Fanfics Brasil - Primeiro dia de Aula The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Primeiro dia de Aula

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Pov Dulce 


  


Uma semana depois e eu estava ali, em pé em frente a um espelho de corpo inteiro colado em meu mais novo armário. Encarava o meu reflexo com o cenho franzido, sem ter a certeza se estava realmente bem. Em meu corpo, estava uma saia de pregas preta que ia até metade de minha coxa; uma blusa de mangas curtas brancas e um blazer vermelho escuro por cima, com um emblema de dois leões em pé de perfil costurado sobre o lado direito. Nos pés o tradicional allstar de cor vermelha e branco. 


  


Aquela era eu em um uniforme escolar, porque a Golden era daqueles colégios conservadores que ainda usavam uniformes padronizados. Engoli em seco, nunca tinha estado em um colégio particular antes, ainda mais um com uma população rica. Eu sabia que não iria dar certo, mas Blanca tinha ficado tão aliviada em não ter de se preocupar com procurar uma boa escola para mim que eu não pude retrucar. Até porque, ela jogaria em minha cara que não estaríamos ali se não fosse por minha causa. Não de um modo ruim, apenas colocaria as cartas da suas asas protetoras. 


  


Maite tinha mesmo cuidado de toda a documentação. Eu tinha a média mínima para passar de ano, mas sabia que as notas dela e de Anahí haviam sido forjadas. Nada retruquei, afinal queria minhas amigas ao meu lado naquele novo e assustador mundo. Anahí nada falava sobre, apenas deixou claro que não teria medo de bater em mauricinhos e patricinhas se enchessem o saco. 


  


-Filha, desça para o café da manhã! – Blanca gritou da cozinha. 


  


-Só mais dez minutos mãe! – gritei de volta. 


  


Corri para o banheiro dentro de meu quarto. Era bem simples e até mesmo apertado, mas era a primeira vez que eu tinha um quarto com banheiro dentro e nunca que iria reclamar. Apesar de tudo, as mudanças constantes nunca nos deixaram ter uma condição financeira realmente boa e estável. Eu abri o pequeno vidro fosco que tinha em uma das paredes deixando a luz do sol iluminar o lugar, então fui até a torneira e usei de um pequeno espelho para produzir um arco-íris. Tirei do bolso uma moeda dourada, um dracma, e joguei dentro da água que se formava na pia. 


  


-Por favor, quero uma mensagem para Cláudia – pedi mentalizando a imagem de minha meia-irmã na mente. 


  


Aquele era o modo mais seguro dos semideuses trocarem as mensagens. O arco-íris se prolongou um pouco mais, de seus feixes coloridos, pude ver a imagem de minha irmã sonolenta se formando. 


  


-Hey princesa – chamei com um enorme sorriso – Bom dia! 


  


-Duli! – Cláu exclamou prontamente – Hoje é seu primeiro dia de aula! 


  


-Eu sei, dá para ver o meu uniforme? 


  


Conversamos por alguns minutos. Todos os dias eu falava com Cláu, mesmo que fossem por um curto período de tempo. Minha irmã me contava tudo o que acontecia com ela no Acampamento Meio-Sangue. Como estava sendo tratada no Chalé de Deméter, como adorava brincar com os cavalos com asas no estábulo e como odiava ver os outros implicando um com o outro. 


  


Minha mãe gritou mais uma vez e eu tive de “encerrar a ligação”, correndo prontamente para a sala de jantar e encontrando o meu pequeno banquete. Panquecas e waffles. Claro que eu comi absolutamente tudo que pude até escutar a buzina vindo do lado de fora. Era Maite. As meninas haviam mesmo conseguido alugar uma casa bem próxima da minha, o que tornava tudo mais fácil. Blanca não me deixava passar muito tempo lá com elas, preferia que elas viessem para cá. Talvez fosse o medo de que eu não voltasse mais. 


  


-Boa sorte e não se meta em encrencas ok? – Blanca falou me abraçando e beijando na cabeça quando eu já estava saindo – Juízo vocês duas! 


  


-Sempre dona Blanca! – Maite gritou do carro com um sorriso descarado. 


  


Revirei os olhos e corri para o conversível vermelho, franzi o cenho ao notar a ausência de Anahí. Pulei para dentro do carro ainda olhando para os lados a espera de ver a filha de Zeus em algum lugar. 


  


-Ela foi na frente – Maite explicou ligando o automóvel – Anahí sempre vai na frente para verificar o lugar. Mania de perseguição, mas melhor prevenir do que remediar. 


  


-Isso só quer dizer que as chances dela já ter começado uma briga quando chegarmos lá serão enormes – soltei um longo suspiro. 


  


-Sim – Maite riu e começou a dirigir – Mas sabe, foi bem legal do paquera de sua mãe ter conseguido uma vaga em um colégio tão legal. Vou poder esnobar que nem esses riquinhos ao menos uma vez na vida. 


  


-Paquera – repeti fazendo uma careta – Ainda não decidi o que pensar sobre isso, sabia? Mamãe nunca mostrou interesse em outros caras depois do papai. 


  


-Isso não é algo bom? Ela vai se preocupar pra caramba com você agora que sabe das coisas, ter um homem na vida é uma boa distração. 


  


-Talvez, agora aumenta esse som que está tocando Ed Sheeran! 


  


Maite aumentou e prontamente começamos a cantar Lego House a plenos pulmões. Ela estava com um uniforme quase idêntico ao meu, salvo a saia que era ainda mais curta e que ela estava usando uma blusa vermelha de mangas cumpridas, dobradas até o cotovelo, ao invés do blazer como eu estava fazendo. 


  


A Golden High School era bastante distante de nosso bairro, o que rendeu quase quarenta minutos dentro do carro, mas nos programamos para chegar a tempo. Dizer que aquela escola era enorme parecia eufemismo, era quase um outro mundo bem no centro de Nova York. Havia vários prédios, quadras e até mesmo estátuas enormes nos jardins. Tudo no plural e na sofisticação. Maite encontrou uma vaga para estacionar e antes de sair do carro colocou seus óculos escuros da DG, provavelmente roubados. Ela estava com a maior pose quando abriu a porta e saiu do conversível. Alguns garotos com jaquetas do time escolar passaram e assoviaram descaradamente, arrancando um sorriso da filha de Hermes. 


  


-Quase sinto inveja das filhas de Afro por terem atenção naturalmente – Maite disse suspirando – Quase, porque o que algumas tem de beleza, tem de frescura no lugar do cérebro. 


  


-Deixa a Laur ou a Angel escutarem isso – ri enquanto saía do carro. 


  


-Elas são aberrações da natureza. Lindas, inteligentes e conseguem seguir a moda sem serem dondocas. Quer dizer, a Angel as vezes tem seus surtos de coisas brilhantes – Maite ponderou enquanto começávamos a entrar na escola. 


  


-Quer deixar a Angelbear em aflição eterna? Suma com a maquiagem dela. 


  


-Nossa Dul, quanta maldade em seu coração! – Maite riu – Pelos deuses, eu já deveria ter feito isso! 


  


Comecei a rir imaginando a cara que aquela filha de Afrodite da cor do pecado faria caso isso realmente acontecesse. Ter Maite ali do meu lado, naquele momento, tornou tudo muito mais fácil. Apesar de tudo, ainda era uma adolescente com todas as suas incertezas entrando em um mundo novo e assustador com outros adolescentes que já reinavam no lugar. Se estivesse ali sozinha, estaria com medo até de espirrar e chamar a atenção por causa disso. Maite e seu abençoado senso de direção nos levou rapidamente para a secretaria, onde pegamos os nosso horários e tudo o que era preciso. 


  


-Olha, o Albert nos colocou em uma aula extra especial – Maite comentou enquanto procurávamos o corredor dos armários – Para aprendermos a lidar com a dislexia. Nossa, sempre quis parar com essa merda e ler as coisas em paz. 


  


-Ele é legal – disse franzindo o cenho – Às vezes até demais. 


  


-Está desconfiando dele. Parece até a Annie com sua mania de perseguição – Maite revirou os olhos. 


  


-Escuto meu nome e espero que seja dizendo o quanto eu sou incrível. 


  


A voz dela veio atrás de mim. Antes de virar, eu já estava sorrindo sem nem ao menos perceber. Anahí estava usando uma calça vermelha escura bem justa, nos pés um par de coturno pretos, a mesma blusa branca com o brasão da escola que a minha. Pendurado na blusa, estava seu óculos estilo aviador e amarrado na cintura, a sua jaqueta. Ela não perdia o ar de garota perigosa. Mas agora? Para mim era uma garota extremamente perigosa e sexy. Uma combinação que me dava arrepios. 


  


-Nunca pensei que veria você em um uniforme escolar – Maite riu olhando para Anahí. 


  


-Eu detesto isso – a outra cruzou os braços e rosnou – Maldito controle e alienação. Mas é muito cedo para começar a contestar as regras, até mesmo eu sei disso. 


  


-Vamos, o corredor fica logo ali – Maite ainda rindo apontou para um lado. 


  


Seguimos as três juntas, Anahí chamando atenção pelo seu andar firme e olhar confiante. Sua postura ao mesmo tempo era desleixada, do tipo que dizia “to nem ai para você babaca”. E realmente ela não estava. Encontramos nossos armários, o meu do lado do de Anahí e o de Maite do outro lado do corredor. 


  


-Hey, deixe-me ver o seu horário – Anahí pediu depois de abrir o seu armário e colocar algumas coisas dentro. 


  


Maite já se aproximava quando Anahí focalizava o papel com extrema concentração. Era necessário para que conseguíssemos compreender o mínimo possível da informação escrita. No fim, ela rosnou baixo e me entregou o papel impaciente. 


  


-Pelo que eu vi vamos ter química, matemática, biologia, física, história e educação física juntas – ela contou. 


  


-Pego história, matemática e educação física com vocês. Inglês, geografia, francês e sociologia com a Dul – Maite disse meio em dúvida. 


  


-Isso é bom, estarei com uma de vocês duas o tempo todo – não pude conter o tom de 


alívio. 


  


-Não se anima Chancho, primeira aula em plena segunda-feira é de matemática – Maite quase chorou. 


  


Eu e Anahí fizemos caretas prontamente. Porém, felizmente, por ser o primeiro dia a volta as aulas depois das férias de verão, tivemos as aulas da manhã dispensas para irmos a uma palestra em um dos três enormes auditórios que havia no colégio. Eu estava distraída enquanto Maite e Anahí conversavam sobre algo trivial um pouco mais atrás. Na verdade, estava encantada com o lugar. Era tudo tão moderno, sem sujeira ou com paredes vandalizadas que eu mal podia acreditar que estava ali. Diferente das escolas públicas que aceitavam alunos problemáticos como eu. 


  


Então, como manda as leis da física no mundo Saviñon, eu esbarrei em alguém enquanto estava distraída. Felizmente ninguém caiu e eu já estava vermelha de vergonha quando ergui o olhar e me deparei com uma garota líder de torcida. Era óbvio por causa de seu uniforme. Vermelho escuro e branco com um leão estampado na blusa. Ela tinha o cabelo loiro pintado perfeitamente, amarrado em um alto rabo de cavalo. Sua maquiagem era impecável, seus olhos azuis superiores. 


  


-Cuidado por onde anda, garota – ela disse por entre os dentes. 


  


-D-desculpe, foi sem querer, eu estava distraída e não te vi – falei rapidamente, nervosa. 


  


-É bom que isso não se repita, só de ver como você está arrumada já dá para perceber que é um desses malditos bolsistas que o diretor quer colocar. Essa era para ser uma escola de elite! 


  


-Sério isso? Não é um zoológico? – Anahí tomou a minha frente, queixo erguido, olhar intimidador – Estou vendo um bando de cobras e vacas por onde eu ando. Ou seria uma fazenda? Porque agora tem até uma galinha na minha frente. 


  


-Olha aqui quem você pensa que...! – a garota apontou o dedo para Anahí. 


  


-Jogada errada – Maite disse baixo e assoviou. 


  


-Olha aqui você – Anahí segurou a mão dela com força, dando um passo à frente para encarar ela ainda mais intimidante e superior – Você não sabe com quem está lidando e eu to pouco me fodendo para quem você é. Ninguém vai tratar minhas amigas sem respeito e esperar que eu respeite. Está claro? 


  


-Portilla, solte – aproximei dela e a puxei suavemente pelo braço – Vamos, não vamos arranjar encrenca no primeiro dia, vamos? – Anahí não moveu um centímetro – Por favor, Narrí. 


  


Ela desviou o olhar para mim. Na verdade, eu queria ao menos tentar ficar ali, a sério. As coisas não iriam ser fáceis e eu já aprendi que tudo mudava bruscamente de uma hora para outra. Mas eu tinha esperanças de que eu pudesse me manter como no ano passado e aquele colégio tinha um ensino estupidamente bom. Anahí soltou a garota aos poucos ainda mantendo o olhar no meu. A líder de torcida saiu correndo amedrontada, e não era para pouco, a Anahí sabia ser assustadora quando queria. 


  


-Vamos tentar ficar aqui um mês pelo menos, ok? Eu realmente quero roubar umas coisas interessantes antes de sermos expulsas por um motivo idiota – Maite disse quebrando o clima tenso – Agora vamos ou iremos nos atrasar. 


  


Chegamos no auditório super cheio. A cada aluno que passávamos, eu podia enxergar algum item de alguma marca importante, mesmo sem conhecer muito dessas coisas. Uma garota deveria estar usando mais de milhões em todo o seu corpo. Aquilo sim era intimidador, afinal eu era apenas uma garota meio órfã, com problemas de aprendizado e hiperatividade, filha de uma deusa desaparecida e possivelmente bissexual. Acreditem quando digo que cada um desses fatores pesava de uma forma diferente. 


  


Sentamos em um lugar mais afastado e de início estávamos prestando atenção. Anahí foi a primeira a ficar inquieta. Batia o pé no chão sem ritmo, mexia no cabelo jogando as mexas escuras para trás. Quando começou a olhar para os lados e teto eu sabia que ela não conseguiria mais prestar atenção. Pousei uma mão em sua perna, a que balançava e ela prontamente aquietou um pouco, fitando-me curiosa. 


  


-Agora é a apresentação dos clubes que vão abrir as vagas – comentei em tom baixo para não chamar a atenção – Você pode se interessar por algum. 


  


-Você está gostando daqui. – Anahí afirmou, não perguntou. 


  


-É o lugar, não as pessoas, elas me assustam mais do que encarar um monstro agora – respondi com sinceridade – Mas eu não sou boba de não pensar que as chances de nos mantermos aqui são pequenas – engoli em seco e tirei a mão da perna dela – Porém esse é o melhor lugar onde vamos estar por um longo tempo, quando teremos outra oportunidade de explorar um programa desses? Eu quero aproveitar ao máximo que conseguir, até onde conseguir. É meio idiota não é? 


  


-Não – ela voltou a pegar minha mão – É ter esperança em alguma coisa e realmente tentar –Anahí brincou com meus dedos – Se você vai tentar, eu também vou, ok? Mas tentar. 


  


-Será que o pseudo casal poderia maneirar? – Maite provocou do meu outro lado. 


  


Anahí revirou os olhos, mas não largou a minha mão. Maite me olhava sorrindo de lado e toda sugestiva. Corei e segurei meu próprio sorriso, tentando ignorar aquelas borboletinhas em meu estômago que se agitavam só porque a filha de Zeus estava segurando a minha mão. Apesar de tudo, Anahí prestou atenção na apresentação dos clubes e ficou bem interessada em alguns, principalmente no grupo de eskrima, um estilo de artes marciais. Maite incrivelmente se interessou pelo clube de debates, bem específico para uma elite que entendia de política e atualidades. Ela me lembrou da afinidade que Hermes tinha com a diplomacia. Enquanto a mim? Estava surpresa com a quantidade de coisas que se podia fazer extracurricular. Variava desde a um simples clube de dança e teatro que tem em todas as escolas, até a coisas inusitadas como o clube do chá e etiqueta. 


  


-Acho que poderíamos entrar em até dois – Maite disse saindo do auditório – Já que aceitamos a ideia de aproveitar tudo o que podemos enquanto podemos. 


-Eu vou para o de eskrima – Anahí disse convicta – Seria legal para você também Candy. 


  


-Estou pensando seriamente que você sente falta dos nossos treinos, bem da parte específica que em que me tortura passando ordens malignas – acusei em deboche. 


  


-Definitivamente, eram as melhores horas do dia – ela disse em tom saudoso e riu quando bati em seu braço. 


  


-Eu vou para o de debate – Maite ficou pensativa – E acho que só isso já basta, já que teremos aulas extras para aprender a lidar com a dislexia. 


  


-É mais do que já fizemos alguma vez – Anahí deu de ombros – Eu vou dar uma volta, estou cansada de ficar parada. 


  


-Não mate ninguém – May pediu – Ou ao menos esconda bem o corpo e apague as provas. 


  


-Do jeito que você me ensinou, sua psicopata. 


  


Elas sorriram cumplices e Anahí piscou para mim antes de se afastar. Tínhamos cerca de trinta minutos para fazer nada até a hora do almoço. Eu e Maite paramos em um dos jardins, eu encantada com a formação que havia sido feita, parecia um labirinto de flores! Estava sorrindo bobamente, tocando a pétala de uma flor amarela quando Maite pigarreou e me olhou um pouco sem jeito. 


  


-Dul, você está gostando mesmo da Anahí não é? – ela mais afirmava do que perguntava. 


  


Eu fiquei corada prontamente. Meu coração sempre disparava quando tocava nesse assunto. Respirei fundo tentando ordenar minha mente, então optei por sentar em um banco perto de um ramo de flores coloridas. 


  


-Eu nunca parei para pensar direito sobre isso May – admiti sem conseguir fita-la – Digo, é como se houvessem duas delas as vezes. A Anahí, grossa, prepotente, inconsequente e toda sou uma semideusa filha da mãe não fique no meu caminho. E tem a Narrí. Essa é carinhosa, protetora, até mesmo insegura. Mas ambas... A Portillai por inteiro acaba me cativando. 


  


-Ou seja – Maite sentou ao meu lado depois de me escutar – Você gosta dela. 


  


-Eu... Acho que sim. Digo, eu nunca gostei de ninguém antes. Também nunca esperei que fosse gostar de garotas. Quer dizer, pode ser só a anahí certo? Mas e se não for como posso descobrir? E não diga para eu beijar outras pessoas, eu não quero, eu gosto dos beijos dela. Aliás, beijar é magnifico, deveria ter me dito isso antes. Ou será que são só os beijos da Narrí? 


  


-Dul, você está divagando – May riu – Continue deixando as coisas acontecerem ok? – ela ia falar alguma coisa, mas um grupo de meninas passou – Oh meu pai, eu tenho de ter aquela pulseira para mim. Eu já volto Dul, não saia daqui a não ser que seja caso de vida ou morte. E não morra, senão a Annie me mata. 


  


Eu ri e Maite  fez uma breve careta antes de levantar rapidamente e ir silenciosamente atrás do grupo de garotas. Neguei com a cabeça, apesar de ainda achar errado essas coisas, sabia que fazia parte da natureza dela. Cleptomaníaca de carteirinha, assim como a maioria dos filhos de Hermes. Inclinei meu corpo para o lado, inspirando fundo deixando que a fragrância de flores enchesse meus pulmões e me acalmasse. Era um efeito automático agora, estar perto de flores e cheiros agradáveis me deixava em um efeito de calmaria. 


  


Porém tudo o que era bom durava pouco. Uma sombra cobriu o meu corpo e o meu instinto gritou por perigo. Mas assim que me endireitei em alerta o que eu vi foi um grupo de líderes de torcida com a loira de mais cedo um pouco mais a frente. Ela tinha as mãos na cintura e um olhar triunfante. 


  


-Olha se não é a plebe que encontrei mais cedo – ela sorriu debochada – E sem a escolta, onde estão seus cachorrinhos? 


  


Engoli em seco sabendo que estava mesmo sozinha. Eu nunca fui uma garota popular, nem sonhava em ser, porém muito menos estava tão abaixo do nível social escolar quanto algumas pessoas. Apesar de já ter sofrido um pouco de bullying em determinadas escolas. Por ser magra demais, por ter cor na pele graças a meu sangue latino. Por não conseguir ler direito em voz alta quando a professora pedia. E todas essas experiências humilhantes pareciam convergir para o momento de agora. Eu me sentia travada e acuada, enfrentando monstros piores do que os reais. 


  


-Vou te ensinar uma liçãozinha para você nunca mais esquecer. 


  


A garota loira recebeu de uma morena um copão. Dessa vez meu instinto reagiu prontamente. Levantei e tentei fugir, mas duas garotas me pegaram pelos braços e tentaram me imobilizar. 


  


-E-eu já pedi desculpas, foi só um esbarrão! – tentei argumentar. 


  


-Entenda querida, pessoas como você precisam de lições práticas – a loira sorriu diabólica. 


  


Eu podia ver os movimentos em câmera lenta praticamente. A líder abaixou a mão para pegar impulso, o grande copo virado em minha direção. Meu coração disparou lançando adrenalina em meu corpo. Então meus reflexos falaram por mim. Desvencilhei meu braço esquerdo. O copo já estava sendo esticado, o líquido saindo de seu estado de repouso vindo em minha direção. Girei e usei o corpo da outra líder que ainda me segurava como escudo. O líquido era vermelho e meio gosmento, voou diretamente na direção a qual destinada. Mas acertou outro alvo. A garota que me segurava soltou-me assim que foi atingida, soltando um gritinho agudo e assustado. Todo o seu rosto estava tomado por uma tonalidade vermelha, assim como sua blusa e parte de sua saia. Aquilo não deve ter durado mais do que poucos segundos. 


  


-Trisha! – a loira exclamou e me fuzilou com o olhar – Isso tudo é culpa sua! 


  


Ok, dessa vez sexto sentido nenhum precisava me dizer o que eu tinha de fazer. Prendi a respiração, dei meia volta e corri loucamente. Não fazia ideia de para onde estava indo, mas a única vez que eu ousei olhar para trás, vim um verdadeiro cardume de piranhas – vulgo líderes de torcida – ainda seguindo o meu rastro. Eu sabia que se eu fosse pega, eu poderia dizer adeus a qualquer coisa dessa escola. 


  


Eu já cheguei a mencionar das leis da física do mundo Saviñon? Não? Então deixeme mostrar a formula universal que resumia minha vida. Se eu estava em movimento, tendia a parar o movimento esbarrando em algo. Dessa vez não foi nem um pouco diferente, mas devido a minha velocidade e falta de coordenação motora natural, eu esbarrei em alguém e acabei caindo feio de bunda. Porém o destino dessa vez sorriu para mim de uma forma irônica, mas sorriu. Acabei esbarrando em Albert O’Connel, meu mais novo diretor. Ele cambaleou com o impacto e até chegou a xingar baixinho, mas ao me ver, prontamente me ajudou a levantar. Olhei para os lados, prontamente enxergando as líderes diminuindo os passos e me encarando com ódio mortal, mas não ousando se aproximar por causa do diretor da escola. 


  


-Dulce, está tudo bem? Você parece que não está respirando direito – Albert alertou. 


  


Então eu lembrei que precisava respirar corretamente. Deixei que um longo suspiro aliviado escapasse de mim e o fitei agradecida mesmo que ele não fosse entender. 


  


-Está sim, peço desculpas pelo esbarrão – disse tentando ser educada, meu tom ainda ofegante. 


  


-Como está sendo o seu primeiro dia? – ele perguntou cordial – E não corra pelos corredores, é proibido. 


  


-Interessante – falei vagamente, não querendo dizer como escapei três vezes só naquela manhã de uma líder de torcida venenosa – Obrigada por nos inserir no programa de dislexia. 


  


-Por nada, espero que consigam evoluir. Já decidiu o que irá fazer como atividade extra? 


  


-Sim, eskrima, junto com a Lauren. 


  


-Isso não é um tanto violento? 


  


-Sou adolescente e rebelde, tenho de explodir meus hormônios e incertezas juvenis em algum canto. 


  


-Gosto do seu senso de humor. 


  


Ele riu, tocou levemente meu ombro e começou a se afastar. Felizmente, Maite apareceu não dando chance das líderes tentar uma nova abordagem. Ela também me perguntou se eu estava bem e eu menti dizendo que sim. 


  


Algo me dizia que eu tinha acabado de fazer uma inimiga, e dessa vez, não era um monstro. Era pior ainda. 


  


Notas Finais 


  


Hera: rainha dos deuses, esposa e irmã de Zeus. Ela é a deusa do casamento, da fidelidade, das mulheres e do parto. Não é a toa que ela ficou toda demoníaca pro lado dos filhos bastardos de Zeus, ela é a protetora do casamento e da fidelidade! Mas, ela também é agressiva e de personalidade forte, além de muito orgulhosa e ciumenta. Tem inveja da Afrodite, sendo esta a maior quebradora da fidelidade, a tem como inimiga e rival, até querendo ser mais bonita do que ela. Único filho de Zeus que ela gosta e não é seu filho, é o Hermes. Os animais que representam Hera são o pavão e a vaca (nem vou fazer piada hauha). 



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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