Fanfics Brasil - De Volta Para Casa The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: De Volta Para Casa

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Pov Dulce 


Cláudia me agarrava fortemente. Eu odiava despedidas, porque eram raras as pessoas que eu tinha de me despedir. Minha pequena irmã tentava não chorar, mas então seus ombros sacudiam e ela soluçava. 


-Eu vou sentir sua falta – Cláudia chorou em meu ombro. 


-Eu não vou estar tão longe, sempre que der eu vou voltar para te ver – prometi mal notando que estava chorando também – E tem aquelas mensagens de Íris que Maite falou. 


-Aquelas que a gente conversa pelo arco-íris como faria no Skype? 


-Assim mesmo meu anjo! Viu? Vai ser bem divertido. 


Cláudia queria continuar grudada em mim, mas logo que me soltou eu fui me despedir das outras meninas. Era incrível o quanto eu tinha crescido ali, em meio a novos amigos e novas descobertas. Ally pareceu me agarrar tão igual a Cláudia, quase chorando ao dizer tchau antes de partir para o Texas, onde morava com sua família. Chris me deu um braço de urso e desejou boa sorte. Angel me encheu de dicas sobre como me manter diva mesmo nos momentos de maiores necessidades e encrencas. Miley prometeu manter contato sobre como estava a sua busca pelo ritual. E então apareceu o Christopher. 


Não conversamos desde o dia da arena. Tão errado quanto a Anahí, ele parecia um pouco envergonhado e sem jeito toda vez que me via. Olhei para os lados e dei graças aos deuses por não ver a Anahí por ali. 


-Eu queria pedir desculpas – Ucker começou acanhado – Eu... Eu quero que você saiba que eu acho que estou gostan-- 


-Christopher, não – o interrompi prontamente – Eu já tenho alguém. 


-Você está namorando?! – a surpresa era evidente em seu olhar. 


-Não... Ainda não, mas... Não estou só. 


-Quem é? É o Chris? Aconteceu algo quando foram para a Califórnia? 


-Christopher, não acho que devo satisfações para você, ok? – falei rapidamente, sem saber como na verdade falar que eu gostava de uma garota. 


Depois disso dei as costas e fui para a colina. Se Anahí soubesse que Ucker quase se declarou, eu não sabia do que era capaz. Então eu sorri, ela era ciumenta e isso de um modo errado era bom. Isso deixaria ainda mais claro que ela me queria e desejava. No topo da colina, eu paralisei com a cena que eu vi. 


Anahíestava abaixada sobre um joelho e uma mão sobre o peito como se estivesse prestando um juramento. A frente dela, Cláudia segurava uma pequena espada e colocava sobre o ombro direito da filha de Zeus e parecia pronunciar algumas coisas. Ambas sérias enquanto Maite sorria enormemente. 


-...e eu te declaro minha cavaleiro do reino dos unicórnios coloridos – Cláudia dizia com autoridade – Terá de jurar lealdade a mim e as coisas boas e fofas de meu reino! 


-Eu juro –Anahí disse prontamente. 


 


-E que como minha cavaleiro, terá de proteger minha irmã de todos os perigos e monstros feios. Principalmente os que se escondem embaixo da cama e dentro do armário! 


-Claro, esses são os piores e mais perigosos! 


-Eu sei! Não são?! 


-Sim, e eu juro que vou protege-la, princesa Cláu. 


Cláudia abriu um sorriso confiante, tirou a espada, a jogou no chão e pulou no colo da Anahí. A garota se jogou com a criança no colo para trás, reclamando da super força dela, dizendo que era uma princesa muito forte. Cláudia ria abertamente, enquanto passava a ser atacada com cócegas. 


-As crianças estão brincando? – perguntei a Maite observando a cena. 


-Sim, eu nunca vi a Annie assim tão solta – May comentou ainda sorrindo – Quem diria que ela sabe lidar com crianças? 


-Claro que eu sei – Anahí finalmente sentou no chão com a Cláudia no colo – Eu ando com você e a Candy não é? 


Mordi a língua para não xingá-la, mas Cláudia riu da brincadeira e se agarrou em Anahí quando ela levantou. Mesmo que Cláudia tivesse lá seus quase dez anos, Anahí a carregava com a facilidade de quem segura um bebê. Mas ainda assim, seus braços estavam tensionados, mostrando que mesmo sendo uma garota, tinha uma força incrível. 


-Você também vem me visitar Annie? – Cláudia pediu fazendo um bico bem chantagista. 


-Claro, sempre que a Candy vier, você acabou de me declarar o cavaleiro que vai protege-la certo? Então eu tenho de estar perto dela para cumprir o meu dever corretamente – Anahí disse em um tom de que aquilo era óbvio. 


Cláudia finalmente se despediu de nós três e começamos então a descer a colina. Era início de uma manhã de domingo, assim que avistei a estrada meu estomago embrulhou de ansiedade. Iria encontrar minha mãe Blanca e eu não fazia ideia do que falar com ela. 


-Dul, vamos deixar você com sua mãe e depois procurarmos um lugar para nós duas. Acredita que eu vou ter de morar com a Portilla? – Maite comentou para quebrar o silêncio. 


-Sim, tenha dó de mim – Anahí retrucou prontamente. 


Sorri de lado imaginando quanto tempo aquela casa aguentaria inteira. Assim que chegamos na estrada, abri os olhos surpresa. Havia um carro conversível de cor vermelha e ao lado dele uma moto estilo Harley Davidson, porém de cor preta com detalhes em cor azul. 


-Minha Lola! – Anahí foi para a moto como se estivesse indo ao encontro de uma pessoa a quem amava e foi duramente separada – Eu não acredito que o Chris a concertou finalmente! 


-Ela tem uma moto que se chama Lola? – indaguei. 


-Sim, é o chamego dela, quebrou depois de um encontro com um minotauro e o Chris ficou de concertá-la. O carro eu roubei mesmo – Maite explicou sorrindo orgulhosa do feito – Quer ir comigo ou com a louca da Portilla? 


-Com você – disse prontamente. 


 


-Não sabe a aventura que está perdendo! 


Revirei os olhos e me joguei no carro conversível. Adivinhem? Banco de couro, painel moderno e tudo nos trinques. Maite parecia lidar com o seu melhor presente de natal dada por ela mesmo. Ao lado do carro, Anahí  ligou a máquina fazendo um barulho ensurdecedor que assustaria qualquer um desavisado. Ela? Parecia em um estado de júbilo quando tirou da jaqueta que usava um óculos escuro em estilo aviador e o colocou. 


-Tome cuidado – pedi hesitante. 


Anahí acelerou até parar ao lado do carro e inclinou um pouco em minha direção. 


-Não sei se disseram, mas eu sou seu cavaleiro agora, não tem com que se preocupar com nada – ela disse com um sorriso. 


Maite acelerou o carro nos tirando do contato visual, Anahí reclamou e eu a encarei confusa. 


-Sem romance agora – Maite avisou fazendo uma careta de enjoada – Vamos logo? 


Lauren deu de ombros e partiu na frente. Eu estava levemente corada, mas feliz dela não ter retrucado nada com o fato da palavra romance ter sido usada por Maite. Isso queria dizer que estávamos progredindo, certo? A filha de Hermes também colocou um enorme óculos escuros de marca, ligou o som em uma rádio local e finalmente partimos. Eu e ela cantávamos a plenos pulmões, distraindo minha mente, me relaxando. Anahí ia sempre um pouco mais a frente ou parava ao nosso lado nos sinais vermelhos, reclamando do nosso gosto musical quase exclusivamente pop. 


Uma hora depois, graças ao transito tranquilo, chegamos a uma rua calma e de classe baixa, porém bem arrumadinha com seus cercados de madeira e pequenos jardins na frente. Paramos em frente a uma casa de cor verde, desgastada e com um pequeno jardim mal cuidado a frente de uma varanda. Meu corpo começou a tremer. Estava ansiosa. Medrosa. Temerosa. 


-Quer que eu vá com você? – Anahí indagou abrindo a minha porta e acrescentou em tom debochado – Eu deixo até você segurar a minha mão. 


Eu sabia que ela estava falando em um tom de brincadeira, mas que no fundo estava sendo séria. Se fosse antes, eu não recusaria de jeito nenhum. Mas eu já não era a mesma, eu precisava lidar com isso sozinha. Era a minha mãe humana, meu problema que precisava ser resolvido. Sai do carro e encarei a casa antes de fitar Anahí com um sorriso fraco. 


-Não, eu vou conseguir sozinha – garantir a ela. 


-Tem certeza? Eu juro que fico quietinha e-- 


-Nah, eu sei me cuidar. Se for me proteger de tudo eu não vou poder ficar forte como preciso. 


-Eu volto daqui duas horas – ela decidiu depois de um tempo. 


-Traga almoço – aceitei. 


-Opa, almoço em família – Maite se manifestou sorrindo – Deixe ela Anahí, se der errado, somos a cavalaria. E eu vi no início da rua uma placa de aluga-se para uma casinha bem simpática. 


Anahí acenou e me deu um olhar acolhedor, eu não resisti em abraça-la e dar um beijo estalado em sua bochecha. As observei saindo lado a lado, resmungando mesmo estando em veículos diferentes. Sorri de lado, eu poderia viver o resto de minha vida com aquelas duas e seria uma pessoa feliz. Mas sabia que seria ainda mais quando me resolvesse com Blanca. Respirei fundo reunindo a coragem que eu não tinha e a passos vacilantes caminhei até a porta. Parei, encarei a madeira a minha frente por longos segundos, ajeitei minha roupa esticando o tecido do meu vestido claro e pondo direito o laço azul que estava no topo de minha cabeça. Finalmente ergui minha mão e toquei a companhia no lado esquerdo. 


-Já vai! – Blanca gritou lá de dentro em um tom sonolento. 


Para comprovar a minha teoria, ela estava bocejando quando abriu a porta. Sua roupa estava toda amarrotada, uma longa camisola. O cabelo bastante bagunçado, os olhos pesados pelo sono e pelo cansaço. Meu coração disparou tão rápido que eu quase fiquei sem ar quando ela finalmente me fitou. Seus olhos foram se abrindo gradativamente, a surpresa estampada em sua expressão facial. 


-Hey mãe – disse com a voz embargando – Voltei para casa. 


Grossas lágrimas caíram por seu rosto tão mais envelhecido do que a última vez em que a vi. Blanca soluçou e me abraçou. Um abraço desesperado, um abraço que me apertava contra o seu corpo. E então eu chorei. Chorei por estar em um dos lugares mais seguros do mundo para mim, não importando o que todos diziam. Era com minha mãe que eu iria me sentir bem e amada, mesmo que ela não fosse minha mãe de sangue. 


-Eu rezei tanto, implorei tanto! – Blanca disse com dificuldade – Você está bem? – ela me afastou quase bruscamente, olhando atenta e rapidamente para o meu corpo – Está machucada? 


-Estou bem mãe, eu aprendi a me cuidar – disse com certo orgulho – Poderíamos entrar? 


Blanca me puxou prontamente para dentro de casa e eu vi a bagunça que estava aquilo dali. Quase dei uma risada, lembrando de todas as vezes em que ela gritava comigo para que arrumasse o meu quarto. Blanca parou na sala, me olhando, andando de um lado para o outro, olhando de novo. 


-Onde você esteve? – ela indagou cruzando os braços – Porque fez isso? Porque fugiu Dulce María Espinosa Saviñon?! 


-Eu precisei – disse mordendo o lábio inferior. 


Quíron havia me instruído para esse momento. Ele disse que era de minha escolha contar a verdade ou não. Fiquei mexendo em minhas mãos tentando organizar meus pensamentos e minhas emoções. 


-Mãe, eu vou precisar que você tenha uma mente aberta ok? Eu não vou poder contar tudo o que aconteceu comigo, mas é importante que saiba de algumas coisas. Porque eu posso precisar sair por longos tempos as vezes. 


-Sair de novo? JAMAIS! Você não vai fugir de novo mocinha! 


 


-Blanca! – disse firme – Eu preciso que você me escute, porque eu vou fazer se achar que é necessário – respirei fundo e passei a mão no cabelo igual a Anahí fazia quando estava agitada, aquilo me ajudou a relaxar um pouco – Por favor mãe, me escute ao menos. 


-Claro que vou escutar. Você vai me contar tudo e vai ficar de castigo! 


-Castigo? MAS MÃE! 


-Falaremos sobre isso depois, agora fale. 


-Tudo bem, tudo bem – cocei a minha testa sem ter certeza de como começar aquilo – Você sabe a mitologia grega? Aquelas com deuses, heróis e mitos...? 


E então foi assim que eu comecei a contar a minha pequena saga. Contei do ataque do zelador. Contei de Anahí e Maite. Contei sobre o ataque na casa de Maite. Nesse momento ela começou a desacreditar, pedindo que eu falasse a verdade. Então fiz a única coisa que poderia fazer para que ela acreditasse em mim. Fiz crescer na lateral do sofá raízes que cobriram o braço do móvel. Então a humana que me acolheu como filha caiu sentada na poltrona, a mesma que eu vi na bola de cristal. Só então eu pude continuar falando do Acampamento Meio-Sangue e de como treinei. Mas não falei do submundo, isso ela não precisava saber, era preocupação demais em sua mente. 


(...) 


Duas horas não foram suficientes para contar tudo para minha mãe. Ela escutava a tudo abismada, surpresa, um pouco cética, mas escutava atentamente. Por isso, quando a companhia tocou, a senhora cansada a minha frente saltou de susto. 


-Deve ser a Narrí e a Cheechee – falei lembrando da promessa delas duas. 


-Quem? – minha mãe olhou para mim hesitante. 


-Anahí e Maite, elas ficaram de trazer o almoço – disse levantando e indo rapidamente para a porta. 


Quando abri, as duas estavam discutindo baixo e um pouco tensas. Maite segurava sacolas plásticas, Anahí, duas caixas de pizza. Eu poderia amá-la naquele tempo só por trazer pizza para mim em um momento delicado de introduzir dona Blanca ao mundo grego. 


-Está bem, Chancho? – Maite perguntou prontamente. 


-Estamos indo, ela está processando tudo – disse deixando meus ombros caírem – Entrem logo, estou morrendo de fome. 


-Quando você não está? – Anahí revirou os olhos entrando. 


As duas passaram e eu fechei a porta. Blanca estava de pé, observando as duas atentamente. Maite ela já conhecia, era a minha amiga desde antes de cair naquele mundo novo e louco. Mas Anahí? Ela me via apenas reclamando dela antes, dizendo o quanto era ignorante, chata e grossa. 


-Bom dia sra. Saviñon – Anahí cumprimentou um pouco tensa e sem jeito – Prometi que traria o almoço e como não sabia se a senhora também comia pizza, também trouxe uma comida normal. 


-Um belo rosbife do restaurante do outro quarteirão – Maite completou animadamente – Pela metade do preço por causa de meus encantos. 


-Agradeço grandona – Blanca sorriu fraco, era assim que ela chamava a Maite por causa de seu tamanho – Eu não teria cabeça para preparar algo agora. Dulce, me ajude a colocar a mesa. Deveria ter me avisado que teríamos visitas, olhe o estado da casa! 


Mamãe saiu pelo que pareceu ser um curto corredor que daria acesso a sala de jantar e cozinha. Soltei um longo suspiro, sentia meus ombros tensos e costas pesadas, como se estivesse carregando um mundo inteiro sobre mim. Maite aproximou e sem dizer uma palavra me abraçou forte. 


-Não é fácil contar as coisas – ela falou baixo – Mas estamos aqui ok? 


-Obrigada por isso Cheechee. 


Mesmo abraçada a Maite, meus olhos encontraram os Azuis esverdeados da Anahí. Ela estava de braços cruzados, o ombro encostado na parede. Seu olhar traduzia as mesmas palavras de Maite, passando uma segurança muda, mas que existia tão forte que chegava a ser palpável. 


A companhia tocou mais uma vez, Maite se afastou mais uma vez e arqueou uma sobrancelha e eu quase imitei o seu gesto. Anahí ficou em alerta, levando a mão até o bolso traseiro da calça e tirando de lá o seu isqueiro preto e dourado. Minha mãe saiu do corredor me olhando em dúvida e eu apenas neguei com a cabeça. Foi então que sua expressão se abriu como se tivesse lembrado de algo e a senhora correu para a porta. 


Curiosa, me aproximei e fiquei na ponta dos pés para ver melhor a pessoa ali do outro lado. Ou melhor, o homem. Ele era bastante alto e robusto, deixava claro que na sua idade mais jovem teria sido um rapaz sarado. Seu cabelo era grisalho, misturando fios escuros com os brancos em um corte curto. Sua barba era rala, seus olhos de um tom de mel que revelavam preocupação. 


-Aconteceu algo Blanca? Você não me deu notícias desde ontem – o homem exigiu saber. 


-Albert, e-eu... – minha mãe gaguejou nervosa – Você não vai acreditar no que aconteceu! 


-Mamãe? – chamei sem aguentar mais esperar – Quem é ele? 


O homem ergueu a cabeça, minha mãe apenas atingia a altura de seu tórax. Ele facilmente conseguiu fixar seu olhar em mim e ficar surpreso. 


-Essa é a Dulce? A sua menina? – ele perguntou ainda em estado sincero de choque. 


-Sim, minha menina voltou para casa! – Blanca disse exultante, abrindo um enorme sorriso pela primeira vez. 


-Bom... Eu entendo agora, desculpe pela preocupação exacerbada – ele disse sem jeito, mas com um sorriso feliz – Mas estou contente que tenha finalmente voltado, Blanca. Você deixou sua mãe realmente preocupada. 


-Ahn... Desculpe, mas quem é o senhor? – perguntei mais direta, minha curiosidade estava se coçando toda. 


-Esse é o Albert O’Connel – minha mãe chegou para o lado exibindo completamente o homem, ele trajava um bonito terno escuro com gravata azul – Ele é um antigo amigo meu, filha. 


-Não vou mais atrapalhar o reencontro – Albert disse finalmente se mostrando sem jeito – Nos falamos quando der Blanca, e se cuide ok? 


Ok nada. Eles estavam trocando um olhar tão cumplice que não restaram dúvidas que aquela amizade tinha algo a mais. Maite tinha um sorrisinho de lado e Anahí já tinha guardado o isqueiro. Nunca que eu iria deixa-lo escapar. 


-Espere Sr. O’Connel – chamei – Minhas amigas trouxeram o almoço, o amigo de minha mãe também pode ficar para a refeição – frisei bastante a palavra amigo – E eu também quero saber como ela estava esses dias, tenho certeza que ela não me falaria tudo. 


Mais uma troca de olhares, Albert parecia pedir permissão. Minha mãe deu de ombros sem alternativas, então o homem grande entrou na casa já parecendo estar familiarizado com tudo. Apresentei Anahí e Maite, poucos minutos depois estávamos na mesa de jantar em uma situação um tanto peculiar. Eu tinha acabado de retornar, revelado para minha mãe que era uma semideusa e agora tinha descoberto um “amigo” que parecia estar em constante contato com ela. 


-Albert, você é algum tipo de figura famosa? – Maite quebrou o silêncio enquanto cortava a pizza – Eu tenho a sensação de que já o conheço... 


-Bem, eu sou o diretor do colégio Golden High School – ele disse tranquilamente – Se você é interessada em debates sobre adolescentes e educação, provavelmente deve ter ouvido ou lido sobre mim sim. 


-Oh não, eu devo ter visto sem querer – Maite afirmou com tanta convicção que nos fez rir – Mas isso me lembra que temos de resolver a nossa papelada escolar Annie. 


-Espere, vocês três fugiram juntas? – Albert lançou um olhar desconfiado. 


-Sim – Anahí respondeu simplesmente e um tanto cortante – O importante é que estamos aqui agora, certo senhor? 


Aquele ar de superioridade e o tom frio sempre a tomavam nessas horas. O poder exalava da filha de Zeus que chegava a ser intimidade. Qualquer um que não estivesse acostumado cairia facilmente em sua convicção, ou seria motivado por sua liderança e confiança. 


-Definitivamente isso é o mais importante – Albert concordou tentando esconder o desconforto – Não tenho o direito de julgá-las, mas ainda assim são crianças e é difícil não ver isso como um ato imprudente e inconsequente sem as maiores informações. 


Bem articulado e não fácil de ser intimidado. Ele afinal de contas era o diretor de uma conceituada escola particular nova-iorquina, tendo de lidar com adolescentes e pais com poder sociopolítico e econômico. 


-Como você conheceu minha mãe? – mudei bruscamente o assunto da conversa, comendo um grande pedaço de pizza depois. 


-Estudamos juntos no colegial – Blanca explicou e chegou a sorrir brevemente – Mas Albert era o capitão do time de futebol, eu apenas uma sonhadora que pensava em cursar letras. Nos encontramos de novo na universidade e ai sim nos tornamos amigos. 


-Depois veio o Fernando e eles se casaram. Ele era um grande homem Dulce, tenho um grande respeito pelo seu pai – Albert disse calmamente, sem vacilar. 


-Sim, ele era incrível – respondi espetando outro pedaço de pizza com o garfo – Mas como se reencontraram? 


-Blanca mudou-se para Nova York e nos encontramos por acaso. Para falar a verdade, eu mal a reconheci – Albert olhou-me com aquele típico olhar adulto reprovador – Você deixou sua mãe preocupada, Dulce. 


-Eu sei – disse encolhendo na cadeira – Sei disso tudo Sr. O’Connel, mas espero que não entre mais nesse assunto, não diz respeito ao senhor. 


-Justo – ele concordou depois de um tempo e fitou Maite – Então falaremos dessa papelada escolar, srta. beorlegui. Se estiver tudo correto poderei conseguir uma transferência para a Golden. 


-Mas essa não é um colégio particular? – Anahí indagou. 


-E eu não sou o diretor? – Albert sorriu de lado – Há vários projetos de bolsas escolares. 


-Também é um jeito de ficar nos vigiando – Anahí acrescentou semicerrando o olhar – Certo, senhor diretor? 


-Por que tenho a impressão de que você é a mais encrenqueira? 


Maite não conseguiu segurar o riso. Aquilo quebrou a tensão e Albert sorriu. Ele era bem... Politicamente correto. Sabia jogar e não recuar, apesar de demonstrar respeito ao seu adversário, no caso a Anahí. Então o jantar se resumiu à como fazer a transferência e minha mãe agradecendo ao seu antigo amigo. Eu sentia como se uma longa e extensa página de minha vida estivesse sendo virada e um novo capítulo fosse sendo apresentado. Agora com um momento diferente, mas ainda mantendo o mesmo enredo de uma jovem adolescente que estava descobrindo um novo mundo e perigoso enquanto tentava ter uma vida normal. 


Acredite, isso só é legal nas histórias. 


  


Notas Finais 


  


Apolo: filho Zeus e Leto, irmão gêmeo de Ártemis. Ele é um dos deuses mais populares na antiga Grécia! O motivo? Ele é o deus do sol e da verdade, deus da profecia (sendo o oráculo mais famoso o de Delfos, abençoado pelo próprio Apolo). Ele é o deus da cura, da música, do arco, da perfeição, da purificação, das artes, da harmonia, da poesia. Por isso ele tinha o comando das Musas (representam cada uma um tipo de arte, são 9). Também era protetor dos arqueiros, dos marinheiros e pastores. Porém não é a toa que Apolo era tão venerado e TEMIDO. Ele fazia os humanos pagarem pelos pecados, responsável pelas leis religiosas, da morte súbita, das pragas e doenças! Ele era tão forte que só quem podia contê-lo era seu pai e sua mãe. Nos livros, ele é um pouco bobo, sempre fazendo rimas. Isso deve ser porque ele é representado por um belo e jovem rapaz, com uma lira ou puxando sua carruagem de sol. 



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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