Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega
Pov Dulce
Foram horas e mais horas dentro de uma vã com semideuses completamente
diferente. Não demorou para Anahí ficar de mal humor e a dar suas costumeiras patadas a
qualquer coisa que eles falassem. Isso não me excluía ao todo, já que eu também a pirraçava
mesmo sabendo que ela estava irritada. Era irresistível provocar a filha de Zeus a ponto de
ver faíscas saindo de seus olhos. Para completar, Angel, Ally e May ficaram cantando por
quase uma hora as músicas de Beyoncé e outras cantoras do momento.
Em Bayville Argos seguiu para uma das inúmeras ruas que ficavam literalmente
vizinhas da água. Todas as casas praticamente tinham em sua garagem alguma espécie de
embarcação, que variavam entre lanchas à jet-ski. Eu nunca tinha estado em um lugar assim,
onde do quintal de sua casa você poderia pular a cerca e se jogar no mar. Para chegarmos
ao lugar exato, Maite entrou em contato com Miley por uma mensagem de Íris, pegando o
endereço de uma daquelas ruas “marítimas”.
Paramos em frente a uma casa simples, de apenas um andar superior e também bem
próxima da água. Havia até mesmo um cais com uma lancha vermelha e branca presa ao
fundo. Saímos todos esticando os braços e as pernas, espreguiçando e reclamando da falta
de espaço durante a viagem. Eu podia ver em Anahí uma expressão de alívio que eu poderia
jurar que ela estava agradecendo a Zeus pela tortura ter finalmente acabado.
-Meu trabalho aqui acabou – Argos falou de um jeito sério – Boa sorte, semideuses.
Apenas isso para ele entrar de novo na van e sair cantando pneus. Nos olhamos, Maite
deu de ombros e foi até a casa onde Maite disse que estaria. A segui de perto e ao nosso
lado estava Ally. Os outros ficaram um pouco mais atrás.
-Miley! – Maite chamou enquanto batia na porta – Chegamos para alegrar o seu dia!
Escutamos o som de trincos sendo abertos e eu já via Maite sorrindo travessa,
provavelmente tendo alguma piada na ponta da língua. Uma que morreu no exato momento
em que a porta se abriu. Nós três abrimos bem os olhos, sem conseguir disfarçar a surpresa
ao encontrar ali, parado a nossa frente, ninguém menos do que Christopher Uckermann.
-Ucker?! – Ally exclamou alto
-O que?! – escutei Anahí lá atrás.
-Acho que a Miley não falou de mim – Ucker disse sem jeito coçando a nuca – Mas
então, acho que eu serei a carona de vocês.
Olhei para trás e vi Anahí de punhos fechados e uma expressão nada boa. Soltei um
suspiro cansado já imaginando a confusão que viria. Olhei para Ucker e encontrei os seus
olhos sobre mim.
-Hey – cumprimentei meio sem graça – Foi realmente uma surpresa, Miley não falou
nada sobre quem convocou para a nossa missão.
-Com bons motivos, pelo visto – Ucker sorriu amarelo – Entrem, essa é minha casa.
-Ah não os deixe entrar ainda – Miley finalmente apareceu atrás de Ucker e o
empurrou para o lado para sair da residência – Vamos deixar algumas coisas claras aqui fora,
ou então vai ser perigoso colocarem sua casa abaixo.
Ela avançou de modo que nos obrigou a afastar. A filha da magia estava mais séria do
que nunca, até mesmo um pouco sombria. Senti um arrepio de medo, não podia negar.
Miley usava uma calça escura bem roqueira com alguns rasgos pela perna, botas escuras e
uma blusa com estampa de Avada Kedavra. Seu cabelo estava mais escuro, ousava dizer
que até com um novo corte. Seus acessórios também eram escuros, além de um lápis de
olho e delineador bem reforçados.
-Ucker tem um navio, ele concordou em comandar a embarcação pelo Mar de
Monstros – Miley explicou cruzando os braços.
-Um navio qualquer não é aconselhável – Chris disse com cuidado.
-Não é um navio qualquer – Ucker prontamente acrescentou, colocando as mãos
dentro do bolso da bermuda azul escura que usava – Alguns de vocês ganham presentes de
seus pais certo? Meu pai me deu um navio, ele não é qualquer coisa e isso posso garantir.
-Ok, mais alguma coisa que seria bom a gente saber, Cyrus? – Maite questionou
pondo as mãos na cintura.
-Possivelmente sobre mim.
Meu sangue gelou completamente. Eu estava de frente para Anahí e vi seus olhos
azuis crescendo exponencialmente, assim como sua respiração acelerava rapidamente.
Aquela voz pertencia a provavelmente a última semideusa que eu esperava encontrar ali.
Olhei para trás e minhas suspeitas se confirmaram.
Ariana Grande estava ali, encostada no batente da porta de maneira despreocupada.
Usava uma saia de cintura alta e uma blusa branca de mangas cumpridas. Ainda parecia fofa
e meiga, mas seus olhos estavam sérios encarando Anahí sem desviar.
-Você! – Anahí gritou e parecia que pequenas faíscas saiam de seu corpo – Como
tem a cara de aparecer depois de tudo?!
-Me disseram que precisavam de ajuda – Ariana deu de ombros parecendo indiferente.
-Não da sua! – Anahí vociferou gritando – Não de uma traidora filha da---
-Chega! – Miley disse alto e firme.
A garota mágica esticou a mão na direção de Anahí e fechou em punhos. Não foi
preciso mais do que isso para sua que sua magia aparecesse. Meus olhos se abriram em
choque quando Miley fez a boca de Anahí sumir. EXATAMENTE ISSO. Ela fez a boca da
filha de Zeus desaparecer de seu rosto, totalmente, restando apenas pele no lugar. Aquilo era
digno de um filme de terror! Anahí em desespero tocou o rosto e fazia sons nasais que eu
não saberia dizer se era de horror, desespero ou fúria.
-Precisamos de toda a ajuda possível, o que vamos enfrentar talvez necessitasse de
um exército de nós – Miley disse seriamente, um timbre frio e penetrante, fitando
diretamente Anahí – Ninguém está sendo obrigado a ir nessa viagem, se não conseguir
aguentar alguns detalhes que são pequenos perante a necessidade e urgência dos fatos, caia
fora!
-Ela está sinistra – Maite murmurou ao meu lado, um quê de pavor em sua voz.
-Miley discutiu com Demi – Ucker disse ainda mais baixo, mas dava para escutá-lo –
Desde então está assim.
Demi? – Ally pareceu surpresa com a menção da meia-irmã.
-Sim, ela ia ajudar – Ucker deu de ombros – Mas não vai mais. Acho que algo sobre o
namorado.
Ally e Maite fizeram uma careta e eu busquei na minha mente por informações. Podia
jurar ter escutado Angelique fofocando sobre o humano que Demi namorava. Um garoto que
era sensível ao véu da névoa e ajudou Demi a sobreviver nas ruas quando fugiu do orfanato.
Desde então eles estavam juntos. Miley lançou um olhar ameaçador em nossa direção e
todo mundo ficou rígido no lugar, com medo de receber a fúria da filha da magia.
-Portilla, sei que parece errado o que eu fiz – Ariana falou em um tom mais humilde e
fitou diretamente a mim – Eu quero me redimir, quero mesmo ajudar. É uma forma de
melhorar as coisas lá embaixo também, quanto mais rápido encontrarmos a sua mãe, mais
rápido o equilíbrio vai retornar.
-Viu? Isso é até nobre – Miley encarou Anahí de novo – Deixe suas questões
pessoais de lado por um tempo, depois vocês se matam, certo? – Anahí parecia que iria
matá-la com o olhar – Acene aceitando, Portilla.
Sem outra alternativa Anahí acenou. Miley desfez o punho fechado e a boca de
Anahí estava lá novamente. A filha de Zeus puxou o ar forte por entre os lábios, respirando
apressadamente e tocando os lábios.
-Você já deveria ter usado esse truque antes! – Angel provocou.
-Nem brinca, é a Dul que sofre Angelbear – Maite não resistiu a provocar também.
-Calem a boca ou eu ligo um foda-se para a missão e que o mundo se exploda! –
Anahí rosnou furiosa.
-Já que estamos acertados – Ally tomou a frente – Temos um navio para embarcar
não?
Depois disso, Ucker, Ariana e todo o resto entrou na casa, ficando apenas eu e Anahí
do lado de fora. Eu sabia que cabia a mim acalmar a fera, ou ao menos tentar. Ela estava
encostada em um poste, o seu semblante fechado e marrento. Aproximei com cuidado,
escutei ela rosnar baixinho, exatamente igual faria um cachorrinho. Eu poderia imaginar Anahí como um daqueles cachorros de dondocas, pequenos e rosnando por qualquer coisa
apesar de parecerem fofinhos e bonitinhos. Tive de morder o lado interno de minha bochecha
para não gargalhar com a imagem que se formou em minha mente.
-Vai ser uma viagem difícil não é? – tentei puxar conversa.
-Insuportável – Anahí foi taxativa, sem esconder a revolta.
-Precisamos de ajuda Narrí...
-Eu sei ok? Não sou tão idiota quanto todo mundo pensa! – ela brigou, seus olhos
totalmente ofensivos – Eu posso muito bem manter a porra do controle!
-Sim, estou vendo Anahí.
Mordi a língua para não xingá-la, sabendo que tinha de ter
paciência. Os olhos dela me desafiavam a fugir, a acatar a sua raiva, a recuar. Mas eu já
estava acostumada a isso. Mantive-me ali, a fitando em igual intensidade, a repreendendo
com um único olhar até que Anahí resmungou fazendo bico contrariado.
-Eu não vou pedir desculpas, eu tenho motivo pra estar assim! – Anahí avisou
prontamente.
-Não estou dizendo nada Anahí – falei manso, ficando mais perto – Você que está
rosnando para mim.
-Mas que porra, você não está incomodada? É a Ariana! Ela quase fodeu com a gente
um tempo atrás!
-Eu sei, mas ela também tomou conta de Cláudia quando foi preciso – lembrei e respirei
fundo – Não que eu vá gostar e confiar nela, mas Miley está certa quando diz que
precisamos de ajuda.
-Aquela vadia! – Anahí rosnou mais baixo e me fitou com um brilho estranho no olhar –
Espera, tenho de ver se minha boca está mesmo com todas as funcionalidades intactas.
Foi assim do nada que Anahí me puxou pela cintura em uma pegada forte e me beijou.
Abri os olhos surpresa, ainda mais quando ela deslizou a língua por meus lábios sem aviso
exigindo pela minha. Meu corpo inteiro estremeceu em resposta, sendo invadido por todas as
sensações avassaladoras que Anahí causava com sua boca de maneira intensa. Gemi abafado, fechando os olhos aos poucos e deixando que ela me beijasse, sem saída
nenhuma, sendo deliciosamente dominada por aquela boca. Ela finalizou tudo com uma
sugada deliciosa em meu lábio inferior, afastando enfim os lábios molhados pelo beijo com
um sorrisinho de lado.
-Meu beijo continua bom? – ela indagou parecendo levemente preocupada.
-Hum? – eu ainda tentava raciocinar depois do beijo intenso.
-Vou levar isso como um sim – Anahí riu baixo e me deu um selinho – Já pensou o
quanto seria ruim eu sem minha boca em você?
Meus olhos se abriram em desespero. Anahí riu ainda mais sabendo exatamente o
que eu estava pensando. Ela pareceu rir ainda mais quando a bati no braço zangada por
aquele tipo de brincadeira.
-Não se comam no meio da rua, por favor, eu ensinei um pouco de decência a vocês
duas – Maite dizia saindo da casa de Ucker.
O filho de Poseidon e Ariana saiam agora ambos com moletons e mochilas nas costas.
Além de espadas embainhadas e presas na cintura. Anahí prontamente passou um braço
por meu ombro de maneira protetora, mesmo que assumindo aquela sua expressão fria e
perigosa de sempre. Seguimos até perto da água, beirando a margem. Ucker tomou a frente
e sem aviso nenhum ele se jogou na água em um perfeito mergulho de cabeça.
-O que deu nele? – Chris indagou confuso.
-Foi buscar o navio – Miley explicou de maneira distante.
Troquei um olhar confuso com todo mundo. Os minutos foram se aglomerando até
Anahí bufar impaciente, ela já estava começando a abrir a boca para reclamar quando um
movimento na água chamou a atenção de todo mundo. Foi questão de segundos para a água
começar a se agitar intensamente e então o navio aparecer, emergindo das profundezas
dando um leve susto na maioria de nós.
O navio era em estilo antigo, com apenas dois mastros sendo o central o maior. As
velas eram de cor azul escura, com um tridente pintado de preto como estampa no tecido. A
madeira era quase vermelha e ainda mantinha certos arranhões de guerra. Ucker apareceu na lateral, jogando uma escada feita de cordas e madeira para que subíssemos. Eu não podia
negar o quanto eu estava impressionada. Maite foi a primeira a subir animada.
-Bem vindos ao Vingança dos Mares – Ucker disse meio teatralmente, abrindo os
braços e sorrindo – Um legítimo navio de guerra grego! Mais do que isso, abençoado pelo
meu próprio pai.
-Como isso saiu das águas? – Chris perguntou curioso e impressionado.
-Ele funciona também como submarino, basta que todo mundo esteja dentro das
cabines lá embaixo – Ucker explicou e mostrou a mão direita – Enquanto eu estiver com o
anel, eu sou o capitão e o navio me obedece. Basta eu querer.
-Temos de aproveitar a luz do dia – Miley ponderou – Vamos logo Uck---
-ENTREGA ESPECIAL!
Foi impossível não se assustar. Um vento poderoso passou por todos nós, meus
cabelos se bagunçaram a minha frente e eu recuei com a força da corrente de ar. Quando
joguei os fios ruivos para trás eu não conseguia acreditar no que estava vendo a minha
frente. Era um homem usando roupa social, ele era alto e o cabelo castanho estava
levemente bagunçado. Em seus pés tênis esportivos branco e azul... Com asas na lateral!
-Olá crianças! – ele exclamou parecendo animado e sorrindo travesso – Eu sou o... – o
som de celular tocando o interrompeu e ele fez careta – Um minutinho só – ele pegou o
aparelho de um bolso interno do terno – Fale rápido Hebe... Mas é claro que eu encaminhei
sua encomenda para Íris! – ele desligou irritado e fez um movimento para baixo transformando o seu celular em um verdadeiro caduceu – George, Martha, por cinco minutos
deixe meu telefone fora de área!
O caduceu era um bastão de três metros de cumprimento feito de madeira, com asas
de pombo brotando no topo. Havia duas cobras verdes que assim que escutaram o nome
George e Martha começaram a se mexer vivas!
-Pai? – Maite Perroni parecia em choque.
Pai?! Aquele então seria Hermes! Arqueei as sobrancelhas em surpresa, ele mais
parecia algum tipo de garoto propaganda de um comercial de televisão. Ou até mesmo um
apresentador.
-Minha querida! – ele sem nenhum pudor foi até Maite e a abraçou tão forte que a
levantou do chão – Maite Perroni Beorlegui! Estou orgulhoso de você está participando de uma
missão tão suicida e perigosa como essa.
-Tão animador – Ariana murmurou irônica.
-O que faz aqui papai? – Maite indagou ainda confusa, conseguindo sair do abraço
sufocante.
-Trazer uma encomenda, é óbvio – uma das cobras, com voz de homem sendo entãoprovavelmente George, respondeu.
-Semideuses são tão desprovidos de capacidades cognitivas - Martha, a outra cobra,
reclamou.
-Chega de conversa, eu não tenho muito tempo – Hermes falou apoiando o caduceu no
chão e mexendo no espaço interno do terno – Agora aonde foi que eu enfiei... Aqui! – ele tirou
uma garrafa térmica do bolso e jogou na direção de Maite – Apresento a vocês a Garrafa
Térmica dos Ventos.
-Ta quente! – Maite girou a garrafa tentando segurar melhor – Puta merda, ta frio!
-Funciona como uma bússola – George explicou com voz de tédio – Norte é frio, sul é
quente!
-Olha só como vocês estão colaborativos hoje, estão se exibindo? – Hermes conversou
com as cobras e deu de ombros – Só abram a garrafa em casos de extrema urgência. Ah
sim, querida, eu dei uma melhorada em sua arma, você saberá o que aconteceu no momento
certo.
-Se é uma encomenda, quem mandou para nós? – Miley indagou.
-Deméter está queimando o juízo de Zeus para encontrarem logo a filha. Então fui
enviado aqui para tentar ajudar. É o máximo que uma interferência divina pode fazer –
Hermes explicou e olhou para o relógio de pulso – Estou atrasado, que ótimo! Ao menos dei
tempo para que a garota chegasse. Boa sorte crianças – ele olhou para Maite e com um
sorriso travesso se despediu – Não morra, está bem?
As asas em seu tênis começaram a bater e em questão de segundos ele estava no ar,
voando como se fosse um jato. Novamente o ar se agitou e eu tive de ajeitar o meu cabelo.
Estávamos a sós novamente, nos encarando com uma bela expressão de “o que diabos
acabou de acontecer aqui?”.
-Espera – Chris foi o primeiro a se manifestar – Ele disse que tinha uma garota
chegando?
E como que para responder a pergunta dele, escutamos um barulho vindo do mastro
central. Era uma flecha que foi fortemente cravada na madeira, amarrada em seu cabo
estava uma grossa corda. Segui a linha, procurando a sua origem, Anahí já com o isqueiro
em mãos caso aquilo representasse o perigo.
Então escutamos o grito de adrenalina antes mesmo de ver o que estava acontecendo.
Usando a corda como uma tirolesa e o arco como instrumento pra descer. Uma garota de
cabelos pintados em tons diferentes de azul estava descendo até o navio. Antes de se chocar
com o mastro, ela saltou para o piso de madeira, se desequilibrou um pouco e logo ficou de
pé.
-Graças a Apolo, consegui chegar a tempo!
Demetria Lovato ajeitou a jaqueta de frio que usava e sorria daquele jeito exagerado
dela. Ela pegou o arco que estava no chão e olhou para cada um de nós.
-Vocês já foram mais legais – ela reclamou deixando os ombros caírem.
-Demi, mas você... – Miley se aproximou incrédula.
-Ele era um idiota, uma hora eu teria de terminar com isso – Demetria deu de ombros e
sorriu de lado – Agora podemos ir, já cheguei para a felicidade de vocês!
Miley riu, parecendo aliviada e praticamente se jogou nos braços dela. Chris empurrou
Ucker pelo ombro dizendo que finalmente podíamos partir. O filho de Poseidon foi até o leme
para comandar sozinho o navio. Escutei sons vindo do lado de fora e não resisti a curiosidade
de me aproximar do parapeito de segurança do navio e ao olhar para baixo vi lemes saindo da
lateral da embarcação, impulsionando prontamente o navio de guerra para a sua aventura.
(...)
Passamos as próximas duas horas explorando o navio e brigando pelas cabines
quartos. Uckermann tentou ter uma só para ele, mas Miley o convenceu que dormir sozinho ele
poderia desaparecer e ninguém notar. Cada cabine tinha duas camas de solteiro e a
formação dos pares foram quase que ao natural. Ninguém se surpreendeu quando Anahí
praticamente me arrastou para a primeira cabine que encontrou. Mas quando Demi
praticamente pegou Miley no colo e a levou para a cabine a frente da minha, eu tive certeza
de que alguma coisa acontecia.
O Vingança do Mar era enorme por dentro. Havia três andares internos. Metade do
primeiro era o dormitório, sendo a outra a sala para refeições e reunião. No andar do meio
estava o convés dos canhões e armas. No último ficava o deposito, seja de munição ou
comida. Também ficava no último convés uma sala de prisão, provavelmente para os
inimigos capturados.
Já era noite quando eu estava debruçada sobre a grade da proa, a parte da frente do
navio. Encarava a noite intensamente estrelada, a lua cheia minguante iluminava a todo o
caminho. Seu brilho refletia nas águas escuras do mar. Estava perdida em pensamentos,
imaginando como seria enfrentar sereias, a deusa da feitiçaria e finalmente encontrar as
caçadoras.
-São nesses momentos de silêncio que percebemos as loucuras que fazemos, não é?
Tomei um susto e acabei batendo o meu pé na grade de segurança. Lutei para não
xingar, o que eu teria feito normalmente se a pessoa que estivesse ali não fosse Ariana
Grande. Ela já não usava um vestido, mas sim roupas pretas com um moletom cinza por
cima. A noite estava realmente fria, obrigando-me até a usar luvas.
-Perdão, eu não queria te assustar – Ariana pediu, apesar de sorrir divertida com a
minha situação – Dulce, podemos conversar um pouco?
-Eu não sei... – hesitei de forma sincera.
-Eu sei que da última vez em que nos encontramos eu saí como uma verdadeira vilã –
Ariana aproximou e encostou na grade, respeitando um espaço considerável entre nós duas –
Mas acredite, eu estava tentando ajudar.
-Eu quase morri diversas vezes por causa da perseguição de seu pai – acusei, mas
usando um tom civilizado e calmo – Tenho marcas disso, Ariana.
-Eu sei. Por isso eu queria ter te encontrado primeiro – ela tentou se explicar e passou
a mão no cabelo solto – Os monstros machucariam você, e eu não queria isso.
-Porque ajuda o Ha--- O seu pai? – me impedi de usar o nome do deus, já que os
nomes tem poderes e logo estaríamos em um lugar realmente perigoso.
-Ele é meu pai – Ariana mordiscou rapidamente o lábio – Diferente dos outros deuses,
ele realmente tentou ficar perto de mim. Por isso consigo entrar com tanta facilidade no
submundo. Meu pai está só e com tarefas sobrecarregadas e, bem, ele ama mesmo a sua
mãe.
-Você manteve minha irmã aprisionada!
-Não era assim quando eu estava lá. Ela ficava comigo em meu quarto – Ariana
explicou e olhou para cima – Cláudia está no acampamento, não está?
Talvez fosse o tom de voz dela que estivesse me amolecendo, ou talvez fosse aquela
aura de carência e solidão que rondava a filha de Hades. Era como se eu me descobrisse
sem conseguir sentir raiva dela, apesar de tudo. Se fossemos coerentes, Ariana estava certa,
se não fosse a interferência dela tudo aquilo teria sido muito pior.
-Sim, está – concordei em um tom mais suave – Ela adora brincar com as ninfas e
está sendo cuidada pelos nossos... tios eu acho.
-Não tente fazer isso – Ariana riu e eu a olhei confusa – Pensar quem é tio, quem é
primo, coisas assim. Não há regras para casos amorosos na mitologia. Se fosse assim, em
vias de regras seriamos irmãs, já que meu pai é casado com sua mãe.
-A Anahí iria adorar isso – ri ao pensar alto.
Ariana me fitou em curiosidade.
-Vocês estão juntas, não é? Eu fico surpresa, nem ao menos pensava que a Anahí
tinha um coração – Ariana não deixou de alfinetar.
-Ela é difícil – admiti e sorri sem perceber – Mas até que é um charme isso. E... Bem,
não somos namoradas, mas estamos juntas. Eu acho. Não conversamos muito sobre isso.
-Deveriam – Ariana sorriu torto – Você é linda Dulce, assim como sua mãe. O jeito
que se entrega ao que acredita é cativante e posso apostar que parte disso ajudou a montar
essa equipe de semideuses.
Foi impossível não corar com o elogio. Apesar de tudo, não era sempre que o recebia.
Desviei o olhar envergonhada, encarando as ondas que se formavam quando o navio cortava
a água.
-O jantar logo vai ser servido. De início eu vim avisar isso, mas acabei aproveitando
para conversar – Ariana falou de um jeito suave – Não demore muito, está mesmo frio aqui
fora.
Acenei com a cabeça e a observei se afastar. Ariana Grande tinha todo um jeito de
bonequinha fofa, mas em verdade era uma garota misteriosa com algo que te fazia querer
agarrar e cuidar, proteger do bicho-papão. Era quase irracional isso, mas era o que eu
pensava enquanto a acompanhava com o olhar.
Dei de ombros e depois de alguns minutos segui o mesmo caminho feito pela filha de
Hades, descendo para o salão das refeições no primeiro convés. Estava uma verdadeira
bagunça. Ucker e Chris conversavam animadamente sobre a balística do navio. Angelique,
Miley e Demetria falavam empolgadas sobre algo como roupas da moda que poderiam
ajudar na camuflagem. Maite e Ally tentavam organizar a mesa enquanto Anahí e Ariana
estavam em extremos opostos, mas se matando com o olhar.
Balancei a cabeça de forma negativa, sabendo que aquela viagem seria tudo, menos
monótona.
Autor(a): AnBeah_Portinon
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Pov Anahí Dois dias se passaram desde que embarcamos no Vingança do Mar. Eu estava em pleno ar, empunhando minha espada e com um olhar sério. Detrás de uma nuvem branca eu vi a sombra de meu inimigo. Era uma das coisas bizarras que existiam nesse mundo. Ela rompeu a nuvem a afastando com o bater das asas pequenas. Era uma Harpi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 179
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tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25
Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...
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raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57
Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !
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livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44
Continuaaa
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DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41
Continuaaaaaaa
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siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27
Continua!!!
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candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12
QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA
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livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41
Continuaaa
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Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59
VOLTAAAAAAAAAA
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Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43
Continuaaaaaa
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Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52
CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA