Fanfics Brasil - Mãe e o Encontro The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Mãe e o Encontro

22 visualizações Denunciar


Pov Dulce



-Dul, fique quieta ou eu não vou conseguir terminar a maquiagem! – Maite falava impaciente.



Bufei e tentei me manter quieta. Mas se no meu modo normal eu não conseguia ficar muito tempo parada, imagine quando eu estava nervosa. Eu tinha todo o direito, pois dali a menos de uma hora eu estaria em meu primeiro encontro.



Claro que eu implorei por ajuda a
Maite, ela era muito amiga da Angelique graças a Beyoncé, mas isso rendeu muitas dicas de
moda e maquiagem.



-A Angelbear ficaria tão orgulhosa – Maite comentou quando terminou de passar o rímel



– Estou fazendo uma obra de arte aqui. -Maite, daqui a pouco a Narrí chega e eu nem estou pronta ainda! – reclamei.



-Chancho, eu estou te deixando tão linda que a Anahí vai querer te levar a um motel de luxo no fim do encontro. Não reclame!



Eu pisquei rapidamente com a simples ideia de eu e Anahí em um lugar como aquele.
Resultado? Maite furiosa por ter quase borrado o seu recém trabalho. Dez minutos depois,
finalmente May se deu por satisfeita, afastando com um enorme sorriso e me guiando para o espelho de corpo que havia em meu quarto.



Foi inevitável abrir a boca para a imagem que se mostrava a minha frente. Eu usava um vestido de mangas compridas de cor preta.



Um cinto branco definia perfeitamente a minha
cintura, sem contar no detalhe de laço que havia na favela que tinha me encantado. Nos pés,
botas de cano que iam abaixo do joelho. No pescoço um cachecol branco com detalhes em
flores cinzas, bem discretas. Os acessórios Maite me deu de presente, onde ela os roubou
ou se até mesmo comprou não fazia ideia, mas os aceitei de muito bom agrado. A maquiagem estava extremamente perfeita. Não era algo pesado, pelo contrário. As sombras brincavam com o preto e o branco, o batom não era escuro e todo o resto apenas corrigia uma coisa aqui e ali.



-Minha menina está crescendo – Maite falou em tom de orgulho.



-Ela vai gostar Cheechee? -indaguei incerta.



Eu tenho certeza que sim. Não seja boba Dulce, eu nunca vi Anahí tão ligada em alguém.



Aquilo me fez sorrir, pois eu também nunca estive ligada a alguém dessa forma. Tudo bem, dali há algum tempo eu faria dezessete anos e não era um grande tempo de vida. Mas
quando as coisas mudavam bruscamente em minha vida, o tempo se tornava algo bastante
relativo.



Escutei a companhia de casa tocar e meu coração disparar quase ao mesmo tempo.
Era ela, tinha de ser. Engoli em seco e mordi forte meu lábio inferior. Aproximei da porta,
hesitei e respirei fundo antes de abrir. Maite ria baixo de meu nervosismo enquanto me
seguia para a sala.



-... sim senhora, eu entendo – Anahí respondia algo a minha mãe – eu nunca deixaria a Dulce entrar em perigo, eu garanto isso a senhora.



-Por favor, me chame de Blanca – minha mãe insistiu e respirou fundo – eu só estou Cuidando de minha criança e--- Dulce?



Elas duas finalmente tinham me visto. Minha mãe impressionada com sua menininha desleixada, bagunceira, parada ali completamente bem vestida. Anahí tinha os olhos vidrados em mim, percorrendo de cima a baixo, sorrindo aos poucos até exibir um lindo sorriso. Eu não pude evitar de retribuir, até porque ela estava tão linda que eu poderia suspirar
naquele momento. A filha de Zeus estava com seu visual típico, mas bem mais arrumado.



Uma calça jeans bem justa, coturnos escuros em um estilo mais roqueiro e uma blusa
branca, além de uma jaqueta de couro preta aberta. O cabelo caia perfeitamente sobre seus ombros, liso com leves ondulações. Mas não havia nada que chamasse mais atenção do que aquele batom vermelho nos lábios dela.



-Espera – Blanca quebrou completamente nossa troca de olhares – O que está
acontecendo aqui?



-Eu e a Anahí vamos sair – expliquei revirando os olhos.



-Eu pensava que você sairia com sua amiga, María – Blanca cruzou os braços – Mas você não parece arrumada para sair com uma amiga.



Nesse momento meu sangue fugiu de meu corpo. Eu não tinha parado para pensar na parte em que eu contava para minha mãe que eu gostava de alguém. Muito menos que esse alguém era uma garota. Olhei para Anahí em busca de socorro, mas ela parecia ainda mais assustada do que eu. Seria irônico pensar que a destemida filha de Zeus estava com medo
de uma senhora humana que mal sabia correr graças ao sedentarismo.



-Senhora Saviñon – Anahí se manifestou e pigarreou para limpar a voz que saiu tremula – Eu não gosto de mentir e sou do tipo de pessoa bem direta...



-Isso ta melhor do que novela – Maite sussurrou ao meu lado.



-... E espero que a senhora não tenha nada contra a esse tipo de coisa – Anahí completou sua fala, recuou, deixou os ombros caírem por alguns segundos antes de recobrar a sua pose – Mas sim, eu estou levando a sua filha em um encontro.



-Um encontro... Tipo encontro? – apesar das suspeitas, minha mãe ainda hesitava em confirmar os fatos.



-Sim, um encontro tipo encontro, daqueles que duas pessoas que estão começando a
se gostar vão – Anahí respondeu fazendo uma breve careta.



-Filha? – Blanca me chamou buscando desesperadamente o meu olhar – Você... Você...



-Estou gostando da Anahí mãe – me manifestei – simplesmente aconteceu, mesmo tendo muitos fatores contras.



Aproximei da Anahí e tomei a grande coragem de segurar a mão dela. Bobeira? Experimente contar para a sua mãe que gosta de uma garota e fazer isso. No mínimo eu
estava esperando por gritos e facas voando em minha direção.



-Então você gosta de garotas – Blanca parecia falar mais para si mesma.



-Ou talvez goste só da Anahí, eu não sei mãe – respondi sem jeito.



-Estão apaixonadas? É isso?



É o que estamos descobrindo – continuei e apertei mais a mão de Anahí– Mãe, por favor, por favor, não surta, não briga comigo. Não me manda afastar dela, porque eu
sinceramente não vou fazer isso.



Eu não sabia explicar direito esse momento. Não queria que minha mãe fosse contra a qualquer coisa que seja que eu e Anahí estávamos construindo. Na verdade, eu desejava que ela aceitasse, que me aceitasse. Ao mesmo tempo, eu sabia que mesmo que ela me
negasse, eu não conseguiria deixar a Anahí.



-Querida eu só estou... Surpresa, eu acho – Blanca sentou no sofá ainda assimilando as
coisas – Primeiro você me revela que é filha de um ser divino. Depois que gosta de uma garota e que está saindo com ela.



-Senhora Saviñon – Anahí chamou tentando ser mais calma, mas eu sentia a sua mão tremendo na minha tamanho o nervosismo – E-eu tenho poucas certezas nessa minha vida e sou péssima com palavras. Mas você não faz ideia do quanto a sua filha me faz bem.



Eu e Maite fitamos Anahí surpresas. Como ela mesmo disse, Anahí não era lá de falar muito sobre o que sentia. A não ser quando explodia com tudo de uma vez. Meu coração? Estava tão acelerado que eu já acreditava que o espaço dentro de meu peito não
era suficiente para suportá-lo.



-Não sou a melhor pessoa do mundo, até mesmo eu admito isso – Anahí balançou o pé, o único sinal que demonstrava o quanto ela estava sem jeito – Mas Dulce consegue trazer o melhor de mim e só por isso ela é alguém importante para mim. Eu prometo para a senhora que antes de tudo o que eu quero é proteger e cuidar dela. Eu não sei o quanto nós
gostamos ou de como vai ser o amanhã. Mas eu não vou fugir disso. E-eu queria pedir que...
que... – Anahí começou a ficar mais nervosa, apertei sua mão e toquei em seu braço, tentando passar segurança – Que n-nos permita ao menos deixar a-acontecer. É isso.



Aquilo vindo de Anahí Portilla era a coisa mais fofa e romântica que já tinha visto, inclusive com aquele sutil gaguejar por causa do nervosismo. Eu só percebi que estava sorrindo quando senti minhas bochechas doerem por causa do tamanho do sorriso.



-É isso o que você quer, filha? – Blanca indagou mais calma.



-É sim mamãe – respondi prontamente.



-Ta estampado nesse sorriso idiota dela, tia Blanca – Maite se manifestou sem resistir a provocação.



Então eu quero as duas aqui em minha casa no máximo até a meia-noite. Nem um minuto a mais. Anahí não quero saber de você levando minha menina a lugares duvidosos, está me ouvindo?! – mamãe levantou e falou firmemente com Anahí.



-Sim senhora! – a mais velha respondeu prontamente, estremecendo com a autoridade
que minha mãe estava exercendo.



-Aviso desde já que se magoar a minha pequena, não vai ter papaizinho divino que segure a ira de uma mãe brava! – ela ameaçou.



-Sim senhora! – dessa vez Anahí estava quase recuando.



-Então... Se divirtam.



Blanca finalmente sorriu e abriu os braços em minha direção. Eu prontamente corri para ela e a abracei forte, agradecendo a todos os deuses por terem colocado aquela mulher em minha vida. Ela me aceitava, como filha de uma deusa, como uma possivelmente
homossexual, como uma garota desastrada e bagunceira. Ela era minha mãe e me amava
exatamente do jeito que eu sou.



Comprovar isso e sentir isso... Era uma sensação que eu
nunca iria poder descrever.



-Sem choros ou vai borrar a maquiagem que eu levei horas fazendo, Dul! – May alertou emburrada – E eu quero abraço também, dona Blan!



Minha mãe riu e fungou baixinho, me soltando para envolver Maite em seus braços, o que era engraçado já que a garota era mais alta. Voltei a me aproximar de Anahí, ela estava quieta, mas com um sorriso sereno no rosto.



-Eu vou ficar com a Blanca, não quero ficar sozinha em casa – Maite anunciou – Podíamos pedir comida chinesa, ver filmes e eu posso contar todos os podres da Anahí!



-Maite Perroni Beorlegui! – Anahí exclamou prontamente.



-Tenho mesmo umas questões a verificar – Blanca trocou um olhar cumplice com Maite.



Não se esqueça que eu moro com você e acidentes simplesmente acontecem – Anahí ameaçou prontamente, mas sorriu – Mas obrigada por emprestar o seu carro.



Maite deu de ombros e eu logo fui para o lado de Anahí. Quando saímos de casa, eu escutei Anahí finalmente respirar. Ela parecia tão aliviada que chegava a ser engraçado.
Comecei a rir enquanto ela resmungava baixinho.



-Aquilo foi assustador. Pensei que ela ia me bater – Anahí murmurou ainda com resquício de medo na voz.



Sendo galante pela primeira vez, Anahí abriu a porta do carro de Maite. Estava com o
capô erguido deixando o carro fechado, estava mesmo fazendo um frio estranho por esses
tempos.



-Para onde vamos? – indaguei sendo atingida pela curiosidade.



-Você verá – ela sorriu de uma maneira misteriosa quando dava a volta no carro – Estou tão boazinha hoje que vou deixar você lidar com o som.



-Sério isso?! Vamos escutar minhas bandas.



Anahí fez uma careta e me olhou como se fosse desistir. Mas eu sorri mordendo a língua de lado e ela balançou a cabeça rindo. Ligou o carro ao mesmo tempo em que eu ligava o som. Eu já estava feliz sem quase sair de casa, eu mal podia esperar pelo resto.



(...)



Ela conseguiu me surpreender. Não levou vinte minutos para que ela estacionasse o carro na frente de um restaurante pequeno, mas evidentemente aconchegante. Ele tinha um ar um tanto holandês, com a decoração evidentemente Europeia. Mais uma vez, Anahí abriu a porta para mim e eu não pude deixar de sorrir ao ver o quanto ela estava se esforçando
para ser delicada comigo.



Quando entramos, eu quase fui a frenesi ao sentir um dos cheiros mais gostosos do mundo. Chocolate. Meus olhos se abriram quando, mesmo ali da entrada, eu podia ver um buffet cheia de coisas com chocolate, com direito a uma cascata com o líquido doce com
frutas do lado. Toda a mesa estava recheada com coisas com chocolate. Bolo de chocolate.
Sobremesas de chocolate. Branco, preto, misturado.



Eu estava voltando para a Golden quando vi um anúncio – Anahí explicou me levando até a recepcionista – Hoje é tipo um rodízio de chocolate. De todos os tipos, desde os caseiros aos belgas. Por sorte,muita sorte e alguns olhares ameaçadores, consegui reservar uma mesa.



-Eu vou poder comer qualquer coisa de chocolate? – meus olhares brilharam mais ainda.



-Sim, é pago uma quantia fixa e você se serve do que quiser na mesa principal.



-Ai meu deus dos doces!



-Isso nem existe Candy – Anahí começou a rir baixo.



-Se ele existisse, teria uma longa fila de fiéis!



A recepcionista, muito bem vestida com um terninho e o cabelo loiro trançado, sorria acompanhando parte de nossa conversa. Anahí pediu pela mesa e nós fomos guiadas até uma mais ao fundo, onde a iluminação era levemente mais baixa. O lugar era rústico e
aconchegante ao mesmo tempo. O piso de madeira, quadros de paisagem, iluminação Perfeita. Além do chocolate éclaro.



Eu mal sentei para poder levantar e encher o meu primeiro prato. Anahí havia acertado em cheio ao me levar para um lugar desses! Mas assim que voltamos notei que no prato dela havia apenas um pedaço de bolo de chocolate com calda ao redor. Naquele momento eu
descobri que aquela garota a minha frente não era muito fã de chocolate, sendo uma exceção
óbvia a nutella. Eu a olhei como se fosse uma verdadeira aberração, como alguém não gostava muito de chocolate? Como o mundo inteiro não era chocólatra? Mas aquela não foi a única descoberta da noite. Conversamos o tempo todo enquanto eu me lambuzava toda com chocolate. Anahí preferia rock alternativo e música no estilo indie, assim como adorava
filmes de terror. Ela morou em Denver antes de descobrir que era semideusa, mas nasceu
em São Francisco.



-Ok, qual a coisa mais difícil que você sabe fazer? – eu perguntei depois de comer um morango melado de chocolate.



Estávamos conversando abertamente, um acordo silencioso e mutuo de poder perguntar qualquer coisa, falar qualquer coisa. Eu nunca tinha visto a Anahí tão solta em toda a minha vida. Então obviamente que eu iria matar todas as minhas curiosidades.



-Sabe quando eu ataquei o Uckermann bem mais rápido do que o normal? – ela perguntou
mexendo a colher na xicara com chocolate quente.



-Sim, você o bateu tanto que eu fiquei mesmo com pena.



-Então, para aumentar a velocidade daquele jeito eu tinha de abrir o caminho, quebrar a resistência do vento e usar a meu favor. Mas isso exige bastante concentração, se eu a perder no meio de caminho o vento se fecha ao meu redor e eu posso me machucar de verdade – ela fez uma careta parecendo lembrar de momentos em que isso aconteceu – E é sempre em linha reta, fazer curvas com isso é quase impossível.



-Isso é incrível Narrí – murmurei realmente admirada.



-Temos de treinar suas habilidades Candy, saber seus limites e aprender com eles – ela apontou a colher para mim e depois deixou sobre a pires – Não podemos depender apenas da sorte e da força de vontade.



-Por isso eu vou ter a treinadora mais chata e abusada do mundo mitológico – soltei um
suspiro já cansado, mas Anahí sorriu percebendo que eu me referia a ela – Mas eu sei que é
necessário – dei de ombros e mudei logo de assunto – E qual a coisa mais incrível que você
já fez com seus poderes?



-Quando eu “voei” pela primeira vez – Anahí respondeu prontamente, abrindo um sorriso suave – Eu estava fugindo de um monstro, tinha só treze. Então eu fui jogada de uma janela e ia ser bem feio o resultado. No desespero, consegui manipular o ar e diminuir
bastante o impacto, flutuei por alguns segundos a meio metro do chão. Quando percebi,
tomei um susto e cai de vez. Tudo o que eu consegui foi uma bela dor no meu traseiro e um ralado no cotovelo.



-Sei bem essas coisas de desespero, na verdade, eu não sei até agora como fazer aquelas coisas direito. Só sei que preciso fazer. Então vem o formigamento, o frio na barriga e como se existissem linhas que se eu puxar, algo acontece.



Ela sorriu mais e bebericou o chocolate quente. Foi nesse momento que eu a percebi
em um dos seus raros momentos tranquilos. O cabelo dela era lindo, brilhante. As feições
quando suaves a deixavam tão serena! E aquele sorriso que ficava no canto do lábio pintado de vermelho? Ou a pele dela que era naturalmente pálida, continha agora um leve tom amarelado graças a baixa iluminação.



-Deuses, você é tão linda Narrí – falei sem pensar, soltando um suspiro completamente bobo.



A filha de Zeus engasgou com o chocolate quente que bebia, ficou terrivelmente vermelha e encolheu na cadeira. Deixar Anahí daquele jeito era a coisa mais engraçado e
fofa do mundo. Eu fiquei sorrindo enquanto a via ajeitar o cabelo, limpar o queixo e então
sentar completamente ereta na cadeira.



-Pare de me olhar assim, está me deixando sem graça – Anahí reclamou revirando os olhos.



-Ok – ri e comi o último morango – Estou cheia!



-Sério isso? Deuses, consegui completar uma missão impossível!



-Sinta-se gloriosa por causa disso. Agora vamos para onde?



-Eu queria te levar para o cinema – Anahí apoiou o cotovelo na mesa e a mão no queixo.



-E porque não vamos? São quase nove horas e temos tempo---



-Perigoso – ela me cortou e fez uma breve careta – Eu, Laur e Mila fomos uma vez, em um raro momento em que estivemos as três fora do acampamento. Três é o número sagrado, mas havia outros semideuses sem que tivéssemos notado. Vamos dizer que o
monstro literalmente saiu da tela – Anahí fez uma pausa, seus olhos perdendo o foco um pouco – Os outros não tiveram tanta sorte assim, um deles não conseguiu escapar.



Aquilo fez meu coração apertar. Apesar de toda a loucura, sempre sobrevivemos de uma maneira surpreendente. Outros não tinham essa sorte, muito muito menos eram treinados corretamente. Ir ao cinema era apenas um programa comum em encontros, mas
para nós poderia ser algo completamente perigoso.



Então daremos o nosso jeito – disse para quebrar o clima tenso, mas logo uma ideia estalou em minha mente – Vamos fazer o nosso próprio cinema. Maite conseguiu uma frequência especial não foi?



-Na verdade, ela chamou um cara que fazia isso e pagou de maneira peculiar – Anahí sorriu sugestivamente – Maite é capaz de conhecer até pessoas da máfia e saber usá-las.



-Não duvido nada, morrerei amiga dela eternamente. Mas isso quer dizer que temos acesso a canais de filme seguros?



-Sim, é claro. A tecnologia atrai monstros, mas é impossível viver sem ela. Porém ter uma televisão com canal seguro sempre é uma vantagem.



-Então podemos fazer o bom e velho brigadeiro caseiro, pipoca, muito refrigerante e assistir algum filme na sua casa. Maite vai estar com minha mãe mesmo.



-Você não tinha ficado satisfeito e já está pensando em comer de novo? – ela ergueu uma sobrancelha e me fitou relutante – Mas isso é uma coisa tão caseira, não faria parte de um encontro, faria?



-Você não quer?



-Claro que eu quero, mas...



-Então vamos! Nos outros encontros faremos outras coisas Narrí. E está frio.



-Outros encontros?



Foi aquele sorriso. Anahí inclinou para frente e sorriu enquanto me fitava com aqueles olhos incrivelmente azuis. Resultado? Eu estava hipnotizada, levemente corada e com o coração disparado. Eu não pude responder porque simplesmente não conseguia, mas era óbvio que eu queria outros encontros com aquela Anahí.



-Então acho melhor irmos, certo? – Anahí quebrou a nossa troca de olhares – Vou pagar a conta – ousei abrir os lábios para reclamar



– Nem tente, eu vou pagar a conta, eu convidei. Quando você me chamar, poderá decidir essas coisas.



Tudo o que eu pude fazer foi dar de ombros. Levantei sentindo o meu corpo completamente relaxado, eu tinha adorado poder comer chocolate de diversas formas e
poder conversar com a Anahí tão tranquilamente.



Assim que saímos, um vento frio me envolveu e me fez encolher prontamente. No segundo seguinte eu sentia Anahí depositando a jaqueta dela sobre meus ombros. A fitei confusa e ela apenas sorriu, ajudando-me a colocar a peça. Se eu argumentei? Claro que
não, a jaqueta estava com o cheiro dela e estava quentinha. Em compensação, entrelacei meu braço ao dela para ficar pertinho e transmitir calor para que ela não sentisse frio.



Como o lugar estava com um evento especial, Anahí teve de estacionar o carro um quarteirão depois do restaurante europeu. Não conversamos, mas o silêncio era gostoso e o frio dispensava a necessidade de palavras, pois nos obrigava a andar bem pertinho uma da outra. Estava distraída, pensando em como a Anahí era diferente quando a conhecíamos um pouco mais. Talvez fosse por isso que os outros não desistiram dela realmente, sabiam a garota legal que ela conseguia ser quando tinha a guarda baixa.



-Espere – Anahí travou no lugar.
Franzi o cenho também parando bruscamente. Olhei ao redor notando que não havia
absolutamente ninguém na rua, apenas carros estacionados em ambos os lados. Um pouco
mais a frente já se podia ver o carro vermelho de Maite. Não havia nada por ali, apesar de Anahí estar bastante tensa ao meu lado. Consequentemente eu também ficava em alerta.



-O que foi Anahí? – indaguei em um tom muito baixo.



-Calafrios – ela respondeu em igual tonalidade – Vamos sair daqui.



A filha de Zeus pegou em minha mão e passou a andar em passos largos e rápidos, obrigando-me a seguir o seu ritmo. Dessa vez ela não abriu a porta, mas se certificou de que eu estava entrando primeiro no carro antes de entrar no veículo. Anahí logo deu a partida e olhou ao redor, passando a acelerar cantando pneus para que saíssemos logo dali.



-Pode ser nada Candy – Anahí falou – Mas vou pegar caminhos diferentes para casa,
ok?



Apenas balancei a cabeça e coloquei o meu cinto, ficando completamente tensa no
banco do carro. Anahí demorou a perceber, estava concentrada no caminho e em olhar para
todos os lados, mas quando o fez pegou em minha mão depois de passar a macha.



Foi só paranoia minha – ela tentou me tranquilizar – Vamos para casa e eu deixo você escolher o que vamos assistir.



-Tudo bem – tentei passar firmeza em minha voz, falhando terrivelmente – Não reclame
se eu escolher um desenho.



-Contanto que não seja algo muito menininha como Barbie, unicórnios e ursinhos carinhosos...



Aquilo me fez sorrir um pouco. Anahí desviou o olhar da estrada para mim, apertando minha mão como se soubesse o quanto aquilo me dava mais segurança. Estar com Anahí era um perigo ocupacional, eu sempre tive ciência disso e aceitava, pois sabia que minha
própria vida seria um tanto quanto perigosa. Então se fosse para correr riscos, que fosse
com aquela garota de olhos azuis.


 



Notas Da Autora


 


Gente, eu peço desculpas por não ter postado ontem, porém eu estava super atarefada, e tive de escrever pelo celular, então mil perdões, mas como compensação, hoje terá um capítulo super especial. Bjs amores.


PS: eu postei ontem, porém foi só o título, peço mil perdões



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): AnBeah_Portinon

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Pov Anahí Só relaxei quando tive Dulce dentro de minha casa e tranquei a porta. Talvez eu tivesse mesmo a mania de perseguição que Maite tanto me acusava. Mas tinha aprendido dapior forma possível que quando meu instinto gritava perigo, era melhor escutá-lo. Ali naquela rua deserta, eu senti calafrios fortes, como se algo estivesse ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais