Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Pov Anahí
Algum tempo tinha se passado. As férias de verão estavam acabando e logo a maioria dos campistas iriam retornar para suas casas. Eu poderia dizer que naqueles dias muita coisa havia mudado, sutilmente, mas haviam. Eu não deixei de ter minha personalidade forte, de brigar com qualquer um quando estava irritada e responder grosseiramente. Mas no jantar daquela mesma noite em que conversei com Dulce, chamei Lauren para conversar um pouco. Ela ficou tão radiante que eu me senti um pouco bem por ter deixado alguém assim por uma simples atitude minha.
Dulce retornou aos treinos, o que me surpreendeu um pouco. Depois das coisas que eu disse a ela, esperava que ela fosse me evitar, apesar dela ter dito que me perdoava. Porém não ousei questionar, apenas segurei um sorriso quando a vi entrando na arena com uma cara amassada de sono e bocejando. Ela não tinha dormido direito, disse que tinha tido um pesadelo confuso. De início tinha planejado pegar leve, estávamos meio que voltando as “pazes” e eu não queria abusar, mas Dulce estava... Diferente. Quando concentrada, ela conseguia se mover com mais destreza e precisão, seus reflexos também estavam muito melhores. A ruiva tinha até mesmo conseguido me desarmar em uma simulação de combate. E tinha me dado um lindo sorriso de vitória.
Naquela manhã eu acordei ainda mais animada. Iria pegar pesado com Dulce, conhecer seus novos limites e eu já podia me divertir imaginando a suas expressões zangadas, cansadas e debochadas. Tomei um longo banho e estava para começar a me arrumar quando finalmente notei. Alguém tinha entrado em meu chalé e mexido em minhas coisas. Pior ainda, tinham roubado a minha blusa favorita! Uma com a estampa de minha musa, Lana Del Rey, muito bem feita e trabalhada. Aquilo fez o meu sangue ferver, ninguém roubava a minha blusa favorita! Fechei a gaveta agressiva, quase quebrando o armário inteiro. Peguei uma roupa qualquer para me vestir e sair rapidamente em direção ao Chalé de Hermes. Afinal, se uma coisa foi roubada, quem mais teria sido senão um filho do deus dos ladrões?
-MAITE! – gritei batendo na porta do chalé com fúria – ARIN!
Apesar de Maite ser uma incrível filha de Hermes, Arin era o líder do chalé. Logo um rapaz negro e com uma cara que mesclava sono e surpresa abriu a porta. Ele ia falar alguma coisa, mas eu invadi o local irada.
-Onde está?! – esbravejei olhando por todo o lugar – Onde enfiaram a minha blusa da Lana?!
-Anahí? – Maite acordou de sua beliche, colocou os pés para fora e esfregou os olhos – O que está fazendo? Arranjando briga logo cedo!
-Roubaram a porra da minha blusa favorita! – gritei para ela sem me importar em descontar minha raiva em terceiros – E só um de vocês teria coragem de fazer isso!
-Portilla? – Dulce saiu do banheiro, ela estava provavelmente se arrumando para o treino que tínhamos sempre muito cedo.
-Eu quero a minha blusa! – exigi e o ar ao meu redor começou a ficar agitado, respondendo prontamente o meu estado de ira.
-Não é porque uma coisa sumiu que é culpa nossa, saia daqui Anahí – Arin interviu, fazendo o seu papel de líder – Você não vai querer arrumar briga com o chalé inteiro.
-Eu chutaria a bunda de cada um de vocês facilmente!
-Ow, calma ai – Maite levantou ofendida – Não venha insultar meus irmãos!
-Seus irmãozinhos me roubaram!
-Você nem tem provas disso! Perde a blusa e surta!
-Eu não perdi a minha blusa! ROUBARAM! Alguém mexeu em minhas coisas e só vocês conseguiriam entrar sem que eu acordasse!
-Ou porque você é uma inútil e não pode nem perceber alguém entrando no seu palácio, oh princesinha.
Ela. Me. Chamou. De. Princesinha.
Eu ia avançar em direção a Maite pronta para bater nela, quando muitos braços me seguraram. Começaram a me empurrar para fora do chalé apesar de eu ainda continuar gritando com Maite. A confusão foi tão grande que muitos dos outros chalés já estavam do lado de fora observando a cena. Aproveitei e gritei para eles.
-É BOM QUE MINHA BLUSA APAREÇA, OU EU VOU REVIRAR CADA UM DOS CHALÉS!
-Você não pode fazer isso – um sátiro avisou – É contra as regras e você seria punida.
-Fica quieto bode! – explodi.
-Como vai ser agora – Quíron apareceu sério – Você vai passar a manhã na cozinha, Anahí.
-Eles me roubaram Quíron! – esbravejei incrédula, meu sangue fervendo ainda mais.
-Então deveria ter me informado, da maneira certa – ele apontou em direção ao refeitório – Cozinha. Agora!
Nem mesmo eu era capaz de desobedecer Quíron quando ele assumia aquela expressão de “é melhor fazer o que eu estou mandando ou vai ser pior”. Resmunguei e sai esbarrando em qualquer coisa que entrou em minha direção. Passei a manhã descascando verduras, estressada e arquitetando planos diabólicos para quem quer que tenha roubado a minha blusa favorita. Eu amava ela, tinha sido uma das coisas que eu tinha conseguido ganhar quando tive um dia normal em minha vida, com a minha família. Marichello a tinha achado linda e eu comprei com o dinheiro de minha mesada, ficando completamente sem nada na época para poder pagar pelo item. Aquele item pertencia a uma das poucas lembranças boas que eu tinha. Um de meus momentos felizes.
Ao pensar nisso, Dulce veio a minha mente. Merda, aquela garota tinha razão. Um pouco, não muito, ok? Mas tinha.
Assim que eu acabei com o meu castigo, eu comecei a revirar o acampamento onde me era permitido procurar sem receber outra punição. Passei a tarde ameaçando, resmungando, procurando. Tinha revirado tudo quanto era possível, recebendo até uma ajuda de Chris, Lauren e Camila. Maite estava puta comigo, mas eu também estava com ela. Ela deveria ter ficado do meu lado, eu sou sua amiga não é? Ou ao menos, eu achava que fosse algo muito próximo disso!
Estava passando pela floresta, voltando em mais uma tentativa frustrada. Eu já não sabia onde procurar mais e a ideia de não ter de volta a minha blusa me angustiava. Escutei passos rápidos e parei no lugar, seria algum animal selvagem? Mas então eu vi longos cabelos ruivos correndo apressadamente, alguém ao seu lado, seu rosto virado conversando energeticamente com ele. Parecia ser uma lei da física. Sempre que Dulce María Saviñon estivesse distraída, esbarraria em mim. Seguindo a regra natural das coisas, a garota esbarrou em meu corpo e quase caiu para trás. Segurei em seus braços bem a tempo, quase rindo do quanto ela ainda continuava sendo desastrada quando estava desatenta.
-Isso está virando um hábito seu – acusei, mas sem ironia na voz, estava cansada daquele dia longo e frustrado.
-Anahí?! – Dulce ergueu o olhar assustada.
Franzi o cenho estranhando a sua reação. Olhei para o lado e vi um garoto ainda indeterminado, ele devia ter por volta dos doze anos. Ele estava tão assustado que estava prestes a chorar. Aquilo era tão estranho que fitei Dulce em dúvida, afinal eu nem estava gritando ou brigando... Até que eu vi nas mãos dela a minha blusa. O tecido de cor clara estava sujo, a imagem da Lana ainda intacta, mas as laterais... Oh meus deuses, a lateral estava totalmente rasgada! Minha respiração acelerou enquanto a raiva vinha em galope, tomando o meu ser novamente. Peguei a minha blusa sem nenhuma delicadeza, puxando das mãos dela e a erguendo a minha frente. Suja, rasgada, amarrotada.
-DESCULPA EU NÃO QUERIA FAZER ISSO! – o garoto gritou chorando, começando a recuar.
Desviei o meu olhar para o dele. Eu tinha certeza que a minha expressão era inteiramente a de uma assassina, uma cruel e que iria fazer a pior das atrocidades. O garoto ficou mais pálido do que eu, congelando no lugar como se estivesse encarando a um monstro.
-Eu vou acabar com a sua vida! – rosnei e comecei a correr atrás dele.
-Não, Anahí!
Dulce se jogou a minha frente. Desviei e vi o garoto correndo floresta adentro, já estava começando a manipular o ar quando algo pulou em minhas costas e me colocou no chão quando eu já estava centímetros fora da superfície. Tropecei para frente e quase cai, virei bruscamente encontrando uma Dulce alarmada.
-Eles obrigaram o Tony a fazer isso, ele não tem culpa! – Dulce começou a falar rapidamente – Ameaçaram ele ent--
-ELE DEVERIA TER MAIS MEDO DE MIM DO QUE DAS OUTRAS AMEAÇAS – gritei para ela e a empurrei – Sai da minha frente, não é você quem eu quero matar! Ou vai ficar do lado deles também?!
-Eu não estou escolhendo lados, sua bruta! – Saviñon correu para a minha frente de novo – Eu fiquei procurando sua blusa o dia todo também, sabia?!
-Eu não pedi por sua ajuda, eu não pedi para fazer nada disso! SAI DA MINHA FRENTE!
Eu tinha certeza de duas coisas. Uma era que eu iria pegar aquele moleque e iria dar uma lição que ele nunca mais iria esquecer. A segunda era que eu seria incapaz de machucar Dulce, apesar de todo o meu ser ordenasse que o fizesse para poder cumprir a minha primeira certeza.
-Anahí, você está muito nervosa, você vai machucar o menino de verdade! – Dulce argumentou e eu aproveitei para passar por ela – ANAHÍ!
-Eu vou trucidar aquele moleque Dulce! Nem uma força divina vai me impedir isso e eu não quero machucar você. Então. Saia. Daqui!
Estava prestes a correr mais uma vez quando Dulce segurou em meu braço com mais força do que eu já tinha visto usar. Virou meu corpo e segurou em meus ombros. Eu já estava prestes a empurrá-la quando aquela garota fez a coisa mais inesperada do mundo. Dulce segurou meu rosto entre suas mãos, ficou na ponta dos pés e pressionou os lábios contra os meus.
Dulce María Saviñon estava me beijando.
Eu entrei em um estado de choque. Os lábios dela tremiam contra os meus, mas ainda assim eram macios e delicados. Meu coração estava esmagando o meu peito, batendo frenético e fortemente. Eu fiquei completamente sem reação, sem saber o que fazer, sentindo um formigamento tão gostoso que era acompanhado de uma sequência de arrepios. Dulce afastou depois de alguns segundos, abrindo bem aqueles olhos cor de chocolate como se não acreditasse no que tinha acabado de fazer. Estávamos ofegantes, eu ainda dominada por aquele toque tão diferente. Dulce havia mesmo me beijado. Desviei o olhar do dela para a boca de Dulce, os lábios entreabertos deixando a respiração desregular passar e mesclar com a minha.
-Anahí eu--
Foi como se uma necessidade rompesse em mim. Eu não deixaria ela pedir desculpas, não quando eu tinha urgência em outra coisa. Minha mão subiu até a nuca dela e a puxei mais para mim, voltando a encaixar nossas bocas em um beijo de verdade. Deuses, eu simplesmente precisava beijá-la. O impulso era tão forte que só depois compreendi o porquê. Dulce tinha um sabor inebriante, os lábios macios moldavam os meus me deixando fora de sintonia do resto do mundo, ligada apenas nela. Não pedi permissão quando invadir aquela boca com a minha língua, buscando a dela para tocar e envolver. Por tudo que era divino, aquilo era melhor do que uma combinação de néctar, ambrósia e chocolate belga juntos!
Soltei a minha blusa, ela havia se tornado completamente insignificante naquele momento. Agora com a outra mão livre, segurei na cintura de Dulce e a puxei para mim, colando o nossos corpo enquanto ainda a beijava intensamente. Ela demorou de corresponder, sem saber o que fazer ou como lidar, tentou me afastar pousando as mãos em meus ombros, mas eu não poderia deixa-la ir, não quando ainda precisava de mais. Saviñon rendeu-se apenas quando chupei a sua língua demoradamente, soltando um suspiro abafado e envolvendo os braços em meu pescoço. Ah, só então descobri o quanto era gostoso beijar Dulce e de como eu conseguia fazer isso por longos minutos. Eu explorava aquela boca, eu a apertava contra meu corpo, eu a beijava com uma vontade que até então eu não sabia existir, mas que estava ali tão forte que era impossível resistir.
-Narrí – Dulce gemeu baixinho, separando os lábios dos meus. Voltei a pressioná-los, mas depois de alguns segundos ela voltou a se afastar – Ar, eu preciso... Ar.
Eu também precisava, mas beijá-la era tão... Oh meus deuses, eu beijei Dulce! Finalmente compreendendo o que eu estava fazendo, fiquei completamente vermelha e sem jeito, a soltando lentamente com medo de que ela saísse correndo. Pisquei várias vezes, mas era impossível afastar a ideia de voltar a beijá-la mais uma vez.
-Candy eu... Não sei o que dizer – disse sincera e confusa.
Ela acenou, também sem jeito. Se ela surtasse, eu poderia dizer que ela tinha me beijado primeiro, certo? Apesar de que, eu praticamente devorei aquela boca depois. E o faria novamente de muito bom agradado e, só de pensar em repetir um beijo, meu corpo estremeceu.
-Eu vou – Dulce afastou um passo, abaixou e pegou minha blusa no chão, eu nunca a tinha visto tão tímida e vermelha – Eu v-vou falar com a Angel e a Bea, eu acho que dá para salvar sua blusa, ok? Angel entende dessas coisas de roupas e a Bea é filha de Atena, Atena é a deusa tecelã também então... Eu só vou... Vou...
-Okay.
Dulce acenou várias vezes a cabeça e saiu praticamente correndo. Eu poderia tentar recapitular o dia inteiro em minha mente, mas só uma coisa existia para mim naquele momento. Eu tinha beijado Dulce. Dulce tinha me beijado. A moral da história? Eu estava ferrada, pois tinha gostado... Gostado até demais.
(...)
No dia seguinte eu estava ansiosa, esperando por Dulce para poder começarmos o nosso treino. Eu queria vê-la. Tinha ensaiado mil e uma desculpas e repetido um mantra de que não olharia para a boca da garota para resistir à vontade insana que tinha de beijá-la novamente. Era uma loucura, eu sei. Mas o sabor do beijo dela ainda parecia cravejado em minha boca, me fazendo ter um gostinho alucinado de quero mais.
Porém Saviñon estava atrasada. Meia-hora atrasada. Algo que nunca aconteceu, mas me deixava irritada. Ela nunca era covarde, seria agora só por causa de um beijo? Tudo bem, não foi só um beijo. Mas porque ela não aparecia de uma vez?!
-Portilla – escutei a voz da Angel atrás de mim, a olhei de mal humor e ela revirou os olhos – Sua blusa.
Ela jogou o tecido me fazendo pegá-lo ainda no ar. Era como se minha blusa estivesse novinha em folha. Uma discreta costura remendava o lugar rasgado. Soltei um longo suspiro, foi por causa dessa blusa que eu tinha dado o melhor beijo de minha vida.
-Onde está Dulce? – perguntei um pouco zangada, não era ela quem tinha de me devolver?
-Maite disse que ela está mal – Angel deu de ombros – Ela está tendo pesadelos, dormindo pouco e comendo menos ainda. E você sabe como a Dulce é um monstrinho quando se trata de comida.
Se Dulce Saviñon não estava comendo, era porque a coisa estava realmente séria. Aquilo fez meu coração falhar algumas batidas.
-É algo sério? – indaguei preocupada.
Angelarqueou as sobrancelhas, talvez surpresa por minha preocupação tão evidente, mas deixei isso para lá.
-Não. Ela está dormindo agora, Maite está cuidando dela, forçou ela tomar uma vitamina reforçada.
-Ok... Obrigada por avisar.
Sai da arena sem vontade nenhuma de fazer um treino sozinha. Não tinha muito sentido se Dulce não estava ali. Voltei para o chalé, fiquei andando de um lado para o outro. Eu queria ver a Dulce, mas ela estava no chalé de Maite e eu ainda estava brigada com a filha de Hermes. Aliás, nem ao menos tinha falado com ela ainda depois do que tinha feito no dia anterior. Nem queria, era orgulhosa mesmo e não iria dar o braço a torcer. Mas Dulce estava lá. Resmunguei alto e fui até a enfermaria, iria buscar por Ally.
Encontrei a pequena loira com Miley preparando alguma combinação de ervas medicinais. Uma daquelas pomadas milagrosas que Ally constantemente usava nos campistas feridos.
-Hey – falei arrastando uma cadeira e sentando perto delas – Não estão ocupadas, não é? Sei que não, então Ally, pode ir ver Dulce.
-O que a Dul tem? – Miley olhou-me diretamente.
-Você poderia pedir por favor as vezes Anahí – Ally reclamou do meu jeito.
-Eu não sei direito – dei de ombros e cruzeis os braços – E eu sei que você se importa com ela, Brooke. São amigas e vocês tem uma triste mania de ficar cuidando um do outro.
-Então vocês duas são amigas? – Ally arqueou as sobrancelhas – Porque você está cuidando dela.
Amigas se beijavam? Desviei o olhar sem jeito, sem saber como responder a pergunta de Ally, afinal, Dulce era minha amiga? Deveria ser?
-Tem algo de diferente na Dulce – Miley disse de repente, ela estava pensativa – Você sabe, ela tinha aquele colar o tempo todo. Eu tinha uma... Sensação toda vez que o via.
-O que quer dizer? – a fitei intrigada.
-Que o colar poderia ser mágico – Miley explicou colocando a mão no queixo – Eu sei muito bem reconhecer itens mágicos, obviamente porque sou filha de Hécate. Mas aquele era bem sutil. Ela vem agido estranhamente?
-Não notei nada de diferente – franzi o cenho – Continua a mesma atrapalha e idiota de sempre e... – arqueei as sobrancelhas – Se bem que ela está muito melhor nos treinos.
-Os pesadelos começaram por agora, depois do ataque da Fúria quando ela perdeu o item – Allyson acrescentou – Talvez o colar estivesse escondendo a presença dela?
-Faria sentido, por isso a presença semideusa dela seria tão difícil de notar. Maite e eu sempre tínhamos essa dúvida quando estávamos na escola. Mas os monstros nos perseguiam e não a ela. O que é diferente de ser mandado por alguém como um alvo, então os monstros a viam como um pacote de entrega para o “mestre” – pensei alto, tentando deduzir as coisas.
-E ela não foi reclamada ainda – Miley falou – Isso é tão estranho. Ally, acho que deveríamos ver a Dulce.
-Mantenham-me informada – ordenei prontamente.
-Tão fofinho você se preocupando com alguém, Annie – Ally provocou e sorriu.
-Ela é minha aprendiz e faltou à aula, o que eu vou fazer se não tiver a Saviñon para atormentar? – resmunguei buscando a primeira desculpa que veio à mente.
-Aham, sabemos disso.
Ally parecia segurar o riso. Afastou-se com Miley, discutindo algumas possibilidades do que estaria acontecendo. Soltei um longo suspiro, sem ter mais nada para fazer mais uma vez e com aquela preocupação irritante. Era como uma pontada constante no peito, incomoda, prevalente e desnecessária, mas que eu não conseguia me livrar. Então fui procurar por Mila e Laur, ambas nos campos de morango auxiliando na colheita. Nós mais conversamos do que trabalhamos. As duas estavam em um bom momento, trocando olhares e sorrisos apaixonados sem nem ao menos perceberem. Para mim duas tapadas e idiotas, mas se estavam felizes era isso que importava.
Só então percebi que ao tentar me afastar de tudo e de todos, eu tinha esquecido que eram momentos assim que valiam a pena ter alguém por perto. Estava nas coisas simples. Na troca mútua seja ela qual for e pelo que for.
Estava indo para o meu chalé no final da tarde, para tomar um banho e me arrumar para o jantar. Mas antes que eu o alcançasse, a porta do chalé 11 se abriu bruscamente e Dulce saiu correndo em puro desespero. Adivinhem só? Sim, ela esbarrou em mim.
A segurei como sempre, mantendo o aperto firme no braço para que ela não caísse. Já ia fazer alguma brincadeira, quando notei finalmente o estado em que ela estava. Dulce possuía traços latinos bem fortes, a pele naturalmente bronzeada, como se fosse uma morena clara, os olhos grandes e a boca graciosa. Mas dessas vez, ela estava pálida, seu corpo estava suando e a blusa do acampamento que vestia estava grudada ao corpo. A respiração estava completamente irregular, os olhos castanhos bem abertos e assustados.
-Candy, o que aconteceu? – perguntei preocupada.
-Ela... E-la é minha irmã! – Dulce atropelou as palavras, não, não, ela iria começar a chorar! – Finalmente eu entendi Anahí, a garotinha de meus sonhos é minha irmã! E ela vai morrer!
-Fique calma, eu não estou entendendo nada, você precisa sentar e--
-Não, eu tenho certeza! Maite mandou eu prestar atenção aos sonhos, porque os sonhos dos semideuses são sinais as vezes. Dessa vez eu não fugi dele e... Eu tenho certeza Narrí! Da mesma forma que sei que o céu é azul e que você é uma idiota, eu tenho certeza que ela é minha irmã! Eu sinto isso!
-Valeu pela parte do idiota – não pude deixar de comentar e a fitei seriamente.
Maite estava certa. Alguns sonhos dos semideuses são reveladores, o que tornava os filhos de Hipnos, deus do sono, perigosos as vezes. Eu sabia que Dulce estava envolvida em algo grande, que aqueles momentos de paz uma hora teria fim. Sempre tinham. Mas antes, eu só tinha preocupação em treiná-la para que ela sobrevivesse. Agora? Eu tinha de estar ao lado dela para ter certeza de que ela vivesse.
-Eu preciso que você me conte o sonho para que possa te ajudar, está bem?
-Não há tempo, ela só tem 48h, o monstro disse! Ela está presa em um lugar escuro e fechado, é subterrâneo eu tenho certeza. E eu juro ter visto o letreiro de Hollywood.
-Merda – resmunguei ligando os pontos.
-Você sabe onde fica, não sabe?
-Lugar subterrâneo, Hollywood... Com certeza fica no submundo. Que por acaso é onde o “mestre” e “senhor” que quer capturar você está.
-Então é para Califórnia que eu tenho de ir.
Dulce havia parado de tremer e ficou decidida. Ela não iria aceitar ficar parada, eu tinha certeza. Assim como eu tinha certeza que era suicídio ir justamente para o lugar onde o inimigo estava.
Eu já estava me arrependendo antes mesmo de abrir a boca.
-Eu sei o que fazer – falei e os olhos dela brilharam em expectativa – Conheço alguém que pode nos ajudar a entrar no submundo. Merda, eu não acredito que vou fazer isso.
-Eu tenho de ir Narrí, eu tenho de salvá-la... Você só precisa me dizer para onde ir e eu-
-Você não vai sozinha, Saviñon! Nem pense nisso. Eu vou junto e teremos de levar o
Chris.
-O Chris?
-Ele tem nosso meio de transporte. Entre, pegue suas coisas, vamos partir agora, todos estão no refeitório e não vai notar. Quíron iria tentar nos impedir, iria tentar avaliar e fazer disso uma missão formal e com direito a ir até o Oráculo. Mas a Califórnia fica do outro lado do país e estamos com o tempo contado.
-A Maite...
-Três é um número sagrado Candy, se passarmos disso, vamos chamar muito mais atenção dos monstros. É eu ou Maite, mas como não estamos em votação e você não tem escolhas, terá de se contentar comigo.
Eu não queria dar chances dela escolher Maite. Eu não queria que ela escolhesse outra pessoa. Segurei em seus braços de uma maneira firme, decidida, agindo por puro impulso e deixando para pensar depois. Iria ajudar Dulce, porque sim.
-Então você vai entrar no chalé, vai arrumar uma mochila simples, pegue sua espada, roube uma adaga e dinheiro. Uma muda de roupa e o que achar mais necessário – ordenei e a soltei – Vou atrás do Chris, você tem dez minutos.
A morena acenou com e não precisou que eu ordenasse uma segunda vez, ela já estava correndo para dentro do chalé vazio. Respirei fundo, me xingando mentalmente umas trezentas vezes enquanto ia em direção a forja de meu amigo. O meu plano em nada me agradava, na verdade, provavelmente era o pior plano que eu já tinha tido na vida, mas se era pela Dulce... Eu me descobri desposta a fazer esse tipo de loucura.
Autor(a): AnBeah_Portinon
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Pov Dulce Eu simplesmente não estava pensando. Apenas agia, e agia guiada pela Anahí. Corri para dentro do chalé ainda tremula, mas lutando bravamente para me controlar. Eu não podia ser aquela garota fraca mais uma vez. Eu tinha de ser forte pela Cláudia. Os pesadelos começaram pequenos, eu sempre os tinha. U ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA