Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Pov Dulce
Estávamos na mesma cela de meus sonhos. Um enorme buraco escuro que aumentava em mil vezes a sensação claustrofóbica de alguém. Assim que entramos, Anahí cambaleou para um canto e desabou, tremendo e se encolhendo. Ela parecia apavorada.
-Anahí! – fui rapidamente para o seu lado.
-Eu odeio isso aqui, me tira daqui – ela implorava choramingando, encolhendo ainda mais – Tudo vai fechar, nós vamos morrer aqui.
-Ela é uma filha do rei dos céus – a voz de Ariana ecoou da porta da cela – Para ela deve ser uma tortura esse tipo de cela.
-Isso, i-isso é culpa sua! – tentou esbravejar, mas estava aterrorizada demais.
-A Ari não é má – Cláudia disse calmamente e se aproximou de mim – Você... Você é a minha irmã não é? Eu tenho sonhado com você.
-E eu com você pequena.
Apesar da baixa luminosidade do lugar, eu consegui vislumbrar um sorriso vindo da pequena garota. Eu não resisti, a puxei e abracei forte. Cláudia enterrou a cabeça em meu pescoço, seus pequenos braços me envolvendo com certo desespero.
-Eu sabia que você vinha! – ela chorou contra a minha pele.
-Temos a criança, e ainda temos Grande. Nós tire daqui – Anahí tentava mesclar ordem com desespero.
Eu nunca tinha visto Anahí tão vulnerável. Sua pele nunca esteve tão branca, ainda resquício do ataque fantasmagórico. Ela parecia tremer levemente de frio, a pele arrepiada. Seus olhos estavam mostrando o quanto estava quebrada pelo medo, mas ainda assim havia a teimosia. Ela tentava de todo jeito lutar contra, sobrepor, não se mostrar frágil. O orgulho a estava empurrando até o limite.
-Eu não posso, sinto muito. Papai não está sendo mal realmente, apenas está sendo preocupado. Há tempos Perséfone não entra em contato e o verão está acabando. No final, ela deve retornar para o Hades e governar como sua rainha, mas se isso não acontecer... Será um verdadeiro caos tanto aqui, quanto lá encima – Ariana tentou explicar calmamente.
-Então por que nos capturar? Por que nos fazer prisioneiras?
-Vocês são as únicas semideusas filhas dela – Ariana contou – Diferente de alguns casamentos olimpianos, este é um que dá certo. Ambas as partes são ciumentas e se amam a seu modo. Perséfone cometeu apenas esse “deslize” fora do casamento, meu pai tentou fazer algo contra, mas então ela lembrou de minha existência e a de meus irmãos. Ficaram quites, estamos vivos e isso é o que importa. Mesmo assim a rainha temia pela vida de suas filhas e as esconderam, sumindo com a presença divina de vocês duas de alguma forma. Hades é vingativo e rancoroso, ele poderia quebrar a promessa. Acho que por isso ela não a reclamou Dulce. A Cláudia não tem idade ainda para isso.
-Mamãe desapareceu – Cláudia prosseguiu afastando o rosto de meu pescoço, seus olhos chocolate pareceram tristes – Ninguém sabe onde ela está. Ela parou de falar comigo!
Perséfone falava com Cláudia? Espera, porque ela falava só com a pequena e não comigo?
-Poderia ser apenas birra, parece que eles meio que brigaram por causa de uma ninfa. Por isso meu pai achou que capturando a Cláudia, Perséfone ao menos mandaria algum tipo de mensagem. Mas isso não aconteceu – os olhos de Ariana se tornaram perdidos, como se estivesse lembrando algo ruim, então a garota balançou a cabeça suavemente e prosseguiu Ele colocou serviçais lá encima em sua busca, alguns deuses estão tentando ajudar, principalmente Deméter quando descobriu que a filha sumiu. Mas nada é encontrado. Em um de seus surtos e tentativas, ele chegou a lógica de que ela poderia ter deixado alguma pista com a filha mais velha. Você.
