Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Pov Anahí
Era manhã de domingo e eu estava passando os canais da televisão sem me fixar direito em algum. O tédio me consumia em igual intensidade a minha preguiça, mas nada se comparava a irritação que eu tinha só de pensar que Dulce estava tão perto e eu não podia ir lá vê-la.
O motivo? Blanca Saviñon não gostou nada quando batemos na porta de sua casa as duas horas da manhã e deixou Dulce de castigo pelo resto da semana. Eu tentei contra argumentar e até mesmo lançar um daqueles meus olhares ameaçadores. Mas Blanca como verdadeira mãe protetora, fitou-me de uma maneira tão intimidante que eu me encolhi e me vi aterrorizada com a ideia dela parar de gostar de mim de vez e consequentemente proibir Dulce de ficar comigo.
Deuses, eu só queria vê-la um pouco! Era crueldade ser afastada dela assim, ainda mais depois de tudo o que aconteceu!
-Eu quase estou com pena – Maite comentou saindo da cozinha com um pote de sorvete – Quase. Ninguém mandou perderem a hora.
-Que saco! – rosnei e afundei mais no sofá, mas então percebi que a Maite estava saindo com o pote de sorvete – Vai aonde?
-Você está proibida de ver a Dul, eu não – Maite sorriu travessa como o capeta – Tia Blanca é um amor comigo. Quer que eu der um beijinho na Chancho? Mas eu só dou no rosto. No máximo eu dou uma apertada na bunda dela e digo que foi em seu nome.
-NEM OUSE PERRONI!
Eu já estava para me levantar do sofá quando Maite riu e saiu correndo da casa. Eu sabia que era impossível alcança-la. Filhos de Hermes eram os mais rápidos sempre. Joguei-me no sofá olhando para o teto. Minha hiperatividade gritou em todos os meus poros, eu precisava fazer alguma coisa!
Foi então que eu lembrei que queria comprar algo para a Dulce. Um sorriso cresceu inconscientemente em meus lábios, a ideia se formando rapidamente em minha mente. Saltei do sofá indo direto para o banheiro tomar um rápido banho e me vestir com roupas de frio. Era estranho semanas sem ter uma variação sequer na condição climática. Estava sempre frio agora e no fundo eu sabia que tudo isso estava envolvido com o desaparecimento de Perséfone.
Sabia que em algum momento a bomba estouraria em nossas mãos, mas enquanto isso não acontecia eu preferiria curtir o tempo de calmaria. Criar momentos e se possível, todos eles com a Dulce e a Maite. Assim que fiquei pronta, com calça jeans, moletom grande, luvas e botas, saí de casa com minha Lola. Era domingo e o movimento era bem menor, mas Nova York nunca perderia o movimento. Era uma das cidades mais agitadas do mundo, então sempre teria o comércio aberto. Foi pensando nisso que eu passei boa parte procurando, pesquisando, até encontrar o que eu tanto queria.
Estacionei a moto em frente a uma livraria antiga e que também funcionava como sebo. O lugar era velho e encontrava-se em uma rua comercial um pouco longe do centro da grande cidade. Parecia estar fechando, pois o senhor que estava ali estava à frente da propriedade com uma plaquinha na mão.
-Espera! – exclamei saltando da moto mal tirando o capacete – Não fecha!
-Uma cliente? – ele parecia surpreso.
-Sim, se você tiver livros ai – disse um pouco agitada e ansiosa – Em grego.
-Em grego? – o senhor repetiu confuso – O que uma jovem como você iria querer com literatura grega?
-Conheço alguém que é muito curiosa e que sabe ler em grego – respondi e passei a mão no meu cabelo – Então, tem ou não tem?
A delicadeza passava longe de mim quando não estava com Dulce. Ela estava me mudando, mas bem, eu ainda continuava sendo... Eu. O senhor me fitou desconfiado e olhou o relógio antigo em seu pulso. Soltou um suspiro longo e só então voltou a me olhar.
-Você tem sorte minha jovem, eu tenho uma coleção de livros que foram deixado por um casal de gregos antes de partirem para a terra deles novamente.
-Graças a Zeus! – murmurei aliviada.
O senhor resmungou taciturno, exatamente como eu fazia e isso incrivelmente me fez simpatizar com aquele velho humano. Ele abriu a porta para mim e passou sem me esperar. Prontamente o segui em silêncio. O lugar estava levemente empoeirado e eu me perguntei se ele tomava conta do lugar sozinho. O humano me guiou até uma prateleira de livros usados estrangeiros e pegou três livros de capa dura e me entregou. Eram romances, um policial e os outros dois de coisas mais bobas e sonhadoras. Dulce iria adorar, eu tinha certeza. Saber disso me fez sorrir pequeno enquanto pagava pelos livros.
Estava ligando já a moto quando parei para pensar. Talvez se eu desse algum presente para a Sra. Saviñon ela ficasse um pouco mais contente comigo. Geralmente eu não me importava com o que os outros pensavam de mim, pouco me fodia para a opinião alheia. Mas isso se tornava uma coisa completamente diferente da minha futura sogra. Assim, resolvi passar no shopping mais próximo e entrar em uma enorme loja de lembranças.
Eu era péssima em presentes, ainda mais para tentar impressionar alguém. Por isso fiquei perambulando entre os diversos itens e prateleiras, com uma expressão concentrada e sempre em dúvida. Um bloco de notas com estampas legais? Uma caneca escrito Te Amo Sogra? Não, muito novo para isso, ela só tinha descoberto sobre eu e Dulce apenas na sexta-feira.
-Posso ajudar em algo?
A voz era mansa e educada. Ergui o meu olhar um pouco impressionada com aquele som de veludo. Ele pertencia a uma garota um pouco mais alta do que eu, de cabelos castanhos bem claros que poderiam ser também considerados um loiro escuro, parecido com o meu. A pele era bem branca, ainda mais do que a minha e os olhos hipnotizantes. A garota usava um uniforme da loja bem arrumadinho, já que se tratava de um ambiente de shopping.
-Um presente. Estou tentando comprar um presente – disse meio boba pela aparência da garota, ela era realmente linda – Para uma escritora.
Geralmente eu só teria dito que não precisava de ajuda, teria resmungado e deixado a garota falando só. Mas simplesmente não dava. Porque eu iria dispensar a presença de alguém tão bonito? Ela sorriu, um sorriso magnifico digno de uma filha de Afrodite. A atendente me levou até uma ala onde tinha acessórios fofos, desde chaveiros até objetos de profissões. Até que me mostrou umas canetas caras e bonitas. Bom, Blanca era uma escritora, provavelmente gostaria de uma caneta certo?
-Eu sei de uma caneta bem especial – a garota aproximou de mim e ia diminuindo o tom da voz – Mas está no deposito da loja, você poderia ir comigo? O lugar é fechado e eu não gosto muito...
Apenas acenei com a cabeça, lembrando imediatamente de quando estive presa na cela do submundo. A segui em silêncio, minha mente se distraindo mais do que o normal. Estava feliz, iria dar um presente para Blanca, ela iria gostar mais de mim e consequentemente Dulce ficaria orgulhosa. Sem contar que estava recebendo sorrisos lindos de uma garota gentil. Isso fazia o dia de qualquer um.
A atendente abriu uma porta meio escondida, entrou e ligou as luzes. O lugar era maior do que eu esperava, mas completamente fechado sem nenhuma janela, como ela disse. Havia prateleiras com várias caixas de diversos tamanhos, algumas abertas para retirada de produtos. A funcionaria caminhou lentamente, rebolando mais do que o normal. O som de seus saltos produziam um som engraçado, como se fossem cascos pisando no piso.
-Aqui – ela pegou uma caneta preta e dourada de uma caixa e me ofereceu – Não é linda?
Peguei a caneta e sorri. Era em um modelo antigo, mas quando girada mostrava o bico fino de uma caneta esferográfica normal. Já estava para dizer que ia levar quando notei que a atendente estava muito, mas muito próximo. Sua pele branca parecia reluzir contra a iluminação artificial e a sua presença me afetava ainda mais. Um passo em minha direção e ficamos a centímetros, o som de cascos se fazendo mais uma vez presente.
Se Maite estivesse ali faria alguma piadinha sobre isso. A chamaria de vaca oferecida. Dulce iria rir ou ficaria com ciúme. Dulce seria do tipo ciumenta? Eu nunca estive em contato com outras pessoas, eu não saberia dizer. Minha mente vagava em pensamentos, me impedindo de ver o que realmente acontecia ali com clareza. A garota loira inclinou o rosto em minha direção, seus dentes caninos se alongando. Eram como presas. Ela bateu um pé no chão e mais uma vez o som de cascos...
Espera, cascos e presas?!
Meus olhos se abriram quando minha mente finalmente clareou. Eu segurei na garota a minha frente tentando empurrá-la. Mas era tarde demais! Ela enfiou a cabeça em meu pescoço, seus dentes perfurando brutalmente a minha pele em uma mordida que fazia meu sangue jorrar. Eu gemi forte de dor, encolhendo com a fisgada que aquele ato animalesco causou. As mãos dela pareciam se alongar, as unhas mais pareciam garras que penetravam em minha pele da cintura, mantendo-me cativa.
-PUTA MERDA!
Segurei a garota de volta e deixei que uma descarga elétrica poderosa escapasse de minhas mãos. Ela desprendeu as presas de meu pescoço, deixando buracos profundos na curva entre meu pescoço e ombro. Meu moletom já estava começando a ficar todo ensanguentado do lado onde fui ferida, sem contar que estava rasgado onde as garras se fincaram.
Afastada, a atendente riu e lambeu os beiços. Xinguei-me mentalmente, me amaldiçoando por não perceber prontamente o que era aquilo. O cabelo loiro acastanhado parecia ter se transformado em um tom de ruivo flamejante, a pele estava branca como o giz. Em sua boca presas como uma verdadeira vampira e os olhos agora tinham um tom de vermelho sangue. Mas o que a entregava era exatamente a suas pernas. Uma de bronze e outra de burro.
-Empousa – cuspi o nome com fúria.
-Caiu tão facilmente! – ela riu debochada e limpou resquício de meu sangue no canto da boca com a língua – E pelo sabor é uma das poderosas, eu sabia disso assim que vi você naquela noite!
-Outra noite? Era você!
A sensação que eu tive no encontro de Dulce passou em maior intensidade pelo meu corpo. Era ela, nos vigiando, perseguindo, esperando o momento certo para atacar. Guardei a caneta em meu bolso para pegar o meu isqueiro. Em movimento rápido transformei o meu simples item em uma espada de cor prata e dourada. A empousa riu como se eu não representasse um perigo verdadeiro e avançou. Ela era rápida, muito rápida. Porém eu estava acostumada a treinar com a Maite também, que possuía uma velocidade e agilidade incrível. Desviei para o lado, escapando de suas garras que teriam rasgado o meu estomago. Porém em um erro de cálculo, bati meu ombro em uma das estantes ao fazer o movimento de esquiva. A empousa girou o corpo e me chutou com sua perna de bode, acabei recebendo um verdadeiro coice na altura do diafragma. O golpe forte me empurrou mais contra a estante a fazendo cair em um estrondo. O ar me faltou prontamente, nublando minha visão e deixando-me um pouco tonta.
Era nessas horas que meus instintos tomavam conta de mim. A mulher vampira ia pisar em mim mais uma vez, porém com sua perna de bronze com o verdadeiro intuito de me esmagar o máximo possível. Girei desengonçada pela má posição, caída sobre a estante. Fiquei de pé o mais rápido que consegui, apenas para ter tempo de ver um novo ataque direto e ter de recuar para trás, aplicando um corte horizontal no ar para cortar o avanço da exatendente. Posicionei-me melhor, mantendo uma base firme e quando avancei, ataquei da melhor maneira possível.
Mas empousas não eram monstros sem inteligência. Pelo contrário, usavam de todo o seu charme para atrair a sua presa e devorá-lo. Aquela era incrivelmente boa em se esquivar de meus golpes, parecendo dançar para escapar de minha lâmina. A garota monstro riu debochada quando apenas golpeou o meu ombro bem próximo de onde tinha mordido. Um raio de dor transpassou o meu corpo fazendo-me perder o controle de meu corpo para ter uma onda de sofrimento. Ela aproveitou da situação, chutando-me com força mais uma vez com sua perna de burro. Dessa vez, meu corpo foi jogado contra a porta do deposito, a quebrando e fazendo-me rolar para fora da loja.
O estrondo obviamente chamou a atenção dos clientes que começaram a se movimentar. Girei meu corpo e coloquei o capuz do moletom que usava para tentar esconder meu rosto o máximo possível. Já estava acostumada com o meu puta azar, sabia que quanto menos soubessem como eu era, menos problemas eu teria depois com a polícia humana.
Mas a empousa estava pouco se lixando para o que os humanos iriam achar. Escutei o seus passos sendo ecoados pelo piso, ela vinha correndo em minha direção e iria se jogar em cima de mim aproveitando que eu não tinha conseguido me levantar ainda.
Arfei sabendo que morreria se aquelas presas ou garras alcançassem meu corpo mais uma vez. Então estiquei minha mão com a palma apontada para o monstro, manipulei as correntes de ar e a joguei contra ela bem quando a empousa ia saltar encima de mim. O vento derrubou várias coisas ao meu redor, quebrando algumas. Porém aquela vampira bizarra foi jogada para cima, batendo as costas contra o teto baixo da loja de lembranças. Antes que ela caísse apontei a minha espada para cima. Lei da física, tudo o que sobe, desce. Nem mesmo aquele monstro estava imune a isso, logo ela despencou em minha direção e caiu bem sobre a minha espada.
A lâmina atravessou o seu corpo, mas o corpo dela colidiu com o meu. O cotovelo dela impactou em minha costela, eu podia escutar meus ossos rangendo e quase se quebrando com aquilo. Com certeza ficaria um enorme hematoma ali.
-Desgraçada, eu vou voltar para devorar você! – A empousa ameaçou em seu último suspiro – Você me paga filha de Zeus...!
E então ela se transformou em pó, desaparecendo. Soltei a minha espada e tossi com tanta poeira dourada, tentando me levantar apesar de toda a dor que eu sentia. Escutei o som de passos e alguns gritos, logo ali estaria cheio de seguranças e eu estaria em uma bela encrenca. Resmunguei e xinguei todos os nomes que conhecia quando comecei a correr meio cambaleante, esbarrando em um guarda já na saída da loja. Ele gritou, ordenando que eu parasse, mas isso só me fez correr mais ainda.
Por sorte, aquela loja ficava no térreo e tudo o que eu tive de fazer foi empurrar todas as pessoas do meu caminho, derrubando a maioria, atravessar a entrada principal e encontrar a minha moto. Assim que eu montei e liguei, arranquei sem nem olhar para trás.
Havia escapado mais uma vez de uma emboscada com um monstro, apesar dos ferimentos. Eu deveria ter investigado mais quando senti aqueles calafrios no encontro com Dulce...
OH MEUS DEUSES, DULCE!
Se eu havia sido atacada, as chances dela ter sido também eram enormes, afinal quem me garantia que aquela mulher vampiro estava sozinha naquela noite? Eu me desesperei por estar tão longe de Dulce sem poder protege-la. Mal podendo respirar pela preocupação e pelos coices que recebi, acelerei a moto ultrapassando os limites de velocidade e furando todos os sinais vermelhos que eu vi pela frente.
Eu tinha de alcançar Dulce. Eu tinha de ter certeza que ela estava bem. Se ela tivesse sido atacada e eu não estivesse por perto para ajudá-la? Deuses, eu não me perdoaria! Ela tinha de estar bem!
Quando estacionei a moto na frente da casa dela, eu a deixei cair prontamente sem nem colocar o tripé ou desligar o veículo. Em questão de segundos eu estava em frente a porta, esmurrando a ponto de quase arrombar a madeira.
-DULCE! DULCE! – gritei com urgência.
Eu já estava me afastando para dar um chute naquele pedaço de madeira irritante quando a porta se abriu e uma Maite cheia de pipoca apareceu. Ela quase engasgou quando me viu, mas eu não tinha tempo para falar nada. Apenas a empurrei sem delicadeza nenhuma para o lado e entrei como um furacão na casa.
-DULCE, CADÊ A DULCE?! – continuei a gritar, simplesmente porque o desespero não me deixaria falar normalmente.
-Anahí? – Dulce veio do quarto e Blanca da cozinha – ANAHÍ!
Os olhos da menina latina dobraram de tamanho quando me viram, os meus se fecharam em alívio. Dulce estava bem, muito bem vestindo um moletom velho e rosa, com meias engraçadas que lembravam joaninhas. Ela se aproximou e tentou me segurar, mas eu gemi em dor, toda a parte superior de meu corpo estava doendo terrivelmente. Encostei-me na parede mais próxima, finalmente perdendo todas as forças que a adrenalina tinha me dado para chegar até ali e verificar se Dulce estava bem.
-Meu Deus menina! Você está ferida! – Blanca apareceu pálida e preocupada – Quanto sangue! Temos de te levar para um hospital!
-Não – disse um pouco fraca e busquei Maite com os olhos – Vá pegar o néctar e a ambrósia, foi nada demais.
A garota maior apenas acenou e saiu correndo pela porta que ainda se mantinha aberta.
-Nada demais? Como assim nada demais?! – Dulce se desesperou se contorcendo querendo me tocar e segurar, mas sem poder – O que aconteceu Anahí?!
-Aqui ficou tudo tranquilo? Nada aconteceu? – perguntei para me certificar.
-Não, eu estava conversando com a Maite em meu quarto e comendo pipoca – Dulce respondeu aflita – Narrí, você precisa sentar, você está terrivelmente branca.
Resmunguei e me arrastei até o sofá. Apoiei-me em Dulce e Blanca, sem aguentar muito de meu próprio peso mais. Não consegui encostar minhas costas, qualquer pressão feita era como se eu fosse perder o ar. Eu ainda sangrava, não só no pescoço como pela cintura graças as garras que se cravaram dentro de minha carne.
-Temos de te levar para o hospital criança! Olhe o seu pescoço – Blanca insistiu preocupada – Sua roupa está totalmente suja de sangue.
-Merda – rosnei sentindo uma fisgada em meu ombro, soltei uma respiração pesada – Sra. Saviñon, eu já estive pior, não se preocupe, logo Maite poderá cuidar de mim, ela sabe fazer a saturação e os pontos.
-Seria melhor se a Ally estivesse aqui – Maite simplesmente apareceu na sala, em sua mão um cantil que eu sabia que tinha uma das bebidas divinas – Beba, mas devagar.
Maite puxou a mesa de centro para sentar em minha frente no sofá. Ela também tinha trazido o nosso kit de primeiros socorros e estava muito mais séria do que o normal. Dulce sentou no braço do sofá, bem ao meu lado, olhando-me, vigiando-me, parecendo sofrer ao me ver naquele estado.
-Amiga, você está horrível – Maite disse arqueando as sobrancelhas – Tira o moletom, precisamos ver esses machucados.
Dei um gole no cantil. Senti o sabor de limão e baunilha enquanto tragava daquele líquido mágico. O deixei de lado quando, com a ajuda de Blanca e Dulce tirei o meu moletom, mordendo forte o meu lábio para não gemer e chorar com a dor provocada. Dulce arfou quando viu mais claramente o ferimento em minha cintura e o estrago feito em meu pescoço.
-Beba um pouco mais – Maite ordenou e eu obedeci – Tia Blanca, a senhora pode trazer pano limpo e água?
A mãe de Dulce parecia bem assustada, mas obedeceu prontamente. Fechei os olhos concentrando-me em não demonstrar o quanto estava sofrendo de verdade.
-O que aconteceu? – May perguntou calmamente.
-Empousa – resmunguei observando a mãe de Dulce trazendo as coisas que foram pedidas – Sra. Saviñon, não precisa ficar, não é algo bonito de se ver e--
-Aprecio sua preocupação, filha – Blanca cortou-me determinada – Mas esse também faz parte do mundo de minha Dulce e eu não quero me fazer de cega para ele. Assim como também quero cuidar de alguém que é importante para ela.
Franzi o cenho e fiz uma careta breve. Então soube de onde vinha aquela sina em se intrometer na vida dos outros para ajudar que Dulce tinha. Blanca sentou do meu outro lado, segurando em minha mão de maneira protetora quando Maite começou a limpar a ferida de meu pescoço com o pano molhado. Virei o rosto e fechei os olhos com força, sem conseguir conter alguns gemidos de pura agonia.
-Porra – xinguei falando baixo, mas forte – Isso dói Maite! Vai com calma!
-Deixa que eu faço isso Chancho, limpe os da cintura – Dulce pediu e Maite não reclamou, mergulhou o pano na água já vermelha no balde e o torceu, entregando para ela – Nah, fique calma, vai doer mesmo, mas logo vai passar está bem?
Choraminguei quando Dulce, mesmo com toda a delicadeza do mundo, começou a limpar o meu pescoço. Sem perceber, eu apertava a mão de Blanca a cada vez que uma onda mais forte de dor tomava conta de meu corpo. Agora que tinha Dulce e Maite cuidando de meus ferimentos, era mais constante ainda a agonia. Porém elas estavam certas, quanto mais rápido acabar com aquilo, mais rápido eu iria me sentir melhor.
Felizmente o efeito do néctar estava começando e eu sentia-me um pouco mais anestesiada. Afrouxei o aperto na mão de Blanca, a olhando com um pedido de desculpas, recebendo em troca um carinho delicado no rosto.
-Você é uma menina forte Anahí, eu estaria desabando no seu lugar – Blan disse serenamente.
Aquilo me fez arfar e sentir um calor no peito que nunca senti antes. Talvez por ser a primeira vez que um adulto falava algo assim para mim, de uma maneira tão carinhosa e sincera.
-Mas o que aconteceu, Anahí? – Maite indagou já separando a agulha para fazer os pontos.
-Fui atacada quando fui para uma loja de lembrancinhas – expliquei, estava ficando cada vez mais tranquila e meio grogue por causa do néctar – Eu estava sem nada para fazer em casa já que podia ver a Candy e resolvi sair.
-O que foi fazer em uma loja de souvenires? – Dulce indagou.
-Comprar um presente para a Sra. Saviñon – respondi sentindo o meu corpo cada vez mais pesado, minha mente sem nenhum filtro no momento então eu falaria qualquer coisa que eu pensasse – Já que eu tinha comprado um presente para você. Está lá na minha moto – Abri os olhos de repente bem acordada – A Lola! Eu a deixei na calçada!
-Eu já desliguei e coloquei ela direito – Maite tranquilizou-me – Dul, preciso que você se afaste um pouco para eu remendar a sua garota.
-Vá com cuidado Maite – Dulce exigiu saindo do meu lado.
-Prossiga com a história Anahí, isso vai te distrair do que eu estou fazendo – a filha de Hermes instruiu – O que comprou pra tia Blan?
-Oh, eu não cheguei a comprar, não deu tempo. Isso quer dizer que eu roubei? – franzi o cenho e busquei o olhar de Blan me sentindo culpada – Desculpa te dar um presente roubado, eu juro que ia pagar!
-Não se preocupe, continue a contar.
-Ah sim, parei na caneta não é? Na verdade eu não sabia o que comprar, eu sou ruim com essas coisas. Mas então apareceu uma atendente – suspirei sem consegui me controlar – Ela era linda. Tinha uma voz bem melodiosa...
Dulce bufou e cruzou os braços.
-Dul, as empousai são tão sedutoras quanto uma filha de Afrodite, não tem como escapar dos encantos delas – Maite explicou.
-...ela disse que tinha uma caneta especial no deposito e que tinha medo de lá porque tinha claustrofobia – continuei sem nem escutar a explicação de Maite – ai ela se aproximou, as presas cresceram e ela me atacou no pescoço. Então eu dei um choque! – ri um pouco boba, como se estivesse levemente bêbada – Candy eu dei um choque do trovão nela.
Maite foi a única que riu de meu trocadilho, Dulce apenas revirou os olhos. Eu mal senti Maite dando os pontos em minha pele, mas logo ela mudou de posição para cuidar de meus machucados na minha cintura.
-Ai eu pensei que a Candy também podia estar em perigo, nem vi que estava tão mal assim, só precisava chegar aqui e ver que minha Candy estava bem – continuei depois de lembrar que tinha de terminar a minha história.
-Ah nossa, valeu por se preocupar comigo – Maite falou fingindo mágoa.
-Desculpa, mas eu chupo a língua da Dulce e não a sua – respondi prontamente.
-Anahí! – Dulce quase gritou, ficando mais vermelha que tomate.
-O que? – olhei para ela de maneira inocente – É verdade, eu adoro chupar sua língua e a sua--
-ANAHÍ! – Dulce tapou minha boca rapidamente.
-Porque ela está agindo como se estivesse dopada? – Blan finalmente se manifestou.
-É o néctar agindo. Ele tem propriedades curativas, mas nunca sabemos direito como será o efeito. Ela precisa estar anestesiada para parar de sentir dor, então provavelmente o efeito está sendo de deixa-la lerda para o mundo – Maite explicou e sorriu travessa – Talvez devemos nos aproveitar disso, ela vai responder qualquer coisa.
-Não seja má Maite, ela está machucada e dopada – Dulce olhou para a amiga de maneira reprovadora.
Maite deu de ombros e eu já não lembro muito bem o que aconteceu depois. Minha consciência ia e vinha. Sei apenas que depois de costurada pela minha amiga, Blan me deu um banho ela mesma e me vestiu. Eu não entendia o motivo dela estar cuidando de mim. Afinal, o que eu era para ela? Não representava todo o perigo e novo mundo que sua filha estava se metendo? Blanca deveria me odiar, mas estava ali, cuidando de mim como uma verdadeira mãe.
-Ei – murmurei quando ela me deitou na cama de Dulce, eu estava perto de apagar – Blan.
-Estou aqui criança – ela disse serenamente.
-Obrigada – continuei murmurando e dessa vez corada – Por cuidar de mim. E-eu agora entendo porque a Dulce quer tanto permanecer com você.
-O que quer dizer meu anjo? – Blan franziu o cenho.
-Que ela tem sorte de ter uma mãe como você – disse simplesmente, meus olhos fechando pesados – Você a ama. A ama de verdade. Dulce tem sorte. Eu sou uma menina má por ter inveja disso?
-Não, Anahí, você não é uma menina má, é muito corajosa e valente.
Eu sorri. Um sorriso que uma criança daria por ter sido elogiada pela mãe. Eu não senti o beijo que Blanca depositou em minha testa, tinha apagado antes disso. Mas ao menos uma vez na vida eu poderia dizer que tive a sensação de como era ser cuidada daquela forma.
(...)
Quando acordei estava morrendo de fome. Essa foi a primeira percepção que tive quando meus sentidos despertaram. O segundo foi o de que não estava sozinha na cama, havia um calor gostoso que vinha na minha lateral e um pouco abaixo de mim. Abri os olhos confusa, mas não tardei a entender que estava usando a barriga de Dulce como travesseiro.
-Finalmente acordou – Dulce disse em evidente alívio – Como está se sentindo Narrí?
-Faminta. Cansada. Preguiçosa – respondi bocejando.
-Nenhuma dor?
Franzi o cenho e movi meu ombro, mas não sentia dor nenhuma mais. Retirei o lençol que cobria metade de meu corpo, exibindo minha barriga branca e definida. Os locais onde haviam pequenos pontos estavam cicatrizados por inteiro, graças ao néctar.
-Não, estou pronta para outra – sorri de lado e levei minhas mãos aos pontos – Já podemos tirar, já cicatrizou mesmo. Tira os do meu pescoço? É só puxar.
Dulce não sabia bem como fazer aquilo, mas só bastou me observar fazendo que logo estava mexendo em meu pescoço. Logo eu estava me livrando daquelas linhas em minha carne e sentando na cama.
-Quanto tempo apaguei? – indaguei me espreguiçando.
-Um dia inteiro. Já é final de tarde de segunda-feira – Dulce respondeu sentando melhor na cama, encostando na cabeceira – Mamãe me obrigou a ir para a aula, mas assim que voltei vim direto para cá ficar com você.
-Por isso estou faminta desse jeito – ponderei e notei um livro fechado perto de Dulce – Você achou o seu presente?
-Estava curiosa demais – Dulce deu de ombros e sorriu docemente – Obrigada Narrí, foi muito lindo você procurando livros em grego para que eu lesse tranquilamente – então ela fez uma careta e cruzou os braços – porém prefiro ficar sem livros do que te ver ferida daquele jeito de novo. Eu fiquei mesmo assustada Nah.
Bastava eu me colocar no lugar dela, imaginando Dulce aparecendo do nada ferida e ensanguentada, que eu também ficava levemente assustada só de pensar nessa possibilidade. Soltei um suspiro e inclinei até poder encaixar os lábios sobre os de Dulce, em um longo e carinhoso selinho.
-Eu fiquei com tanto medo de que algo tivesse acontecido a você e eu não estivesse por perto – revelei com o coração apertado – Eu sei que você sabe se defender, mas eu quero estar ao seu lado nesses momentos, só pra ter a certeza de que você vai sobreviver no final.
-Que nós vamos sobreviver no final Anahí Potilla, nós.
Dulce levou uma mão até a minha nuca e me puxou para mais um beijo bem suave e gentil. Nossos lábios apenas se moldavam, mal se movendo. Eu ia aprofundar o contato, se minha barriga não tivesse resolvido roncar e reclamar da fome que estava sentindo. Ri baixo me afastando e Dulce fez um breve carinho no meu rosto.
-Maite trouxe roupas para você. Vá tomar um banho que eu vou avisar a mamãe que você acordou e que está com fome.
Ela falou enquanto levantava e ajeitava o cabelo com os dedos. Só então eu notei que ela estava usando uma blusa minha. Não uma blusa qualquer, era a minha da Lana. Meu coração disparou só de vê-la usando uma roupa minha.
-Ah – Dulce corou forte quando notou que eu olhava para minha blusa – Maite acabou trazendo e eu a vesti, porque é a que tem mais o seu cheiro. Desculpa, eu vou trocar e--
-Não! – neguei prontamente – Eu gosto dela em você. Fica bonita. Fofa. Sexy. Porra, é delicioso te ver com ela.
-Vou roubá-la para mim então – Dulce sorriu mordendo a língua.
Sorri realmente querendo que ela a usasse. Dulce se afastou e apontou para a muda de roupas que Maite providenciou para mim. Levantei preguiçosamente da cama e partir para um banho para revigorar o meu ser. Ainda tinha a imagem cravada de Dulce usando a minha blusa favorita e fiquei pensando em como aquilo tinha me agradado. Quando sai usando calça branca de um tecido grosso por causa do frio e moletom, andei descalça até encontrar Dulce na sala em pé conversando com Maite. A filha de Hermes estava sentada no sofá assistindo algum programa qualquer, sorrindo prontamente ao me ver.
-E a princesinha finalmente acorda – Maite provocou, mas sorria de um jeito aliviado – Não vou perguntar se está bem, sei que a Ally me elogiaria pelo trabalho que eu fiz.
-Sim, mal ficou cicatriz e as que ficou são bem finas e discretas – tive de concordar com ela enquanto me aproximava de Dulce e a abraçava por trás – Candy, me diga que tem comida aqui.
-Claro que tem – Blan apareceu da cozinha com um sorriso enorme, uma toalha de prato pendurada em seu ombro – Preparei até limonada e torta de limão, María disse que você gosta de limão.
-É azeda como um na maioria do tempo – Maite alfinetou.
-Coisas doces demais me enjoam – me defendi prontamente e olhei para Blan – Obrigada Sra. Saviñon, não deveria se dar ao trabalho, uma pizza estaria de bom tamanho.
-Pizza estaria bom para a Mah, agora venha logo comer.
Blan voltou para a cozinha e Dul se desprendeu de meu abraço, mas eu logo a segurava pelo braço e a fitava curiosa.
-María? Mah? – indaguei.
-Argh – ela resmungou – María é meu segundo nome, Mah é o jeito que meu pai me chamava e que Blan acabou adotando.
-Dulce María Espinosa Saviñon – Maite cantarolou e recebeu um olhar assassino de Dulce – Ela odeia o María.
-Bom saber disso – Sorri sapeca e Dulce resmungou, ela estava mesmo pegando essa mania de mim.
-Você também não se livra, Anahí Giovanna Puente Portilla – Maite falou meu nome todo com um sorriso vitorioso.
-Nossa Nah, seu nome é ainda maior que o meu – Dulce riu.
-A Maite sabe o nome completo de todo mundo – revirei os olhos – Inútil essa informação.
-Nem um pouco. Sabiam que o nome da Ally é na verdade Allyson Brooke Hernandez? Chamem ela assim e ela envenena vocês prontamente – Maite riu parecendo lembrar de alguma travessura que fez, mas então deu de ombros – Mas no seu caso Annie, eu ficaria preocupada só quando você for casar, acrescentar o Saviñon no sobrenome deixa maior ainda e dá até preguiça.
-Maite!
Dessa vez eu e Dulce ficamos vermelhas. Maite sorriu tão grande por me deixar sem jeito que foi como se ela tivesse vencido alguma batalha. Vitoriosa, ela riu e foi para a cozinha. Dulce revirou os olhos e pegou em minha mão para me arrastar para o lugar onde Blan e May já começavam a se servir de comida.
Então pela primeira vez eu tive a chance de me sentir bem em um lugar. Bem de verdade. Bem por estar em uma mesa na cozinha, devorando uma torta de limão praticamente sozinha. Adorava o jeito como Blan contava as desventuras em series de Dulce e o modo como ela reclamava envergonhada. Como Maite falava coisas idiotas ou nos alfinetava, no seu inabalável bom humor. Eu fiquei em júbilo quando Blanca agradeceu pela caneta, dizendo que a tinha encontrado quando foi lavar minha roupa, chegando até a ganhar um beijo na testa em agradecimento. Eu nunca fiquei tão vermelha, encolhida, sem jeito e feliz em minha vida.
-Acho que é melhor irmos já – Maite falou depois de termos ficado quase duas horas inteiras na cozinha conversando.
-Vocês poderiam dormir aqui – Dulce fez bico.
-Não queremos incomodar Chancho – Maite negou com um sorriso carinhoso.
-Não é incomodo nenhum, contanto que a Anahí durma na sala, longe de minha menina e um quarto – Blanca alegou.
Dulce corou e desviou o olhar, provavelmente pensando o mesmo que eu. Blanca estava tentando evitar que nós tivéssemos relações, mas mal sabia ela que nós já tínhamos consumado deliciosamente o encontro de nossos corpos.
-Não me importo – disse finalmente e dei de ombros – Só temos de pegar nossas coisas da escola.
-E nada de dormirem até tarde! No máximo onze horas da noite – Blan ordenou.
-Sim senhora – disse prontamente.
-Acho que descobri o segredo de Anahí – Maite riu – Ela é que nem um cão de rua feroz, late, morde, mas não aguenta um carinho que já fica toda manhosa e leal.
-Está me chamando de cachorra?
-Uma cadela vira-lata na verdade.
-MAITE!
-Ai deuses, não quebrem nada!
Dulce gritou assim que me viu começar a correr atrás de Maite. A filha de Hermes poderia ser mais rápida e fugiria de mim eternamente se eu não tivesse a derrubado com o vento. Então cai encima dela e fiz o meu melhor e mais mortal ataque: o golpe das cócegas fulminantes. Maite ria e se contorcia embaixo de mim, tentando também revidar com cócegas. Naquele momento parecíamos duas crianças brigando e gargalhando ao mesmo tempo, sobre olhos protetores de Blan e o riso divertido de Dulce.
Naquele momento eu me sentia dentro de uma família.
Notas Finais
Empousa: são serventes de Hécate, mas muitas a desobedecem e se tornam monstros como outros quaisquer. Tinham garras afiadas, eram mistura de mulher, cabelos em chamas vivas, e tinham patas desproporcionais ao seu corpo, um das patas de burro e a outra de bronze. De acordo com Pierre Grimal, a Empousa podia metamorfosear-se em uma jovem bela a fim de atrair suas vítimas e assim se alimentar.Elas também podem ter inspirado a lenda sobre os vampiros, uma vez que se alimentavam de humanos (mais precisamente jovens que eram atraídos para suas camas) com suas presas que se prolongavam de seus caninos. (Fonte: Wikipedia)
Gente, desculpa por não ter postado ontem, mas está tudo muito corrido aqui em casa, então quando tudo voltar ao normal, volto a postar mais capítulos, mas como amo muito vocês, hoje postarei mais dois capítulos, porém não sei a hora ao certo, mas eu sempre procuro cumprir minhas promessas. beijos galerinha
Autor(a): AnBeah_Portinon
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Pov Dulce Era final de tarde de uma quinta-feira. Estávamos em meu quintal, Maite parada a minha frente segurando firmemente a sua adaga. Seu corpo levemente inclinado para a frente, joelhos dobrado e um sorrisinho convencido. Tudo isso porque ela já tinha me derrubado três vezes no chão. -Vamos Dulcinha – Maite provocou – Isso n&atil ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA