Fanfics Brasil - Parece Novela Mexicana The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Parece Novela Mexicana

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Pov Anahí 


  


Manhã de quarta-feira. Eu estava acordando como sempre um pouco antes do dia clarear, fiz minha higiene matinal, peguei uma calça folgada e um moletom para poder ir para fora e fazer o meu treino diário. Eu não conseguia perder esse hábito, precisava por meu corpo em movimento assim que acordava. Porém dessa vez era diferente, enquanto ensaiava alguns golpes com minha espada em punhos, minha mente vagava por pensamentos que eu mal podia controlar. 


  


O que eu estava fazendo de minha vida? Desde que Dulce atravessou o meu caminho e literalmente esbarrou em mim, pensamentos como esse pareciam comuns. Eu podia enxergar o meu eu de antes. Sobrevivendo apenas, excluindo tudo o que poderia pôr em risco minha estabilidade. Mas eram os riscos que pareciam fazer essa vida valer a pena. Antes eu sabia exatamente o que tinha de fazer, como agir. Porém agora? Era engraçado perceber que eu não fazia ideia de como se fazia para viver. 


  


Talvez devesse voltar ao que era antes. Era seguro, eu sabia ser fechada e... Sozinha. Errei um corte e meu pulso latejou pelo movimento mal feito. Fiz uma breve careta, percebendo que definitivamente eu não queria ser como antes. Eu simplesmente não conseguiria ficar longe de Maite ou Chris, principalmente de Dulce. Soltei o ar cansada de tentar entender e voltei para dentro da casa, já que geralmente eu treinava no quintal. O lugar era bem simples, mas era bem mais aconchegante do que onde morávamos em Miami. Felizmente conseguimos o lugar mobiliado, o que facilitava bastante nossa vida. 


  


Eu e Maite tínhamos a combinação perfeita. Eu já atingi minha maior idade completando dezoito anos, então ela sempre usava o meu nome para adquirir coisas mais complexas. A papelada e essas coisas sempre ficavam por parte dela, que na verdade apenas convencia as pessoas com sua lábia de ladina a deixar as coisas bem mais fáceis. Quando perguntavam sobre ela, Maite apenas dizia que era emancipada e apresentava os documentos falsificados que comprovavam isso. 


  


Ao entrar pela porta dos fundos deparei-me com a cozinha. Fui até a geladeira pegar o jarro de água, sentei sobre o balcão e bebi do gargalo mesmo. Maite não iria descobrir ou se importar mesmo. 


  


-Coisa feia Narrí – escutei a voz de Dulce e a encontrei na porta da cozinha – Não te ensinaram que é anti-higiênico fazer isso? 


  


Revirei os olhos e propositalmente bebi do gargalo mais uma vez. Ela balançou a cabeça e entrou mais na cozinha. Eu finalmente pude perceber que ela estava com o uniforme de inverno da Golden, um moletom vermelho com o brasão sobre o peito, calça branca e seu allstar, além de um bonito cachecol envolto no pescoço e laço na cabeça. 


  


-O que faz aqui? – perguntei diretamente. 


  


-Vou com você – ela também respondeu diretamente. 


  


-Eu não vou direto para a escola. 


  


-Eu sei, estou dizendo que vou com você fazer a busca – os olhos castanhos me fitaram me desafiando a duvidar dela. 


  


-Eu faço isso sozinha – mantive o olhar preso ao dela – Não é necessário que vá. 


  


-Eu não perguntei se era ou se você quer que eu vá – Dulce foi firme e teimosa – Estou dizendo que eu vou. 


  


-É perigoso andar comigo por ai Candy, você sabe disso! – resmunguei e pulei do balcão – Ser filha de um dos três grandes me faz chamar mais atenção do que o normal. 


  


-Justamente por isso eu estou indo – ela cruzou os braços ainda me enfrentando – Você corre risco sozinha, passei a noite toda pensando sobre isso. 


  


-Eu sei lidar com os riscos, não vou levar você Saviñon. 


  


-E se aparecer um risco que você não saiba lidar? Também com um a mais não ficaria mais fácil? 


  


-Não você! Eu não vou expor você a riscos desnecessários! 


  


-Eu não vou deixar que você corra riscos desnecessários! 


  


Eu estava arfando, ela também. Nossos olhos gladiando bravamente. Ambas teimosas. Eu tinha vontade de bater nela por me desafiar, por não enxergar que tudo o que eu queria era que ela estivesse segura. Dulce María me tirava do sério tão facilmente que eu me via louca com aquela determinação abusiva dela, principalmente porque não era capaz de revidar de maneira a machuca-la, como faria normalmente com qualquer outro. 


  


-Você nem ao menos sabe lidar com monstros direito ainda – argumentei. 


  


-Então é bom que você me treine – ela deu de ombros – Não vou te deixar sozinha quando posso te ajudar. 


  


-Eles estão atrás de você Dulce, você vai se expor! 


  


-Eles também estão atrás de você, não é à toa que sua presença é mais forte por ser filha do carinha dos raios. 


  


-Inferno, me escuta e obedece pelo menos uma vez! 


  


-Não esqueça que quem manda no inferno é minha mamãezinha. 


  


Ela estava sorrindo. Aquele sorrisinho de lado que a deixava com um ar levemente convencido e de quem sabia que estava ganhando. 


  


-Não vou levar você – disse em definitivo. 


  


Sai da cozinha indo para o meu quarto, o segundo no único corredor que existia na casa. Porém Dulce era terrivelmente teimosa, seguiu-me prontamente e entrou antes que eu fechasse a porta em sua cara. Grunhi irritada e a vi olhando ao redor. Meu quarto tinha apenas o básico ainda. Uma cama de solteiro, um armário e uma mesa para estudos apenas. 


  


-Eu vou seguir você Narrí, mesmo que tenha de roubar o carro da May – Dulce disse tranquilamente – Ela já me ensinou a fazer ligação direta e vamos dizer que o maior perigo do dia seria eu em uma direção. Então se algo acontecer seria culpa sua por não me levar junto. 


  


-Você não faria isso, é o carro da Maite, ela mataria você – acusei começando a andar de um lado para o outro. 


  


-Faria, a Maite pode roubar outro facilmente – ela ainda se manteve calma, decidida. 


  


-Eu não entendo Dulce, eu faço isso para que tudo fique mais seguro para você! Todo outro semideus ficaria feliz com isso! Mas pelo Tártaro, por que você não?! – finalmente explodi. 


  


Ninguém nunca tinha sido tão intrusivo em minha vida. Acho que ninguém teve coragem realmente, porque sabia que eu virava uma fera que mordia de verdade. Nem mesmo Megan. Pelo contrário, ela adorava essa super proteção, irritando-se apenas quando eu começava a ordenar coisas que ela não aceitava por puro mimo. Eu queria proteger Dulce. Queria mais do que imaginava, por mais que eu buscasse outras desculpas para justificar meu comportamento, aquilo era a base de tudo. Porque ela conseguia me enxergar, com todos os meus defeitos e ainda assim tirar o melhor de mim. 


  


-Porque eu me importo com você Narrí. 


  


Essa foi a resposta. Dita sem jeito, em um tom baixo. Direta e rápida, me atingindo como uma flecha no peito. Eu não precisava que ela gostasse de mim, apenas que me deixasse protege-la e ficar um pouco por perto. Mas saber que ela se importava? De repente era como se eu não tivesse mais chão. 


  


-Não quero que corra riscos sozinha, ainda mais por minha causa – Dulce continuou e se aproximou, mordendo o lábio inferior durante o caminho – Mas se tem de ser assim, então que seja juntas, ok? 


  


Ela havia me desarmado. Era assim que eu me sentia, sem defesas nenhuma. Uma semana e alguns dias tinha se passado desde que deixamos o acampamento. Mais tempo ainda desde que nos beijamos pela última vez. Aquele dia na clareira em que contei a história de Perséfone para ela. Talvez o único dia em minha vida que tenha sido calmo de verdade. Desde então eu não sabia como me aproximar ou até mesmo se deveria. 


  


-Eu só não quero que se machuque – disse finalmente em um tom abaixo de um sussurro. 


  


-Mas eu vou e até preciso – Dulce falou no mesmo tom – Porque é assim que se cresce e se torna forte. Caindo e levantando, sem desistir – ela tocou rosto com carinho e sorriu tímida – Se você estiver comigo eu tenho a sensação de que levantaria mais rápido. 


  


Soltei um suspiro, rendida. Meu coração estava tão disparado que parecia ecoar dentro de mim como trovões. Dulce ficou ainda mais próxima, seu cheiro de primavera me invadindo por completo e meu coração acelerou por outro motivo. Eu a queria naquele momento, deuses, doía quase como uma necessidade a vontade que eu tinha de beijá-la. 


  


Aproximei meu rosto do dela, tão próximo que a respiração que escapava de nossos lábios entreabertos se mesclavam. Eu não escutava mais nada que não fosse o coração dela no mesmo ritmo que o meu, rápido e frenético. Eu não sentia mais nada além daquele corpo quase colado ao meu, me esquentando naquele dia frio. Minhas mãos tocaram a cintura dela, apertando tão suavemente como se tivesse medo de que Dulce quebrasse. Meus olhos a fitavam intensamente, uma química tão forte acontecia que sabíamos que não existiria outro resultado possível. Inclinei levemente a cabeça para um lado e encaixei minha boca no lábio inferior dela. Dulce estremeceu e pareceu conter um suspiro, sendo a deixa para que eu finalmente a beijasse. Um beijo lento, como se eu tivesse tocando algo extremamente frágil. Apenas nossos lábios se moviam, abraçando-se, buscando-se. Ela capturou o meu inferior e sugou vagarosamente, meu corpo encolheu como se tomasse um forte choque, aquilo foi o suficiente para que eu passasse a língua sobre o lábio dela conseguindo a abertura que eu almejava. 


  


Então movi a cabeça tombando para o lado oposto, Dulce seguiu a inclinação que dava um novo encaixe a nossas bocas. Busquei a língua dela com a minha, envolvendo em uma carícia suave, explorando aquela boca sem pressa, gravando cada textura, cada sabor que sentia. E então o mundo parecia que não existia mais. Toda a lógica de tempo e espaço parecia ir desaparecendo, existindo apenas Dulce, seu beijo, seu cheiro, seu toque. Ela buscou minha língua e a chupou um pouco mais intenso, fazendo meu corpo inteiro estremecer e um gemido baixo escapar de minha garganta, abafado por sua boca. 


  


-Candy – murmurei ofegante contra a sua boca – A busca fica para amanhã. 


  


Eu senti o sorriso dela em meus lábios. Ela sabia o significado do que eu disse. Ela iria comigo amanhã, mas que hoje eu também não iria. Porque eu tinha algo muito melhor para fazer, é claro. A puxei contra mim, finalmente colando nossos corpos. A beijei mais uma vez, mas agora com mais ritmo do que antes, um que foi crescendo exponencialmente até que nosso beijo se tornou intenso. Dulce envolveu meu pescoço com seus braços, deixando seu corpo ainda mais junto ao meu, pressionando nossos quadris, seios contra seios. 


  


Apenas nos beijamos. Vários beijos. Lentos, rápidos, brincalhões. Minha boca sobre a dela, a língua dela exigindo a minha. Sentamos em minha cama quando nossas pernas começaram a fraquejar, ela em meu colo sentada de lado. Meus braços a envolvendo e acariciando as costas. As mãos dela também me tocando, uma em meu braço e outra em meu cabelo, parecendo saber o momento certo para puxar e tomar o controle do beijo para si. Não existiu muita conversa, pois era como um vício pesado. Uma vez consumido apenas não conseguia parar de repetir a dose. 


 


-Anahí, está em casa? – Mate gritou de algum canto da casa – Estou vendo sua moto ainda. 


  


Dulce afastou a boca ofegante. Rosnei chateada e a puxei para mais um beijo, não dando chances para ela raciocinar de novo. Se eu me importava com Maite? Nem um pouco. O mundo poderia acabar e eu continuaria beijando Dulce Saviñon. 


  


-Anahí? – Maite agora está batendo na porta do meu quarto. 


  


-Narrí – Dulce tentava se afastar, mas eu sempre dava um selinho tentando voltar – Espera. Nós. Aula. 


  


-Podemos faltar – resmunguei contra sua boca, mordendo o lábio inferior arrancando um suspiro dela. 


  


-Não Narrí, hoje tem a primeira aula do clube – Dulce segurou em meus ombros e relutante afastou o rosto do meu – E eu sei que vamos faltar muito no futuro, então economizar as faltas. 


  


-Anahí, você está com alguém? – Maite questionou batendo de novo. 


  


-Mas que inferno Maite! – grunhi alto – Você merecia um beijo de uma Fúria agora! 


  


Dulce riu sem se segurar e essa foi a deixa para Maite entrar no quarto. Os olhos escuros dela se abriram ao notar a nossa situação. Dulce em meu colo. Meu cabelo completamente bagunçado graças as carícias de Dulce. Nossas bocas provavelmente vermelhas e cheias por causa dos longos beijos trocados. 


  


-Ai minha Afrodite, eu fui empata foda?! – Maite exclamou sem pudores – Desculpa! Vocês poderiam ao menos gemer para deixar claro o que estavam fazendo. 


  


-MAITE! – Dulce saltou de meu colo – Não é nada disso! Nós só estávamos... Estávamos... 


  


-Brincando de quem fica sem respirar mais tempo ocupando a boca uma da outra – disse totalmente irônica, sem delicadeza nenhuma, ainda chateada por ter sido interrompida. 


  


-Portilla! 


  


Dulce estava totalmente vermelha e envergonhada. Saiu rapidamente do quarto batendo a porta do quarto atrás de si. Bati a mão em minha testa, me xingando mentalmente por ter sido insensível com o momento. Caí de costas na cama, ainda tendo as sensações embriagantes do beijo em minha boca. 


  


-Eu sei que você é uma cavala, mas não precisa ser com a Dul também – Maite chutou minha perna de leve – Você vai ter de pedir desculpas a ela. 


  


-Eu sei – resmunguei e cobri meus olhos com um braço – Mas você foi uma vadia, estava tão bom. Eu poderia ficar beijando a Dulce pelo resto da vida. 


  


-Poupe-me dos detalhes – Maite riu – Vai se arrumar, eu vou preparar o café da manhã. 


  


-Tente não explodir a cozinha. 


  


Segui para o banheiro para tomar um longo banho, finalmente me assustando um pouco com o que eu disse. Eu poderia mesmo ficar muito tempo beijando a Dulce. Porque parecia ser a coisa certa e mais gostosa do mundo. Ou simplesmente ficar perto dela, abraçada, conversando. Como fizemos na clareira. 


  


Então eu fiquei sem ar. Colei minha testa na parede do banheiro enquanto a água morna caia sobre meu corpo. Fechei meus olhos com força, não querendo aceitar o que os sinais gritavam para mim e eu estava cega até agora. Meu coração disparava perto dela. Eu estava pensando o tempo todo nela. Eu amava os beijos dela. Eu sentia ciúmes. Eu sentia culpa só de saber que a tinha feito ficar chateada por minha causa. 


  


Deuses, eu estava apaixonada por Dulce Saviñon. 


  


(...) 


  


Ok. Essa era provavelmente a coisa mais idiota que eu já fiz na vida. Olhei para os lados para conferir se não tinha ninguém no corredor dos armários. Soltei um suspiro e fiz uma careta, ainda sem acreditar que estava fazendo isso. Parei em frente do armário de Dulce, ao lado do meu, e joguei a combinação que eu já a tinha visto fazer antes e facilmente a gravei. Quando o abri, olhei novamente por sobre o meu ombro antes de tirar de dentro de meu casaco uma única flor de tom lilás. Tinha pegado em um dos jardins da escola. 


  


Tempos desesperados pedia medidas desesperadas. 


  


Dulce não falou comigo o dia inteiro. Nem na hora do café da manhã, que por acaso ela não comeu alegando ter comido em casa. Nem na primeira aula de biologia que tivemos juntas. Então o resto ela teria com Maite até chegar o horário do almoço e depois as aulas do clube. Eu não consegui pedir desculpas. Primeiro porque achava sinceramente que tinha sido uma brincadeira, não algo a ser levado a um extremo como esse. Segundo que toda vez que eu olhava para ela, agora só pensava em como beijá-la. Ou lembrava de como era gostoso esse ato. Então era impossível para mim, uma pessoa orgulhosa e sem jeito nenhum com a vida social, pedir desculpas para a garota que estava gostando. 


  


Mas eu podia ao menos tentar. Sabia que Dulce era uma garota sonhadora e delicada. Então tive essa ideia ridícula de deixar uma flor dentro do armário dela com um bilhetinho. Nele, estavam meus garranchos, pois já que tinha dificuldades de ler, também tinha de escrever. O que dizia? “Se me perguntassem mais uma vez o que estávamos fazendo, agora responderia que estava sendo rendida por uma linda garota”. Idiota, eu sei. Eu poderia apenas escrever desculpa. Em letras grandes e apenas isso. Mas eu também não conseguia escrever isso, parecia pouco. Nada parecia o suficiente, aquilo parecia idiota para mim e talvez por isso estivesse tremendo quando deixei a flor lá dentro junto com o bilhete. Porém eu tinha de tentar! 


  


Fechei o armário, girei a combinação e segui direto para o refeitório. Eu sempre fugia alguns minutos antes da última aula da manhã para chegar primeiro no pavilhão do refeitório. Eu não gostava de almoçar com aquelas pessoas todas. Eu podia ser do tipo briguenta, mas isso não queria dizer que eu gostava de brigar o tempo todo. Vejamos, Anahí Portilla com um bando de adolescente prepotente com certeza daria briga. Então eu os evitava. Assim que o sinal tocava, eu já estava com a bandeja na mão pronta para pegar o almoço do dia. 


  


Uma das vantagens de agora estar em um colégio particular e de riquinhos, era que tudo ali era muito bem feito e sempre tinha de tudo um pouco, para todos os gostos. Fui pedindo de tudo, até ter minha bandeja cheia e sair dali para uma das quadras ao ar livre, onde eu almoçava na arquibancada sozinha. Sabia que Maite ficaria com a Dulce, então não seria perigo nenhum deixa-la. 


  


A ansiedade me fez comer tudo rapidamente. Eu não queria encontrar a Dulce e escutá-la rir de mim. Mas ao mesmo tempo eu queria vê-la apenas por ter a sua imagem à minha frente. Poder sentir seu cheiro de primavera e me acalmar um pouco. Como não podia fazer isso, fiquei caminhando pelo colégio conhecendo os lugares, descobrindo outros, até chegar a hora de ir ao clube. 


Ficava em um prédio mais a leste, próximo de uma quadra coberta onde acontecia os jogos de quadra mais fechados. Tínhamos de ir até o vestuário feminino antes, trocar para o uniforme de luta. Um shortinho de malha branco e vermelho com uma blusa que podia ser uma camiseta para o verão ou uma blusa de mangas. Eu obviamente optei pela de mangas, pois estava realmente frio naquele dia. Felizmente a sala ainda assim era climatizada. Eu fui a primeira a chegar, o professor era um homem não muito alto, mas definitivamente forte. Ele me cumprimentou e tentou até puxar conversa, mas eu o olhei cortante e o senhor entender perfeitamente que eu não era de jogar conversa fora. 


  


Então fiquei apenas em meu canto sentada, a cada pessoa que entrava eu sentia meu coração parar pensando que era Dulce. O lugar era bastante amplo, duas paredes tomadas por espelhos, uma outra com pôsteres de luta e a última com um armário com os equipamentos. Havia apenas uma porta que abria deslizando para o lado, e era quando o ruído dela se manifestava que eu esperava ansiosamente pela aparição daquela semideusa. 


  


Ela foi uma das últimas. Estava ofegante, provavelmente sabendo que estava quase atrasada. Quase tropeçou em um garoto negro quando abriu a porta e entrou com tudo e eu não pude evitar de sorrir. Era tão adorável esse jeito estabanado dela e o modo como se desculpava depois, como se tivesse sido o fim do mundo. Então quando ele finalmente a convenceu de que estava tudo bem, Dulce respirou aliviada e olhou pela sala, me encontrando sozinha em meu canto. Primeiro ela corou, depois sorriu e veio calmamente para o meu lado. A cada passo dela era uma batida mais rápida de meu coração. 


  


-Que bom que aqui é climatizado não é? Lá fora está um gelo e olha que o verão mal acabou – ela comentou distraidamente – O que vai exigir um maior cuidado nos jardins, não queria que as flores lilases acabassem morrendo por descuido. 


  


Meu coração disparou mais ainda. Deuses eu iria ter um ataque fulminante em qualquer momento. Ela encontrou a flor. Então porque ela não estava falando diretamente o que achava? 


  


-Narrí! – ela se fez de surpresa – Isso me faz lembrar, eu encontrei uma flor no meu armário e com um bilhete! – Mila me fitou e fez bico – Pena que não estava assinado, assim não vai ter efeito nenhum. 


  


A olhei incrédula com o que ela estava falando. Era óbvio que ela sabia que tinha sido eu, quem mais séria? Rosnei irritada com aquele joguinho. Eu estava para morrer o dia inteiro para descobrir que Dulce Saviñon era uma idiota. E eu lutando para pedir desculpas de um jeitinho que ela gostasse! Pra porra o mundo se eu estava exagerando! 


  


-É brincadeira Anahí! – Dulce riu e me empurrou de leve pelo ombro – Precisava ver sua cara agora! 


  


-Também estava brincando mais cedo e você ficou emburrada o dia inteiro sem falar comigo praticamente – resmunguei em um tom baixo, afinal não queria que nossa conversa fosse escutada. 


  


-São coisas diferentes – Dulce disse veementemente – Esperava que entendesse e não fosse tão grossa! 


  


-Não gostou? Sinto muito! Se afasta se não aguenta. 


  


Claro que eu estava sendo uma estúpida nesse momento. Mas Dulce não entendia. Eu estive em um estado ansioso durante horas seguidas e tudo estava sucumbindo em um estresse que mexia com meu emocional. Também não sabia lidar com essas coisas, não sabia lidar com essas sensações tão conflitantes. Então fazia o que sabia de melhor. Afastar e ser rude, assim não iria parecer fraca. 


  


Dulce não se afastou, porém foi mais porque não teve tempo. O mestre tomou a frente e chamou atenção dos alunos, se apresentando como Jacob Robson. A voz dele era bem forte e seu olhar firme, ele iria exigir bastante disciplina de seus alunos e os que não aguentarem seriam expulsos. Ele deixou claro que para se manter no clube era necessário manter a média mínima, nada de notas vermelhas. Assim como não ter mais do que três suspensões durante todo o ano. 


  


-Se estamos entendidos sobre como se manter em meu clube, vamos ao que é eskrima afinal de contas – o mestre continuou, sua postura inalterada – Essa é uma arte marcial nascida nas filipinas e tem como principais técnicas o combate armado e desarmado. As principais armas usadas são a espada, o bastão e as facas, mas há modalidades que utilizam o chicote e o cajado. Iremos aprender paralelamente os princípios básicos e de acordo com o avanço de vocês, podermos nos especializar em uma modalidade... 


  


Então eu parei de prestar atenção simplesmente porque fiquei entediada demais. Eu tinha um nível em que conseguia manter minha concentração. Depois de um tempo se tornava praticamente impossível, principalmente se for para ficar parada. Por isso eu era terrível em arco e flecha, que exigia momentos de grande concentração na maior parte do tempo. Depois das explicações, felizmente vieram o aquecimento. 


  


Aquilo me aliviou tanto que eu me concentrei nos movimentos exigidos, os realizando prontamente, sem nenhum questionamento ou fazendo qualquer tipo de careta. Meu físico sempre foi feito para isso, para estar em movimento e em guerra. Isso aliviou também a minha mente, já que focalizei em ignorar completamente qualquer assunto referente a Dulce Saviñon e me jogar nos exercícios. Eu não olhei para ela momento nenhum, magoada pelo jeito que as coisas saíram, chateada por estar magoada com algo tão estúpido. 


  


-Pedirei para que os veteranos mostrem algumas técnicas, eles irão aplicar em vocês e vocês tentarão repetir – Jacob instruiu. 


  


Era uma técnica de desarme com o bastão curto. O veterano que ficou comigo foi o garoto negro que Dulce esbarrou. Ele pediu para que eu atacasse com o bastão. Eu o fiz de maneira simples, um golpe direto. Ele defendeu com o próprio bastão, aplicando força suficiente para que fizesse o meu recuar com o impacto. Mas antes de afastar o bastão do meu ele deu um passo e com a mão livre segurou na minha com a arma, então ele desviou o bastão dele e atacou bem em minhas costelas o puxando novamente e atacando o meu pulso. Minha mão prontamente liberou a arma e antes que eu desse conta o bastão dele parava ao lado do meu rosto, finalizando com um contra-ataque. Claro que apesar de rápido, cada ataque mal encostava em mim, era apenas uma demonstração. 


  


-Vou fazer mais uma vez bem devagar para que você possa tentar – o garoto instruiu. 


  


-Não precisa – o cortei novamente – Já peguei. 


  


Ele arqueou as sobrancelhas e eu peguei de volta o meu bastão. Ficamos em posição e ele acenou quando eu pude começar. Repeti exatamente cada golpe, sem querer aplicando um pouco de força já que não estava acostumada a pegar leve. Logo ele estava desarmado e se contorcendo um pouquinho. 


  


-Nossa, você é boa – ele fez uma breve careta. 


  


Pelo canto dos olhos vi Dulce também desarmando facilmente o adversário. Isso era fichinha para o nível de treino que fazíamos no acampamento. Ela também me encarou e nós duas reviramos os olhos ao mesmo tempo. Continuamos o treino, dessa vez mudando um pouco o adversário, repetindo até que aquilo se tornasse algo tão natural e automático. Claro que os outros alunos do clube não pegaram tão rápido quanto eu e Dulce. Estava em nosso DNA sermos boas em batalha. 


  


-Isso é tudo por hoje, nos encontramos de novo amanhã – Jacob liberou a turma fazendo o cumprimento respeitoso – Saviñon,  Portilla, uma palavrinha. 


  


Fui guardar o bastão que segurava enquanto o resto da turma ia se esvaindo da sala, até restar apenas o mestre, Dulce e eu. Nos entreolhamos brevemente, cruzei os braços impaciente, querendo fugir logo dali. 


  


-Vocês duas tem grandes habilidades, já praticavam alguma luta antes? – ele questionou nos olhando. 


  


-Fazemos o mesmo acampamento de verão – respondi – Há várias modalidades esportivas. Escaladas, tiro de arco e flecha, algumas lutas e caçadas a bandeira. 


  


-Vocês tem interesse em entrar nas competições? 


  


-Acho melhor não... – Dulce disse hesitante – É muita responsabilidade, senhor. 


  


-Sim, é. Mas vocês duas parecem realmente boas. Pensem nisso ok? 


  


Ele nos cumprimentou e nós fizemos o mesmo. Então tivemos de seguir juntas para o vestuário para tomar banho e trocar a roupa. Segui completamente em silêncio, minhas defesas mais altas do que nunca. Eu sabia no fundo que era idiotice, mas não daria o braço a torcer tão fácil. Chegamos no lugar e as últimas garotas saiam dele tomadas banho e tagarelando qualquer coisa. 


  


-Anahí – Dulce chamou e eu ignorei, abrindo meu armário para pegar uma toalha – Portillai – peguei também um sabonete e depositei tudo em um banco – Narrí, você vai mesmo me ignorar? 


  


Se ela fez isso durante a manhã, eu também poderia fazer isso agora, meu orgulho e teimosia me obrigavam a isso. Tirei a minha blusa, ficando apenas com um top escuro. Escutei Dulce suspirar e também fazer movimentos. Meu coração disparou um pouco ao pensar que ela também estava tirando a roupa. Agarrei minha toalha com força e quando virei, Dulce virou ao mesmo tempo. 


  


Mais uma vez aquela troca intensa de olhares. Ela estava enrolada na toalha, eu podia ver no banco do lado a blusa e o short que ela usava, indicando que a garota a minha frente estava apenas com as roupas intimas. Dessa vez eu fui a primeira a desviar o olhar, ainda magoada sem saber exatamente pelo que. Aquela era a primeira vez que eu tentava fazer algo diferente, idiota e estúpido, mas de todo o meu coração. E dera errado. Terrivelmente errado e parte disso ainda persistia em ser culpa minha. 


  


Tive de avançar em direção a Dulce já que os chuveiros ficavam naquela direção. A vi suspirar e também virar em direção aos chuveiros. No fundo fiquei decepcionada, eu queria que ela continuasse tentando, que gritasse comigo, mas que reagisse a mim de alguma forma. Estava distraída nesses pensamentos quando notei o chão molhado. Franzi o cenho e ergui a cabeça na direção de Dulce com o intuito genuíno de alertá-la. 


  


-Dulc-- 


  


Nem terminei a minha frase para vê-la começar a escorregar bem na minha frente. Soltei tudo e corri na direção dela para ampará-la. A notícia boa era que ela estava caindo de costas e eu consegui segurá-la. A má notícia era que eu também acabei escorregando e caindo para trás depois de patinar um pouco no chão molhado. Caímos as duas, Dulce sobre mim e me acertando com o cotovelo na barriga, me fazendo perder o ar e gemer de dor. 


  


-Narrí! – ela girou o corpo – Eu machuquei você, está doendo? Onde foi? 


  


Respirei fundo sentindo meus olhos lacrimejarem de dor, já que também bati as costas com um peso extra no chão. Olhei para os lados tentando me concentrar em alguma coisa, mas só assim percebi nossa real situação. Candy estava sobre mim, praticamente deitada e sem a toalha já que essa se desprendeu de seu corpo quando caiu. As mãos sobre o chão deixando o torso erguido, deixando uma linda visão de seus seios cobertos apenas por um sutiã vermelho. A barriga roçava a minha, pele contra pele, uma das pernas se encontrava entre as minhas, coxa roçando coxa. 


  


-Me desculpa Anahí – Dulce pediu chorosa e eu a fitei saindo do meu estado de torpor – Por tudo, eu fui uma idiota o dia inteiro por causa de uma besteira. 


  


-Já passou – eu disse rapidamente. 


  


Como eu iria tirá-la de cima de mim? Deuses, meu corpo estava esquentando, ela não percebia que estava se roçando toda em mim? Estava com medo até de tocá-la e sentir aquela pele sobre minhas mãos. Eu iria ataca-la se a tocasse, então fechei minhas mãos em punhos. 


  


-Não Narrí. Você precisa me escutar – Dulce exigiu e respirou fundo – Eu fiquei mesmo chateada com o que disse pela manhã, porque tinha sido tão especial e você só fez um comentário daquele! Era tão injusto que só eu tenha ficado abalada! 


  


-Mas eu fiquei abalada. Eu acho que nunca beijei tanto alguém na minha vida – falei a fitando – Eu estava era zangada por ter tido um fim, eu não queria que acabasse. 


  


-Eu sei, mas... Machucou um pouco pensar que não era especial – ela fez uma breve careta e um bico que me desarmou por completo, mas era impossível ignorar aquele corpo sobre o meu – Fiquei pensando coisas idiotas a manhã inteira e então vem você de novo com aquela flor e bilhete fofo. Eu juro que dei pulinhos quando o vi e Maite quase leu em voz alta o bilhete. Depois ficou rindo de minha cara e eu nem liguei, estava feliz. 


  


-E-então você gostou? – a fitei mais intensa, tentando me concentrar no que ela estava dizendo – Eu sei que era idiota e que eu tinha de pedir desculpas propriamente, mas eu não sei fazer isso. Eu... 


  


-Shhh, aquilo valeu muito mais. Eu estava tão concentrada em mim que eu não parei para pensar em como você estaria depois de um gelo. Quando te vi estava feliz e apenas fui eu, uma idiota brincando. Então fomos eu e você, teimosas sem dar o braço a torcer de novo. 


  


Ela ajeitou-se e roçou o quadril no meu. Eu esqueci como respirar. 


  


-Candy – murmurei em sofrimento. 


  


-Eu exagerei, eu admito e não gosto de ficar sem falar com você – outro movimento e a coxa roçou na minha pela parte interna – E lilás é uma de minhas cores favoritas como vo-- 


  


-DULCE! – exclamei e ela me olhou assustada – Ah, que se foda! 


  


Inclinei meu corpo para cima conseguindo enlaçar a garota em meus braços e tomar aquela boca em um beijo voluptuoso. Eu a apertei em meus braços, dessa vez fazendo com que cada parte possível nossa se pressionasse. Vi Dulce abri bem os olhos surpresa, finalmente parecendo entender o que estava realmente acontecendo. Então sem tirar os lábios dos dela, girei nossos corpos e fiquei por cima, quase nos colocando debaixo de um dos bancos. 


  


Eu a beijei cheia de desejo ao mesmo tempo em que encaixava nossos corpos. Seios contra seios, quadril contra quadril enquanto minha perna estava firme entre as dela. Ergui só um pouco para pressionar a coxa no ponto íntimo dela. Então a escutei gemer e se entregar por completo, cravando as unhas em minhas costas. Eu dominei completamente o beijo, envolvia nossas línguas em uma dança eloquente, chupava o lábio inferior, explorava o interior da boca, esmagava nossos lábios em movimentos exigentes. Eu a devorava. 


  


Mas então escutamos um barulho vindo do lado de fora. Dulce assustada me empurrou repentinamente e eu acabei batendo a cabeça com força no banco, já que estávamos parcialmente debaixo de um. Cai para o lado dela gemendo com a dor na parte detrás da cabeça. 


  


-Vamos para os chuveiros – Dulce disse com a voz entrecortada, os lábios extremamente vermelhos e molhados – Alguém pode entrar! 


  


O medo de ser pega também me dominou. Eu levantei, peguei minha toalha e corri para um dos boxes. Dulce pareceu entrar em um do meu lado esquerdo e ambas ligamos a água. Entrei debaixo da ducha sentindo a corrente de água fria tocando minha pele quente. Soltei um suspiro e então comecei a rir. 


  


-Narrí? – Dulce chamou ao escutar meu riso. 


  


-Seu carinho é um pouco violento, estou dolorida aqui – respondi rindo mais ainda. 


  


-Isso é só uma amostra de que eu não sou fraca! – ela brincou também rindo. 


  


-Disso eu não duvido mais. 


  


Rimos mais um pouco e tomamos nosso banho. Eu fui a primeira a sair e a trocar de roupa, quando Dulce saiu eu fui para o outro lado para dar privacidade a ela. Mas uma ideia estava se formando fortemente em minha mente. Eu tinha de fazer as coisas do jeito certo, porque Dulce merecia assim, certo? E se ela me beijava de volta com tanta paixão havia chances de que eu podia conquista-la. Como, eu não fazia ideia. Mas sabia como começar. 


  


Então assim que ela me encontrou na porta do vestuário, saímos ainda em um silêncio reconfortante, mas antes de voltarmos para o prédio principal eu tomei uma forte respiração buscando a minha coragem. 


  


-Candy – chamei e ela me olhou fazendo um som nasal – Eu estava aqui pensando... Você gosta dessas coisas normais não é? 


  


-Coisas normais? – ela indagou confusa. 


  


-Escola. Jantar em família. Amigos, festas. Essas coisas que adolescentes normais fazem ao invés de ficar treinando e se preocupando se vai morrer na barriga de um monstro ou não. 


  


-Sim, é claro. Mas também já não reclamo mais dessa minha outra vida – ela deu de ombros – É perigoso, mas tem certas coisas que valem a pena. 


  


-Hum – disse e engoli em seco – Então quando jovens normais se gostam eles costumam sair. Então você vai sair comigo. 


  


-Anahí, você está me chamando pra sair ou mandando eu sair com você? – Dulce indagou me fitando e parando de andar. 


  


-Por via das dúvidas antes afirmar do que perguntar e você dizer não – eu disse completamente sem jeito, mexendo em meu cabelo – Eu nunca fiz isso antes Saviñon, me dê um desconto. 


  


-Nem com a Megan? – ela perguntou mais curiosa do que ciumenta. 


  


-Não. Nem se compara – fiquei vermelha – É mais... Mais... – mais uma vez as palavras me fugiam -  Ah Dulce, diga sim ou não, eu vou ter uma síncope daqui a pouco. 


  


-Talvez eu mereça um tempo para pensar – ela provocou, eu sabia disso, pois ela estava com aquele sorrisinho irritante. 


  


-Não! Agora Saviñon, quer sair comigo ou não? 


  


-Tão delicada – Dulce riu baixo, olhou para os lados e me deu um selinho rápido -Sexta-feira, mamãe não me deixaria sair no meio da semana. 


  


Eu sorri amplamente e ela de uma maneira meiga. Eu estava me contendo para não ser eu a dar pulinhos dessa vez. Era tão explosiva a felicidade que estava sentindo que eu tinha vontade de gritar ou sair correndo. Eu, anahí Portilla, tinha o meu primeiro encontro marcado com uma linda garota. Era incrível e assustador, mas enquanto Dulce estivesse ao meu lado eu deixaria para surtar apenas depois. 


  


Notas Finais 


  


Afrodite: eu sempre tenho um cuidado maior quando vou falar de Afrodite, porque essa deusa é muito foda e muita gente desconhece isso. A começar, ela é filha de Urano, uma deusa ainda mais antiga do que se pensa. Ela nasceu quando Cronos castrou o pai e a genitália caiu sobre o mar (nem vou comentar isso ok? kkkkk). Ela é a deusa da beleza, do amor e do sexo. Casada com Hefesto, por precaução de Zeus para que o ciume não tomasse conta do olimpo por causa de Afrodite. Ela teve vários amantes, entre eles o mais comentado Ares, porém tinha muitos amantes humanos também, um deles Adônis. A Guerra de Troia, parte de seu início foi por causa dela, que deu a garota mais bonita para o carinha lá, nesse caso Helena de Troia. Agora vejamos, porque eu acho ela poderosa? Parem pra pensar que ela é uma deusa filha de um deus primordial e que apesar de não ter tantos domínios quantos outros deuses, ela possui o domínio sobre uma das coisas mais poderosas e fortes do mundo: o amor. Nha, pode parecer bobo >..< mas se algo acontece com Afro e o amor é abalado? Não é a toa que Eros (amor) como deus Primordial veio para fazer equilíbrio ao Caos (escuridão e essas coisas) 


 


Gente, é impressão minha ou eu ouvi um amém? ;-; 



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Pov Anahí Eu estava definitivamente surtando. Simplesmente não sabia nem por onde começar!O que eu deveria usar? Para onde a levaria? Deveria dar flores para a Sra. Saviñon? Comprarchocolates para Dulce? O auge do meu surto veio quando pensei em cancelar tudo esimplesmente fugir. Mas então eu estaria sendo uma covarde. A quinta-feira foi ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. &#10084;&#65039;... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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