-Mas eu nem sabia que ela era minha mãe! – exclamei prontamente.
-Bom, isso nós acabamos de descobrir – Ariana exalou – Eu tenho de ir, papai pode surtar e fazer algo assustador. E... – ela mordeu o lábio inferior sem jeito por alguns instantes - Eu sinto muito, eu não queria enganá-las, eu só queria que esse pesadelo acabasse.
-MENTIROSA! – Anahí gritou tremendo – Nisso que dá confiar em alguém! Eles traem
você!
Cláudia se encolheu com o jeito agressivo de Anahí. Eu a fuzilei com os olhos e Ariana resmungou, mas saiu sem contra-atacar. Cláudia olhou para Anahí encolhida e trêmula, saiu de meu abraço e sentou perto da Anahí. Segurou sua mão e a olhou com uma sabedoria maior do que para sua idade.
-Tenta respirar fundo sentindo o ar indo pra barriga – ela instruiu – É bom pra controlar o medo moça.
-E-eu não estou com medo – Anahí gaguejou teimosamente, tentando recuar, mas ela já estava contra a parede.
-Eu também não tinha, mas custava nada parar de tremer.
Mordi o lábio para não rir quando Anahí a obedeceu. E, depois de cinco minutos, Anahí acalmou um pouco mais. Sentei perto delas, cansada, levemente assustada e considerando fazer aquela respiração. Cláudia prontamente pulou para o meu colo e Anahí encostou em meu ombro. Deuses, eu estava com duas crianças naquele momento.
-Vamos sair daqui, Candy – Anahí murmurou de repente – Eu só tenho de pensar como.
Soltei um suspiro longo. Eu também tentava pensar em algo, mas convenhamos, estar presa no inferno com uma criança e uma garota teimosa não era suas melhores opções. Os minutos se arrastaram e eu já começava a sentir um certo desespero ao não encontrar saídas. Sentia Anahí fazendo a respiração mais uma vez, tentando evitar um ataque de pânico por estar presa no mundo inferior.
Então uma pequena luz começou a se formar na parede. Era como se uma chama estivesse se aproximando. Bati no ombro de Anahí e quando ela viu o que acontecia largou o medo de lado e puxou o isqueiro. A luz mostrou-se ser chamas, e das chamas apareceu uma tocha. Das sombras, saiu alguém, uma mulher. Sua roupa eram gregas, uma toga escura e roxa. Seu cabelo era loiro, liso e brilhantes.
-Tia Hécate! – Cláudia saltou de meu colo contente.
A mãe de Miley. A deusa da magia, bem ali na minha frente. Ela sorriu docemente para Cláudia e acariciou o seu cabelo sujo. Eu e Anahí nos levantamos em um pulo, ela ainda tremula, mas sendo valente ao se manter o mais firme que podia.
-Eu não tenho muito tempo, Hades não pode desconfiar de meus movimentos – Hécate falou suavemente – Quando Perséfone não está, eu que comando as suas tarefas no submundo, mas quando o rei fica agitado, não sou eu quem posso acalmá-lo como ela o faz.
-O que você quer? – Anahí questionou desconfiada.
-Eu nada posso fazer criança, apenas observá-los em uma encruzilhada e alertá-lo das consequências – Hécate disse pacientemente, calma e elegante – Vocês tem alguns caminhos. Podem não acreditar em mim e ficar aqui por longos meses, seguros do que acontecerá lá encima.
-Dispensamos – Anahí disse prontamente.
Hécate fitou entre mim e Cláudia, repousando por fim o olhar mágico sobre mim. Ela esticou a outra mão, a que não segurava a tocha, e abriu a palma segurando o meu colar com o pingente de rosa negra. Ele começou a flutuar em um belo efeito, girando lentamente como se estivesse sendo exibido.
-Perséfone deu a você como um presente divino, criança – a deusa falou para mim – Contém uma magia que eu mesma apliquei, uma que escondia a sua presença dando-lhe a segurança de quase um anonimato. Você pode pegar esse item e escapar, porém outras escolhas serão necessárias se seguir este caminho.
-Que escolhas? – indaguei olhando o meu colar com o coração disparado.
-Poderás fazer nada em relação ao que está acontecendo e viver as consequências das calamidades que se seguirão como uma humana qualquer. Ou poderás entregar este colar a minha filha, Mile Cyrus. Ela saberá fazer a magia de localização e encontrar pistas sobre o paradeiro de Perséfone. Então, terá de cumprir o teu destino e ir em busca da deusa da primavera e rainha do submundo. Uma de minhas poucas amigas e sua mãe.
-Isso é uma missão divina, os riscos de morte são catastróficos – Anahí falou em alerta.
-As consequências do sumiço de Perséfone são catastróficas, filha de Zeus – Hécate completou – Deméter não suportaria e acabaria com a vegetação, como aconteceu da primeira vez. O mundo inferior ruiria lentamente pela loucura de seu senhor sem a sua esposa. A primavera e verão nunca mais chegariam.
-Eu aceito – disse prontamente.
-Candy...
-É a coisa certa a fazer, Portilla – afirmei mais uma vez.
-Você não entende, é uma missão que irá por sua vida em risco a cada segundo!
-Eu entendo. Mas não posso ficar sem fazer nada. Meu pai costumava dizer que se você pode ajudar o outro, você tem o dever de fazê-lo porque é a coisa certa!
-Então pode ter certeza que não vai estar sozinha. Aceitamos.
-Anahí--
-Cadê o seu discurso de que não estou mais sozinha? Pois então, aceite as consequências de se meter em minha vida. Ature!
Ela cruzou os braços e olhou-me desafiadoramente. Anahí se impunha no seu jeito de dizer que estaria comigo até o fim. Sinceramente? Era disso o que eu mais precisava para ter forças. Segurei a mão de Cláudia e olhei para Hécate, ela tinha um sorrisinho de lado. O meu colar começou a levitar em minha direção, até que eu o peguei no ar. A deusa começou a se afastar em direção as sombras.
-Encontrará um novo amigo do lado de fora da cela, ele as levará para a superfície.
As sombras a envolveram e o som de grades se arrastando se fez presente. Coloquei o colar em meu pescoço. A cela havia sido aberta.
-Fique com ela – falei para Anahí – Ela disse que um novo amigo estará lá fora, creio que eu me daria melhor com ele.
-Tome cuidado – ela pediu sem esconder a preocupação.
Acenei com a cabeça e fui a primeira a sair da cela. Havia apenas uma direção para seguir e fui por ela, sem ter outra alternativa. Olhei para trás e vi Cláudia no colo de Anahí, a agarrando com força. Continuei caminhando com todo o cuidado até que voltamos para a sala do trono, agora vazia. Mordi o lábio com força, tentando me acalmar e não deixar as coisas saírem de meu controle. Estava sem saber do que fazer quando uma enorme mancha negra saltou na minha frente.
Era menor do que Trevor, porém parecia ainda mais ágil. O cão infernal se aproximou fitando-me de maneira desafiante, sentando calmamente e com elegância. Bastou alguns segundos olhando para o seus olhos que eu entendi que na verdade, era uma cadela infernal. Aproximei a passos lentos, esticando a mão com cuidado e respeito. Ela abaixou devagar a cabeça até encostar o focinho em minha palma.
-Hey garota – murmurei carinhosamente.
-Penélope! – Cláudia exclamou feliz – Penélope irá nos levar para fora!
-Parece que sim – falei.
Anahí se aproximou, envolveu minha cintura e fez a sua magia de vento nos erguer e montar na cachorra enorme e negra. Dessa vez eu ia na frente, segurando firmemente no pelo negro. Meu estomago revirou lembrando da sensação terrível da primeira viagem.
-Penélope certo? Nos tire daqui! – pedi suavemente, a ordem sendo subliminar.
Ela rosnou baixo e correu rapidamente até a sombra mais próxima, se jogando nela e nos levando para longe do inferno.
Autor(a): AnBeah_Portinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA