vou dizer o quanto for necessário – revirei os olhos e sorri – Você salvou minha vida, mais uma vez. Eu te desculpo e obrigada Narrí.
Os olhos dela se abriram. De onde eu tirei aquele apelido?! Eu já ia começar a pedir desculpas pelo apelido bobo quando ela começou a sorrir. Anahí estava estranha, mas não um estranho ruim. Não quando ela estava sorrindo. Deuses, que sorriso era aquele?! Ela não deveria sorrir, de jeito nenhum, era desconcertante, era bonito, era quase hipnotizador.
-Narrí é tão brega que só você inventaria um apelido desses – Anahí sorriu torto, meu coração disparou – Mas como eu sou uma idiota algumas vezes, eu deixo você usar esse apelido as vezes também.
-Idiota só as vezes? Posso fazer uma lista aqui.
-Desnecessário – Anahí revirou os olhos e o sorriso foi morrendo aos poucos – Eu não achei o seu colar. Desculpe.
-Hum? – perguntei distraída, não havia realmente prestado atenção, estava planejando uma forma de fazê-la sorri de novo.
-Seu colar. Eu fui procurar, eu tinha pensado que seria mais fácil você me desculpar se o encontrasse para você. Obriguei o Chris a construir um detector de metais e procuramos. Mas não achamos.
-Você foi procurar? De verdade?
-Eu acabei de dizer isso, eu tenho certeza que meus choques não deixam ninguém lerdo.
Eu poderia rir do modo como Anahí muda rapidamente. Uma hora, carinhosa e sorridente, na outra sendo aquele poço de ironia.
-Sabe, você poderia me soltar agora – comentei mexendo as minhas mãos.
Anahí piscou os olhos como se finalmente notasse como estávamos. Eu podia jurar que ela corou um pouco, mas a semideusa prontamente saiu de cima de mim e desviou o rosto. Sentei e amaldiçoei Anahí mentalmente, levaria anos para tirar aquela areia de meu cabelo. Estávamos sentada de modo contrário, o corpo dela virado para o mar e o meu para a floresta. Eu pude admirá-la de perfil e por alguns segundos qualquer raiva que eu sentia simplesmente evaporou.
-Obrigada por ter tentado acha-lo. O colar é mesmo importante para mim, foi o último presente que meu pai me deu – expliquei calmamente, tocando o braço dela gentilmente – Sabe, acho que você tem até um coração bom Narrí, só não sabe demonstrar isso direito.
-Você está se intrometendo de novo – ela acusou virando o rosto em minha direção, o vento fazendo com que o cabelo dela ficasse sobre o rosto, Anahí prontamente prendeu as mechas atrás da orelha – Por que é tão difícil aceitar que eu quero ficar sozinha? Que eu sou uma covarde que prefere se esconder do que enfrentar as pessoas?
Naquele momento eu descobri a palavra que se encaixava perfeitamente em Anahí. Insegurança. Ela tinha medo de ser magoada novamente, de se aproximar e de perder uma parte de si própria.
-Eu já tive medo de não ter amigos – revelei apoiando as mãos um pouco atrás de mim, podendo assim inclinar o corpo para trás – Você sabe, tinha de me mudar constantemente e eu nunca conseguia fixar alguém em minha vida. Seria apenas eu e Blanca pra sempre. Então eu tinha medo de não fazer amigos. Mas encontrei Maite e a esperança de que ela fosse minha amiga me fazia acordar todas as manhãs e ir para a escola. De querer viver coisas ao lado dela. Ia até mesmo para uma festa cheia de adolescentes na puberdade para ter um tempo normal com minha amiga.
-E se você tivesse de se mudar novamente? Teria de dizer adeus a Maite e ficar sozinha mais uma vez. Não seria ainda pior? – Anahí formulou a sua maneira de pensar – Não é melhor então ficar sozinha de uma vez e evitar o sofrimento?
-Não – neguei e sorri um pouco – Porque eu deixaria de viver coisas realmente boas, teria perdido muito mais. Claro que iria sofrer com a separação, mas as boas lembranças ficariam e eu não me arrependeria de nenhuma delas – olhei para cima, já podendo ver as estrelas aparecendo no céu, quando havia ficado tão tarde? – E então eu tentaria ter aquilo de novo, com outra pessoa.
-E iria se magoar novamente!
-Provavelmente. Mas então teria mais lembranças, mais momentos felizes. E em algum momento, alguém iria ficar. Alguém iria fazer a diferença.
-É arriscado demais.
-As melhores coisas são – a fitei e vi toda a confusão que eram aqueles olhos azuis no momento – Narrí, a felicidade são momentos. É algo rápido e que acontece até mesmo sem você planejar. Em um momento você está contente, no outro acontece algo que pode derrubar isso, mas então outros momentos acontecem. Sinto te dizer, mas momentos de felicidade são construídos e acontecem mais fácil quando temos alguém.
Ela me fitou por alguns segundos e desviou o olhar lentamente para o mar. Então ergueu uma perna dobrando o joelho, apoiando o queixo ali e ficando completamente perdida em silêncio. Aquela era a primeira vez que conversava com Anahí civilizadamente, sem ameaças, sem sair correndo atrás com vontade de bater.
Uma emoção poderosa tomou conta de mim quando percebi que ela estava me deixando aproximar. Que ela estava tentando alguma coisa. Aquele era definitivamente um momento feliz para mim. Um que eu não podia explicar o porquê de me sentir assim, mas que simplesmente acontecia.
-Vamos voltar, não quero receber reclamação por sua causa Candy – Anahí levantou de repente.
-Candy? – indaguei arqueando as sobrancelhas.
-Sim, você me deu um apelido, eu também te darei um. Mas diferente de você, sou criativa e encontrei um legal.
-Oh, senhorita incrível e criativa – debochei e a vi com um sorrisinho de lado – Me ajuda a levantar.
-Não.
Deixei a boca cair em surpresa e a vi começar a andar sem nem ao menos me esperar. Ok, Portilla ainda era Portilla. O problema era que eu estava começando a aprender a gostar dela assim.
Autor(a): AnBeah_Portinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA