Fanfics Brasil - A Realidade Bate a Porta The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: A Realidade Bate a Porta

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Pov Dulce 


Chegamos a parte leste da escola, onde havia quase nada além de um jardim mal cuidado. Maite estava agitada, resmungando coisas que eu não conseguia compreender. O que diabos havia sido aquilo?! Como o nosso zelador virava um protótipo de Hulk e atacava a uma aluna? Tudo bem que todo mundo no fundo queria dar um soco em Anahí, mas isso era apenas no sentindo figurado e metafórico da coisa, ao menos na maior parte do tempo! 


-Dul, não surte agora! – Maite notou a minha respiração acelerando com os pensamentos confusos – Primeiro temos de ir para um lugar seguro, ok? 


-O que está acontecendo May? – perguntei um pouco chorosa, estava tremendo de medo. 


-Vai dar tudo certo, eu prometo. Mas vamos para o plano que é bem simples: fugir da escola, ir para minha casa, montar um plano de verdade. 


-Mas e a Anahí?! 


-Ela vai nos encontrar no caminho. 


Tão certa quanto a isso, Maite olhou pra os lados e encarou o muro. Então com uma agilidade incrível, ela saltou e escalou facilmente a parede de pedras, sentando no topo com uma perna em cada lado. Maite ofereceu a mão, me ajudando a subir e resmungando algo como eu ter de parar de comer pizzas. De tudo aquilo, a única coisa normal que aconteceu foi que quando saltei para o lado de fora da escola, caí com o peso muito para frente e desabei no chão. Maite Perroni me ajudou a levantar sem nenhuma piadinha, o que era estranho. 


Corremos pela rua, mas antes de entrarmos na avenida principal Maite parou e olhou para os lados. Ela aproximou de um carro, um popular e velho de cor verde oliva, e tirou dos bolsos um canivete. O girou entre os dedos e pareceu ativar algo, fazendo aparecer uma chave própria para carro. 


-Ok, primeiro um isqueiro que se transformou em espada. Agora um canivete que tem uma chave de carro? – indaguei completamente confusa. 


-É uma chave mestra, idiota – Maite resmungou e encaixou a chave no carro, girando e abrindo o veículo facilmente – Abre praticamente tudo. Uma mão na luva na maior parte do tempo. Agora entra! 


Não ousei mais questioná-la. Aquilo tudo estava sendo uma loucura e por motivos sábios, a minha razão foi dar um passeio e deixou que meus instintos comandassem a maior parte de meus comportamentos. Entramos no carro e Maite arrancou fazendo cantar pneu, naquele momento eu descobri que minha amiga não era nem um pouco uma boa motorista. 


-Maite, pelo amor de Deus, você poderia explicar ao menos o que está acontecendo? O que o zelador queria comigo?! – questionei falando alto, por puro desespero, minha mente voltando a funcionar lentamente. 


-Essa é uma ótima pergunta, eu estava quase certa de que você não era uma de nós – Maite gemeu frustrada – Vou ter de aguentar a Anahí falando “eu avisei”. 


-Que tipo de drogas vocês estão tomando? Como assim uma de nós? É uma gangue? Eu fui envolvida por ser sua amiga?! 


-Uma gangue? Seria bem legal e perigoso – Maite riu e balançou a cabeça. 


-Então como inferno aquele homem cresceu como o Hulk? Só faltou ficar verde! 


-Ah, não era um homem. Era um lestrigão. Uma espécie de mini-gigante canibal, não são espertos o que é nossa vantagem, mas são canibais e fortes. 


-Canibais? Você está de brincadeira não é?! 


-Quem me dera, Dul, quem me dera... PUTA MERDA! 


Maite freou de vez, me lançando para a frente já que em meu desespero, eu não coloquei o cinto de segurança. Bati com força a cabeça no painel, estava levemente tonta quando ergui a minha visão e vi Anahí parada a frente do carro, com as mãos espalmadas e a respiração ofegante. Ela estava levemente machucada, sua roupa coberta por uma poeira dourada. A garota socou o capô do carro e entrou no banco passageiro atrás de mim. 


-Você ainda não melhorou a direção, Maite! – Anahí resmungou e Maite fez uma careta de desgosto – Para uma filha de Hermes você está bem lerda, porque não pisou nesse acelerador ainda?! 


Ok, ela estava viva e resmungona como sempre. Eu não saberia explicar o alívio que eu senti quando isso aconteceu. Maite não rebateu, apenas tornou a colocar o carro em movimento e passou até a dirigir com mais precisão. Olhei por sobre o acento, encarando a Anahí como se ela fosse um extraterrestre. Afinal, até uma hora atrás ela era apenas a garota encrenca da escola, a que todo mundo sabia que não deveria se meter. Agora? Ela continuava sendo isso tudo, mas ganhou um bônus de ser uma espadachim. Notei melhor o seu estado, a manga da blusa rasgada, roxos no braço e um corte no queixo que ainda sangrava. O cabelo negro e longo estava bagunçado, os olhos estavam em sua tonalidade Azul mais intensa. Engoli um suspiro cansado e sentei melhor no acento. 


Ninguém conversou, minha cabeça doía por causa da batida e da confusão mental que estava tendo. Maite se concentrava em nos manter vivas no transito e Anahí? Apenas cruzou os braços e ficou encarando a rua. Maite estacionou em uma rua da periferia, bem calma e quase sem casas por ser tão longe do centro e de renda baixa. Ao nosso lado, uma casa até que bem conservada, porém bem simples. Aquela era a casa dela? Eu e Maite podíamos ser amigas, mas não chegamos ao nível de ir visitar uma a outra em nossas residências. 


-Anda, Saviñon – Anahí me empurrou quando eu fiquei parada olhando para a casa. 


Não repliquei como teria feito sempre, ela, de certa forma, havia me salvado assim como Maite. A morena alta seguiu a nossa frente, abrindo o lugar e esperando que nós entrássemos para poder trancar a porta mais uma vez. O lugar era bem simples, mas completamente desnorteante. Tinha um sofá velho, mas uma televisão que só de olhar eu sabia que havia sido cara, junto com um aparelho de vídeo game. A mesa circular onde provavelmente era servido o jantar tinha uma toalha engraçada com estampas de flores. Mas no centro tinha uma bela escultura de um anjo, eu poderia jurar que os detalhes eram de ouro. A pintura das paredes estava completamente ruim, velha, mas nas paredes também haviam quadros bonitos de paisagens. 


-Eu vou tomar um banho – Portilla avisou antes de sumir por um corredor. 


-Essa é sua casa? – indaguei apenas para confirmar, ainda olhando tudo ao redor. 


-É... Ou era – Maite se jogou no sofá e suspirou – Eu estava começando a gostar daqui. 


-Era? – corri para sentar ao lado dela – Maite, por favor, me explica o que está acontecendo ou eu irei enlouquecer. Você se meteu com pessoas erradas, é isso? A Anahí te obrigou a fazer algo que não queria? 


-Ah, muitas vezes – Maite riu triste e balançou a cabeça lentamente em forma de negação – Mas eu teria me arrependido se não tivesse seguido essa garota. Dul... É tão complicado que eu nem sei por onde começar. Você precisa ter uma mente aberta ok? 


-Eu preciso de respostas! – eu exigi, sabia que teria um surto se não começasse a compreender as coisas. 


-Tudo bem. Então... O que você sabe sobre mitologia grega? 


-May! Não é hora para aulas de história, você pode me contar o que está acontecendo, eu juro que não vou te julgar e-- 


-Estou falando sério Dul. A mitologia é a resposta. Deuses gregos, monstros, ninfas, sátiros... Tudo isso que pensamos existir um dia, ainda existe. Eu sou o que chamamos de meio-sangue, ou no termo mais popular, uma semideusa. 


Semideusa. Minha mente prontamente projetou o desenho da Disney do Hércules, um herói filho de um deus poderoso que tinha a superforça. Maite estava me dizendo que era algo assim? Resmunguei alto e afundei no sofá. 


-Você não tinha nada melhor para inventar? – perguntei descrente e indignada. 


-Apenas tenha a mente aberta, tudo bem? Você vai acreditar com o tempo – Maite segurou meu braço tentando chamar minha atenção – Os deuses existem e eles por vezes vem até aqui embaixo para fazer qualquer coisa, uma dessas é se divertirem com os humanos. Então nós nascemos, alguns nem descobrem que são meios-sangues porque o poder não se desenvolve de jeito nenhum. Outros são mais sutis e podem passar despercebidos. Mas há aqueles que tem o lado grego muito aflorado e desenvolvem certas habilidades. Então esses são caçados. 


-Caçados? – repeti, finalmente me rendendo a história, custava nada escutar não é? 


-Por monstros, como aquele zelador. Eles literalmente nos matam ou comem, por vingança ou por serem da natureza deles perseguirem os semideuses. 


-E aquele lestrivão estava atrás de mim? 


-Lestrigão – Maite me corrigiu – e parece que sim. O porque, não sabemos ainda. 


-Isso é loucura Maite... Eu quero ir para casa, eu preciso contar para minha mãe! 


-Você só a colocaria em perigo. 


A voz de Anahí foi tão inesperada que me assustou. Ela estava parada no início do corredor, braços cruzados. O cabelo estava mais escuro e molhado, as roupas trocadas. Agora trajava uma calça jeans com alguns rasgos, uma blusa folgada do Nirvana e um olhar muito sério. 


-Como assim em perigo? – repeti com o estomago embrulhando. 


-Aquele lestrigão falou algo como “o Mestre mandou”. Se o tal Mestre mandou um monstro atrás de você, mandará outros. Sua cabeça pode estar a prêmio e agora que foi encontrada e sabe das coisas, sua presença irá aumentar e será mais fácil de te encontrar. 


Eu não entendia metade daquelas coisas. Tudo o que eu queria era desesperadamente voltar ao normal, ir para casa e abraçar minha mãe. Levantei de supetão, meu instinto gritando que o perigo estava batendo a minha porta, eu precisava escapar. 


-Eu vou para casa – anunciei da maneira mais firme que podia – Eu não estou envolvida com essas coisas de vocês duas! Eu fiz nada! 


-Nós nunca fizemos nada – Anahí resmungou e desviou o olhar – E ainda assim pagamos o preço sempre. 


-Eu... Eu... 


Balancei a cabeça fortemente. Mais uma vez a razão estava me fugindo, fiz a única coisa que me parecia certo no momento. Girei nos calcanhares, fui a porta e tentei abrir. Esqueci completamente que Maite havia trancado. 


-Maite, me deixa ir! – implorei. 


-Dul, espere – Maite pediu pacientemente – Eu sei que é tudo uma loucura, sei que tudo está confuso. Foi assim quando eu descobri também. Mas assim que o fiz, eu também tive de me afastar de minha família. Anahí também teve. Foi para o bem deles. 


-Eu não vou deixar minha mãe! – gritei – Isso é insano! Eu sou menor de idade, eu não sei o que infernos está acontecendo! 


-No fundo você sabe que é verdade – Portilla continuava no mesmo tom frio e calmo – A sensação de perseguição, o fato de estar na hora errada no lugar errado para que coisas estranhas acontecessem. Acidentes inexplicáveis. Isso tudo vai piorar, Saviñon. 


-Dul nós-- 


Um rosnado poderoso calou Maite. Exatamente assim, de repente, como se alguém tivesse ligado um motor quebrado bem próximos de nós. O meu sangue gelou e meu corpo inteiro sentiu um arrepio gélido percorrer cada nervo meu. Maite correu para o meu lado, pegando o seu canivete, o girando duas vezes na mão e este se transformou em uma linda adaga de prata. Anahí já estava com a espada transformada, sua posição totalmente defensiva. 


Então surgiu do nada, literalmente. Saltando de uma sombra produzida do corredor, um enorme cão negro apareceu e se jogou contra Anahí. Ela tentou desviar, mas caiu ao chão e com o impacto sua mão deixou cair a espada. Gritei em desespero, sendo puxada para trás por Maite que usou o próprio corpo para se colocar a minha frente. Anahí tinha o corpo ao chão, as enormes patas com garras enormes estava a cada lado de seu corpo. O monstro era como os piores pesadelos que toda criança tem. Grande, com olhos vermelhos, garras e dentes pontiagudos, uma aura negra o rondando. Ele abriu a boca para morder Anahí, mas ela abriu a mão esquerda e apontou em direção a ele, liberando uma rajada de raios que o jogou para longe. 


Anahí se arrastou até a espada no chão, Maite agia me deixando perto e levando para a porta, a destrancando. Meus olhos estavam cravados na cena surreal que acontecia a minha frente. Portilla alcançou a espada, girou o corpo e não teve tempo de levantar. O cachorro grande e mal estava estremecendo, mas prestes a pular na direção dela. Eu sabia que Anahí não conseguiria se defender, ela estava muito mal e seria machucada. 


-PARE! – eu gritei antes do cachorro grande fazer o seu ataque – NÃO A MACHUQUE, POR FAVOR! 


De todas as coisas estranhas, de toda aquela loucura... Aquilo pareceu superar tudo. O cachorro rosnou, olhou de mim para a Anahí e tentou avançar, mas eu gritei mais uma vez. 


E ele me obedeceu. 


Acuou e manteve os olhos tensos, encarando a garota no chão como se fosse um belo pedaço de filé. Mas não atacou. 


-Dul como você-- 


-Vamos! – Anahí saltou ficando em pé, correndo até nós e chutando a porta com um grande impacto, a fazendo quebrar prontamente – Não vamos brincar com a sorte May! 


Maite me segurou e praticamente me empurrou o caminho inteiro para o carro velho. Eu ainda encarava a casa, com medo de que aquela fera negra saísse e nos atacasse. Assim que nós três entramos no carro, Maite acelerou cantando pneu, nos levando para longe dali. Então, finalmente eu entendi que o perigo era real. Que aquelas coisas estranhas e absurdas que Maite me contou eram reais. E que Anahí estava certa, ao menos daquela vez, ao dizer que minha mãe ficaria em perigo. Soltei um longo suspiro, encolhendo no banco até conseguir abraçar meus joelhos. Então eu chorei. 



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


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