Fanfics Brasil - Flor de Origami The Mythology- Portiñon- Adaptada

Fanfic: The Mythology- Portiñon- Adaptada | Tema: Dulce María, Anahí Portilla, Portiñon, Mitologia Grega


Capítulo: Flor de Origami

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Pov Anahí


 


 


Dois dias se passaram desde que embarcamos no Vingança do Mar. Eu estava em


pleno ar, empunhando minha espada e com um olhar sério. Detrás de uma nuvem branca eu


vi a sombra de meu inimigo. Era uma das coisas bizarras que existiam nesse mundo. Ela


rompeu a nuvem a afastando com o bater das asas pequenas. Era uma Harpia, uma mulher


pássaro. Ou algo muito próximo disso, pois suas asas eram menores do que deveriam ser e


isso retardava a sua velocidade. Era como uma mistura de uma atendente com um


passarinho, porém com uma eterna TPM, pois o que ela não tinha de inteligência e


velocidade, ela tinha de ferocidade. As mãos e pés eram como garras e sua persistência era


irritante.


A Harpia avançou em minha direção, as mãos esticadas prontas para fatiar a minha


carne. Mas eu estava no ar, em meu domínio! Desviei voando para baixo, a fazendo agarrar


uma nuvem atrás de mim e quase se embolar quando tentou parar. Segurei minha espada


com maior determinação em acabar logo com aquilo, manipulei o ar em minhas pernas,


fazendo um pequeno tornado para me impulsionar rapidamente em direção a mulher


pássaro. Ela só teve tempo de virar o corpo em minha direção, pois no segundo seguinte


minha espada atravessava o seu corpo bem sobre a barriga. Suas garras tentaram segurar


em meu ombro, produzindo cortes bem superficiais. Como um golpe de misericórdia, fiz a


eletricidade ser conduzida por minha lâmina dourada e prateada, a eletrocutando a tal ponto


de desintegrar seu corpo em pó dourado.


 


 


Soltei um suspiro cansado e comecei a descer do ar, até avistar a poucos metros de


distância o navio do filho de Poseidon. Voei em sua direção, pousando elegantemente no


convés superior próximo ao mastro principal. Ali, Maite, Ariana e Dulce treinavam combate


corporal enquanto Ally e Demetria ficavam de guarda nas extremidades do navio montando


guarda com seus arcos. Os garotos deveriam estar tentando achar um caminho mais certo


para o Triangulo das Bermudas. Felizmente, Ucker por ser filho de Poseidon tinha um mapa embutindo em sua mente,


sabendo exatamente as coordenadas cartográficas assim que estava em água. Estávamos


demorando mais por conta dos ataques contínuos, apesar de não tão fortes. Aquele deveria


ter sido o quinto monstro que eu matava desde que o dia tinha amanhecido.


 


 


-Maite – chamei interrompendo um ataque dela em Dulce – Estou cansada, pode


tomar conta do ar um pouco?


 


 


Eu sempre ficava no posto sobre o mastro principal, o ponto mais alto, para vigiar o


céu. Maite poderia fazer isso, pois ela tinha trazido consigo o seu par de allstar vermelho e


branco que tinha asas. Quase como o que o Hermes tinha aparecido, só mudando o modelo


e mantendo o conceito de que com aqueles calçados a pessoa poderia voar.


 


 


-Finalmente – Dulce aproximou fitando-me seriamente – Você ficou lá o dia todo


praticamente Anahí.


 


 


-Isso quer dizer que estava sentindo a minha falta? – falei baixo e sorri um pouco.


 


 


-Não – Dulce disse teimosa, mas tinha um sorriso de lado que desmentia o seu não –


Por que sentiria falta de seu mal humor e sorrisinho prepotente?


 


 


-Porque você adora – respondi automaticamente.


 


 


Ela riu, aquele riso que quase me fazia sorrir inconscientemente. Mas eu lutava, o


motivo? Ariana Grande estava ali e só sua simples presença me deixava em um humor


arisco. Desviei o olhar de Saviñon para a filha de Hades, ela nos encarava com um olhar


indecifrável e ao perceber que eu a encarava, cruzou os braços.


 


 


-Está atrapalhando nosso treino – Ariana reclamou – Estava ensinando uns golpes para


Dulce.


 


 


-Não precisa – disse cortante – Eu treino a Saviñon.


 


 


-Sinto muito oh mestre sensei – Ariana ironizou e abriu um sorriso irritante – Mas eu


sou mais parecida com a Dulce. Lutamos com espadas leves e nossos poderes são até


similares. Eu tenho sim algumas dicas importantes para dar para ela.


 


 


-Já disse que não precisa! – rosnei sendo mais ofensiva e já começando a avançar na


direção dela – Se toca Ariana, você é uma---


 


 


-Anahí! – Dulce se colocou a minha frente – Sem brigas, somos uma equipe.


 


 


-Não por votação, eu nunca teria deixado ela entrar aqui! – afirmei com certa raiva.


 


 


-Mas agora somos, temos de lidar com isso – Dulce disse firme, sustentando meu


olhar sem medo – E você e eu sabemos que eu tenho de melhorar em algumas coisas. A


maioria aqui tem alguns anos de treino e o Ucker tem um navio para protege-lo. Eu agradeço


qualquer ajuda extra, Anahí!


 


 


-Da Ariana Grande? – eu ri em escarnio e me afastei – Ela é uma fraca!


 


 


-Eu ganhei de você em nosso último duelo, Portilla. Chutei o seu feio traseiro


branquelo – Ariana lembrou com um sorriso soberbo – Quer relembrar o momento,


faisquinha?


 


 


Eu já estava ativando a minha espada mais uma vez e Ariana pegando a sua espada


quando duas flechas foram lançadas. Uma quase acertando o meu pé e a outra passando


bem ao lado da coxa de Ariana.


 


 


-Sem brigas – Ally gritou de seu posto – Ou eu não vou errar as próximas flechas e vou


fazer o tratamento ser bem doloroso!


 


 


Escutei a risada de Demi do outro lado e rosnei enraivada. Transformei minha espada


em um isqueiro mais uma vez e dei as costas querendo apenas descer e não ter mais de


ficar encarando a cara feia de Ariana Grande. Praticamente chutei a porta de minha cabine e


me joguei na cama, sentando para poder tirar os meus coturnos. Menos de um minuto depois


a porta se abria e Dulce entrava, seu olhar cauteloso buscando o meu.


 


 


Eu também estava chateada com ela. Como do nada ela começava a defender a filha


de Hades?!


 


 


-Volta lá para sua nova amiguinha – falei sem esconder a ironia e chateação em minha


voz.


 


 


-Se você continuar chata desse jeito, talvez eu volte – Dulce ameaçou.


 


 


A fitei primeiro incrédula. Ela estava mesmo me trocando pela Ariana? O sentimento


que esse pensamento causou foi quase sufocante. Levantei bruscamente e abri a porta do


nosso dormitório.


 


 


-Então vai! Se não me aguenta mais, vai logo correr pra Ariana! – vociferei.


 


 


-Ela não é má Anahí – Camila argumentou aumentando o tom de voz – Vocês duas


tem uma rixa, ok! Mas isso não me impede de fazer amizade com ela!


 


 


Eu não podia acreditar naquelas palavras. A garota que eu estava apaixonada querendo


fazer amizade com a minha inimiga mais insuportável?


 


 


-E a Ari pode mesmo me ajudar, ela tem mais proximidade com os poderes que eu


tenho – Dulce foi suavizando a voz – Eu posso ficar mais forte com a ajuda dela Narrí...


 


 


-Eu não quero você perto dela!


 


 


-Não seja irracional, Portilla! Por que estamos brigando por causa disso?!


 


 


-Porque você quer ficar amiguinha daquela vadia! Eu não gosto dela e nunca vou


gostar!


 


 


-Exatamente, você! Eu não estou pedindo para você ser amiga dela, ou sequer falar


com ela. Eu não estou escolhendo ou trocando ninguém, Anahí Giovanna Puente Portilla! Quer


saber? Eu volto aqui quando você conseguir manter uma conversa mais civilizada.


 


 


Dulce passou a passos pesados, puxando a porta com força. Chutei a mesma com


um acesso de raiva e comecei a andar de um lado para o outro. Eu estava irritada, zangada e


em fúria. As vezes alguns raios saiam de mim e atingiam a parede. Eu simplesmente não


podia aceitar que Dulce passasse um tempo com Ariana, isso era inadmissível por mais


ilógico que fosse.


 


 


Eu sabia como Ariana era. Apesar de vingativa e sem hesitar em fazer coisas contra


mim quando estávamos implicando, ela com os outros era até carinhosa. Gentil. Educada.


Coisas que eu não era.


 


 


Depois de uma hora, a raiva se tornou em remorso e preocupação. O ciúme se


instalara junto com a insegurança. Eu era melhor que Ariana em batalha, pois sempre estive


sobrevivendo só. Ela tinha o papai, ela podia visita-lo sempre que quisesse e isso a livrava de


um monte de encrencas. Mas socialmente? Lidando com os outros? Ariana me vencia


terrivelmente.


Dulce poderia descobrir isso. Então eu seria trocada, mais uma vez. Fiquei me


torturando por três horas ali dentro, trancada, sufocando e quase tendo claustrofobia quando


tudo começou a ficar pequeno ao meu redor. Então a porta se abriu e Maite apareceu


carregando uma bandeja com dois sanduiches e um suco meio esverdeado.


 


 


-Meus deuses, você está terrível – Maite comentou nada delicada.


 


 


Sim, eu estava. Meu cabelo todo bagunçado e estava sem blusa, em algum momento


eu a tirei e joguei com força contra a cama, ficando apenas com um top vermelho escuro.


Desviei o olhar de Maite, estava sentada em um canto, uma perna esticada no chão e a outra


dobrada, com um braço apoiado em um joelho.


 


 


-Dulce preparou comida para você – a filha de Hermes falou se aproximando – Mesmo


você sendo uma cavala idiota mais uma vez, ela está preocupada que você não saiu do


quarto ainda e mal tinha almoçado antes de termos um ataque.


 


 


Aquilo me fez me sentir pior ainda. Eu não devia ter gritado com ela, ter descontado um


medo que eu nem sabia direito na hora. Maite colocou a bandeja sobre a cama e já ia sair,


mas parou na porta e resmungou antes de fechá-la e virar o corpo para mim.


 


 


-Vamos, me diz por que você foi idiota daquele jeito com ela? – Maite exigiu.


 


 


-Não devo satisfação a você – falei, mas minha voz era fraca, era quase que


automático responder aquilo.


 


 


-Deve, porque você é minha amiga e ela também. Vamos ficar juntos por não sei


quanto tempo!


 


 


-Eu não quero ela perto da Ariana – resmunguei mexendo em meus dedos insegura –


Só isso.


 


 


-Só isso? – Maite bateu as mãos ao lado do corpo – Acorda Anahí, você não manda


em Dulce mesmo se estivessem casadas. Ela tem liberdade de falar com quem quiser!


 


 


-Ela vai me trocar pela Ariana! – esbravejei o meu pensamento mais incoerente, mas


que me atormentava – Eu não quero isso de novo!


 


 


Pousei as mãos em meu rosto me escondendo. Meu corpo todo tremia, meu peito


subindo e descendo com a terrível sensação tomando meu corpo. Ser abandonada de novo e


de novo, esse parecia ser o meu destino. Senti minhas mãos sendo puxadas e me deparei


com Maite agachada a minha frente, fitando-me diretamente nos olhos.


 


 


-Por que ela trocaria você Anahí? Você não está pensando direito – Maite falava o


mais suave possível.


 


 


-Ariana é mais forte do que eu – murmurei derrotada – É mais legal e vai ensinar coisas


para ela que eu não posso. Dulce vai perceber que a Ariana pode protege-la melhor e vai me


deixar.


 


 


-Em primeiro lugar, se a Dulce quer ficar mais forte é por dois motivos. Poder ficar ao


lado da tia Blan... E poder ficar com você. Ela sabe que com você é mais arriscado e por isso


mesmo quer te proteger.


 


 


Engoli em seco como se digerisse aquelas palavras. Eu sabia que era verdade, ela já


tinha me dito isso de diversas formas, merda, ela já tinha até mesmo me mostrado!


 


 


-Em segundo lugar, você vai deixar que ela sequer pense em te trocar Anahí? – Maite


me olhou mais intenso e firme – Se você continuar sendo trouxa e idiota desse jeito ai sim


que isso pode se tornar uma possibilidade. Você tem de lutar por ela todos os dias, conquista-


la todas as vezes. Não apenas para mantê-la perto de si, mas porque a gente não sabe nada


do nosso amanhã. Se acontecesse um ataque agora e que os deuses não permitam, mas se


alguma coisa acontecesse a ela? A última coisa que teriam feito seria brigar porque você é


uma merda insegura.


A ideia de que um ataque poderia acontecer naquele momento e algo acontecesse com


Dulce foi como um verdadeiro choque de realidade, um bem doloroso.


 


 


-Eu sou uma idiota – choraminguei em pura derrota.


 


 


-Sim, é. Mas de alguma forma incrível Dulce gosta de você – Maite sorriu – E se você


deixar, ela vai te tirar toda essa insegurança, eu sei disso. Todo mundo ver como se olham e


cuidam uma da outra. Bem, também escutamos as brigas, mas todo casal briga.


 


 


Todo casal briga. Nós éramos um casal? Não, eu não precisava dessa definição ou


rótulos para saber que eu era dela. Eu era a garota de Dulce Saviñon, isso bastava e


significava tanto quanto qualquer outro pedido idiota.


 


 


-Você pode achar papel para mim? – pedi hesitante, uma ideia se formando em minha


mente – Acho que só um pedido de desculpas não valeria tanto.


 


 


-Vai escrever uma carta de amor? – Maite debochou.


 


 


-Não. Apenas arranje o papel!


 


 


Levantei meio mole. Maite saiu para buscar o que eu pedi e enquanto isso eu tratei de


comer os sanduiches e a limonada. Dulce sabia que eu adorava limão. Lutei contra um


suspiro, ficando mais determinada ainda em concertar as coisas.


 


 


(...)


 


 


Ela estava encostada na grade de madeira, apoiada e encarando o horizonte a sua


frente. O pôr do sol logo aconteceria, o céu já ficando colorido de laranja, amarelo e vermelho.


O vento fazia com que o cabelo ruivo balançasse de acordo com a corrente de ar. Isso


fazia com que o cheiro primaveril dela me atingisse em cheio.


 


 


Ali estava eu, a poucos metros de Dulce, travada no lugar sem saber como me


aproximar. Fazia quase uma hora e meia desde a minha conversa com Maite. Tomei um


banho e trabalhei em minha ideia. Mas agora eu não conseguia me mover, um friozinho na


barriga se mesclava aos calafrios em minha espinha. Medo e admiração. Ela era linda e só a


visão de minha garota me acalmava. Mas saber que eu não conseguia me aproximar porque


eu fui idiota me deixava completamente arredia.


Soltei um suspiro e ajeitei a touca que usava. Aproximei a passos hesitantes, mas


finalmente parei ao seu lado, apoiando os braços na grade. A escutei suspirar e a fitei de


perfil. Merda, ela usava um laço na cabeça, um vermelho e fofo. Eu a achava incrivelmente


linda quando colocava aqueles laços.


 


 


-Eu acho que preparei todo um discurso para quando chegasse aqui – falei baixo e sem


jeito – Mas ele já se perdeu em minha mente.


 


 


Tirei do bolso da jaqueta que eu usava todo o trabalho que eu tinha feito com os papeis.


Dulce suspirou pesadamente e virou pronta para rebater, mas parou ao ver em minha mão


um origami de uma flor. Era bem simples, já que o papel que Maite me deu era só branco.


 


 


-Eu não poderia arranjar um buquê de rosas para te pedir desculpas da maneira mais


tradicional possível, estamos no meio do mar – falei tentando não vacilar na voz – Então meio


que me virei com o que tinha.


 


 


Dulce olhou do origami para mim diversas vezes até começar a sorrir de leve. Então o


pegou fazendo com que nossos dedos se roçassem de leve. Merda, aquilo causou um


reboliço inteiro em mim!


 


 


-Eu fiquei com medo de que você me deixasse pela Ariana – revelei, desesperada em


me explicar. Dulce me fitou em surpresa e incredulidade – Eu sei, eu só percebi isso depois


e de como fui idiota. Mas eu não consegui me controlar. Eu já perdi muito e tudo o que eu


menos quero é perder você. Eu nunca me perdoaria se eu perdesse você por minha causa.


 


 


-Você não vai me perder se me deixar ficar perto Narrí – Dulce falou suave.


 


 


-Eu sou meio estúpida sabe? Percebo algumas coisas tarde demais – ergui uma mão


e toquei o rosto dela com carinho, ficando um pouco séria – Desculpe ter gritado com você.


 


 


-Já passou, Anahí...


 


 


-Deixe-me terminar. Eu não gosto da Ariana, por diferenças pessoais, e vou sentir


ciúme dela perto de você, tendo lógica ou não – eu sentia aquela onda de raiva crescer só de


imaginar elas duas treinando, respirei fundo e senti a mão de Dulce sobre a minha – Mas se


você acha que vai ser bom para você, eu não posso te impedir Candy.


 


 


-Não vai mais brigar comigo por causa disso?


 


 


-Não, minha pequena... Mas se a Ariana de alguma forma se aproveitar da situação, eu


vou acabar com ela!


 


 


-Você pode ficar olhando, eu não me importo. Contanto que não atrapalhe e se


comporte.


 


 


-Se eu prometer ser uma boa menina, eu posso te beijar agora?


 


 


Se eu estava implorando? Definitivamente! Dulce sorriu e se aproximou ficando um


pouco na ponta dos pés para ter exatamente a minha altura. Ela envolveu os braços em meu


pescoço me enlaçando e deixando que o peso de seu corpo caísse sobre o meu. Suspirei


baixinho, buscando rapidamente encaixar minha boca na dela. Nos beijamos e por quase um


minuto não nos movemos. Apenas experimentamos a maciez de nossos lábios juntos,


sentindo aquele sabor ao qual eu já estava viciada. Senti ela sorrindo contra minha boca e


mordi o lábio inferior dela, sorrindo com a carne sensível entre meus dentes. Só então eu a


beijei de verdade.


Foi um beijo lento, cheio de carinho e sem pressa em qualquer movimento. Eu sabia já


o jeito que ela gostava, ela sabia como moldar-se a mim. Era como se quando nossas bocas


se juntasse, uma bolha se formasse ao nosso redor e nos separasse de tudo. Eu senti a paz


nos braços de Dulce. Eu me sentia completa. Dulce me puxou segurando firme no meu


cabelo, seu corpo ainda mais colado ao meu me deixando quente naquele tempo frio da noite


que ia chegando. Deuses, aquele beijo ficou tão gostoso que eu me perdi completamente


nele.


 


 


Porém, dessa vez não foi a nossa respiração que nos fez quebrar o contato. O som de


algo atingindo a grade bem ao nosso lado nos assustou. Nossos sentidos de guerreiras se


ativaram prontamente, minha respiração ofegante tanto pelo meu estado de alerta, tanto pelo


beijo. Mas ali ao nosso lado só tinha uma flecha com um pedaço de papel preso. Resmunguei


baixo e me estiquei toda para não ter de me afastar de Dulce. Tirei a flecha da madeira e


puxei o papel.


Dulce olhou, ficou vermelha, mas começou a rir. Ali tinha meio que uma história em


quadrinhos feito com desenhos em palito. Exatamente, aqueles que você só faz uma bola


como cabeça e traços como corpo. Tinha duas garotas próximas no primeiro quadro, no


segundo se beijando, e no terceiro uma espécie de cama bizarra. Olhei para trás e vi Demi e


Maite rindo feito duas retardadas há metros de distância.


 


 


-Merda – resmunguei amassando o papel e o jogando no mar.


 


 


-Deixa elas perturbarem, vem cá.


 


 


A filha da primavera me puxou pela nuca, capturou meu lábio inferior e o sugou bem


gostosinho. Eu já estava me entregando quando outro barulho de flecha na grade me fez


afastar resmungando. Peguei a flecha e o papel, dessa vez meus olhos se abriram sem


acreditar.


 


 


-MAITE! – gritei.


 


 


Joguei o papel para cima e sai correndo enraivecida. Nem vi Dulce pegando o papel,


mas escutei sua gargalhada enquanto eu estava no meio de caminho em chegar em Maite e


lhe dar uma surra. Naquele maldito papel tinha um desenho ridículo de Dulce encima de


mim “nua” e sinais de que eu estava gemendo escandalosamente. Como? A boneca


desenhada tinha a boca aberta e Maite tinha feito escrito vários AAAHHH e OOOOOHs e por


fim um ME FODE. Pra completar um PS no canto da página: eu sei que você é a passiva!


 


 


Maite gargalhava enquanto corria pelo convés superior, fugindo de mim e de alguns


raios que eu lancei. No fim estávamos mais brincando do que brigando. Ficamos nessa por


uns bons dez minutos, derrubando barris e caixotes pelo caminho.


 


 


-Ei! Parem um pouco – Ucker apareceu correndo – Olhe mais à frente.


 


 


Da escada que dava acesso a parte interna do navio, todos os outros saíram para ver


algo realmente sinistro bem a nossa frente. O céu que estava em um belo fim de pôr-do-sol


foi completamente esquecido quando o nosso horizonte guardava uma verdadeira


tempestade. Literalmente falando. O céu estava completamente fechado, com nuvens


pesadas e que relampejavam. Era como uma linha imaginária que separava o mundo do


perigoso Mar de Monstros. Uma névoa densa começava exatamente a um quilometro de


distância, nos impedindo de ver o que quer estivesse a nossa frente.


 


 


-Acho que chegamos – Ally comentou, havia um leve tom de medo em sua voz.


 


 


-Eu tenho certeza – Miley suspirou – Vamos nos preparar! Christopher, eu só sei o caminho


para a Ilha de Circe, mas o Mar de Monstros é enganoso. Vire a bombordo e siga em frente


não importa o que!


 


 


-É agora que vem a parte divertida – Chris tentou brincar.


 


 


-Duvido nada, somos todos loucos mesmo – Maite riu – Vamos para o céu, Annie!


 


 


Eu já estava flutuando quando algo segurou em minha jaqueta. Dulce me fitava


fazendo um beicinho pidão. Sorri sem conseguir me conter, inclinei meu corpo ainda no ar e


ela se esticou toda para poder dar um longo selinho nela.


 


 


-Cuidado e não finja que atingiu a Maite sem querer para se vingar – ela pediu


suavemente.


 


 


-Se ver um inimigo, mate-o rapidamente. Se confundir a Ariana e acertar, também não


vou brigar – disse em tom de brincadeira e a vi revirar os olhos.


 


 


-Será que dá pra adiantar com essas juras de amor? – Maite indagou já lá no alto,


voando com seus tênis alado.


 


 


Rosnei baixo, dei um último selinho rápido e voei rapidamente para perto dela. Ficamos


no posto no mastro central, ambas bastante atentas a tudo ao nosso redor. O navio seguia o


caminho ditado por Miley: estávamos indo para a casa do inimigo, entrando diretamente pela


porta da frente.


 


 


 


Notas Finais


 


 


Bom, por hoje é só, espero que gostem... O que será que vai acontecer en? Palpites? Até amanhã. E... Ah, promessa cumprida!



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Autor(a): AnBeah_Portinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 179



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  • tryciarg89 Postado em 09/02/2022 - 17:32:25

    Por favor poste mais,uma das melhores fics que já li,descobri ela recentemente. Mas por favor continue...

  • raphaportiñon Postado em 28/01/2022 - 14:34:57

    Poxa, achei essa fic há poucos dias e me apaixonei por ela. Li e reli várias vezes nesse pouco tempo e é uma pena que não teve continuação, ela é maravilhosa e perfeita assim como Portiñon. ❤️... Com almas gemêas como deve ser, sem traição mas com todos os sentimentos de amor, dor, bondade, raiva, felicidade, ciúme, perdão, angústia, amizade, aventura e um amor eterno. Cada capítulo foi sensacional. Pena que não teve continuação e fim !

  • livia_thais Postado em 02/04/2021 - 23:41:44

    Continuaaa

  • DreamPortinon Postado em 19/12/2020 - 03:48:41

    Continuaaaaaaa

  • siempreportinon Postado em 05/11/2020 - 21:08:27

    Continua!!!

  • candy1896 Postado em 05/11/2020 - 20:12:12

    QUE BOM QUE VOLTOU, CONTINUA

  • livia_thais Postado em 30/09/2019 - 22:05:41

    Continuaaa

  • Jubs Postado em 10/05/2019 - 01:11:59

    VOLTAAAAAAAAAA

  • Jubs Postado em 05/05/2019 - 23:02:43

    Continuaaaaaa

  • Jubs Postado em 02/05/2019 - 03:04:52

    CONTINUAAA QUE ESSE CAPÍTULO SÓ ME DEIXOU CURIOSA


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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